Differences escrita por Mrs Chappy


Capítulo 7
Ame


Notas iniciais do capítulo

Yôo!
Aqui está mais um capítulo ihihih Vou começar a trabalhar no segundo capítulo da fanfic A História de Karin.
Ame significa cheva.

Boa leitura*



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Mundo Real

Não sabia para onde as suas pernas a conduziam, só queria sumir. Corria desesperadamente, em alta velocidade. Via as casas passarem por si como um burrão. Corria mas mais parecia que voava. Seu peito ardia. Não conseguia compreender… Porque ela ficou nesse estado só por um shinigami baka? Ela já não sabia o que eles pensavam a seu respeito? Não devia esperar por algo semelhante? Então porque criou expectativas de que ele fosse diferente!? São todos iguais… Ela sempre seria um monstro para eles. Nunca iria ser reconhecia como igual ou valorizada. Só sua família a aceitava.

Sentia as costas arderem mas nem isso a parou… Ela não quis ir para casa. Sabia que se fechasse numa divisão iria começar a chorar. Dava-lhe vergonha admitir mas ele mexeu com ela, e não iria derramar uma única lágrima por alguém como aquele ruivinho. Só chorava por aqueles que valiam a pena. Por aqueles que coloriam o seu mundo preto e branco, como era todo o Hueco Mundo.

Sem ter consciência parou de correr e escorregou até ao chão com os olhos sem brilho, opacos. Ela não sabia, mas estava no mesmo lugar onde seus pais se conhecerem. Um lugar repleto de magia. Foi ali que a história de seus pais começou, foi ali que surgiu o motivo para ela hoje também estar ali.

Ouviu um trovão e instintivamente ergueu a cabeça, vendo um raio rasgar o céu com suas nuvens negras. Sentiu duas gotas de água caírem em cima de suas bochechas e memorizou o caminho delas até seu queixo, até voltar a sentir, agora com mais frequência os pingos de água. Chovia. Parecia que a chuva purificava a sua alma condenada. Sentia a roupa ficar pesada à medida que molhava, mas era-lhe indiferente. Seus olhos verdes esmeralda continuavam fixos no alto, como se esperasse uma resposta de Kami-sama, como se lhe desse um curativo para o seu sofrimento interno.

Yue recriminava-se. Aquela dor não tinha fundamento nenhum, era um completo disparte. Mas se bem que sua mãe uma vez disse que a dor é uma coisa boa. Ela na altura ficou confusa, como a dor podia ser algo positivo? E sua mãe sorriu ternamente para ela pela sua ignorância, como só a ruiva sabia o fazer. A dor é a prova de que tu estás vivo, de que tu consegues sentir. Só quem está definitivamente morto é que não sente dor alguma, não sofre. Lembra-se como seus olhos brilharam naquele dia com aquelas simples palavras. De facto, sua mãe era uma doida mas era a pessoa mais sábia que conhecia. E por momentos, só a lembrança daquela frase, a reconfortou.

Imaginava braços fortes a abraçarem pela cintura, encostando a sua cabeça num peito firme, ouvindo a bela melodia dos movimentos cardíacos. Fechou os olhos tranquila. Era a única coisa que lamentava por ser arrankar. Não poder ouvir aquela música, que sempre a acalmava instantaneamente. Aquele calor que o abraço transmitia, estava prestes a pegar no sono. Mas aí abriu os olhos de repente. Aquilo deveriam ser braços invisíveis, frutos da sua imaginação… Como isso podia transmitir calor?

– Gomen…– Se ela não fosse uma arrankar teria a certeza que não conseguiria ouvir, o sussurro baixo perder-se-ia pela som da chuva intensa. Sentiu o seu rosto aquecer de vergonha. Ele a estava a abraçar! E que braços… Será que todos os shinigamis eram assim?

– Porque perdes o teu tempo comigo, ruivinho? – Yue foi directa, odiava rodeios. E as acções daquele rapaz a confundiam cada vez mais.

– Aiko. – O shinigami percebeu perfeitamente o tom de escárnio naquela pergunta e odiava que lhe dessem apelidos consoante as suas características físicas nada vulgares. Mas ele também percebeu que teria de responder, não só a ela mas também a ele mesmo. – Porque aquilo que nos une é mais forte do que aquilo que nos separa. – Ele não pensou no impacto que aquela resposta teria, ele nem sequer pensava quando respondeu aquilo. E quando notou as palavras que saíram de sua própria boca, ruborizou pela primeira vez em anos.

A morena arregalou os olhos, surpresa. Ela percebeu direito? Sim, ele nem sequer gaguejou! Não havia dúvidas. Apesar de haver várias formas de interpretar aquela pequena frase… Estaria ele apaixonado por si? Que absurdo! Isso era impossível. Conheceram-se nem à uma hora. Mas não reprimiu sua gargalha feliz, todo o seu rosto contorcia-se de alegria… Ela não sabia o que os unia, mas sabia que não havia diferença que os separasse. Ele não ligava para o facto de serem de espécies inimigas. Isso era um bom começo, não? Bom… Este não foi bem o começo, na realidade eles começaram mesmo mal. Mas podiam fingir que aquilo não tinha acontecido. E ela faria isso com o maior prazer. Agora, até teria um ajudante para caçar hollows e com alguma sorte (manipulação e muita, muita sedução!) um escravo para seus relatórios. Deu um discreto sorriso maquiavélico. O ruivinho iria ser muito útil, porque ele não tinha caído do céu antes? Lembrou-se do seu nome, curiosa e integrada pelo seu significado.

– Yue.– Apresentou-se sem interesse. Reparou que ainda estavam abraçados e decidiu afastar-se de cabeça baixa, rindo nervosamente. Aiko deu uma pequena risada pelo constrangimento da pequena arrancar. Timidez não era algo que a associasse. Não por ser uma arrankar mas pela sua própria personalidade. Era uma mulher excêntrica, imperativa e sorridente… Mas depois tinha um lado extremamente envergonhado. Por um segundo lembrou-se da dupla personalidade de sua mãe. Levando uma mão ao cabelo, bagunçou-o, estava em sarilhos. Ele rezava internamente que fosse uma impressão errada da sua parte e que elas fossem completamente diferentes. Ele notou o olhar curioso dela direccionado ao seu cabelo.

– Nani?

– É pintado? Ou caiu-te morangos em cima do cabelo quando eras criança? – Ela puxava as mexas do seu cabelo, enrolando alguns fios de cabelo em alguns de seus dedos. Aiko sentiu uma veia latejar em sua testa, mas tentou manter o controlo.

– Nem uma coisa, nem outra. É natural. – Respondeu grosso, nitidamente não gostando da brincadeira. Por sua vez, Yue estava a adorar provocar o shinigami.

– Sério Aiko-kun? Nossa nunca imaginaria…– Soletrou o nome dele provocando-o. Óbvio que ela sabia disso, mas era muito mais engraçado fazer-se de desentendida. Aiko fechou os olhos, contando mentalmente, tentando ignorá-la. Não iria agir que nem seu pai.

Yue percebendo o que ele fazia, alargou o seu sorriso perverso. Era uma situação sarcástica. Eles discutiram e agora estavam a reconciliar-se. Bem para haver reconciliação tem de haver discussão. Olhou para o céu séria, vendo a chuva começar a cessar e alguns feixes de luz surgirem. Um espectáculo digno de ser ver. E sorriu minimamente ao ver um arco-íris. Lindo.

– Quem deseja ver um arco-íris, tem de se habituar a apreciar a chuva em primeiro lugar.

Aiko sorriu concordando com a sua frase. Percebeu a metáfora implícita para ele. E naquele momento ele entendeu o porquê de a melhor parte da discussão, ser a reconciliação. Estas duas pareciam opostas mas não devem andar separadas, porque na realidade fazem parte de um ciclo vicioso.


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Notas finais do capítulo

E aí? Acharam uma boa ideias da introdução da chuva? A testemunha do amor deles? Ihihih
Beijinhos *w*

Jya née.



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