[...] Se ela contar, o que vai acontecer? Não sei, não sei!

– Ludmila, o que você quer eu faça? Você quer que eu me afaste dele? - Perguntei com os olhos lacrimejando.

– Nossa, ela sabe pensar! - Ela disse irônica.

– Ludmila, eu não... - Respirei fundo - Eu não vou fazer isso!

– Ah não? Então vamos ver qual vai ser a reação do León ao saber o seu segredinho. - Ela deu um sorriso sapeca.

– Ludmila, você está ultrapassando os limites! - Eu estava quase chorando.

– Não Violetta, será que você não entende que só se aproximou do León por causa do exercício bobo da Angie? - Ela disse fazendo gestos com a mão, e ainda uma cara de nojo.

– Ludmila, já fizemos o exercício e... - Agora entendi, ela me interrompeu

– Exatamente maninha! - Ela soltou um sorriso vitorioso - Você e o León não têm mais nada para fazer juntos. Nada! O exercício acabou, e isso significa "fica longe do León" ou vai se dar muito mal! - Ela me ameaçou e subiu.

Sentei-me no sofá e comecei a pensar. E agora? O que eu ia fazer? Ludmila sempre me considerou uma ameça na relação dela com o León. Ela sabe que eu sei os podres dela, e tem medo de que eu os conte pra ele, mas não é só isso. Tem uma coisa que a Ludmila fez, e não me deixou saber. Quando eu descobri, ela me afastou do León para evitar que eu o contasse. Como eu não pude lembrar disso na hora que ela ameaçou contar meu segredo? Como eu não pude lembrar que eu não sou a única a esconder algo do León? Ai como fui boba! Mas ela vai ver só! Neste momento eu sentia uma angústia, o León faz-me sentir especial, e ninguém nunca fez-me sentir assim. Fui para o meu quarto. Deitei em minha cama e comecei a chorar. Meu celular estava tocando, não olhei o número no visor mas também não atendi. Essa pessoa continuou a ligar, então resolvi atender.

"Quem é?" Pergunto com a voz rouca.

"A pessoa que passou o dia todo com você, e que quer está com você agora." Disse uma voz masculina do outro lado da linha, ri fraco quando descobri quem era.

"León." Dei uma risadinha fraca para disfarçar que estava chorando.

"Tudo bem?" Ele deve ter notado algo estranho, mesmo conversando comigo apenas pelo telefone.

"León, não me pergunta nada! Você já fez a última pergunta do dia, e foi prometido" Brinquei para descontrair

"Foi mal, desculpa!" Imagino ele levantando a mão que ele não está apoiando o celular.

"Eu acho melhor eu desligar, León" Falei com medo da Ludmila está escutando tudo.

"Mas eu acabei de te ligar..." Ele disse triste

"Acontece que não vou mais falar com você, León!" Fui direta

"Tá legal, o que a Ludmila fez?" Ele perguntou

"Tudo! Mas vê se me entende, é só uma questão de tempo, logo voltaremos a nos falar."

"Não podemos nem falar por telefone?" Ele perguntou manhoso

"É muito arriscado! Faz o que eu estou pedindo, se afasta de mim, não liga mais pra mim." Pedi e desliguei o telefone.

Lembrei-me de jantar e desci. Percebi que a Ludmila não havia descido pro jantar. Estranhei. Assim que terminei de jantar, subi. Coloquei a minha roupa de dormir, peguei um livro que havia comprado hoje com o León e deitei na cama. O livro se chamava A Seleção, falava sobre America Singer uma artista da casta Cinco que tem uma vida totalmente fora do comum quando aceita participar da Seleção por causa do seu namorado Aspen que era da casta Seis. A Seleção era um concurso que reunia trinta e cinco garotas de todos os lugares para apenas uma delas ser a noiva do príncipe Maxon. Após a leitura de dez capítulos, cansei e fui dormir.

No outro dia no Studio...

Eu ainda estava triste pelo que tinha acontecido ontem, mas por outro lado eu não estava mais chorando. Abri o meu armário, e encontro uma carta que dizia ser do León, abri-a:

"Conversar em locais públicos é arriscado. Te espero hoje à tarde na minha casa!"

– León

Me animei. Mal podia esperar para que a tarde chegasse.

(...)

León:

Eu estava no meu quarto escutando música, até que a Ludmila entra. Estranhei, eu não estava esperando por ela.

– León! Desculpa, entrei porque vi que a porta estava aberta.

– Não tem problema, mas o que faz aqui? - Sorri fraco.

– Não vai admitir que nesses dias nós não temos nos dado muito bem? - Ela disse.

– Devo admitir, mas não deve culpar a Violetta por isso. - Falei.

– León, não menciona ela agora tá? - Ela disse brava

– Tá tudo bem, diz o que você tem pra me dizer! - Pedi.

– Porque nós dois não agimos como um casal normal? - Ela propôs.

– O que você quer dizer com isso?

– Dar abraços, beijos, carinho, ir ao cinema, coisas do tipo. - Ela explicou

– Com você, é difícil Ludmila! Talvez eu desse uma chance para você, se não botasse culpa na Violetta todas as vezes que brigamos.

– Mas León, sempre foi ela! Eu tenho ciúmes de ter ver com outras garotas, principalmente com ela. - Ela disse em um tom sincero. Será mesmo verdade?

– Ludmila, eu só tenho olhos para você! - Disse a olhando nos olhos.

– Te amo! - Ela disse.

– Eu também! - Ela se aproximou e eu correspondi.

Violetta:

Chego na casa do León, a mãe dele diz que ele está no quarto, então resolvo subir. Dos corredores escutei as vozes que pareciam sair do quarto do León.

– Eu te amo! - A Ludmila disse

– Eu também! - O León responde

Quando me aproximo da porta do quarto, vejo nesta hora os dois quase se beijando. Foi como uma facada no meu coração, a segunda que o León me dava em apenas seis dias de aproximação. Porque eu continuo me importando com isso? Há anos, prometi a mim mesma que não me importaria com isso, apesar da Ludmila ter arrancado de mim aquele que era meu melhor amigo. Sai dali correndo, a mãe do León se preocupou comigo, mas não lhe disse nada. Me despedi e sai dali.