POV Annabeth

– Você tem certeza que não quer que eu te espere? – perguntou Thalia enquanto saímos da classe depois de nossa última aula.

– Tenho. – falei segura - Obrigada.

Ela apenas acenou com a cabeça e seguiu em direção a saída e percebi Nico se aproximar dela e os dois começarem a andar juntos e conversando. Sorri. Esses dois ainda iam ficar juntos. Então me sentei em uma das mesas do refeitório quase vazio para tentar pensar em que aula extracurricular eu entraria. Gostava de pintar, mas não era tão boa assim para escolher pitura, gostava de música, mas não sabia cantar e só conseguia tocar alguns acordes no violão, em esportes era uma negação... Não tinha como dizer que havia muitas opções e o lugar onde estava não parecia ajudar em nada.

Resolvi procurar outro lugar por ali para pensar melhor. Andei pelas quadras da escola observando tudo, afinal ainda não tinha ido por aqueles lados. Logo cheguei a área da piscina de natação que havia ali. Me sentei perto da borda e comecei a pensar sobre alguma coisa até um movimento dentro da piscina me faz pular de susto. Alguém joga água em mim e escuto uma risada.

– Está louco? – perguntei – Quer me matar de susto? – elevei minha voz e olhei para quem havia feito essa proeza.

– Hei desculpa. – Percy falou erguendo as mãos em sinal de rendição – Não consegui me segurar quando vi a oportunidade.

Então ele se sentou na borda da piscina ainda com os pés na água, ele usava uma bermuda e estava sem camisa o que deixava seu peitoral exposto. Não era o fato de ele ser idiota que me faria não reparar nisso.

– Mas, então? – perguntou com um sorriso enquanto enxugava os cabelos os deixando despenteados – O que faz aqui ainda?

– Faço a mesma pergunta. – rebati.

– Perguntei primeiro. - falou dando de ombros e eu suspirei.

– Não consigo escolher uma atividade extracurricular. – confessei e depois olhei para ele – E você o que faz aqui?

– Sei lá. – respondeu olhando para a piscina – Gosto de água e às vezes venho aqui para pensar melhor em algumas coisas.

– Que tipo de coisas? – levantei uma sobrancelha.

– Você é curiosa demais. – falou com um sorriso torto e puxou uma das minhas bochechas.

– Hei. – falei reclamando.

– Mas e ai? Por que não consegue escolher uma atividade? Não é boa em nada? – brincou.

– Bem... – comecei pensando se realmente falaria sobre isso para ele e por fim suspirei – Parece que nada se encaixa comigo.

– Do que você mais gosta? – ele perguntou.

– As vezes gosto de desenhar. – dei de ombros – Mas não sei se sou boa o suficiente.

– Você não tem que ser ótima. – ele disse parecendo entender o que eu dizia – Se gosta de pintar faça pintura e não ligue para o que vão dizer.

– É isso o que você faz? – perguntei – Faz e não liga para o que vão dizer? Tipo o fato de pegar uma garota por dia?

– Isso não tem nada a ver, mas se eu me importasse com o que vão dizer eu não seria nada. – ele disse franzindo a testa.

– Bem, obrigada. – falei me levantando e me virando para sair quando senti ele segurar o meu braço.

– O que foi? – perguntou realmente confuso – Por que ficou com raiva?

– Nada, só me lembrei que você continua sendo um idiota. – falei e sai dali sem deixar que ele dissesse alguma coisa

Não sabia o que havia dado em mim só sabia que do nada comecei a ficar com raiva de estar me abrindo com ele, e por me lembrar do fato que ele era um galinha. Caminhei até a secretaria e falei para a senhora que havia me dado os horários no primeiro dia que iria escolher pintura para acabar de vez com essa dúvida.

– Gosta de pintar? – perguntou por acaso.

– Gosto. – sorri.

– Tenho certeza de que vai se dar bem. – ela disse – Pronto agora está tudo certo querida.

– Obrigada. – Já ia me virando para sair quando me lembrei de um detalhe importante – Desculpe, mas eu ainda não sei o seu nome.

– Pode me chamar de Mary. – ela disse com um sorriso.

Sai da escola lentamente e logo estava quase chegando em casa. Entrei no prédio e como não vi Stefan fui direto para o elevador e comecei a pensar na conversa que tive com Percy. Talvez eu realmente tivesse sido injusta com ele, mas simplesmente não consegui evitar, estava começando a gostar de conversar com ele, mas não ia repetir erros do passado, não iria cometer o mesmo erro de confiar em alguém como ele e depois me arrepender.

Logo cheguei ao meu andar e caminhei até o corredor, até estar parada em frente a porta do meu apartamento pensando seriamente em não entrar, afinal minha mãe estava trabalhando e eu não tinha nada para fazer. Então ouvi o elevador se abrir novamente e uma garota punk sair dali me encarando com um sorriso.

– E ai Annie? – perguntou.

– Nossa você parece feliz. – comentei sorrindo – Quer entrar?

– Claro.

Abri a porta do apartamento e joguei minhas coisas em cima do sofá. Me sentei e Thalia se sentou ao meu lado.

– Acho que o maior motivo dessa felicidade toda sua tem nome e é Nico. – comentei e ela riu.

– Por que acho que tem a ver com ele? – perguntou não parecendo nem um pouco surpresa.

– Vi vocês saindo da escola juntos hoje.

– Tá bom é por causa dele, mas eu não vou dar uma de garotinha apaixonada. – ela disse.

– Quer dizer que você gosta dele? – perguntei curiosa.

– Ele é legal e me chamou para ir ao cinema. – ela deu de ombros – Gostamos das mesmas coisas, é difícil achar alguém assim. – nós rimos.

– Espero que de tudo certo entre vocês. – falei.

– Obrigada, mas e ai? Conseguiu escolher uma atividade extracurricular? – ela perguntou e eu automaticamente me lembrei da conversa com Percy – O que foi?

– Nada. – falei com um sorriso – Escolhi pintura.

Continuamos conversando por um bom tempo até que a porta se abriu e minha mãe entrou no apartamento. Ela cumprimentou Thalia com um sorriso e ela disse que precisa ir embora para terminar um trabalho. Depois que ela foi embora fiquei sozinha com minha mãe.

– E então como foi o trabalho com o projeto? – perguntei tentando não prolongar o silencio..

– Acho que consegui agradar. – ela falou parecendo surpresa por eu ter perguntado algo – Soube que você teve que escolher uma atividade na escola. – ela comentou e eu assenti – Qual escolheu?

– Pintura. – respondi – Gosto de desenhar.

– Gostaria de ver seus desenhos um dia desses. – ela sorriu.

– Quem sabe. – falei e fui em direção ao meu quarto.

I don't blame you for being you
But you can't blame me for hating it
So say, what are you waiting for?