Anteriormente...

Lucy então se acomodou na cama ao lado dele apoiando a cabeça em seu peito, ele se inclinou para que seus lábios pudessem se encontrar depois do que parecia uma eternidade separados e Lucy sentia como se todas as peças do quebra cabeça se encaixassem novamente.

"Lucy, quantos filhos você vai ter? Meu Deus mulher!" disse Ian carregado de compras. "Bebes gastam muitas roupas Ian!" justificou ela "Deixa só eu ver esse macacão aqui e eu prometo que a gente vai embora!" "É, você disse isso na última loja." disse ele não baixinho, mas Lucy ouviu do mesmo jeito e em resposta apenas revirou os olhos.

Já havia se passado 2 meses desde que ele havia saído do hospital, o que queria dizer que Lucy estava com quase oito meses de gestação. Ian pode perceber que de umas semanas pra cá o comportamento dela havia se alterado, ela estava mais agitada e as mudanças repentinas de humor cada vez mais frequentes. "Amor, é sério. Você precisa descansar olha o tamanho da sua barriga, não é possível que você não esteja cansada!" falou Ian da forma mais delicada possível. "Bom, eu não estou cansada, agora se você quer ir pra casa, pode ir, eu me viro aqui." disse ela emburrada e Ian teve que conter o impulso de revirar os olhos, todo o drama que ela já fazia normalmente agora parecia ter sido ampliado em 100 vezes. "É sério?! Acha mesmo que eu vou deixar vocês duas aqui sozinhas?" Lucy fez uma carinha triste e abraçou Ian. "O que houve?" perguntou ele preocupado em quando passava a mão pelos cabelos da namorada. "Eu-eu to com medo..." admitiu ela. "De um tempo pra cá eu venho pensado em como tudo vai mudar. Eu não sei ser uma mãe Ian, e se eu não souber o que fazer? Eu já estou quase com oito meses, o parto ta chegando e eu acho que eu nunca fiquei tão nervosa minha vida toda!" soltou ela. Ian afastou um pouco seu corpo do dela, mas apenas pra que pudesse olhar em seus olhos enquanto falava. "Ei você vai ser uma mãe incrível, ok? Crianças te amam e além disso você não esta sozinha. Eu estou aqui. Eu vou ficar do seu lado não importa o que aconteça, eu vou estar aqui pra segurar sua mão no parto, pra secar suas lágrimas quando você olhar pra ela pela primeira vez e pra sorrir com você quando ela der os primeiros passos. Eu também to nervoso, não vou mentir, mas a gente já passou por tanta coisa juntos, eu tenho certeza que vai dar tudo certo, ok?" disse ele de forma tranquilizadora "Eu te odeio as vezes sabia?" disse ela rindo enquanto secavam as lágrimas. "Eu também te amo. Mas é serio, eu preciso da minha cama" disse ele fazendo-a rir.

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O dia do parto chegou muito mais rápido do que Ian esperava. Eles estavam no hospital, Lucy estava deitada na cama, incrivelmente calma, esperando a enfermeira chegar, Ian andava de um lado pro outro claramente nervoso "Ian, vem cá." disse Lucy olhando pra Ian que andou até o lado da cama onde ela estava deitada "Vai dar tudo certo." falou ela brincando com os cachos do seu cabelo "Como você pode estar tão tranquila? A semanas atrás você estava morrendo de medo desse dia. Vão tirar uma criança de dentro de você!!” exclamou ele com um olhar desesperado que fez Lucy rir. "Não é que eu esteja tranquila, é que essa situação toda me deixa muito mais animada do que com medo. É a nossa filha, Ian, a pessoinha que eu mais amo nesse mundo e eu mal posso esperar pra conhecê-la." Os olhos de Ian se encheram de lágrimas ao ouvi-la falar desse jeito, mas antes que pudesse respondê-la a enfermeira chegou ao quarto perguntando se eles podiam começar. Lucy assentiu e deu um sorrisinho nervoso em direção ao Ian. "Você é o pai?" perguntou a enfermeira pra Ian que assentiu levemente com a cabeça. "Vai querer assistir o parto?" perguntou ela calmamente enquanto ajudava Lucy a sentar em cadeira de rodas, posta ao lado da cama. "Vou claro!" falou Ian pegando a mão de Lucy. E com isso ambos, acompanhados pela enfermeira, se dirigiram a sala do parto.

Sangue, muito sangue. Ian estava começando a ficar nauseado vendo aquela cena e o pior de tudo era que Lucy parecia super tranquila e ainda com tempo pra rir da cara dele. ‘Supernormal estarem abrindo sua barriga pra puxar um bebe de lá e você está mais preocupada em tirar sarro da cara do seu namorado, realmente Lucy, você é uma pessoa especial’, pensou Ian. Depois de uns 30 minutos agonizantes, pelo menos pra Ian, um choro invadiu um ambiente e naquele mesmo instante, tantos os olhos de Lucy quanto os de Ian, se encheram de lágrima. "Papai, o senhor que cortar o cordão?" perguntou a obstetra. Ian não conseguiu falar, apenas gesticulou com a cabeça, um gesto que saiu um tanto quanto abobalhado. Soltando o ar que não sabia que estava prendendo, Ian andou até o outro lado do pano que impedia que Lucy visse o que estava acontecendo ali embaixo. As lágrimas que antes preenchiam seus olhos, agora escorriam livremente pelas suas bochechas. Uma criaturinha minúscula, toda suja de sangue, estava nas mãos da médica, chorando, mexendo os bracinhos e perninhas de um lado pro outro. Tudo que Ian queria era pegar aquela criança em seus braços e acalma-la sussurrando em seu ouvido que tudo ficaria bem. Com as mãos meio trêmulas, Ian pegou uma espécie de tesoura nas mãos do auxiliar e cortou o cordão exatamente na parte indicada por ele. Assim que sua filha ficou livre, a médica, habilidosamente, a envolveu em uma mantinha rosa e a entregou para seu auxiliar que a levou até Lucy. Ian se aproximou delas e deu um beijinho na testa de Lucy, "Nossa princesinha." falou Lucy entre lágrimas. Ian tocou a mãozinha, ainda suja de sangue, da sua filha. Nenhuma palavra saia da boca dele, a única coisa que denunciava o que estava sentindo eram as lágrimas e o sorriso estampado em seu rosto. "Eu vou levar ela para o banho enquanto terminam a cirurgia, tudo bem?" perguntou o doutor o mais cautelosamente possível recebendo como resposta leves acenos de cabeça vindo de Ian e Lucy.

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Segundos após Lucy ter sido transferida para um quarto depois do parto, a médica obstetra entrou com um pequeno pacote rosinha nos braços. "Aqui está. Pronta pra segurar a filhota pela primeira vez?" perguntou ela e Lucy assentiu. Ian, rapidamente, a ajudou a se recostar na cama e logo a médica passou a menina, que ainda choramingava, para seu colo. Ian sentou na ponta da cama ao seu lado passando um dos braços envolta de seu ombro, em um gesto protetor. Nem é preciso dizer que ambos estavam chorando novamente, não é? Um sorriso se formou nos lábios da médica ao ver aquela cena. "Vocês fazem uma família linda!" comentou ela arrancando sorrisos dos dois. "Obrigada." responderam em uníssono. "Vou deixar vocês sozinhos um pouco, mas já já volto para te ajudar com a amamentação." Lucy a agradeceu com um sorriso e recebeu uma piscadinha em troca. "Hey you, bem vinda ao mundo!" disse Ian brincando, novamente com os dedinhos da filha. "Mm, a gente ainda não decidiu um nome..." comentou ele. "Na verdade eu estava pensando em por Alicia Mary Hale." falou Lucy meio timidamente, e quando não obteve nenhuma resposta de Ian, ela continuou; “Alicia, porque eu amo esse nome. Mary, porque eu acho que seria uma boa forma de homenagear sua mãe. E Hale por motivos óbvios, a não ser que você queira por Harding." Ian não respondeu de início, apenas inclinou e deu um beijo demorado nela. "Eu amei." disse ele por fim e Lucy deu o sorriso mais maravilhoso do mundo. "Ali." disse Ian baixinho sorrindo pra si mesmo. "A criança mal nasceu e você já deu um apelido, meu Deus!" falou Lucy de implicância "Só não respondo por que temos a presença de um ser puro nesse quarto!" falou Ian arrancando gargalhadas de Lucy. Ian olhou de volta pra filha que agora dormia pacificamente no colo de Lucy, ela parecia um anjo, e devia ser mesmo. Lucy também com os olhos colados nela repousou um beijinho na cabeça dela. "Você vai ser tão amada, meu amorzinho." sussurrou ela. "Mm, posso segurar ela?" perguntou Ian fazendo beicinho. "Só porque fez uma carinha muito fofa agora." disse ela se ajeitando para que pudesse passar Alicia para o colo do pai. Enquanto Ian a ajeitava em seu colo ela começou a resmungar novamente e Lucy, obviamente, não perdeu a oportunidade de implicar com ele. "Viu ela gosta mais do colinho da mamãe." "Ha!" debochou Ian. "Papai tá aqui, meu anjinho." disse ele assim que começou a ninar ela e em um segundo ela parou de chorar. "Viu só!” falou ele “Eu levo jeito com crianças.” “Aham, vamos só ver na hora de trocar a frauda...” “Baixo Hale, isso foi muito baixo da sua parte.” Lucy riu enquanto deitava a cabeça no ombro dele e começava a fazer carinho na cabecinha da filha. "Mamãe e papai amam tanto você. E sempre vamos te amar, não importa as circunstâncias." disse Lucy, trazendo lágrimas aos olhos de Ian.

Eles passaram a tarde assim, abraçados e de cinco em cinco minutos discutindo pra saber de quem era a vez de segurar a Alicia.