Beyond the Appearances escrita por Mavie Paiva


Capítulo 23
Nem tudo é um mar de rosas - MABEL


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoinhas! Desculpem a demora, mas o ENEM tomou todo o meu tempo e agora que ele passou... Vou estar mais presente do que nunca.



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POV Mabel

Terminei de me arrumar, eu estava com uma roupa bem simples. As meninas tinham feito um bom trabalho comigo e eu realmente estava começando a aprender sobre moda. Mais uma olhada no espelho e saí do apartamento.

Falta uma semana para o show dos meninos e os preparativos estão a todo o vapor. Isso é muito cansativo, mas eu adoro. Os ingressos já estão sendo vendidos e a venda está sendo um verdadeiro sucesso. Temos capacidade para 1.000 pessoas e 800 ingressos já foram vendidos.

As coisas com o Daniel estão cada vez melhores, mas mesmo com nossos encontros frequentes e eu estar me permitindo me apaixonar, nós não assumimos nada ainda. E algo que só ajuda o meu romance é o fato de Tony não estar me perturbando. Faz uma semana que ele não entra em contato comigo. Desde o dia da reunião que segundo Thomas foi um desastre. Tony acabou não conseguindo quase ninguém na sua gangue, afinal nenhum deles queria se envolver com drogas.

E graças aos céus o Thomas não entrou nessa história para dar uma de espião, mas mesmo assim ele consegue informações com pessoas que estão lá dentro. Poucas, mas existentes. Ao que parece o Tony formou uma panelinha dentro da gangue e só os membros dela ficam sabendo das maiores informações.

Eu sei que esse sumiço e a formação dessa panelinha são acontecimentos realmente estranhos e que eu deveria me preocupar, mas eu quero aproveitar um pouco esse momento de paz e curtir o meu – quase – namorado e os projetos da banda, claro. E eu nunca tiro o cinto que meu pai me deu, apenas por precaução.

Assim que me lembro do cinto, lembro também dos meus armários – como o Daniel os apelidou – Charles e Taylor. Saí de casa sozinha a dez minutos e até agora não vi nem a sombra deles. O que é realmente estranho, Charles sempre me dá bom dia quando saio do apartamento pela manhã.

Agora eu estou preocupada.

Olho ao redor. Estou no parque e não tem uma alma viva por perto. Uma movimentação na moita atrás de mim me chama a atenção e eu viro na direção do barulho das folhas. Assim que olho para trás vejo a minha assombração se aproximando.

– Abelhinha, que bom ver você! Está mais bonita do que eu me lembro.

– Anthony, que ruim ver você! Está mais desprezível do que eu me lembro.

– Estou vendo que você continua sendo a dona de um péssimo humor.

– Eu apenas trato as pessoas como elas merecem.

– Então, eu não sei o porquê de você ainda não ter me agarrado.

– É mais fácil eu cuspir na sua cara.

– Cuidado com a forma com a qual você me trata. Os seus seguranças não estão aqui para te proteger Abelhinha. – ele falou dando ênfase no não.

– Não preciso deles, eu sei me defender sozinha. – falei e um medo me percorreu a espinha – O que foi que você fez com eles?

– Minha capanga Uchiha os despistou. Ser o chefe de uma gangue tem as suas vantagens querida, você vai ver.

Eu não vou ver nada. Não quero papo com isso. – falei da forma mais firme que eu consegui.

– Você vai embora comigo Mabel, querendo ou não. – o uso do meu nome me pegou desprevenida e eu realmente fiquei com medo quando ele começou a se aproximar de mim.

– Não vou a lugar nenhum com você. – mesmo com medo, não vou me afastar e parecer fraca. Não mesmo.

Tony olhou por cima de mim, para algo as minhas costas. Depois me puxou pela cintura e me beijou. Tive aqueles segundos de falta de reação por causa da surpresa e quando ele tentou aprofundar o beijo, eu mordi a sus língua com força e dei um belo chute nos seus países baixos, com toda a minha força – que não é pouca. Por precaução, apertei o botão do cinto e como o Tony estava muito ocupado de contorcendo de dor, não percebeu o que eu tinha feito.

– Ai que nojo! Que asco! O que diabos deu em você seu imbecil?!

– Eu tentei fazer as coisas da forma boa Abelhinha, mas você não me deu escolha. – ele falou depois que se recuperou do chute.

– Meu nome é Mabel! Para de me chamar de Abelhinha.

– Eu posso te chamar da forma que eu quiser, você é minha. – ele levou dois dedos à boca e assoviou. Três homens maiores que meus armários apareceram e não tinham caras muito amigáveis.

– Fala sério! Você quer me sequestrar? É isso mesmo?!

– Eu já disse que você é minha e já ficou tempo demais longe de mim.

– Já disse que eu não sou, nunca fui e nunca serei sua.

– Peguem ela. – ele ordenou e um dos brutamontes começou a caminhar na minha direção, mas antes que ele conseguisse chegar até mim um tiro na sua coxa direita o fez parar e urrar de dor.

Olhei ao redor e vi um policial se aproximando junto com o Taylor. Tony e os outros dois caras tentaram fugir, mas Charles apareceu na companhia dos outros dois policiais e juntos conseguiram captura-los.

– Me soltem, eu não fiz nada! – Tony gritava para o policial.

– Não fez porque não teve tempo, mas sei que o áudio que nós temos é o suficiente para te acusar de tentativa de sequestro e abuso sexual, sem falar que nossas investigações chegaram à sua gangue e no tráfico de drogas e mercadorias que ela pratica. É, tudo indica que você vai ficar vários e vários anos na cadeia. – Charles falou. Meu Deus do céu, eu adoro esse cara!

Meu pai apareceu correndo desesperado. Ele veio direto na minha direção e me puxou para um abraço quebra ossos que tirou todo o ar dos meus pulmões.

– Você está bem minha pequena? – ele perguntou visivelmente preocupado.

– Estava até você tirar todo o ar dos meus pulmões. – reclamei e ele afrouxou um pouco seus braços ao meu redor.

– Desculpe, mas quando o alarme tocou eu fiquei desesperado com a possibilidade de perder a minha menina.

– Você também recebeu o alerta? E a polícia? E gravava? Você não me falou sobre nada disso mocinho, se explique.

– Eu sabia que se você soubesse de tudo que ia acontecer, não ia querer usar o cinto.

– É, você me conhece muito bem mesmo. Charles e Taylor estão bem mesmo? Aconteceu alguma coisa com eles? Ao menos eles não parecem estar machucados.

– Sim, eles estão bem e não, não aconteceu nada com eles. Mas Anthony foi esperto, colocou uma hacker para invadir seu telefone, ligar para eles e uma tal que Malu Uchiha imitou a sua voz fazendo eles irem para outro lugar.

– Tony falou que essa mulher tinha despistado os dois, mas foi alguns minutos antes de eu acionar o botão. Não está gravado.

– Tudo bem querida, já temos provas disso e ela já está sendo procurada.

– Um problema a menos na minha vida não vai fazer mal.

Meu pai me levou para casa, onde tomei um banho para me acalmar. Quando voltei para a sala vi que ele tinha mandado alguém comprar as minhas besteiras favoritas: batata frita, pipoca caramelada, brownie, sorvete e Coca-Cola. Cara, eu amo muito esse homem!

Ficamos a manhã inteira conversando e comendo besteira, meu pai sempre sabe como me alegrar, sempre foi assim; desde quando eu nasci. Minhas melhores memórias de infância têm a ver com ele, assim como as piores tem a ver com a minha mãe.

Depois do almoço, ele teve que voltar para a gravadora, mas eu estava agradecida por ele ter ficado tanto tempo comigo para que eu não ficasse sozinha. A Jordyn estava em aula e o Dominic tinha saído com o Will na noite de ontem. Eles graças a Deus não fazem coisinhas proibidas para menores aqui e vira e mexe dão essas sumidinhas.

As coisas com o Tony estavam resolvidas e nada dos meninos da banda saberem. Resolvi que eu tenho que contar tudo o que aconteceu para o Daniel. Se eu quero ter algo sério com ele, é necessário que eu seja honesta com ele. Eu contei tudo o que aconteceu ao Thomas e ele concordou em contar, pelo menos ao Daniel.

Fui para o apartamento do Daniel e quando bati na porta, um Thomas desarrumado me recebeu, ele estava com uma cara péssima. Uma gripe forte o pegou de jeito, tadinho!

– Você não perdeu tempo. Tem certeza de que quer contar?

– Absoluta.

– Não sei se ele está em casa, vamos olhar no quarto.

– Tudo bem.

Seguimos pelo corredor até chegar a porta do quarto do Daniel e quando ele abriu a porta, a última coisa que eu esperava estava acontecendo diante dos meus olhos.

– Acho melhor falar com ele outra hora. – Thomas falou ao meu lado.

Daniel parou de se agarrar com a loira deitada em sua cama e olhou para a porta, onde nós estávamos, e ficou nos encarando. Por alguns segundos o meu rosto revelou exatamente o que eu estava sentindo, o rosto de quem assiste enquanto seu coração é esmagado, mas rapidamente me recuperei e exibi uma face fria e imparcial. Eu me recusava a dar esse gostinho a ele.

– Não é preciso dizer mais nada Tom. Desculpe, não queríamos atrapalhar vocês dois.

Eu saí de lá, sem me permitir sofrer na frente deles. Assim que entrei no carro, fiquei cega pelas lágrimas que se formavam em meus olhos. Dirigi rápido e assim que estacionei corri para o meu quarto.

Joguei-me na cama e chorei como nunca antes havia feito; parecia uma idiota, mas nesse momento eu não me importava. Eu nunca tinha sofrido assim, em nenhum término de relacionamento, em nenhum momento. Eu sentia como se tivesse sendo rasgada de dentro para fora. O pior de tudo era o fato de eu ter acreditado que ele realmente gostava de mim, nunca na vida eu tinha me sentido tão estúpida.

Dominic entrou no quarto como um furacão e se deitou ao meu lado, puxando-me para seus braços e me abraçando com força.

– Thomas ligou, ele falou o que aconteceu lá. Sinto muito.

– Como você sabe de nós dois?

– Querida, todos sabem de vocês dois, só vocês não perceberam isso.

– Eu estou me sentindo tão estúpida! – falei com o rosto em seu peito, ainda chorando como um bebezinho.

– Não tem motivo, são apenas os seus sentimentos se manifestando.

– Eu nunca tinha me sentido assim Dom.

– Eu sei queria, eu sei. Mas vai passar, eu prometo.


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Notas finais do capítulo

NÃO ME MATEM!
XOXO



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