What Is Your Sun Like? escrita por ak_yume


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

[Galere, vamos acabar logo com isso: eu odeio escrever últimos capítulos. Mesmo. Revisei esse umas 30 vezes, mas autocrítica me mata, ok.
Sejam legais e deixem reviews, HIHIHIHI
(Pra melhorar, a margem de parágrafo não está funcionando hoje, rerê)]



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      Quanto mais o tempo passava, mais nervoso se sentia um Takuya já arrumado, vestido, sentado em um banco de madeira em frente à piscina principal. Encontrava-se na parte descoberta do hotel, mas àquele horário – nove e meia da noite -, já era possível escutar algum som, uma batida vinda de uma das salas envidraçadas que levavam os hóspedes às piscinas.
Fazia meia hora que estava esperando, e dentro de si, era capaz de escutar uma voz dizendo nada além de “Ele não virá”. Começou a bater os pés, calçados, sobre o chão, em sinal de nervosismo. Não. Por que Kanon deixaria de aparecer? Por que, depois de mostrar tanto interesse – teria aquilo sido mesmo uma amostra de interesse? – à tarde, ele simplesmente sumiria, ou agiria como se nada houvesse acontecido?

 


       Por um momento, teve a impressão de que suas pulsações pararam: talvez, de fato, o baixista só o houvesse beijado para mostrar a intensidade da conexão que tinha com Bou; talvez, a atitude de beijá-lo tivesse servido para nada, além de mostrar o quanto Kanon ainda desejava o ex-integrante.

       Claro. É claro. Como pudera ser tão idiota? À altura em que se encontrava, tinha a certeza de que o frio que sentia na barriga quando estava perto do moreno, as pernas trêmulas, o nó na garganta, não passavam de sinais de que seu mais profundo desejo era ter o outro para si. Mas fora de grande ingenuidade de sua parte acreditar que o sentimento era recíproco. Havia chegado ao ambiente errado, no momento errado – não podia ter aceitado substituir Bou de forma alguma, e... Agora, estava esperando por alguém em vão.
      Sentindo o peito dolorido de forma que jamais havia sentido antes – nem com as atitudes rudes de Kanon, jamais -, o ruivo suspirou e preparou-se para levantar, ir ao quarto, trancar-se lá e só sair ao final do feriado. Apenas pôde, entretanto, completar o primeiro dos atos listados acima.

       Ele estava já de pé quando, de súbito, ouviu um barulho vindo de algum lugar às suas costas. Como que por instinto, virou-se a fim de encontrar a origem do novo som. E encontrou.

                                                     -------


      Kanon estava encostado em uma das já citadas portas de vidro do hotel. Parado, observava o ruivo como quem analisa uma possibilidade ou, o que seria pior, encara uma... presa.


      Imediatamente que o avistou, o menor, que já costumava ter dificuldade para interpretar as atitudes de Kanon, sentiu os joelhos quase vacilarem. Certificou-se de que ainda estava de pé quando o outro, com as mãos nos bolsos da calça jeans preta, resolveu se aproximar. Deu nada a mais que três passos em sua direção, fazendo com que poucos centímetros os afastassem. Para sua profunda graça, o silêncio entre eles não durou muito:
      - Desculpe pelo o que fiz hoje à tarde.


      A resposta foi imediata:
      - Você podia ter arrumado outro jeito de – então, o próprio Takuya se interrompeu; era estranho como sua voz estava afetada, como se realmente antes estivesse prestes a chorar. Xingou-se mentalmente por aquela idiotice, e retomou a frase: - Podia ter arrumado outro jeito de demonstrar o quanto Bou é importante pra você.

      Para a surpresa do menor, Kanon então realizou pela segunda vez o milagre que, até poucos dias atrás, parecia inimaginável: sorriu.
      - Eu não acho que estava tentando te mostrar o quanto Bou foi importante pra mim – pausa. – Quero dizer... – um desvio de olhar. – Eu não acho que o Bou tenha mais alguma coisa com essa história.

      O guitarrista fez um sinal para que o moreno parasse de falar. Procurou entender por si próprio a frase que acabava de ser dita. Não obtendo êxito algum, imaginou que, talvez, o outro estivesse tentando lhe pregar uma peça.
      - O que você está tentando dizer, Kanon-senpai?


      Peça? Aquilo não seria nada típico por parte de Kanon. O sorriso no rosto do maior pareceu alargar-se.
      - O que eu quero dizer... – por fim, uma última pausa. Encarou o pequeno por algum tempo, permitindo que durante este o sorriso se desfizesse: precisava mostrar a ele que, em hipótese alguma, estavam tratando de uma brincadeira. –       É que essa tarde me fez perceber o quanto eu estava cego, Takuya-chan.

 


      Takuya-chan?

 


      Os joelhos de Takuya, de fato, vacilaram. Mas não houve tempo para que ele caísse no chão – no segundo posterior à última frase que ouvira, Kanon tinha já sua cintura entre as mãos, convictas a não soltá-lo.


                                                    ------


      As batidas do lado interno da sala mais próxima aumentavam de forma gradativa. O ruivo queria realmente ser capaz de organizar os últimos pensamentos que lhe haviam invadido a mente, mas simplesmente não conseguia. Simplesmente não seria capaz enquanto o outro continuasse a olhá-lo da forma como estava: o olhar fixo, vagando de um dos olhos do menor para o outro, a expressão séria finalmente, a visível falta de palavras.
      Precisava tomar uma atitude.
      - Você está me dizendo que Bou já não te importa mais – sussurrou para o baixista, não acreditando em seguida na própria audácia ao fazer uma pergunta como aquela, e em tom tão baixo.


      Kanon, por outro lado, pareceu não se incomodar. Optou por não responder verbalmente. Delicadamente, colocou os braços de Takuya sobre os próprios ombros e, se inclinando pra frente, tocou os lábios do pequeno, frágeis, com os seus.

                                                    ------

      A noite não acabou logo, mas não durou tanto quanto o beijo que se deu. No ponto do globo terrestre em que se encontravam, a madrugada parecia se estender mais do que em qualquer outro local. E ainda que o calor e a companhia garantissem que aquela fosse inesquecível, haveria ainda cinco outras – era a primeira noite de um longo feriado.
      Tendo se resolvido, enfim, o último conflito que mantinha o grupo, em parte, separado, restou àquelas cinco pessoas a absoluta certeza de que a paz seria completa durante os dias que se seguiriam.


      A paz, a harmonia, o Sol. E, quem sabe, algo a mais para Kanon e Takuya.


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