Dirty Little Secret: O preço dos segredos escrita por Summer H


Capítulo 2
Cheat


Notas iniciais do capítulo

Pessoal, tenho até o capítulo 5 pronto, então não vou demorar a postar.

Espero que estejam gostando. *-* Comentem, hein? u.u

Boa leitura!



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18h58.

Na casa dos Wentworth, todos os dias o jantar é servido às 19hs. Está noite não será diferente.

Summer sai de seu quarto, passando por um corredor largo com piso de madeira conservado. Ela vê a porta branca do quarto de Daniel. O quarto que era dele.

Era. Não é mais.

A loira desvia os olhos azuis e continua seu caminho para a sala de jantar, descendo as escadas brancas com degraus cobertos por um extenso tapete vermelho e pelo hall de entrada.

Seu pai, Ronald Wentworth, senta-se na ponta. Ela senta-se à sua esquerda, e Emma, à direita.

Também estão presentes no jantar Castiel, Debrah e Damon. O prefeito convidara Castiel a se hospedar em sua casa após o ruivo ter problemas no colégio e seus pais terem que viajar a trabalho, como sempre. A mãe de Debrah, antiga amiga de Ronald, pediu-o que cuidasse dela enquanto ela ficava na casa dos pais, em outro estado, cuidando dos dois idosos. Damon hospedara-se naquela casa por ser mais perto do colégio e, também, para que pudesse ficar de olho em Summer e Emma.

Ronald e Damon falam sobre o centenário de Sweet Amoris. O assunto morre e um silêncio desconfortável se estabelece na sala de jantar. O único barulho que pode ser escutado são os garfos batendo contra os pratos. Até que o sr. Wentworth resolve puxar um assunto ao qual ele deveria deixar enterrado:

— Sabe — ele começa, engolindo a comida —, minha mulher era uma pessoa maravilhosa. Tinha uma solidariedade nata. — suspira, como se cada palavra que saía de sua boca fosse pesada demais e tivesse que ser empurrada para sair — Até adotou uma menina. Ah, como eu queria ter esse dom, o altruísmo. Mas eu mal consigo ver a menina como minha filha.

Ele faz isso para me irritar, pensa Summer, não vou me abalar.

Damon olha para Summer, que olha de volta. Depois, ela revira os olhos, demonstrando não se importar.

Ninguém continua o assunto, e o silêncio incômodo volta. Desta vez, permanece até o fim do jantar, quando todos sobem para seus quartos.

•••

Damon estaciona o carro. Summer, Emma, Debrah e Castiel descem e vão a caminho da sala de aula A. Castiel separa-se delas no meio do caminho, direcionando-se para a quadra. Provavelmente matará aula.

Quando as três atravessam as portas duplas do prédio principal, veem um aglomerado de pessoas em volta da porta da sala de aula B. As pessoas deslizam para o lado, abrindo caminho para a diretora, o professor Faraize e uma aluna de cabelos castanhos, que tem o olhar nos próprios pés.

— Aquela é uma das representantes de turma, não é? — pergunta Emma.

•••

Sr. White sai do carro olhando para o relógio em seu pulso. 8h52. Ainda bem que não chegou atrasado.

De repente, seu corpo se choca com o de alguém — bem pequeno, por sinal —, que cai no chão do estacionamento vazio, assim como os livros da tal pessoa.

— Scar?

Ele estende a mão e puxa-a para cima.

— Não, não. Sou o Papai Noel. — ironiza a garota.

— Notei que você está meio gordinha mesmo — ele sorriu, travesso —, digo, gordinho.

Ela soca seu braço direito.

— Otário! — sorri, e ele faz o mesmo, massageando o local onde fora socado.

O professor ajeita uma mecha rebelde do cabelo ruivo de Scarlett com a mão direita. Ela ruboriza e vira o rosto, deslizando os olhos verde acinzentados pelo estacionamento vazio, a procura de alguém que possa ter visto essa conversa entre amigos, e não entre professor e aluna. Ninguém viu.

— Onde estão Summ e Emma? — muda de assunto, afastando-se um pouco.

— J-já entraram... — responde, envergonhado. Não havia percebido que o espaço entre eles era tão pequeno.

— Bem, eu vou atrás delas, então. — ela abaixa-se e pega seus livros — Até mais tarde, sr. White!

Scarlett começa a correr e desaparece da vista de Damon ao virar na esquina do prédio principal da escola. O professor põe-se a andar também.

•••

— Sim, Emma. Aquela é uma das representantes de turma. — responde Debrah, tentando conter um sorriso — Eu vou descobrir o que aconteceu.

Ela sai andando a caminho de Íris Johnson, a ruiva de olhos azuis que a idolatra.

— Summ, já volto. — diz Emma.

Antes que Summer pudesse dizer qualquer coisa, Emma já estava ao lado de um garoto de cabelos azuis e olhos cor-de-rosa brilhantes. Viu sua irmã apontando para ela com o polegar, depois o garoto de cabelos azuis acenou em sua direção, sorrindo exageradamente. Ela solta um sorriso fraco em troca.

Resolve beber água e ir para sua sala de aula. Não se importa com o que aconteceu e, de qualquer maneira, acabará descobrindo. Assim que se vira em direção ao bebedouro sente uma mão agarrar a sua e começar a andar, puxando-a.

— Seth?!

— Vem comigo.

Quando percebe, está na sala de aula B. No quadro negro, escrito em letras de forma, está um recado:

Abaixo, uma foto da aluna que deixara a sala acompanhada da diretora e do professor. E, de repente, Summer entende por que Seth quis lhe mostrar aquilo e por que tinha um olhar preocupado no rosto.

— Não se preocupe, Seth. — ela sussurra, para que apenas ele ouça — Eu não beijo e saio contando.

A loira deixa a sala, como se estivesse em estado de torpor e o brilho deixa os olhos de Seth. O que ela pensa? Que ele está preocupado com o fato de que esse anônimo poderia expor o relacionamento que ele tiveram?

•••

— Aquela é minha irmã, Summer. — ela sorri e aponta para trás com o polegar.

Seu amigo de cabelos azuis, Alexy, acena e sorri para ela.

— Que fofa! Ela parece mais comum do que eu pensava. — diz sem pensar e logo se arrepende, vendo o olhar de confusão no rostinho angelical de Emma.

— Como assim "mais comum do que eu pensava"? — arqueia uma sobrancelha — Por acaso você pensava que ela era algum tipo de monstro? — indaga.

— N-n-não! É-é que... — o azulado fica embaraçado pelo o que disse, mas vê um sorriso no rosto de Emma e fica confuso.

— Relaxa, Alexy! Só estou brincando... — a platinada desvia o olhar para Armin — E você, Armin? Como você pensava que minha irmã era?

— Ah, sei lá... Para mim, ela parecia uma princesa esperando um encanador corajoso salvá-la. — ele ri e Emma também.

— Do que vocês dois estão falando? — Alexy indaga, parecendo mais confuso do que nunca. Coitado, nunca entende as referências que Armin faz a jogos — Ah, tanto faz! O que importa de verdade é que você voltou a enxergar, menina! — ele diz, sorrindo de orelha a orelha.

Armin a parabeniza por ter voltado a enxergar e, de repente, Alexy se lembra o que queria dizer a Emma.

— Nossa, Emma, você já tá sabendo? — ele não espera por resposta — Aquela representante lá rouba gabaritos e faz cópias para vender! Isso já vem acontecendo desde o segundo semestre do ano passado. — a platinada arregala os olhos, surpresa — Mas, se você quer saber o que eu acho... Eu acho que ela não roubava apenas para vender mas, também, para dar eles para Ambre.

•••

— O nome dela é Charlotte Collins. — diz Blair.

— Mas o que, exatamente, ela fez? — indaga Scarlett, confusa.

— O recado na lousa não foi tudo. A tal pessoa deixou uma carta, dizendo que Charlotte roubava gabaritos das provas e vendia. É claro que sendo representante de turma seria mais fácil pegar os gabaritos. — explica a morena, que parecia até contente ao dizer que Charlotte foi pega — A carta ficou com a diretora.

— Alexy acha que ela também roubava os gabaritos para dá-los a Ambre. — diz Emma.

— Pois Alexy deve estar certo. — diz Summer bebendo um pouco do seu café.

As outras garotas encaram-na como se perguntassem "como você sabe?".

— Pensem... Ambre só é amiga de pessoas que oferecem-na alguma vantagem. Ontem mesmo vocês disseram que aquela tal de Li, a amiga dela, é uma das maiores fofoqueiras da escola, sem falar que é amiga de infância de Debrah, uma das garotas mais populares do colégio. Se tem algo com que Ambre se importa, é popularidade. — explica, passando os olhos azuis por todo o refeitório.

— Ambre não se importa com as notas. — comenta Blair.

— Mas o pai dela, meu "querido" tio, se importa. — acrescenta Summer sem olhá-la.

Blair compreende o que estão dizendo. Talvez, Charlotte tivesse se tornado representante apenas para pegar os gabaritos para Ambre, mas vendo a oportunidade de ganhar dinheiro, não pensou duas vezes antes de começar a vendê-los.

•••

Já passa da meia-noite, mas Summer não consegue dormir. Precisa se certificar de que o livro ainda está lá.

Ela sai de seu quarto sorrateiramente, e desce as escadas. Andando na ponta dos pés, para não fazer barulho, ela entra na biblioteca. Já mais calma, anda em frente as fileiras de estantes até parar em frente a estante quatro. A estante onde ficam ficções e contos de fadas.

Põe o dedo indicador sobre o primeiro livro da estante, um vermelho e fino. Vai passando o dedo pelos livros, contando, até o número trinta e dois. Não precisa realmente contar, memorizara o exato local do livro há muito tempo, mas quer que demore mais para encontrar o local do livro, pois tem medo de não estar lá. Para de contar quando chega num livro grosso de capa marrom e o puxa.

A frase "Era uma Vez" escrita na capa é exatamente a mesma. Suspira, aliviada. Ela abre o livro e vira a página que seria a folha de rosto, que está em branco. Na outra página está escrito "O que você procura não está aqui" com caneta hidrográfica vermelha. Ela vira esta página também. Na próxima está escrita a mesma frase, e na próxima, e na próxima. E em todas.

Seu coração bate mais rápido, quase pulando de seu peito. Não está aqui.


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Notas finais do capítulo

P.S.: Se comentarem, posto mais rápido. u.o

Beijos!



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