[Dia vinte e oito de outubro, sábado. Apartamento do Percy e da Annie.]

{A.N.: antes de tudo gostaria de informar que a duas semanas um apartamento entre o de Percy e Annie ficou vago, ou seja, ficava a mesma distância dos locais de estudo/trabalho deles, então, até eles se mudarem para uma casa permanentemente, era ali que eles iam morar.}

Acordei cedo, ás oito horas e acordei Percy.

– Oi? – uma voz sonolenta respondeu.

– Bom dia, amor. Desculpe te acordar agora, mas é que eu vou no hospital e gostaria de saber se você quer ir comigo ...

– É hoje?

– Uhum.

Ele me olhou sonolento e se sentou.

– Bom, então vamos nos aprontar.

– Tem certeza de que quer ir? Você ficou acordado até que horas ontem fazendo trabalho?

– Isso não importa. Isso – ele colocou a mão em minha pouco formada barriga – é mais importante.

Coloquei minha mão por cima da dele e lhe dei um beijinho.

– Ok. Vou tomar um banho e já volto.

Fui, tomei meu banho e voltei para me trocar. Quando estava pronta, Percy saiu do banheiro já pronto para sairmos. Tomamos rapidamente nosso café e fomos para fora.

Descemos de elevador até a recepção e Percy foi buscar o carro na garagem (subsolo) enquanto eu esperava lá fora.

Ele estacionou na minha frente e, antes que eu pudesse abrir a porta, ele saiu do carro e abriu a porta pra mim.

– Obrigada, Cabeça de Alga.

Entramos no carro e ele foi dirigindo até o consultório da médica em que eu estava me consultando.

– Então, Annie, o que você acha que vai ser?

– Não sei, Percy. Mas se fosse pra eu chutar, acho que vai ser uma menina. E você?

– Eu também acho que vai ser uma menina.

– E, se fosse pra você escolher, o que escolheria?

– Por mim tanto faz. Mas acho que se fosse menino, eu teria menos trabalho.

– Por que menos trabalho?

– Porque a menina seria sua filha e sendo sua filha provavelmente vai ser igual a você.

– E o que tem de errado em ser igual a mim?

– Nada, a não ser o fato de ela ser extremamente linda e os meninos ficarem atrás dela.

– Anw, Percy. Que gracinha. Mas controlador, pare.

Passei a mão por seu cabelo. Entramos no consultório médico e Percy abriu a porta para eu descer. Entramos e Percy foi até a recepcionista. Depois de um tempo, ele veio e se sentou ao meu lado.

– Então?

– Ela disse que tem uma outra mulher lá dentro e que daqui a pouco é a sua vez.

– Tudo bem.

Esperamos por cerca de dez minutos e uma mulher saiu de lá, com uma barriga menor do que a minha ainda.

– Sr. e Sra. Jackson, podem entrar.

Nos levantamos e nos dirigimos a porta.

– Ela nos chamou de Sr. e Sra. Jackson.

– É claro. Caso a senhorita não se lembre, nós nos casamos há algum tempo.

– É claro que eu me lembro, idiota. Mas é que eu não me acostumei com isso ainda.

Ele deu de ombros e abriu a porta da sala da médica.

– Annie, que bom revê-la. E esse deve ser Percy, eu suponho.

– É sim, Ana. Percy, essa é Ana, minha médica.

– Prazer em conhece-la, Ana.

– Bom, vamos nos deitar, Annie?

– Claro.

Me deitei e ela começou a preparar a máquina de ultrassom. Depois de passar o gel em minha barriga, ela veio com aquele aparelhinho e colocou em minha barriga.

– Então, como estamos mamãe? – ela me perguntou.

– Estamos bem, obrigada. Estamos bem calminhos por enquanto.

– E a alimentação, Annie?

– A que a senhora passou.

– Sem nenhuma recaída?

– Isso eu já não posso garantir, porque tem gente lá em casa que adora comer pizza quase todos os dias – olhei para Percy.

– Desculpe, mas pizza é muito bom.

– Está tudo bem, é só não exagerar no sal e no açúcar e sempre procurar comer frutas, ok?

– Ok.

– Annie, olha, estava vendo sua ficha e seu parto vai estar agendado para o dia vinte e cinco de março, ok? Talvez possa mudar, mas vai ser mais ou menos nesse dia.

Ela passou o aparelhinho um pouco mais.

– Então, preparados?

Olhei para Percy e apertei sua mão.

– Uhum.

– Bom, vocês dois vão ser pais de ... uma menina.

A única coisa que vi antes de meus olhos se enxerem de lágrimas, foram os olhos de Percy se enchendo de lágrimas.