Um pedido, um tempo e um casamento escrita por Alexandra Watson


Capítulo 6
Ai meus deuses, é hoje!


Notas iniciais do capítulo

Se um dia eu for presidente, declaro que sejam eternas as madrugadas.
Madrugadas hoje, madrugadas amanhã, madrugadas pra sempre.
*Divirtam-se*



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[Dia vinte e três de setembro. Acampamento Meio Sangue.]

Acordei com o barulho de alguém batendo loucamente na porta. Percy acordou também e nós nos entreolhamos.

– Annabeth Chase! É bom que você saia daí em dois minutos ou eu entro ai pra te buscar. E eu juro pra você que não vai ser nada agradável.

– Tá bom, Piper. Me dá dez minutos pelo menos?

– Sete minutos e meio. Estamos te esperando no chalé de Thalia.

– Tá bom. Adeus Piper.

Silêncio. Olhei para Percy.

– Pode voltar a dormir, ok? Você não precisa passar por todo um processo de embelezamento como eu.

– Mas você não precisa disso, Sabidinha. Você está linda assim. Poderíamos por a roupa e nos casar já.

Ri dele e me levantei. Fui até o banheiro e tomei um banho. Saindo de lá, o Cabeça de Alga estava dormindo já. Andei até ele e lhe dei um beijo na cabeça, o qual ele reagiu com um resmungo e virou de lado.

Sai de lá e fui em direção ao chalé de Thalia. O local onde iria ser o casamento não era onde os chalés estavam, então não puder ver como a decoração ia. Piper me proibiu de ver como ficaria a decoração, mesmo sendo, tipo assim, o meu casamento.

Bati na porta e uma Piper com uma cara emburrada abriu-a para mim.

– Fazer caretas dá pé de galinha, sabia? Ainda mais assim – eu disse. Ela pareceu não se importar.

– Não estou para gracinhas, Annabeth. Em primeiro lugar, a senhorita devia estar no seu chalé ou ter pelo menos me avisado dessa mudança. Isso nos fez perder uns bons dez minutos, sabia?

– Piper, relaxa. Podemos começar?

– Entra.

Entrei e a primeira coisa que recebi foi uma sessão de massagem. As meninas também estavam fazendo massagens e, depois de uns dez minutos, Piper parou de dizer como estávamos atrasadas e começou a relaxar.

Ás nove horas, Piper começou a arrumar meu cabelo e Hazel começou a fazer minha maquiagem. Ás nove e meia as meninas já estavam prontas e eu fiquei sozinha com Thalia no chalé, porque ela ia prender meu cabelo.

– Então, Annie, como você e o bebê estão?

– Estamos ótimos, eu acho.

– Já sabe o que vai ser?

– Só no mês que vem.

Ela ficou em silêncio e terminou de arrumar meu cabelo. Ela prendeu meu cabelo em um coque com uma trança, não sei. Ela era boa naquilo. Ela deixou alguns fios soltos e os enrolou. Meu vestido que minha mãe havia me dado coube em mim e se assentou perfeitamente em meu corpo.

Quando estava completamente pronta, alguém bateu na porta.

– Quem é? – Thalia perguntou, arrumando o próprio cabelo.

– Sou eu, Frederick. Quíron me disse que Annie estaria aqui.

– Pode entrar, tio Fred.

Meu pai colocou a cabeça pra dentro do chalé. Ele entrou e sorriu para nós duas.

– Olá Thalia. Olá Annie. Vocês duas estão lindas.

– Obrigada – dissemos juntas.

– Bom, eu já vou indo pra me posicionar, Annie. Até daqui a pouco. Respira, ok?

– Vou me esforçar.

Ela saiu e só ficamos eu e meu pai no chalé. Ele veio até mim e me abraçou. Não chore, Annie. Não chore ou a maquiagem vai borrar.

– Eu estou orgulhoso de você, filha. Sabe disso, não?

– Sei sim, pai. Obrigada.

– Vamos? – ele me deu o braço.

– Vamos.

Nós saímos lá fora e fomos andando até o lugar da cerimônia. Antes que pudéssemos chegar ao local da cerimônia, Piper veio em nossa direção repassar o “script”.

Percy entraria primeiro com tia Sally. Depois entrariam nossos padrinhos e madrinhas e depois nossos pais divinos, juntos. Não haveria um outro jeito de eles entrarem, então tiveram que entrar juntos. Poseidon não reclamou, é claro, mas minha mãe se fez de relutante, mas acabou cedendo no final. Depois nós, eu e meu pai entraríamos, seguindo Bianca e Silena. Luke estraria com as alianças. Piper nos fez esperar até que Athena e Poseidon tivessem entrado para que fossemos.

Eles entraram e era nossa vez.

Fomos andando no meio dos convidados e, surpreendentemente, não estava me sentindo desconfortável com isso. Estava normal porque estava entre amigos e familiares.

Chegando lá na frente, meu pai me entregou a Percy e nós fomos para o altar, onde Quíron nos esperava. A cerimônia correu bem e no final, por incrível que pareça, Hera deu uma benção para nós (deusa do casamento e tals). Eu sei que ela não jogou uma praga em nós porque minha mãe, Poseidon, Quíron e outros deuses não fizeram nenhuma menção em ter que nos proteger ou coisa assim.

– Então, Annabeth Chase, filha de Athena, você aceita Perseu Jackson, filho de Poseidon como seu esposo?

– Aceito.

– E você Perseu Jackson, filho de Poseidon, aceita Annabeth Chase como sua esposa?

Ele sorriu pra mim.

– Aceito.

– Então pelo poder que os deuses me concederam, eu os declaro marido e mulher. Agora você pode beijar a noiva, Percy.

Ficamos de frente um pro outro.

– Minha mãe está olhando, cuidado.

– Você é minha esposa agora, Sabidinha – ele colocou as mãos no meu rosto e eu as segurei. – Ela não pode fazer nada, certo?

Sorri e me aproximei dele, beijando-o. Fomos aplaudidos e nos separamos.

Acabou a cerimônia e começaram os discursos.

Quíron se ofereceu para discursar primeiro e eu não consegui segurar o choro. Ele começou desde quando eu chegara no acampamento e tudo. Depois vieram meu pai e tia Sally. O discurso de Poseidon foi, como dizer, constrangedor? Ele não precisava ficar, tipo, falando sobre flagras nossos e coisas do tipo. Minha mãe foi mais fofa e destacou nossos pontos positivos (até de Percy) e tudo. Então, depois de vários discursos importantes (entre eles Piper, Hazel, Leo, Rachel, Grover e Apollo, que declarou um haicai para nós) chegou o, senão mais aguardado, o mais emocionante discurso: Thalia.

– Bom, eu conheci a Annie ainda muito nova e tenho certeza que no começo ela não ia muito com a minha cara – ela olhou pra mim e sorriu. – Ela era muito pequena e eu a ataquei pensado ser um monstro. Enfim, passado isso, nós começamos a nos dar muito bem. “Alguém” que nos acompanhava ajudou nisso. Então eu morri, tecnicamente e somente vários anos depois foi que voltei e a encontrei com essa praga de filho de Poseidon – ela falava isso e ria para Percy, que só retribuía. – Nós fomos numa aventura juntos para salva-la e eu conheci melhor o Percy e conclui que eu estava errada em relação a ele. Ele não era uma praga de filho de Poseidon. Ele era, é, pior do que isso – todos riram, até Percy e eu, que estava com os olhos marejados. – Mas então, quando nós finalmente encontramos ela e ele se dispôs a segurar o céu por ela, eu percebi que poderia ter me enganado – ela estava chorando agora. – Então ele, mesmo com medo e tudo, se dispôs a ir com ela labirinto abaixo para que ela não fosse sozinha e se perdesse. Ele se dispôs a ficar para trás e dar cobertura a ela, mesmo sabendo do risco de um vulcão entrar em erupção no lugar onde eles estavam, ele recusou a imortalidade por ela. Ele fez outras muitas coisas por ela, incluindo se lembrar do nome dela mesmo com uma certa deusa – sim, ela olhou para Hera, encarando-a – fazendo um feitiço que o faria esquecer tudo. E a maior prova de amor que eu já vi foi a de ele ter escolhido cair no Tártaro e se arriscar a morrer com ela do que deixar que ela fosse sozinha – nessa hora ela já não conseguia mais falar. Nem eu conseguiria se quisesse. Ela começou a falar muito rápido então. – O que eu quero dizer é que ... eu amo muito vocês e espero que tenham tudo de bom, porque vocês merecem depois de tudo o que passaram. Vocês, mais do que ninguém, merecem ser felizes e ter um pouco de paz.

Ela saiu do palco e veio até nós. Escutei palmas enquanto abraçava Thalia por uns bons vinte segundos. Depois ela abraçou Percy por esse tempo mais ou menos e foi se juntar a Nico, que acenou para nós.

Uma música lenta começou a tocar e Piper fez o aceno de “hey, essa é a música que vocês tem que dançar”. Percy entendeu o sinal e me chamou pra dançar. Fomos para o centro da pista, onde a pequena multidão ali presente deixou um espaço para nós dançarmos.

– Então, como se sente, Sra. Jackson?

– Me sinto ótima, Sr. Jackson. E você?

– Idem.

– Idem? Deuses, Percy. Você anda passando muito tempo comigo, sabia?

Ele riu.

– Sei sim, Sabidinha. Você é uma boa influência pra mim, sabia?

– Sabia sim. Se não soubesse, acha que eu faria você estudar até tarde nos seus dias de prova?

– Mas isso foi só no começo – ele fez um bico.

– Eu sei, Percy. Mas por causa disso, agora você estuda até tarde sozinho e tira as melhores notas da turma. Se não fosse por isso e talvez a sua capacidade secreta de poder entender os animais, você poderia não ter recebido aquela proposta.

– É, você está certa. Como sempre.

Sorrimos um pro outro e a música acabou. Começou a tocar uma outra lenta e Percy chamou sua mãe, enquanto eu chamei meu pai para dançar. Haviam mais pessoas na pista agora e percebi que minha mãe e Poseidon estavam lá no meio. Dançando. Juntos.

Meus olhos se arregalaram e eu me virei para contar para Percy. Ele olhou na direção em que apontei e sorriu. Ele sabia que seu pai gostava muito de Athena e também tinha esperança de que um dia eles se acertassem.

Depois de dançar com nossos pais, Percy e eu fomos nos sentar um pouco. Eu digo que foi um pouco mesmo porque, logo depois de sentarmos, nossos pais divinos vieram nos convidar para dançar. Na minha opinião, não havia nenhum problema com isso, mas Percy pareceu com medo de dançar com minha mãe. Fomos para a pista e vi que não era só Percy que estava surpreso com o convite de minha mãe. A maioria olhava e se demorava alguns bons segundos neles dois. Apenas ignorei isso e me foquei em dançar com Poseidon. Ele, ao contrário do que pensei, dançava até que bem. Ao final da dança fomos até Percy e minha mãe.

Minha mãe elogiou meu vestido e foi conversar com Ártemis e Afrodite. Poseidon foi para o lado de Apollo e eu e Percy voltamos a nos sentar, determinados a não sair dali por um tempo.

– Então, como foi dançar com minha mãe?

– Eu estou aqui, vivo, então acho que não foi assim tão ruim.

Sorri e cheguei mais perto dele.

– E sobre o que vocês estavam conversando?

– Ela estava me contando como estava feliz por nós dois.

– Só isso?

– Ela fez uma pequena ameaça também, se quer saber.

– Eu sabia que tinha feito – me lembrei de uma coisa. – Percy, pra onde nós vamos daqui?

– Surpresa, Sabidinha.

– Percy ...

– Vamos, Annie. Pelo menos uma vez na vida me deixe fazer uma surpresa pra você.

– Tá bom. Só me diga como nós vamos chegar em sei lá onde.

– Isso é uma surpresa também.

– Perseu Jackson, para com isso.

– Me desculpe, Annabeth Chase Jackson, mas você vai ter que esperar.

– Por favor, Percy – disse em seu ouvido.

Ele, por um tempo, pareceu pensar em me contar tudo, mas alguma coisa dentro dele, alguma coisa que dizia “hey, preste atenção. Eu sei que você quer contar a ela, mas é um truque. Ela está tentando te seduzir e enganar para que você conte a ela. Fique quieto.” Ele, infelizmente, escutou essa vozinha interior e não me contou.

Cruzei os braços e fingi ficar com raiva, mas ele fez cócegas e eu comecei a rir.

Então a tarde foi chegando e assim o fim da festa. Então era a hora de jogar o buquê.

Me posicionei bem na frente de todas as meninas ali presentes (o que eram quase todas, menos as deusas ali presentes, Thalia e Clarisse, que já eram casadas, e algumas outras semideusas que também já haviam casado).

– 1 ... – comecei a contar. – 2, 3! – joguei o buquê.

Quando olhei para trás, Calipso estava com o buquê na mão, olhando e sorrindo para Leo, que retribuía. Fui até ela e a cumprimentei e a Leo. Percy veio e fez o mesmo.

Não, Calipso não tinha ressentimentos de mim nem de Percy. Quando ela finalmente saiu de Ogígia, com uma ajudinha de Leo, e Percy e eu a vimos, fomos até ela para, sei lá, no momento, pedir desculpas. Mas ela sorriu para nós e nos disse que entendia e que, depois de pensar muito, percebeu como era um pensamento egoísta o seu, por querer que os heróis que ali passavam ficassem e deixassem que o mundo desmoronasse.

Quando íamos voltar para a mesa, Percy parou no meio da multidão.

– Hey, todo mundo – todos olharam pra ele e pra mim. – Eu gostaria de agradecer a todos que estão aqui por nos darem apoio neste dia tão importante. Em meu nome e no de minha esposa, obrigado.

Todos bateram palmas até que Clarisse veio até o meio da multidão. Isso não estava cheirando bem.

– Bom, eu acho que o casalzinho aqui precisa se refrescar. Pro lago com eles!

Ah não. De novo não.

Um grupo de semideuses formado por: Jason, Leo, Frank, Chris e todos os outros homens semideuses convidados, vieram e nos ergueram, como da outra vez. Olhei para Percy e ele estava rindo e corando, igual a mim. Isso era meio que uma reprise da outra vez. Mas, quando estávamos chegando perto do lago, percebi que tinha alguma coisa, um barco parado ao longe.

Antes de chegarmos na água, eles nos colocaram na areia. Fomos nos despedindo de todos e, quando acabamos, Percy pegou minha mão e foi em direção a água.

– Percy, nós vamos por baixo da água?

– Não. Melhor.

Ele fez uma pequena onda e subiu em cima.

– Tem certeza?

– Confie em mim.

Subi na onda e ela começou a se movimentar. Me agarrei a Percy, com medo de cair. Ele riu e me segurou também. Quando chegamos perto do navio (acho que pelo tamanho seria considerado uma lancha, mas não sei diferenciar essas coisas. Resumindo: era grande o suficiente para nós dois e parecia ser maior ainda por dentro) pude ver seu nome. Olhei, levantando uma sobrancelha para Percy.

– S.S. Jackson? Sério, Percy?

– Que foi? Não fui eu, isso é presente dos nossos pais divinos.

– O navio?

– A viajem. Eu estava planejando isso desde que eu te pedi em casamento e, certo dia, eles apareceram no meu apartamento e me deram essa proposta porque não tinham ideia do que nos dar de presente. Eu aceitei.

– E o que seria essa proposta?

– Uma dica: Parthenon.

Meus olhos se arregalaram.

– Isso quer dizer ...

– Que nós vamos passar uma semana na Grécia. Agradeça aos nossos pais.

– Ai meus deuses, Percy!

Segurei a camisa dele e lhe dei um beijo. Ele me pegou no colo e fez a onda subir mais, até conseguir subir em cima do barco. Ele me levou pra dentro e nós estávamos dentro de uma cozinha/sala de jantar. No canto tinha uma porta, que presumi ser o banheiro.

Ele desceu uma escada, que levava ao interior mais bonito de um navio que eu já tinha visto. Era um único cômodo lá embaixo. Era um quarto enorme, com uma cama enorme, guarda-roupa, sofá, TV, tudo.

Ele me colocou sentada na cama e se levantou.

– Eu só preciso colocar as coordenadas no barco, ok? Espere por mim.

– Não se preocupe, estarei aqui.

Ele subiu as escadas e eu me levantei. Fui dar uma volta pelo quarto e vi que lá também tinha uma porta para um banheiro. Entrei e fui lavar meu rosto. O pouco de maquiagem que ainda tinha no meu rosto, saiu. Tinha uma banheira ali e ela parecia ter tipo, todos os tipos de sabonetes, aromatizantes e óleos do mundo. Percy provavelmente ia demorar um pouco pra arrumar as coordenadas, então coloquei a banheira pra encher. Deixei meu cabelo preso para não molhar e entrei na banheira. Peguei um dos frascos que estavam ali e li o rótulo. Bolhas. Ok, né. Joguei na água e mexi um pouco e em poucos segundos a banheira estava cheia de bolhas.

Escutei passos na escada.

– Annie? Você disse que não ia sair daqui, lembra? Onde você está?

– Aqui no banheiro, Percy.

A porta se abriu e um Perseu só com a parte de baixo do terno apareceu.

– Hey, o que você tá fazendo?

– O que parece que eu tô fazendo, Cabeça de Alga? Vem cá.

Ele veio e se sentou na beirada da banheira.

– Tá com fome?

– Tô. Que horas são agora?

– Seis e meia, Sabidinha. O que você quer comer?

– Percy, você sabe cozinhar por acaso?

– Você me ofende desse jeito, sabia?

Encarei-o.

– Ok, o navio tem uma cozinha mágica que pode cozinhar o que nós quisermos. Gentileza dos deuses.

Sorri pra ele e cheguei mais perto dele.

– Nesse caso, eu gostaria de pedir a sugestão do chefe, por favor.

– Como quiser, senhora Jackson. O jantar fica pronto em dez minutos. Considere-se convidada a aparecer em nossa cozinha, milady.

– Não poderia recusar tal convite, senhor Jackson. Me considere presente em seu jantar.

Ele me deu um beijo.

– Te espero lá em cima.

– Não vai querer se juntar a mim? – perguntei fazendo uma cara de cachorrinho.

– Eu preciso fazer o jantar, amor. Mais tarde eu me junto a você.

Ele me deu outro beijo e eu retribui. Ele se levantou e saiu do banheiro.

– É sério, dez minutos.

– Ok, Percy. Vou estar lá.

– Só pra constar, amanhã de manhã estaremos desembarcando na sua tão adorada Grécia.

Ele saiu e fechou a porta. Fiquei na banheira, pelo que pensei, mais cinco minutos. Sai e fui em direção a minha mala. Peguei um vestido, que eu não havia posto ali, e o vesti. Provavelmente era uma ideia de Piper e Hazel. Ele era azul (obviamente, já que era a cor favorita de Percy) e era super curto e super decotado. Eu poderia colocar um dos meus vestidos, que eram mais decentes do que aqueles, mas acho que aquela seria a única ocasião em que o usaria, já que amanhã estaríamos na Grécia e eu não iria usar aquele vestido na rua.

Coloquei-o e, como eu esperava, ele estava um tanto quanto curto e decotado, mas tudo bem, Annabeth. É só você e Percy e você não precisa ter vergonha dele. Annabeth, você está grávida dele então pense, ele já te viu com menos do que isso. Soltei o cabelo, coloquei um sapato e comecei a subir as escadas.

Chegando lá em cima, as luzes do navio, pelo menos as de dentro, estavam apagadas e Percy havia acendido várias velas pela cozinha. Terminei de subir as escadas, mas não estava vendo Percy em nenhum lugar da cozinha.

– Percy?

Andei até o lado de fora e fui até a murada. Chegando lá, olhei para baixo.

– Percy?

Então uma onda gigante subiu e eu recuei. Procurei por minha adaga mas, vejam só, esse vestido não me permitia usar minha adaga e eu, na minha inocência, achava que estaria segura pelo menos hoje. Mas então, diferentemente do que eu pensava, o que saiu da água não foi um monstro, mas sim Percy.

– Hey, Sabidinha. Pronta para a noite mais romântica de sua vida?

– Claro. Mas por que você não desce daí, se seca e ai nós podemos começar essa noite romântica.

Ele pulou de cima do paredão e caiu na minha frente, totalmente seco. Benefícios em ser filho de Poseidon.

– Uau. Onde você arranjou esse vestido?

– Não sei. Apareceu na minha mala.

– Piper e Hazel?

– Exatamente.

– Bom, me lembre de agradecer a elas quando desembarcarmos em Nova Iorque.

– Engraçadinho.

Entramos na cozinha do barco e eu tive a noite mais romântica da minha vida. Sem exagerar, porque Percy não era um poço de romantismo normalmente. E ele também não tinha muita criatividade para surpresas. Na maioria das vezes, ou ele mesmo me contava, ou dava pistas tão óbvias que eu descobria sozinha. A última coisa que gostaria de mencionar é que, antes que pudéssemos dormir, sentimos um solavanco meio forte no barco. Nos sentamos e olhamos um pro outro. Ele se levantou, colocou a cueca e foi lá pra fora. Me levantei, peguei um roupão que tinha no banheiro e que eu havia jogado por cima do sofá ao me trocar, coloquei e o segui. Quando cheguei lá fora, Percy estava na murada. Fui até ele.

– O que foi isso?

– Não sei. Não consigo sentir nada no mar.

– Mas você é filho do mar, Percy. Se você não consegue sentir nada ...

– Eu sei. Isso é muito estranho porque ...

Ele parou no meio da frase porque uma serpente gigante pulou da água a alguns metros do nosso barco.

– Di Immortales ... – eu disse involuntariamente.

– Acho melhor nos voltarmos pra dentro e irmos dormir, Annie. O que acha?

– Acho essa ideia ótima, amor. Vamos?

Peguei sua mão e nos dirigimos ao quarto.

– Onde você conseguiu esse roupão?

– No banheiro. Tem um lá pra você também.

– Bom saber. Acho que a benção de nossos pais funcionou, afinal.

– É. Parece que teremos paz nessa viajem então, Cabeça de Alga.

– Sorte nossa.

Voltamos a nos deitar e, finalmente, dormimos.


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Notas finais do capítulo

Gostaram cupcakes?? Adoro chamar vocês assim (só mostra o quanto sou gorda).
Até breve.
Beijinhos.
— A