Trying to Survive escrita por Jesse
Coloquei Sherry no canto da parede e dei um beijo em sua testa.
– Vai ficar tudo bem - sussurrei - Fique quietinha aqui no cantinho.
Me virei e o garoto estava escondido atrás de algumas caixas gemendo, quando ele percebeu que eu estava lhe olhando, logo fez um sinal de "vem" com a mão.
Me sentei do lado dele e vi por cima das caixas a minha única esperança nos olhando pela porta: Sam, o cachorro, saí da barricada de caixas e me aproximei dele.
– Sam... - chamei - Seu cachorrinho lindo!
– O que você está fazendo? - o garoto perguntou.
– Sam, você está vendo aquele machado ali? - apontei para o machado - Pegue ele, pegue!
Ele deu um pulo e correu na direção do machado, quase dei um grito de felicidade, mas ele parou na frente dele e pegou um doce que estava jogado no chão.
Xinguei em voz baixa.
– Deixe isso comigo. - o garoto disse atrás de mim.
Assenti com a cabeça e corri até Sherry.
– Foi mal, Sherry. - falei enquanto passava as mãos em seus fios de cabelos.
– Está tudo bem - ela sorriu - Aquele garoto é irresistível mesmo.
Antes que eu pudesse protestar, Sherry fez uma careta. Me virei rapidamente e o garoto estava fazendo carinho na cabeça de Sam, que estava com um machado na boca.
Corri até o garoto e tasquei um beijo em sua bochecha. Tentei disfarçar o vermelho em meu rosto com a mão.
– Obrigado, seja lá qual o seu nome é - agradeci - Agora vamos sair desse maldito lugar.
Ele abriu um sorriso com o rosto corado, mas depois fez uma expressão de surpresa (ainda corado).
– Por aqui! - Sherry gritou - Uma saída!
Me virei e Sherry estava empurrando caixas desesperadamente de um canto, então depois de duas caixas, um buraco estava à mostra na parede, do outro lado, estava nevando, o garoto segurou minha mão e me puxou até o buraco, Sherry entrou, depois foi ele, e depois eu.
Saímos do lado de fora, claro.
– Que frio. - o garoto resmungou.
– Pois é! - Sherry concordou - Eu não deveria ter escolhido o estilo de vida gótico.
Fiz uma careta.
– Então, qual é o nome de vocês? - o garoto perguntou.
– Eu sou Sherry - Sherry respondeu imediatamente - E essa é a sua namorada de rosto vermelho, Holly.
Percebi que eu ainda estava vermelha, e provavelmente acabei ficando ainda mais.
– Bom, eu sou Blaine - ele se apresentou - Desculpe por estragar a loja de vocês.
– Como se fosse nossa. - brinquei - Estávamos lá nos escondendo.
– Bom, eu vou ir embora agora - ele disse - Obrigado pela ajuda.
– Não vá, por favor - disse Sherry - Eu quero ser a madrinha do casamento.
Eu provavelmente estava parecendo uma pimenta.
– Não vá - ignorei Sherry - Quanto mais gente, melhor.
– Desculpa, mas não posso ficar.
– Por favor - insisti.
– Por favor - Sherry repetiu com olhinhos de cachorro.
– Tudo bem! - ele gritou.
– Os mortos-vivos estão chegando - percebi - É melhor irmos.
Corremos para longe dos zumbis que estavam invadindo a rua, mas Sherry de repente caiu no chão.
– Sherry! - gritei parando imediatamente, Blaine fez o mesmo.
Me agachei para saber o que tinha acontecido, Sherry estava se queixando de dores na perna.
– A maldita porta - me lembrei - Deve ter alguma farmácia aqui perto.
– Tem. - disse Blaine - É aqui pertinho.
– Ótimo - falei pegando Sherry.
– Deixa que eu levo ela - Blaine me interrompeu.
– Eu sou pesada - Sherry avisou.
– Está tudo bem. - ele disse sorrindo, e a pegou.
Ele disse que era apenas lhe seguir, para chegar até a farmácia, fiz o que ele disse e chegamos depois de alguns minutos.
A farmácia estava até em bom estado para um apocalipse zumbi, apesar dos remédios jogados na calçada, o sangue em todo lugar e os mortos-vivos cercando o lugar.
– Você ainda tem aquele pistola? - perguntei.
– Eu tenho... - ele disse - Mas não sei usar-la, você sabe?
– Não. - falei a verdade - Mas vou aprender.
Ele assentiu com a cabeça e colocou Sherry no chão, depois tirou uma pistola de não sei onde e me entregou.
Foi bem fácil de usar a pistola, na verdade. Fiz o que sempre os jogos de apocalipse zumbi mostravam, mas ainda é meio estranho...
Derrubei os três mortos-vivos que cercavam a loja e entrei nela com a pistola ainda armada.
– Eu acho que não tem ninguém aqui - falei examinando o lugar.
Deixei a pistola no balcão da farmácia e fui procurar os remédios, não achei nada para pernas... ou algo assim, talvez Blaine saiba algo sobre medicamentos.
Me virei para chamar-lo, mas fui surpreendida por uma mulher pegando a minha pistola em silêncio.
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