Na cabeça de Maddie tudo girava. Os fatos giravam. Um portal, um tombo, uma floresta... O portal causava esse efeito. Eu acho.

– O portal causava que efeito? – Maddie perguntou.

– O que? – O Sr. Hatter perguntou, olhando com cara de confuso.

– Não sei, ouvi uma voz dizer que o portal causava um efeito...

– Ah! Eu também ouvi! É o narrador! – Explicou o Chapeleiro.

– Oh, por que estamos em uma floresta? – Perguntou Maddie.

– Porque o portal nos trouxe para cá. É aqui que vamos morar! – Disse o Chapeleiro, olhando em volta. Não parecia gostar do que via.

– E não gostei mesmo. – Por quê?

– Porquê não tem a magia da terra de Ever After e nem se parece com o País das Maravilhas. Chega a ser... normal. – Disse o Sr. Hatter, um pouco assustado. – Bom, filha, vista isso. - O Sr. Hatter deu à Maddie uma camiseta com uma xícara de chá na estampa, um jeans e um par de sneakers.

– Por que tenho que vestir isso? – Questionou Madeline.

– Porque, por algum raio de razão, é isso o que vestem aqui... – O Sr. Hatter disse, desanimado, olhando para sua roupa colorida, com tristeza em ter que tirá-la.

– Hum... É sem graça... – Disse Maddie.

– É. Como tudo aqui! – Disse o Sr. Hatter.

– Daria tudo para voltar à loucura colorida do País das Maravilhas! – Disse Maddie com melancolia.

– Eu também, filha... Eu também...

– Ou pelo menos voltar para Ever After.

– Mas não podemos, ou estaremos correndo perigo. – O Sr. Hatter disse tirando uma xícara de chá da cartola. – E você terá que ir à escola. – Lembrou ele.

– O quê?! Mas, espera aí, lá eu vou aprender a seguir o meu destino, né?! – Disse Maddie preocupada.

– Hum... Eu não sei. – Disse o Sr. Hatter calmamente.

– Como assim “ eu não sei ”?! Por que tenho que ir?

– Porque o porquinho da Índia não pode se esconder do esquilo que sabe ler. – Disse o Sr. Hatter em charadês.

– Eu não vou obter conhecimento nenhum!! Olha o que eles vestem!!

– Você tem que ir, filha. É para o seu currículo! E é uma ocupação. Eu vou trabalhar em uma loja de chapéus!! – Disse o Chapeleiro animado.

– Ah! Ótimo! Eu vou para uma escola desse mundo e você faz chapéus! – Disse Maddie indo se vestir.

– Então, em que escola eu e a Earl Grey vamos estudar? – Disse Maddie.

– Hum... Eu não sei... Acho que em um chamado Monster High. – Quis dizer Merston High?

– Sim!! Merston High!! – De nada.

– Merston?

– É!!

– Em nome da Rainha de Copas, o que eu faço? – Dizia Maddie se imaginando em uma escola completamente normal.

– Raven, como eu queria que você, a Cedar e a Cerise estivessem aqui... Que dia eu terei que ir para o “ Merston High” ?

– Amanhã. – O Chapeleiro disse calmamente. – Espera aí. Tenho que fazer sua matrícula!!! – Ele se lembrou e saiu correndo pela floresta até achar a cidade. E Maddie ia atrás dele enquanto conversava com Earl Grey:

– Acha que vão gostar de mim nesse tal de Monster High?

– “ SquicSquic ”

– Merston High, que seja. Será que lá tem chá?

– “ SquicSquicSquic ”

– É verdade, que pergunta!! É claro que lá tem chá!! Mas, a Alice não morava na Ingladerra?

– “ SquicSquic ”

– Inglaterra.

– “ Squic ”

– E onde estamos?

– “ SquicSquicSquicSquic ”

– Salem, Oregon?

– “ Squic ”

– Espera aí, o que? Pensei que estivéssemos na Inglaterra ou coisa assim!

– “ SquicSquicSquic ”

– Ah... Entendi. É parecido.

– Chegamos! – Disse o Chapeleiro maluco, entusiasmado, colocando um cubo de açúcar em seu chá.