Passado Obscuro escrita por LeitoraApaixonada


Capítulo 48
Capítulo 47 - Minha Culpa


Notas iniciais do capítulo

Heeeeey Cupcaaakes!! Como vãããão??

Viram! Eu disse que não abandonaria vocês! Estou super feliz com todos os comentários de incentivo, mesmo eu tendo "abandonado" a fic por um tempo vocês continuam a me apoiar! Obrigada, a TODAS!!

Musica do CAP: Maroon 5 - Animals
Beijoooocas!!



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A polícia chegou logo depois. As sirenes me fizeram lembrar da morte de minha mãe, o que não me ajudou muito a permanecer calma. Ginna teve que voltar para o hospital, a fim de fazer alguns exames para ver se o “susto” afetou de alguma forma o bebe. Sara a acompanhou, com a cara mais preocupada que eu já vi.

Andrew, Ian e meu pai eram os mais calmos da casa. Meu pai, com seu ar sério, conduziu os policias para dentro da casa. Mas, no momento que eles passaram pela porta de entrada, pude ver seus olhos marejarem e exilarem preocupação e medo, também lembrando daquela noite tão sombria em nossas vidas.

No final, quem respondia todas as perguntas dos policiais era Ian. Ele quem explicou como aconteceu e também o por que. Agradeci mentalmente ele por isso.

Eu não estava aguentando ficar naquela casa. Com aquelas pessoas de farda passando por mim, e me olhando com a mesma dó do que há 11 anos atrás. Não, eu não conseguia passar por isso de novo.

– Com licença. – murmurei com a voz fraca saindo do quarto de Ginna. A maior margem de policias se encontrava dentro da casa, então resolvi sair para tomar um ar no quintal. Senti alguém me seguindo, mas não liguei muito.

Fui direto para um banco, que ficava um pouco mais afastado da casa. Ele era de madeira, aqueles típicos bancos de praça. Mas ele estava esquecido no meio do quintal, parecendo mais velho do que poderia ser.

Sentei-me com as pernas junto ao peito, no canto direito. Apoiei minha cabeça em meus joelhos e fechei os olhos com força. Não quero chorar, não quero chorar.

Após alguns segundos, senti uma presença ao meu lado. Então, um peso no banco. Não olhei para o lado. Tive certeza de quem era quando a pessoa passou os braços em volta de meus ombros e fez minha cabeça apoiar em seu peito.

O silencio prevaleceu durante um bom tempo. Nenhuma palavra foi trocada, ninguém emitiu um único suspiro. Andrew sabia que eu não queria falar.

Mas, assim que eu tomei coragem, comecei com a voz fraca.

– Faz onze anos. Foi... Foi tão de repente. – um soluço involuntário sai de minha boca. Ainda sem coragem de olha-lo nos olhos, permaneci com a cabeça em seu peito. – Era uma noite como qualquer outra. Meu pai e eu havíamos feito o jantar para ela, um macarrão ao molho branco que estava horrível! – Soltei um riso pelo nariz. Lembro-me até do cheiro. – Mas, mesmo assim, ela disse que estava ótimo.

Andrew juntou sua outra mão na minha e entrelaçou seus dedos nos meus. Isso era a coragem que eu precisava para levantar, e assim eu o fiz. Olhei em seus olhos enquanto uma lagrima caia em minha bochecha direita.

– Depois, meu pai e eu brincamos de esconde-esconde por um tempo. – mais uma risada sai de minha boca. – Eu me escondi no lugar de sempre, entre a televisão e a estante de livros, e, como todas as outras vezes que brincamos, ele me achou.

Eu olhei em direção a piscina a tempo de ver Fom se aproximando de nós. Ele vinha devagar, hesitante, percebendo que a conversa estava séria. Assim que chegou perto de gente, veio em minha direção e encostou a cabeça na curva da minha perna, deitando no chão logo depois.

Eu fiz carinho em sua cabeça antes de continuar.

– Quem me pós para dormir naquela noite foi ela. Eu... Eu não queria ir dormir, então ela me contou uma historia antes de voltar para o seu quarto. – eu fungo o nariz, não conseguindo fazer as lagrimas pararem de cair. – Foi Peter Pan, sabe?

Andrew abaixou a cabeça, lembrando que Peter Pan foi a mesma historia que eu contei a sua irmã, naquela noite que fui até a casa de sua tia. Dei uma pausa e enxuguei as lagrimas.

– Eu acordei ouvindo um barulho estranho vindo do andar de baixo. Eu estava com tanto medo. Chamei pela minha mãe, mas ninguém respondeu. – Andrew apertou minha mão. – Desci as escadas e... Eu demorei para chamar a policia. Eu tive medo, eu fui burra. – Coloquei a mão em minha testa e deixei mais lagrimas caírem. – Ela gritou e um barulho forte aconteceu... Tinha sangue, eu fui tão burra! Foi minha culpa, minha culpa!

Andrew imediatamente puxou meus braços em sua direção e me fez sentar em seu colo. Abraçou-me forte, ainda sem dizer nada. Eu soluçava, chorava. Tremia.

Ele agarro-me ainda mais quando percebeu o quanto eu estava mal. Fom, que antes estava quieto, agora subiu no banco e colocou seu rosto perto do meu, como se perguntasse se eu estava bem.

Ele lambeu minha bochecha, e eu soltei um pequeno riso. Andrew tentou afastá-lo, mas Fom não saiu de perto de nós. Colocando a pata no ombro de Andrew, como se quisesse que ele saísse de perto de mim, deixou as coisas menos tensas.

– Hey! Ela é minha namorada! – reclamou Andrew, me puxando para mais perto dele. – Se você começar a me encher, te devolvo para o canil!

– Andrew! – exclamo me desgrudando dele. As lagrimas ainda corriam pela a minha bochecha, mas achei melhor defender Fom. Virei-me para o cachorro. – Não vou deixar isso acontecer, meu lindinho.

Fom pareceu entender o recado e me lambeu mais uma vez. Depois, mais calmo, deitou ao nosso lado, deixando que Andy ficasse comigo.

– Jane... – eu o encarei, e ele passou o dedão sobre a curva da minha bochecha, limpando as lagrimas que lá estavam. – Eu sinto muito pelo o que aconteceu. Sei que qualquer coisa que eu falar agora não vai ser o suficiente, mas pode contar comigo sempre. Eu... Eu te amo. Muito.

Andrew se aproximou lentamente de mim e tomou os meus lábios com um beijo delicado. Por mais simples que esse gesto pareceu ser, ele me deixou bem mais tranquila. Pude sentir seu amor, seu carinho. E pude perceber que ele, meu pai, Ginna, Sara e todos os meus amigos estariam aqui para o que der e vier. Que eu podia não ter a minha mãe, mas eu não teria menos amor por conta disso.

***

Ginna voltou mais rápido do que eu imaginei que voltaria. Ela ainda estava arrasada, parecia lutar com os próprios pensamentos. Chegou com lagrimas nos olhos, e eu a confortei com um abraço apertado.

Meu pai e Sara saíram logo depois que ela chegou, foram até a delegacia conversar melhor com os policiais. Até então, haviam dois policiais vigiando a casa.

Ficamos eu, Andrew, Gin e Ian. Ele, Ian, insistiu em ficar, para ajudar em tudo o que precisarmos. E ele foi útil, tenho que admitir! Cozinhamos uma sopa de legumes e lavamos a louça com uma guerra de água.

– Seu idiota! – Ginna exclamou empurrando Ian em direção ao sofá da sala. Ele caiu, sentando, com um sorriso debochado no rosto. – Molhou toda a minha blusa!

– Você mereceu! – Ian afirma, pegando uma almofada e tacando na parte lateral do corpo de Gin. Ela fez uma cara de dor, e sentou no sofá.

Gemeu.

– O que foi? – eu fiquei preocupada de primeira, mas Ginna piscou o olho esquerdo para mim, e imediatamente entendi o que ela queria fazer.

– Meu Deus! Você me machucou! – Ian rapidamente levantou e foi até ela, com uma cara preocupada.

– Você está bem? Quer ajuda em alguma coisa? Onde está doendo? – Ian colocou a mão no ombro de Gin, com uma cara culpada. Assim que teve oportunidade, Ginna tacou uma almofada no rosto dele.

– Vingança! – gritou dando varias almofadadas em Ian. Eles riam, e eu e Andrew trocamos um olhar de cúmplice.

Subimos as escadas sem fazer barulho, deixando os dois sozinhos na sala de estar. Quando chegamos lá em cima, Andrew pegou na minha mão e fechou a porta do quarto.

– Se meu pai te encontrar aqui, ele te mata. – falo, rindo da cara que Andrew faz.

– Eu não vou deixar você e Ginna sozinhas aqui. Vou ficar aqui essa noite. – conclui Andrew. Eu sorrio tímida.

– Obrigada, por tudo. – eu o puxo para a cama e lá nos sentamos. Dou-lhe um beijo demorado e depois passo a beijar seu pescoço. Assim que vejo que ele está distraído o suficiente, vou até sua orelha e sussurro: – Mas se pensa que vai dormir aqui no quarto comigo, está muito enganado!


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Notas finais do capítulo

Cap emocionante, não é mesmo?? Falem o que vocês acham que vai acontecer! Adoro ver as coisas que vocês me falam nos comentários!

Beijoooocas!!



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