Caminhos Cruzados - Uma Escolha Pode Mudar Tudo escrita por pqgranger


Capítulo 1
1º de setembro


Notas iniciais do capítulo

Enjoy =)



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Voltar para a escola era sempre a mesma coisa: acordar cedo, se arrumar, conferir se estava tudo no malão e ir para King's Cross embarcar no Expresso.
Meus pais e Petúnia me deixaram às despedidas em frente a parede enfeitiçada entre os números 9 e 10. Respirei fundo e empurrei meu carrinho em direção a parede. Era como se um lençol de seda caísse sobre mim, congelando cada parte do meu corpo em que pode alcançar. Como num piscar de olhos, a sensação passou e eu estava na plataforma 9 3/4. Estava lotada de pessoas com seus malões em uma mão, corujas, sapos ou gatos em outra e alguém, com ou sem capa, conversando a sua frente.

Era boa essa sensação. Sensação de voltar para casa. Era como se eu nunca tivesse entrado de férias. Me prontifiquei a andar já que estava parada bem no lugar onde outras pessoas podiam aparecer, entrando pela parede enfeitiçada. Eu avistava alguns conhecidos aqui e ali e, conforme ia andando, eles me cumprimentavam com acenos de cabeça, batidinhas no ombro ou "olá, Lily!" que de tão altos e inesperados chegavam a me assustar. Cheguei em uma das portas que dava entrada para o grande trem vermelho. Ali na fila para entrar estava Sev, com seu cabelo preto oleoso na altura do queixo, dividido no meio, caindo em volta de seu rosto. A tão conhecida roupa preta o acompanhava também e, pelo o que eu pude perceber, ele já estava com suas vestes negras com o brasão de Sonserina gravado no peito. Ele estava tão concentrado na fila (deveria estar com pressa de entrar. Ele adorava pegar os melhores lugares e evitava vagões com muitas pessoas. Normalmente era apenas eu e ele no vagão, rindo a viagem inteira e comendo algumas guloseimas) que não reparou que eu, sorrateira como sempre, coloquei-me ao seu lado e disse ao pé de seu ouvido:

- Oi, Sev!!!

O coitado, que estava tão concentrado antes, levou um baita susto que até pulou. Com a mão no coração e ao som de minha gargalhada, ele fez cara de bravo e disse:

- Isso não tem um pingo de graça, Lily. Quase morri do coração.

Ao ouvir isso, gargalhei mais ainda.

- É bom te ver, senti sua falta.

- Eu também - Ele respondeu sorrindo.

Sorri em resposta e passei em sua frente na fila. Entramos juntos e foi fácil encontrar um vagão vazio. A maioria das pessoas estavam em grupos de 10 em um só vagão, jogando ou comendo besteiras. Como cabiam 10 em um só vagão relativamente pequeno eu não sei mas todos pareciam estar bem confortáveis.

Alguns minutos depois de guardarmos nossos malões e nos acomodarmos, o apito soou e o trem começou a andar. Eu adorava sentar na janela e adorava mais ainda a vista que ela me proporcionava. Alguns bruxos, pais de alguns alunos provavelmente, acenavam para seus filhos. Outros choravam e outros simplesmente eram tão frios que faziam apenas um aceno de cabeça e desaparatavam. Mas eu adorava os abraços finais, calorosos, cheio de sentimento e depois as mães corujas gritando "Cuidado!", "Não se esqueça do remédio...." ou mesmo "Amo você, filho!". Era nessas horas que eu tinha certeza que seria uma mãe assim, quando tivesse filhos.

Sev pigarreou e me tirou dos meus devaneios. Ele me encarava de um jeito curioso. Tenho certeza que tentava entender o que se passava na minha mente naquele momento.

Ele demonstrou que falaria algo e apurei meus ouvidos para entendê-lo bem, mas fomos interrompidos por um barulho. Olhamos juntos para a porta da cabinee simplesmente apareceu a pessoa que eu menos queria encontrar hoje. Pelo menos não agora.

Tiago foi quem abriu a porta, seus cabelos mais curtos do que antes das férias, menos rebeldes. Seus olhos traziam um quê de divertimento ao ver nossas expressões. À sua direita estava Sirius, com os cabelos encaracolados na altura das maçãs do rosto, a camisa um pouco mais aberta do que a dos outros garotos com a gravata mais afrouxada. À esquerda de Tiago estava Remo, sempre com sua expressão triste mas nunca deixando de ser bonito. E por último, o mais baixinho e menos atraente dos quatro, estava Pedro, gorducho e com os cabelos desgrenhados como sempre. Aquele sorriso torto em seu rosto dizia a todos o quão feliz ele estava por fazer parte daquele grupo onde só havia garotos bonitos, espertos e populares.

Tiago sorriu para mim e, ao olhar rapidamente para Severo, pude perceber seus olhos ficarem mais sombrios. Ele odiava Tiago.

- Eai, Evans. Como estão as coisas?

- Estava tudo perfeito até você chegar, Potter. - retruquei, revirando os olhos.

Ele assentiu, como se entendesse que hoje eu não estava para conversa. Na verdade eu nunca estava, mas tanto faz. O importante era que eu adoraria que ele me deixassem em paz. Não só hoje, mas sempre.

Tiago encarou Severo e os dois mantiveram o contato visual até Sirius colocar a mão de Tiago, impedindo que ele fizesse alguma besteira. Eu não entendia muito bem o por que de ambos não se gostarem. É claro que Tiago não era uma das pessoas mais agradáveis da escola, mas nunca presenciei nenhum momento onde pudesse surgir um motivo para tanto ódio. Severo pouco me falava sobre isso e eu também não queria incomodar. O jeito era conviver com aquilo.

- Vamos, Tiago. - Sirius puxou-o, insistindo para que fossem embora.

- É melhor você ir embora logo, Potter. Ninguém quer você por aqui. - Severo disparou e isso só aumentou a carranca que se formou na expressão de Tiago.

- É melhor você se cuidar, Ranhoso. - Era possível sentiro ódio que transbordava de cada palavra de Tiago. Severo apenas fingiu que não ouviu, mas continuou encarando. Eles não tinham muita diferença de altura, Tiago era imperceptíveis centímetros mais alto que Severo.

Estralando os dedos, Tiago abriu espaço e saiu. Seu bando seguindo-o. Antes de ir, Remo fez um aceno de cabeça para mim e eu sorri. Remo era simpático, inteligente e apesar de sua expressão melancólica, era muito bonito.

Virando-me para Severo outra vez, perguntei se estava tudo bem.

- Agora está bem melhor - respondeu com um meio sorriso. - e acho que já estamos chegando em Hogwarts. Melhor você ir se arrumar.


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Notas finais do capítulo

Por favor, comentem sobre o capítulo.



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