O Verão Antes de Hogwarts escrita por JustWriting


Capítulo 9
James




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As ultimas semanas do verão na casa dos Weasley tinham sido uma perda de tempo total. Ele sentia inveja até da aranha que morava em seu quarto, ele ficou deitado na cama olhando para aquele mesmo canto, vendo a aranha – que ele chamou de Norman – parada, na teia, esperando um mosquito aterrissar para finalmente fazer um lanchinho, mas pelo menos Norman tinha pelo o que esperar, James estava abandonado naquela casa, Dom tinha ido embora, Teddy tinha ido para a casa dos avós, Fred também tinha ido embora arrumar suas coisas para o inicio das aulas.

O problema é que James já estava pronto para as aulas, já tinha ido ao Beco Diagonal, e isso fazia com que ele lembrasse o quanto estava bravo com Teddy, ao que parecia ele não tinha tempo para responder duas cartas, mas para sair por ai com a Vic ele tinha todo o tempo do mundo, ficar sem noticias dos amigos era um pesadelo, fazia semanas que ele tinha mandado Gale – sua coruja – com uma carta para Dom, pedindo noticias, querendo cominar algo para fazerem, e até agora nenhuma resposta. Isso era frustrante.

James estava envolvido em pensamentos quando escutou batidinhas na janela, era Gale –finalmente – ele levantou as pressas da cama e correu até a janela e deixou a coruja acinzentada entrar, ele pegou o pergaminho na perna da coruja e abriu ansiosamente para descobrir um pergaminho quase em branco escrito:

“Desculpe a demora e desculpe por não podermos sair por enquanto, ando meio ocupado, nos vemos no dia do embarque.”

Ocupado? Com o que, exatamente, ele poderia estar ocupado nas férias? Isto estava errado, todos tinham alguma coisa melhor pra fazer, menos ele. Teddy não respondia suas cartas de jeito nenhum, a resposta de Fred tinha chego no dia anterior por outra coruja dizendo:“Desculpe a demora pra responder James, andei ocupado” na verdade, não era muito diferente da carta de Dom.

Ele já estava cheio daquele quarto, pegou suas coisas – vassoura e bastão – e desceu as escadas, passou pela cozinha – tinha alguém ali, mas ele não parou para olhar – e foi em direção ao galpão no jardim pegar a maleta com a goles, balaços e pomo. Ele soltou os dois balaços e os deixou voar por um momento, subiu na vassoura e fez um circulo inteiro em volta do jardim e então... – BAM! – ele rebateu um balaço para além das arvores, mas não tinha problema, eles sempre voltavam para acerta-lo mais uma vez.

Passou-se algumas horas desde q James estava lá, rebatendo balaço atrás de balaço, seu braço já começava a doer quando ouviu chamarem seu nome e olhou para baixo.

– Desça aqui um minuto! – era seu pai.

James se distraiu é claro e um balaço quase arrancou sua cabeça fora, agora eles estavam ficando mais rápidos e James tinha que para-los, ficou esperando que viessem, e esperou, até que avistou um voltando por dentro das arvores e indo na sua direção e depois viu o outro, mas dois ele não ia dar conta, foi ai que percebeu que apenas um balaço ia acerta-lo, o outro ia na direção de seu pai. Ele mergulhou e foi o mais rápido que sua Firebolt – uma antiguidade – conseguia leva-lo, mas não ia chegar a tempo então gritou:

– PAI CUIDADO!

Seu pai podia ser velho, mas ainda tinha as manhas, ele se esquivou do balaço que deu meia volta e voou na direção dele de novo então ele o agarrou e o levou – não sem muito esforço – até a maleta e o prendeu, foi ai que James se lembrou que tinha seu próprio balaço pra cuidar, ele continuava atrás dele enquanto ele voou e agora estava mais perto, deu giro e o balaço passou reto, quando ele voltou James o agarrou de cima da vassoura, mas caiu logo em seguida, a sorte que é que ele não estava a mais de cinco metros do chão. Mesmo quando caiu não soltou o balaço, mas ele não conseguiria fazer a proeza de levantar sem solta-lo, abriu os olhos e viu seu pai bem acima dele, com seus cansados olhos verdes atrás de óculos que o faziam parecer mais cansado, cabelos bagunçados e escuros e aquela estranha cicatriz em forma de raio na testa. Ele sorriu, pegou o balaço e levou até a maleta também, fechou e guardou no galpão enquanto James se sentava e olhava em volta atrás de sua vassoura – ela tinha caído e quebrado um pedal – ótimo, agora teria que jogar com aquelas lesmas da escola, se ele achava que a sua vassoura era uma antiguidade as da escola eram relíquias, ele suspeitava que era o único lugar que ainda tinha vassouras Cleansweep, e o mais assustador, funcionando.

Seu pai o ajudou a levantar e seguiu seu olhar até a vassoura.

– Agora vou ter que jogar com as da escola!

– O que tem de errado com as da escola? – seu pai continuava encarando a vassoura.

– Não prestam! É isso que elas têm de errado. – James estava arrasado, é claro que a Grifinoria iria perder agora, tudo por que seus pais não compravam uma vassoura nova pra ele.

– Não conte a sua mãe esta bem? – ele olhou de um lado a outro no jardim, tirou a varinha do bolso – Reparo! – se ele não tivesse a boca de seu pai mexer duvidaria que ele tinha feito aquilo.

– Por que nunca me mostrou isso antes? – James estava animadíssimo com a possibilidade de consertar todas as burradas que já tinha feito só com um aceno da varinha.

– Porque, primeiro você não pode usar magia fora da escola, não pense que eu não sei o que você pensou, segundo a escola te mostrara isso, e terceiro sua mãe quer educa-los para que não dependam da magia pra tudo.

– Por que ela quer isso? Somos bruxos, é o que fazemos!

– No final ela mesma não viveria sem magia James, já peguei ela usando esse mesmo feitiço inúmeras vezes.

James não esperava um comportamento tão não comportado de seu pai, ele pensava que seu pai fosse sempre o mesmo chato, certinho e seguidor de regras de sempre.

– Não pensei que você fosse o tipo que quebra regras pai.

– Pois fique sabendo que eu já quebrei muitas regras no meu tempo de escola.

– Regras da escola não são nada. As regras da mamãe é que são outro nível.

– Então você entende o risco que estou correndo por você não é? – seu pai tinha um sorriso tão despreocupado no rosto que nem parecia o mesmo homem que estava na cozinha no dia anterior e é claro que James não iria lembra-lo daquilo.

– Acho que vou ficar te devendo uma não é pai?

– Vai ficar me devendo duas. Não é qualquer um que aceitaria fazer isso por você.

– Mas eu não pedi!

– Posso quebrar a vassoura de novo então?

– Não! Esta bem, esta bem, fico te devendo duas.

– Esse é meu garoto.

Ele passou o braço em volta da cabeça de James e bagunçou seu cabelo e os dois voltaram rindo para dentro da casa. Quando chegaram na cozinha a comida estava na mesa e todos já estavam nos seus devidos lugares.

– Nem pensar que você vai comer nessas condições! – sua avó estava gritando e foi só então que ele percebeu o tanto de lama que tinha na roupa.

– Mas vovó, estou com fome!

– Você não pensou nisso antes de rolar na terra, pensou?

– Eu não estava com fome aquela hora!

– Ah pare de enrolar que a comida vai esfriar, vá lavar as mãos pelo menos. – vovó Molly nunca era tão difícil de convencer, alguma enrolação, uma carinha de anjo e tudo se resolvia. Ela olhou para seu pai por um momento – Harry, querido, você esta sujo também! O que vocês dois andaram fazendo? Já lavar as mãos vocês dois que a comida vai esfriar!

James e seu pai se olharam por um instante e saíram da cozinha rindo um com o outro.

...

Após o almoço James se contentou em ficar jogado no jardim olhando as nuvens, ele estava quase pegando no sono quando ouviu sua mãe chamar de dentro da casa. Ele se levantou preguiçosamente e se dirigiu à porta da cozinha que dava para os fundos.

– James, eu e sua tia precisamos sair por uns minutos, seu pai teve uma emergência no ministério então você é o responsável por aqui, tome conta de seus irmãos e seus primos e não coloque fogo na casa, esta bem?

– Eu vou ficar de babá? – aquilo era o pior que podia aconteceu naquele verão.

– Vai, e não quero nenhum pedaço da casa fora do lugar quando eu voltar, entendido?

– Esta bem, mamãe.

Elas aparataram direto da cozinha e James se viu sozinho da cozinha até que Lily e Hugo passaram correndo por ele dando voltas na mesa.

– O que vocês dois estão aprontando?

Não houve resposta, do mesmo jeito que entraram na cozinha, eles saíram. James saiu correndo atrás dos dois antes que quebrassem alguma coisa, ele já estava desistindo quando viu a porta do escritório de seu pai entreaberta, foi até lá para fechar a porta – seu pai não gostava que entrassem lá – e conferir se nenhum dos pestinhas tinham entrado. Chegando na porta viu que eles já tinham passado por ali, a cadeira estava caída e muitos papeis no chão, ele resolveu arrumar aquilo antes que seu pai voltasse.

Ergueu a cadeira e recolheu os papeis do chão, ao colocar todos sobre a mesa uma brisa entrou pela janela e fez com que tudo voasse novamente, ele pegou tudo de novo e quando se agachou para pegar um pergaminho com uma aparência muito gasta de baixo da estante de livros apareceu uma frase, como se fosse escrita por uma pessoa invisível, no pergaminho.

“Nós, os senhores Aluado, Rabicho, Almofadinhas e Pontas temos o prazer de informa-lo que este é o Mapa do Maroto. E – a menos que você tenha intenções boas – temos a honra de apresenta-lo aos segredos que o Mapa esconde.”

James estava paralisado, Mapa do Maroto? Mas o que, em nome de Merlim, era aquilo? Deduziu que para descobrir não deveria ter intenções boas e disse:

– Eu não farei nada de bom.

O mapa brilhou rapidamente e outra frase surgiu no mapa.

“Os senhores Aluado, Rabicho, Almofadinhas e Pontas temos o prazer de apresenta-lo ao Mapa do Maroto.”

De repente um mapa começou a se formar no mapa e James foi obrigado a ir abrindo o pergaminho cada vez mais, em cima do mapa no centro do pergaminho estava escrito “HOGWARTS” e todas as salas estavam nomeadas como “Torre da Grifinoria”, “Cozinhas”, “Sala do Diretor”, “Torre de Astronomia” e continuava, cada área conhecida ou não do castelo estava ali, passagens secretas, tudo! Aquele mapa era um verdadeiro tesouro. James olhou ele todo, até q ouviu um barulho na cozinha, tentou fechar o mapa, mas as imagens não desapareciam, nada do que fazia parecia adiantar, então dobrou o mapa, enfiou nos bolsos da calça e correu para a cozinha.

Sua mãe já tinha voltado – quanto tempo ele ficara no escritório? – e lhe agradeceu por tomar conta da casa – ele nem tinha visto o tempo passar! – ele balançou a cabeça e correu para as escadas, subiu elas apressadamente até ouvir vozes no quarto de Alvo, parou na porta para escutar, era ele e Rose, mas nada do que diziam realmente importava a James, ele passou pela porta entreaberta do quarto silenciosamente e correu para o seu, se jogou na cama e abriu o mapa. Ao examinar cada pedaço do mapa – de novo – ele notou uma pequena linha no canto, onde estava escrito “Mal feito, feito”.

Ele leu a linha em voz alta e subitamente o mapa começou a desaparecer e voltou a ser um pergaminho velho e em branco.

– Como que vou ver o mapa de novo? – James se perguntou desesperado.

“Tente dizer: ‘Juro solenemente que não farei nada de bom’” – respondeu o mapa.

James tentou, e deu certo, ele voltou a ler o mapa diversas e diversas vezes, parou apenas para jantar – e não levantar suspeitas – e depois voltou a se trancar no quarto com o mapa. Ao cair da noite ele já tinha decorado metade do mapa e já estava profissional em “ativar e desativar” o mapa.

Perto da uma da manhã ele estava começando a ficar cansado, uma coruja piava do lado de fora – provavelmente era Gale – e ele caiu em cima do mapa, com sono. Tudo o que conseguiu fazer antes de adormecer foi dizer:

– Mal feito, feito


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Notas finais do capítulo

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