POV Natasha

Saí andando de um lado pro outro. Onde estão elas? Era para o ensaio começar às oito. São oito e um e.... Ah Natasha, pare de drama.

Logo Isabelle, Jade e Hayley chegaram.

— Deve ter pirado, né Nash? — Jade riu

— Não, imagina — digo.

Jade pegou a guitarra preta que estava em cima do sofá. Hayley pegou as baquetas e se posicionou na bateria. Isabelle pegou a guitarra e ficou rente ao microfone. Eu peguei meu baixo, eu havia afinado ele noite passada, então começamos a tocar. Estávamos no meio de um cover de "War Machine" quando a tv ligou de repente.

— A rebelião estourou — a voz do repórter saía preocupada — O que se pode chamar de guerra interna. Opositores e o Governo. A razão? Implantação do governo Ditadura sobre os Estados Unidos. Os norte-americanos resolveram dar um fim no regime antes mesmo de ele começar. O Presidente está convocando o Exército, soldados para abater os opositores rebeldes.

Eu apertei o botão no controle e desliguei a tv. Nós nos entreolhamos por um segundo quando Hayley quebrou o silêncio.

— Eles não podem fazer isso — indagou ela

— Na verdade podem — Isabelle falou

— É — balancei a cabeça — O governo diz que toma conta de nós, quando na verdade é uma espécie de cabresto. Eles nos controlam, controlam nossas vontades, nossos vícios. Podem fazer o que quiserem com a gente. E acho que todos nós sabemos o que isso significa.

— É — Jade bufou — Nós sabemos.

Nossos pais e mães haviam se conhecido no Exército — E não tinham mais condições de voltar ao trabalho. É, 2050, os tempos são outros. Mas justo a gente, justo nós que não suportamos esses babacas?

POV Hayley

ARGH! Tenho nojo do governo, tenho nojo do que fazem, tenho nojo do que são! As horas de ensaio da banda eram as horas em que eu podia me refugiar de tudo; mas e agora? Essa rebelião grotesca consegue destruir até isso. Havia chegado atrasada no ensaio novamente por conta dos vários conflitos encontrados durante o caminho, não vou me dar o trabalho de falar o que acontece nessas ruas. Quando cheguei, tudo perfeito até o maldito repórter abrir a boca.

–Isso é frustrante! GOVERNO ESTÚPIDO-gritei