Magnésio 12 escrita por Evelyn Waldrich


Capítulo 5
Primeiro Dia


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Ellen acorda um pouco atordoada. O sol entrava radiante pelas frestas da janela e da porta. Era primavera, um dia radiante. O despertador apitava alto em seu ouvido, atordoando-a.

– Se você não desligá-lo ele não vai parar de apitar.

Ellen virou-se para sua companheira de quarto, Marly. Ela estava sentada de pernas cruzadas na cama, o cabelo mais bagunçado que a noite quanto ela a conheceu. Ellen sentou-se e clicou na Placa Pad na parede, desligando o despertador.

– Vamos. Precisamos nos ajeitar em quarenta minutos e ir tomar café.

As duas tomaram um banho rápido e se trocaram. Ellen olhou o seu cronograma.

– Minha primeira atividade é treinamento de mutação. Mas nossos horários não deviam ser iguais?

– Ah, no primeiro dia a primeira atividade é sempre T.M, para a Celiny saber qual sua mutação e quanto controle você tem sobre isso. Depois é normal.

Ellen sentiu um tremor na espinha. Ela não tinha controle algum sobre sua mutação e tinha plena noção disso.

– Vamos então?

– Claro.

Ellen colocou o cachecol e seguiu Marly para a porta.

– Você não precisa disso.

Ellen se sobressaltou.

– O que?

– O cachecol. Está calor e não precisa se esconder. Aqui somos todos diferentes. Vamos, tire - Ellen hesitou por um momento mas acabou tirando-o. Marly sorriu. – Bem melhor. Agora vamos. Depois do café você tem que pegar umas roupas novas no andar de cima.

Elas desceram as escadas e Ellen notou os jovens que se dirigiam ao refeitório. Havia crianças de todas as idades, uma mais diferente que a outra. Uma característica que muitos haviam em comum por ser mutantes era os cabelos e os olhos com cores excêntricas. No meio do caminho uma garota se juntou a elas. Parecia ter uns treze anos, tinha cabelos loiros lisos na altura dos ombros, sardas nas maçãs do rosto e no nariz delicadamente arrebitado e olhos de uma coloração verde-água curiosa.

– Anne, esta é Ellen. Chegou hoje à noite. – Disse Marly. A menina tinha olhos indecifráveis, sérios e pacíficos ao mesmo tempo. Anne estendeu a mão.

– AnneMarie.

– Ellen Henrich.

Elas chacoalharam as mãos e seguiram. O refeitório estava cheio de campistas e a parede que dava para o centro da clareira era feita de vidro, iluminando toda a sala com os raios matutinos. Ellen tomou um café completo com Marly e Anne. Ela notou que Anne falava pouco e observava muito, concordando com um movimento de cabeça aqui e ali. Na saída ela se encontrou com Felipe.

– Ah, oi, Ellen. Vai pra a aula de Controle de Mutação? Boa sorte. Sei que você vai se dar bem.

Ellen o cumprimentou com a cabeça e seguiu para o prédio de aulas didáticas.

– Eu fico aqui. Siga para o prédio de atividades físicas. Celiny vai estar esperando por você. Boa sorte.

Disse Marly. Anne movimentou a cabeça e sorriu de canto, os olhos suavizados. Ellen seguiu pelos corredores vazios, já que a maioria dos jovens estavam nas aulas. Como dito, Celiny estava esperando-a na frente de uma porta, com os cabelos presos sem cuidado e o mesmo jaleco de ontem.

– Pronta para o treinamento?

– Am... Bem...

– Não precisa ficar nervosa, hoje é tranquilo.

Disse Celiny, tranquilizadora. Ela abriu a porta e convidou Ellen a entrar. Era uma sala fria, com uma cadeira de dentista ao centro, com algumas máquinas estranhas conectadas a ela. Numa parede havia um vidro opaco, tornando impossível ver o outro lado. O coração de Ellen palpitava com medo e expectativa.

– Sente-se por favor. – Ellen fez o que ela mandava e Celiny começou a conectar umas coisas em sua testa e têmporas. – Sabe, Ellen, os mutantes são mutantes pois tem uma pequena parte no cérebro a mais que a das outras pessoas e esta parte é diretamente conectada com todo o resto do cérebro e controla nossa mutação. Por isso quando ficamos estressados ou muito felizes a mutação se manifesta, pois ela recebe transmissões da parte emocional do cérebro e ativa suas habilidades. Aqui, nesta aula, nós tentamos ensiná-los como ter controle sobre esta parte e não deixar que suas emoções e outros efeitos exteriores ativem, descontroladamente, sua mutação.

– E para que essa máquina?

– Para termos uma breve noção do nível de atividade desta parte do cérebro e para tirar conclusões sobre a quantidade de controle e de atividade de sua mutação. Isto tudo é uma parte da ciência muito nova e muito complexa e precisamos de informações, além de ajudar com sua evolução durante as aulas, pois cada mutante tem seu próprio diagnóstico. Vamos sedá-la para que possamos visualizar seu cérebro com clareza e sem a interferência do seu consciente. Não se preocupe, não ocorrerá nada. Poderá sentir um pouco de sonolência depois mas nada demais.

Celiny colocou um capacete estranho sobre sua cabeça e o inalador com o sedativo e se retirou por outra porta. Aos poucos o mundo foi escurecendo e Ellen desmaiou pouco antes de sentir a pontada afiada atravessando seu cérebro.


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Notas finais do capítulo

Este é um capítulo curto de propósito. Eu quis que terminasse em um momento de tensão e por isso parei por aí. Espero que tenham gostado!



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