Os dois homens saíram da casa chamada casa grande ainda conversando.

– Nossos serviços são infalíveis. – David Alvares afirmou quando chegavam perto de onde os vários jovens treinavam. – Só precisa falar o nome do alvo e pode considerar feito.

– Ouvir isso de todos que os recomendaram, e não foram poucos. – Tom Bael disse. – Mas eu não estou atrás de um serviço comum. Entenda, não é que eu queira alguém morto, quero que protejam uma pessoa.

David olhou para o empresário ao seu lado. Não era nada comum ouvir esse tipo de pedido, na verdade desconfiava que fosse o primeiro.

Afinal, O Acampamento, como o instituto ficou conhecido, não formava seguranças. Formava assassinos.

Percebendo a confusão explicita nos olhos mel do diretor do Acampamento, Tom apressou-se a falar.

– Deixe-me explicar. O meu chefe morreu recentemente assassinado, e eu temo que seu filho corra perigo. Ele é o herdeiro da empresa e já foi alvo de ataques antes. Eu quero que protejam o garoto.

O diretor pensou por um tempo. Passou a mão pelos cabelos castanhos. Era realmente incomum. Mas nada que nenhum dos mais de cem alunos não desse conta.

– Claro, não vejo problema. – ele disse. – Vejamos se alguém poderá assumir essa tarefa.

Ele olhou ao redor. Vários garotos e garotas se mexiam pelo centro de treinamento. Fazendo de tudo.

Sua visão focalizou em duas garotas lutando a uns sete metros à frente.

Caminhou até lá com Tom ao seu lado.

As meninas lutavam com ferocidade, mas era obvio que uma delas estava ganhando.

A de cabelos dourados agora tentava acertar o braço da que tinha cabelos pretos, que se esquivava a cada investida.

– Meninas, podem para por um tempo. – David disse com a voz grave quando chegou próximo delas.

Na mesma hora, ambas pararam suadas e ofegantes.

A loira tinha um maior corte na coxa esquerda, três no braço esquerdo, dois no direito e um filete de sangue escorria da sua bochecha.

A de cabelos pretos por sua vez, não tinha muitos cortes. Na verdade somente um pequeno corte no ombro direito. Essa sorriu vitoriosa para a outra quando pararam.

– Eva, pode ir descansar. – a loira deixou as facas na mesa, pegou uma garrafa de água e jogou uma pequena toalha sobre o ombro antes de sair emburrada.

– Nina, acredito que tenho um trabalho para você.

– Já não era sem tempo. – a garota com cabelos negros falou ao se apoiar na mesa onde estavam as facas e pegando sua garrafa. – Eu aceito.

– Você nem ouviu o que é. – David disse divertido.

– Seja o que for, eu faço. E você sabe que não vou falhar David. – ela se garantiu com um sorriso.

David olhou para Tom, dando-o permissão para que ele explicasse.

– Você será a segurança do filho do meu chefe que foi morto. – Tom disse calmamente.

Mas essa simples frase fez Nina para o que estava fazendo e encara-lo.

– Como? Isso é serio?

Ela esperava qualquer coisa, menos isso.

– É a sua nova missão. – foi David quem disse. – O garoto esta sendo ameaçado e você se assegurara de que ele permaneça vivo.

Nina pensou por um tempo. Ela estava há quase dois meses sem missão. Estava entediada. Aceitando aquilo ela poderia, pelo o menos, matar quem estivesse tentando matar o moleque.

– Tudo bem, por que não? – ela falou ficando propriamente de pé.

– Ótimo. – Tom falou satisfeito. – Ele não gosta de ter muitos seguranças, por isso você se passará pela governanta da casa.

Agora essa, o moleque é mimado. Ela pensou revirando os olhos.

– Esteja pronta amanhã de manhã, mandarei um carro vim te buscar.

Nina assentiu sem prestar muita atenção. O corte em seu ombro começara a arder.

Então o empresário saiu acompanhando David.

A noite, já na sua cama no quarto que dividia com suas duas amigas, Nina começou a pesquisar sobre a empresa.

Realmente não era de se surpreender que alguém quisesse matar o moleque para ficar com a Daxlier Company, a empresa é altamente rentável. É especializada em tecnologia de ponta e biotecnologia.

O antigo dono, falecido, Robin Daxlier era um homem incrível, Nina achou vários prêmios que foram dados a ele. Mas não conseguiu nada sobre eu filho, o qual ela ainda nem o nome sabia ainda.

Se o Tiago estivesse aqui, ele me daria até as notas do garoto do primário. Ela pensou em seu amigo hacker que agora estava em outra missão.

E, enquanto procurava um possível suspeito que quisesse matar o herdeiro, se deu conta que não era trabalho dela encontrar o culpado, mas sim proteger o garoto. Então ela desligou seu notebook e foi dormir.