Deep Six escrita por Gothic Princess


Capítulo 6
Capítulo VI - Pedra vermelha


Notas iniciais do capítulo

Hello heroes,

Fico feliz em saber que a fic está interessante, obrigada pelos comentários e espero ansiosa para saber a opinião de vocês sobre esse capítulo super emocionante.

Aproveitem!



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Algumas poucas horas depois do incidente no shopping, Melissa recebeu  uma ligação de Ciborgue avisando que a base estava pronta. Depois de  pegarem um táxi até um velho teatro abandonado no centro da cidade, os  seis adentraram o local.

Escolhi esse teatro porque ninguém vem aqui há uns dez anos, mas ainda é propriedade da família Wayne a morena comentou enquanto andava por entre as poltronas cheias de poeira.   Não contem a ninguém a localização dessa base! Para entrar vão precisar  de uma senha que, apesar de não querer muito, vou dar a vocês.

Melissa  parou na frente de um quadro grande e o empurrou para o lado, revelando  um grande painel cheio de botões com números de 1 à 100.

21, 45, 12, 37, 93, 60, 22, 89 e 18 ela apertou os botões conforme falava e então se virou, vendo os olhares confusos dos outros. Não é tão difícil.

Imagina   Kate deu um risada para disfarçar que não se lembrava nem dos primeiros  números. Melissa suspirou, olhando para a porta de metal que se abriu  no local onde antes era a parede, revelando um enorme elevador.

Isso leva vocês até a base que fica no subsolo, onde não pode ser detectada e é dificilmente invadida Melissa disse enquanto entrava no elevador assim como os outros, exceto por Apolo que ficou parado na porta.

Nunca  havia visitado aquele mundo antes, já levara algum tempo para se  acostumar com carros e aparelhos eletrônicos, mas aquilo era algo  realmente novo para ele. O que era, exatamente, um elevador? Pensou,  realmente curioso e nervoso.

Você não vem? Mel gesticulou para que ele entrasse e ele o fez com certa relutância.

Quando  a caixa de metal se fechou, Apolo não pode deixar de segurar uma  pequena barra de metal que havia na parede próxima, seu estômago se  contraiu quando o elevador começou a descer fazendo alguns barulhos  altos. Ele sentiu a respiração ficar pesada e a necessidade de sair  daquele espaço confinado aumentava a cada segundo.

Kevin também  queria sair logo, mas não era por se sentir sufocado. Seu peito queimava  de um jeito nada agradável e sentia vontade de socar algo. Aquela  sensação de extravasar a raiva havia desaparecido e isso o fazia querer  destruir a primeira coisa que visse na sua frente.

Quando as portas se abriram, Apolo foi o primeiro a sair, sua respiração pesada e seu rosto estava pálido.

Não sabia que tinha claustrofobia Kate colocou a mão em seu ombro logo que saiu do elevador.

Nem eu   finalmente se sentiu livre para respirar, mas ficou sem fala ao olhar  para o enorme esconderijo de Melissa, assim como os outros.

Eles  estavam, claramente, debaixo da Terra, centenas de estalactites pendiam  acima deles. Estavam elevados por uma enorme plataforma circular onde  haviam vários computadores, um mais moderno que o outro. No centro da  plataforma havia a imagem de um morcego, o que fez Grace fechar a cara  em uma careta.

Por que morcego? perguntou, vendo Melissa se aproximar de uma pequena ponte iluminada por luzes azuis.

Meu esconderijo, meu morcego a morena andava sem olhar para trás, como se estivesse evidente que os cinco deviam segui-la.

Ela  parou do outro lado da pequena ponte, onde havia outra plataforma  circular, nessa se encontrava um enorme sofá de couro que tinha o  formato de um "U" e uma televisão gigantesca presa por uma extensão de  metal ligada ao teto. O local era bem agradável e um ar condicionado  mantinha a temperatura ambiente fresca, mal dava para perceber que  estavam debaixo da terra.

Eu não queria nenhuma  distração aqui, mas Ciborgue insistiu que nós éramos apenas adolescentes e  precisávamos de uma distração de vez em quando.

Me lembrem de agradecer ao Ciborgue   Grace riu junto com Kate e Apolo. Kevin permaneceu em silêncio e com a  atenção voltada para outras coisas que não Melissa. Scott mantinha os  olhos fixos em algo coberto por um enorme pano azul e se aproximou,  sentindo um cheiro convidativo do outro lado.

O que tem aqui? perguntou, se virando para Melissa.

  Bem, eu sei que você não pode ficar muito tempo longe do mar e Gotham  não tem praias muito boas para se nadar. A maioria é poluída e como  quero acabar com essa investigação o mais rápido possível, resolvi pedir  que Ciborgue fizesse isso - a heroína puxou o pano, revelando um enorme  tanque de água salgada.

Scott sorriu e examinou o tanque, que devia ter mais de três metros de altura. Era quase uma piscina gigante feita de vidro.

Vai parecer um peixinho! Grace brincou.

Vamos ver quem vai ser o peixinho quando eu te jogar ali dentro   Scott riu e correu na direção de Grace, que ficou desesperada e começou  a correr rapidamente, porém a uma velocidade aceitável para ele.

Acabei de arrumar o cabelo, nem vem! ela gritou, percorrendo quase toda a base enquanto Scott tentava, inutilmente, pegá-la.

Kate  e Apolo riram enquanto Melissa apenas andou na direção da pequena ponte  iluminada novamente. Kevin sentiu sua dor de cabeça aumentar e a  barulheira que Grace e Scott faziam não ajudava muito. Ele cerrou os  punhos e respirou fundo, tentando afastar aquela sensação de ódio, porém  falhou.

Chega! o grito dele fez as paredes tremerem e a atenção de todos se voltaram para o jovem.   Acho que não viemos aqui para ficar fazendo brincadeiras bobas. Aquela  mulher com pele de metal ainda está solta e não temos nenhuma pista que  nos leve a origem do soro.

Pra começar você a deixou fugir, então não vejo o motivo desse estresse todo Melissa andou na direção do moreno com os braços cruzados.

A deixei escapar porque precisava ter certeza de que vocês estavam bem, pois levaram uma surra dela! o clima entre eles começava a ficar tenso conforme a raiva de Kevin apenas aumentava.

  Lembre-se de que você não é como o Superman, tem limitações como  qualquer um de nós, então não pense que somos criancinhas indefesas  precisando da sua proteção a morena retrucou, também começando a ficar com raiva pela forma como ele a respondia.

Pessoal, vamos nos acalmar   Kate percebia que a discussão estava começando a esquentar e resolveu  tentar acabar com ela naquele momento, porém fora interrompida.

Minhas limitações não são como as suas, mas é claro que você não admitiria isso, é igual ao seu pai.

Melissa  ficou em silêncio, sentindo seu peito arder de tanta raiva. Se tinha  uma coisa que ela odiava era ser comparada ao seu pai, mesmo que aquilo  fosse apenas uma discussão casual, não suportava a ideia de ser igual a  ele. Kevin sabia disso e só havia ouvido suas palavras quando elas  saíram, sentiu o olhar de ódio e decepção que ela mantinha sobre ele,  forçando-o a olhar para o lado.

Ele passou a mão pelo seu rosto, tentando se acalmar.

Me chamem quando resolverem fazer alguma coisa   com passos pesados, Kevin passou por Melissa e andou na direção do  elevador. Todos ficaram em silêncio e estáticos, tentando pensar o que  se passava na mente da morena naquele momento.

Kate esperou um  pouco e então o seguiu, sabia que algo estava errado com ele e iria  descobrir. Kevin não era rude, muito pelo contrário, ele sempre era  calmo, paciente e amável.

Apolo se aproximou de Melissa, que  permanecia parada com os braços cruzados enquanto ainda continha a  vontade de socar a cara de Kevin. Ele não sabia ao certo o que falar,  mas percebeu como ela ficara chateada ao ouvir aquela comparação com seu  pai, como se fosse algo ruim.

Acho que ele não quis falar aquilo, Melissa. Kevin está diferente desde o incidente no shopping.

Vamos esquecer isso e voltar ao trabalho, quanto antes terminarmos melhor   ela o interrompeu, andando de volta para a área dos computadores. Antes  que chegasse ao outro lado da plataforma, a morena ouviu seu telefone  tocar e, após ver o nome na tela, atendeu rapidamente. Descobriu alguma coisa, Alex?

—  Bem, sim, mas não sobre o soro. Depois de vasculharmos o laboratório  descobrimos que algo foi roubado. Precisa manter o Kevin por perto!

Por quê? O que foi roubado? Melissa pareceu preocupada e os outros perceberam isso, logo se aproximando para saber o que estava acontecendo.

— Kryptonita vermelha —  ouvir isso fez o sangue sumir do rosto de Melissa. Kevin estava  claramente com a kryptonita vermelha e seria um perigo para todos a sua  volta quando aquela pedra tivesse efeito completo nele. — Tínhamos uma amostra para análise e ela desapareceu. Mas ele pode não estar exposto a ela ainda...

Ele já foi exposto, mas obrigada por avisar. Falo com você depois! ela desligou, suspirando e passando a mão na testa.

O que houve? Scott perguntou, quase tão curioso quanto os outros.

Kate está correndo perigo! Melissa andou na direção de uma parede e apertou um botão na mesma, fazendo-a se abrir e revelar seu uniforme de Batgirl.

Como? Ela está com o Kevin! Grace correu para perto da morena, que olhou para ela com um expressão séria.

É exatamente por isso que ela está correndo perigo.

 

§

 

Kate  andava atrás de Kevin, o herói sentia como se sua cabeça fosse explodir  a qualquer segundo e aquela sensação era terrível. Ele parou de andar e  fechou os olhos, colocando uma das mãos sobre o rosto e respirando  fundo.

  Kevin, o que está acontecendo? Sei que não é do seu feitio falar com as  pessoas dessa forma, mesmo que eu só o conheça há dois dias eu sei que  você não é assim Kate colocou a mão no ombro dele, mas o  moreno se afastou, olhando para a loira, que viu um leve brilho vermelho  nos olhos antes azuis esverdeados.

Quero ficar sozinho, Kate... Por favor ele parecia saber que algo estava errado e não queria feri-la fisicamente ou com palavras como havia feito com Melissa.

  Kevin, - ela não conseguiu terminar, pois ele andou para dentro de uma  lanchonete e a deixou sozinha. Kate suspirou, percebendo que ele não  estava mesmo bem, então entrou no local logo atrás dele, vendo-o se  sentar em uma mesa perto do balcão.

Ao se sentar na frente dele, a heroína percebeu um brilho avermelhado em seus olhos e ficou ainda mais preocupada.

Eu quero ficar sozinho, Kate ele disse entredentes, fechando os punhos sobre a mesa.

O que há de errado com você?   a loira estendeu a mão para tocar a dele, mas Kevin se levantou. Nesse  momento, um homem usando uma máscara preta entrou na lanchonete e ergueu  uma arma na direção da atendente do balcão.

Todo mundo no chão! o assaltante gritou e atirou no teto, fazendo todos gritarem apavorados e se abaixarem, exceto por Kate e Kevin. Eu mandei ir para o chão! - ele apontou a arma na direção do moreno.

Kevin  estava realmente a ponto de explodir, quando o homem colocou a arma na  frente de seu rosto ele desistiu de tentar ficar calmo. O herói segurou a  arma e a entortou, fazendo o assaltante ficar confuso e surpreso. Ele  então o empurrou com força contra a parede, seus olhos agora estavam  vermelhos como sangue.

Eu estou cansado de pessoas como você!   ele gritou, pronto para dar um soco no rosto do homem, porém foi  impedido por Kate, que segurou sua mão antes que ele o fizesse. Apesar  de não ter força para conter a dele, conseguiu chamar a atenção do  moreno.

Kevin para! ela gritou, tentando não demonstrar o medo que sentia ao encarar aqueles olhos vermelhos.

Kate, se afasta! disse, voltando a olhar para o assaltante.

Não!   ela puxou o ombro dele, mas sentiu uma pressão forte em seu peito,  percebendo que ele a empurrara e que suas costas bateram com força  contra a parede. Sua respiração ficou pesada e levemente ofegante, seus  olhos se arregalaram enquanto olhava para ele.

Kevin  apenas se voltou para o homem e o ergueu pelo pescoço, pronto para  quebrá-lo a qualquer momento, quando um barulho ensurdecedor foi captado  por sua super audição. Kate usava o grito do canário para afastá-lo do  homem, e tentava fazê-lo voltar a razão.

Kevin  deu um grito de dor, largando o assaltante e caindo no chão com as mãos  nos ouvidos. Isso só o deixou com mais raiva, o que restava de sua  personalidade sensata desaparecera naquele momento. Ele se levantou,  ainda que com dificuldade e voou rapidamente na direção dela, cobrindo  sua boca com a mão e a empurrando com força contra a outra parede.

A  pancada fez a loira ficar tonta, mas podia sentir as mãos dele  pressionadas com força contra seus lábios. Antes que o herói pudesse  fazer alguma coisa, foi empurrado para o lado por alguém forte, soltando  Kate e cambaleando para o lado. Apolo segurou os braços da loira para  ajudá-la a ficar de pé novamente enquanto Melissa, Scott e Grace  entravam na lanchonete.

Kevin, você precisa de ajuda disse Batgirl, se aproximando dele.

Superboy mal podia ouvir a amiga depois daquele grito, sua raiva estava em um nível perigosamente alto.

Kevin!   a morena gritou quando não obteve resposta e, mais uma vez, ele voou  rapidamente até ela e a segurou pelo pescoço, a jogando sobre uma das  mesas e fazendo a mesma se quebrar.

Grace  ficou espantada enquanto Apolo e Scott correram até ele e o empurraram  para longe de Batgirl. Os dois, no entanto, foram facilmente derrubados  pelo herói. Apolo demorou um pouco, conseguindo mantê-lo imobilizado por  alguns segundos, porém Kevin usou sua visão de calor e queimou  levemente a mão do moreno, obrigando-o a soltá-lo e depois lhe desferiu  dois socos no rosto, o último deixando Apolo desacordado.

Grace  não sabia ao certo o que fazer, era mais rápida do que Kevin, mas ele  era mais forte. Precisaria ser esperta. Melissa disse algo sobre uma  pedra vermelha que o fazia ficar com raiva e possivelmente mau. Ela  precisava achar essa pedra.

Grandão! a velocista gritou, repassando o próprio plano em sua mente para saber se ele daria mesmo certo. Duvido você me pegar!

Logo  após dizer isso, Grace começou a correr pela lanchonete, deixando Kevin  desorientado pela quantidade de vezes que havia passado por ele. Ela  esperou até que tivesse corrido o suficiente para ter uma crise de  hiperatividade e tudo começasse a se mover em câmera lenta. Quando isso  aconteceu, a loira ficou, pela primeira vez, aliviada por ter esse  problema.

Ela  começou a procurar pela pedra vermelha e não demorou para que a  encontrasse no bolso dele. Grace, então, a segurou com força e começou a  girar o braço rapidamente e lançou a kryptonita vermelha para longe,  vendo-a atravessar o teto e ir em direção ao céu.

Só espero que não caia na cabeça de alguém a velocista voltou a se acalmar deixando sua velocidade normal novamente.

Melissa  se levantava assim como Apolo e Scott, todos olharam para Kevin quando  ele desabou de joelhos no chão. Sua respiração estava ofegante e seu  rosto pálido, suas mãos tremiam porém sentia-se mais calmo do que antes.  Kate foi a primeira a se aproximar, se ajoelhando na frente dele e  colocando as mãos nos lados de seu rosto para olhar em seus olhos. Eles,  agora, haviam voltado a sua cor normal e o herói parecia tenso, porém  sem sentir ódio algum.

O-o que aconteceu? perguntou, sua voz estava trêmula e Kate quase pensou que ele iria chorar.

Não foi culpa sua, Kevin Batgirl se aproximou. Aquela Titânia roubou uma kryptonita vermelha do Star Labs e deve ter colocado em você enquanto lutavam.

O quê? Ah, minha nossa, eu não quis... ele respirou fundo e colocou uma mão no rosto. Me desculpem.

Tudo bem, não machucou nenhum de nós Kate tentou acalmá-lo, dando um sorriso suave enquanto olhava fundo nos olhos dele.

Ah, claro, um soco ou dois não fazem diferença, não é? Apolo passou a mão sobre o maxilar que doía após os socos.

Como tirou a pedra dele, Grace? Scott perguntou, e a loira recebeu olharem de todos da equipe.

Prefiro não comentar. É um probleminha que eu tenho e usei ao meu favor. Pode ser útil mais vezes ela sorriu, penteando os cabelos longos com os dedos.

Espero que sim. Vamos sair daqui antes que a polícia chegue Batgirl andou na direção da porta, mas foi parada ao ouvir a voz de Kevin.

Mel, se isso acontecer de novo, ele fez uma pausa. Não quero que sinta pena, ok? Eu não quero ferir nenhum de vocês. Use o método necessário para me parar.

Ela  já sabia ao que ele se referia e engoliu seco só de pensar em fazer  aquilo com seu melhor amigo. Seus olhos se voltaram para ele e ali  permaneceram.

Não vamos chegar a esse ponto dizendo isso ela virou as costas e saiu.

 

§

 

Sua incompetência me fascina, Titânia disse a mulher para a meta-humana.

A culpa não foi minha, eles não deveriam ter descoberto antes que o filho do Superman tivesse matado eles! retrucou, dando um soco na parede por tamanha raiva que sentia no momento.

Vamos precisar de outra distração, não quero eles perto de encontrarem a fonte do soro até que esteja tudo em Gotham a mulher passou a mão pelo queixo, pensativa. Já sei o que podemos fazer, e isso vai mantê-los ocupados por dias.

Ela se virou para Titânia.

Quero que encontre Melody Marius, sei que ela vai adorar fazer esse serviço para nós.

 


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Notas finais do capítulo

Base da Melissa: http://static.comicvine.com/uploads/original/9/97334/3274736-4218741735-the_b.jpg

Espero que tenham gostado, eu adorei escrever o capítulo. Me digam o que estão achando até agora meus queridos leitores e até a próxima!!

Un beso mis amores :*