Deep Six escrita por Gothic Princess


Capítulo 18
Capítulo XVIII - Dia de folga


Notas iniciais do capítulo

Hello, heroes!! Preciso agradecer a todos que estão comentando e dizer para os novos leitores que espero que estejam gostando da fic, já que percebi o número mais alto de acompanhamentos desde o último capítulo postado.

Essa capítulo de hoje se passa ao mesmo tempo que o 17, então no final vamos ter o Tony e a Yuki aparecendo depois de tudo o que rolou no último capítulo.

Já deram uma olhada na nova fic da Liga da Justiça Sombria?? Se não, aqui está o link para vocês, mis amores: https://fanfiction.com.br/historia/658199/LigadaJusticaSombria/
Essa LJS será um spin-off do Deep Six, então seria interessante para vocês lerem.

Aproveitem e não se esqueçam de me dizerem se estão gostando!!



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Com toda aquela confusão do soro e vilões novos surgindo a todo momento, Melissa e Apolo mal tinham tempo de ficarem juntos. Seus amigos, então, prometeram que iriam cuidar de tudo por uma tarde para que os dois pudesse passar um tempo juntos na Mansão Wayne.

— Qual filme vamos assistir? — Mel entrou na sala de estar com um pote de pipoca e o colocou na mesa de centro, sentando-se ao lado de Apolo.

— A morte do demônio — ele sorriu e ela estreitou os olhos.

— Maldita hora em que o Scott te viciou em filmes de terror.

— Esses filmes são incríveis! Parecem tão reais, mas não são. Adoraria enfrentar esses seres sobrenaturais algum dia — ele pegou um pouco de pipoca e comeu.

— Devia dar uma voltinha com os amigos da Zoe e do Miles, eles estão num caso desses agora — a morena esticou as pernas e as deixou em cima das dele. — Se eu tiver pesadelos, a culpa é sua.

— Ah, a senhorita Wayne, que diz não tem medo de nada, pode ter pesadelos com um filme... — ele parou de falar quando ela lançou uma almofada em seu rosto.

— Para com isso! — ela fez um bico e ele a puxou para perto, se esquivando dos tapas da namorada e lhe dando um beijo para acalmá-la.

Melissa ainda queria afundar a cabeça dele no sofá para ensiná-lo a não provocá-la, mas o beijo a distraiu completamente. Ele pôs as mãos na cintura dela e a puxou para que se sentasse em seu colo enquanto o beijo continuava, porém ambos se separaram de repente quando ouviram um latido alto bem ao lado.

A morena viu ser o cachorro de seu pai, Ace, latindo só para ela, já que todos os animais amavam Apolo e nem se quer rosnavam para ele.

— Calado, Ace! — ela gritou e o cão parou de latir.

— Foi mal, não vi vocês ai — os jovens ouviram a voz de Bruce e isso fez Apolo empurrar Melissa para fora do seu colo, acidentalmente jogando-a para fora do sofá e no chão.

— Desculpa... — ele sussurrou para ela, que lhe lançou um olhar de ódio.

— O que está fazendo no chão? — Bruce perguntou, parando atrás do sofá.

— Enxergo melhor daqui, a imagem fica fantástica — respondeu entredentes.

Ela voltou a se sentar no sofá e acertou uma almofada no rosto do namorado, fazendo-o dar uma risada. Bruce leu o nome do DVD sobre a mesa de centro e franziu o cenho.

— A morte do demônio? Nunca assisti esse filme — Bruce alternou olhares entre os dois. — Parece interessante.

— Nem pense nisso! — Melissa logo o cortou, prevendo que seu pai estragaria a tarde deles rapidinho se continuasse ali.

— Fica tranquila, nós estamos de saída — Selina entrou na sala e se colocou ao lado do marido. — Parece que sua irmã foi presa de novo.

— O que ela fez dessa vez? — a morena nem estava surpresa, pois a ficha de Cassandra era maior que a de muitos vilões.

— Ela estava em Tóquio por algum motivo e, junto com um outro grupo, destruiu um trem bala — Bruce a respondeu, parecendo aborrecido com a ação da filha. — Por sorte ninguém se feriu, mas ela foi deportada, então Selina e eu teremos que tirá-la da cadeia.

— Podemos demorar e o Alfred precisou resolver alguns assuntos pessoais hoje, então a casa é só de vocês — Selina sorriu. — Divirtam-se.

— Mas não tanto. Entendeu, Apolo? — Wayne falou com o herói da mesma forma que o Batman falaria com um criminoso.

— Sim, senhor — o semideus engoliu seco.

Quando os dois deixaram a mansão, Melissa soltou uma risada enquanto olhava para a expressão apavorada de Apolo.

— Você é muito mais forte do que ele, sabe disso, né?

— Se estivesse na minha situação, isso não faria muita diferença.

— Pensei que fosse mais corajoso — ela disse, empinando o nariz e se levantando para poder colocar o DVD.

— Ok, vamos ver quem vai morrer de medo com esse filme — ele provocou, sorrindo e voltando a comer pipoca.

Melissa deu língua para ele, mas antes que pudesse ligar a TV, ouviu o som da campainha. Quando viu que a mesma havia sido tocada mais de nove vezes antes que ela chegasse a porta, percebeu logo quem era do outro lado e deu um suspiro impaciente.

— Mel, como tá sua tarde com o Apolo? — Grace perguntou quando ela abriu a porta.

— Estava boa até agora.

— Não seja malvada. Se lembra que você prometeu que deixaria meu grupo da feira de ciências usar seu laboratório mega tecnológico para fazermos algo que não explodisse? Então, viemos aqui para terminar o projeto! — a loira abriu os braços e sorriu.

— Me lembro de falar isso, mas não que podiam vir hoje!

— Qual é! A feira é amanhã, precisamos terminar isso hoje mesmo, meus amigos e eu dirigimos de Central City até aqui, sabe como é ficar dentro de um carro por duas horas sem poder correr? É um pesadelo! Por favor, Mel, por favor, por favor, eu prometo que nem vão saber que a gente tá lá em cima! — a velocista fez um bico e tremeu seu beiço como se fosse começar a chorar.

— Veio de carro? Por que não veio correndo? — a morena cruzou os braços.

— Porque meu amigo Logan não sabe sobre meus poderes e nem sobre vocês, então preciso fingir que sou normal.

Melissa não gostou da ideia, ela detestou, mas Grace não a deixaria em paz se ela dissesse que não os deixaria fazer o projeto, pelo menos ficariam quietos no laboratório. Com certa má vontade, a Wayne abriu mais a porta e deixou a loira passar.

— Já disse que te amo, hoje? — Grace abraçou a amiga e lhe deu um beijo na bochecha.

— Algum problema? — Apolo apareceu e se surpreendeu ao ver Grace.

— Não! E foi mal por atrapalhar qualquer coisa, vou chamar os meninos! — a loira se preparou para correr, porém se lembrou que não podia e andou normalmente até o lado de fora.

— Se eles começarem a nos infernizar, vou soltar o Ace em cima deles — Melissa disse, irritada, e Apolo sorriu, passando um braço ao redor do ombro dela.

Os dois viram Grace passar pela porta com algumas bolsas repletas de equipamentos e junto com ela, dois garotos, um de cabelo castanho claro e o outro de cabelo preto. Apolo reconheceu Ethan, não conseguindo identificar o segundo. eles carregavam uma caixa enorme e pesada, tanto que ambos a deixaram no chão com um estrondo alto e tentaram recuperar o fôlego.

— Esses fracotes não são de nada. Pode ajudar eles Apolo? — Grace apontou para o andar de cima, onde sabia que ficava o laboratório.

— Claro! — o moreno se aproximou da caixa e a levantou com uma mão, fazendo o segundo garoto dar um pulo para trás.

— Como ele fez isso? — perguntou, assustado com a facilidade com que ele levantou uma caixa tão pesada.

— Ele malha muito, Logan. Você e o Ethan, levem essas sacolas lá para cima e tentem não bagunçar nada! — Grace entregou as bolsas para os amigos.

— Desde quando ela acha que é nossa chefe? — Ethan murmurou para o amigo, que deu de ombros.

— Grace, o que é isso? — a voz de Melissa saiu com uma mistura de espanto e nervosismo.

A velocista olhou para cima, para baixo e para os lados, não vendo nada de anormal para provocar aquela reação na morena.

— O quê? Tem alguma coisa na minha cara?!

— Não! Nas suas costas!

Ao ouvi-la dizer isso, a loira tirou sua mochila especial que usava para carregar seu irmãozinho e o pegou no colo.

— É meu irmão, David. Precisei ficar de babá hoje, então ele veio nos fazer companhia — ela esticou o bebê loirinho de olhos claros na direção de Melissa, que deu um passo para trás rapidamente.

A criança parecia distraída com as próprias mãos, mas quando viu a morena a sua frente, começou a rir e a esticar os bracinhos para que ela o pegasse no colo.

— Awww, ele gostou de você!

— Mantenha essa máquina de baba e coco longe de mim, por favor — Melissa se virou e voltou para a sala de estar.

— Ela também gostou de você, — Grace puxou seu irmão para mais perto. — Se comporta. Se a tia Melissa pegar você perto dela, a irmã vai ser uma garota morta, entendeu?

David apenas deu uma risada e abraçou a velocista, ela considerou aquilo um sim. Seu irmão tinha o tamanho de um bebê de cinco meses, apesar de ter apenas dois, e era extremamente inteligente, mas além de estar crescendo muito rápido, ele também tinha uma habilidade incomum que nem ela, nem seu pai entendiam.

— Grace, tudo pronto lá em cima — Apolo desceu as escadas e ela sorriu antes de usar sua super velocidade para subir as escadas.

Ele voltou para a sala e viu Melissa sentada no sofá enquanto comia pipoca.

— Pronta para começar o filme? — o moreno se sentou ao lado dela e lhe deu um beijo na bochecha.

— Pronta! — ela pegou o controle remoto da TV e no momento em que seu dedo tocou o botão, ouviu a campainha mais uma vez. — Alguém quer ter uma morte lenta e dolorosa.

— Eu atendo — Apolo fez menção de se levantar, vendo-a empurrá-lo de volta para o sofá.

— Você é muito simpático, quero descontar minha frustração em alguém — a morena deu um selinho nele antes de se levantar e ir para o hall de entrada novamente.

Melissa abriu a porta e congelou ao ver um homem alto de cabelos negros sorrindo para ela.

— Olha se não é minha irmã favorita! — Dick abriu os braços para ela.

— Sem chance, Grayson! — Mel tentou fechar a porta na cara dele, mas Dick colocou a mão na mesma e a impediu de fazer isso.

— É uma emergência, Mel! Bárbara e eu precisamos ir para Metrópolis, não encontramos nenhuma babá.

— Levem os pestinhas para a cadeia, a Cassandra vai adorar ficar com eles! — ela tentou fechar a porta outra vez, porém não era mais forte do que seu irmão adotivo.

— Ela está presa de novo? — Dick ficava surpreso de como Cassy o lembrava de Jason, e isso o assustava. — Ok, depois eu quero saber mais sobre isso, agora preciso ir.

— Seus filhos me detestam!

— Isso é mentira, eles te adoram. E eu liguei para o Bruce, ele falou que você estava livre hoje — ele a ouve dar um rosnado baixo.

— Vou matar ele quando voltar.

— Mel, tô pedindo como seu irmão mais velho, que sempre fez tudo por você, — o moreno abriu mais a porta e deu um passo para dentro da mansão. — Cuida deles por duas horas, eu juro que faço qualquer coisa!

— Qualquer coisa? — a expressão dela logo mudou e ele teve medo do que estava por vir. — Quero os bastões do Asa Noturna.

Dick a encarou com um sorriso escárnio no rosto.

— Não tá falando sério.

— Você nem trabalha mais como herói, eu quero os bastões — ela sorriu, se divertindo com a situação.

Tentava conseguir aquilo dele há anos, mas Grayson tinha uma mania irritante de não deixar ninguém tocar em seu equipamento. Agora era o momento perfeito, pois ela percebeu que ele estava pensando no assunto.

Depois de olhar para o relógio e dar um suspiro de irritação.

— Tudo bem! — disse, com certa má vontade.

— Voltem em duas horas ou tranco eles na batcaverna de novo — ela abriu a porta totalmente.

— James, Mary, podem vir — logo que ele falou isso, Melissa viu as duas crianças entrarem na casa fazendo acrobacias, dando cambalhotas e pulado de um lado para o outro, ambos trajando roupas de ninja.

— Tá brincando comigo, não é? — ela massageou as têmporas.

Dick deu um beijo na testa dela e lhe lançou um sorriso antes de correr de volta para seu carro.

Mel se virou para seus dois sobrinhos e bateu as mãos para chamar a atenção deles. James já estava pendurado no candelabro de cobre na parede e Mary tentava alcançar o outro.

— Ok, pestinhas, podem destruir o escritório do meu pai, comer o que quiserem na cozinha, até podem ir no quarto da Cassy para mexerem nas coisas dela, mas não entrem na sala de estar — ela alternou olhares entre eles. — Se eu encontrar vocês perto dessa porta...

— Não vai nos encontrar porque somos ninjas! — James pegou uma mini-bomba de fumaça e a jogou no chão. Quando a mesma foi dissipada, as duas crianças haviam sumido.

Melissa contou até dez, respirou fundo e teve pensamentos positivos para não estrangulá-los, então voltou para a sala onde assistiria o filme com Apolo.

No andar de cima, Grace ajudava Logan com alguns cálculos finais, e apesar do seu TDAH, a loira fazia tudo rapidamente e com entusiasmo.

— Podemos usar radiação beta, a gama é muito forte — Logan comentou.

— O objetivo do aparelho de contenção é mostrar que podemos conter um tipo de radiação forte, o beta é muito fraco — Ethan tinha toda a sua atenção no pedaço de metal que soldava, mas respondeu o amigo.

— E se não conseguirmos conter a radiação? — loiro levantou os olhos para o moreno, sendo respondido pela velocista ao seu lado.

— Os raios gama constituem um tipo de radiação ionizante capaz de penetrar na matéria mais profundamente que a radiação alfa ou beta — Grace fazia anotações tão rápido que quase se esqueceu de esconder seus poderes. — A energia elevada pode causar danos a materiais comuns, por isso vamos usar o mesmo material usado em reatores nucleares, que o Ethan-rico-Palmer encomendou da Rússia. Acredite, vamos conseguir conter essa radiação, nosso objetivo é criar algo seguro para impedir acidentes, como o de Chernobyl, aconteçam. Nosso único problema é fazer algo errado e tudo explodir.

Logan não pôde deixar de rir.

— Sabem que é uma feira de ciências do segundo ano, não é?

— E daí? — Ethan parou de soldar o metal e, assim como Grace, voltou-se para o colega.

— E daí que estamos fazendo um projeto de nível muito alto, seria bem mais simples fazer a minha ideia do congelamento instantâneo.

— Ahh, então é esse o problema! — a loira gargalhou. — Logan, só porque não usamos sua ideia, não quer dizer que não te achamos inteligente. Nem estaria no nosso grupo se não fosse. Além do mais, sou alérgica a frio.

Ele não sabia, mas o frio era uma das fraquezas da heroína, por isso ela e Ethan não quiseram correr o risco e resolveram fazer o projeto do moreno.

— Onde estão os sanduíches que sua mãe fez? — Grace correu até uma das bolsas no chão e começou a procurar pela comida.

— Você comeu tudo na viagem pra cá — Logan se colocou ao lado de Ethan para ajudá-lo a montar o aparelho de contenção.

— Eu tô com fooomeeee! — ela choramingou e cruzou os braços.

— Que tal vir nos ajudar ao invés de ficar reclamando, loirinha — Logan a viu lhe dar língua e se sentar em uma cadeira na frente deles.

— Ethan, onde colocou meu irmão? — ela começou a girar na cadeira, entediada.

— Ele estava brincando com algumas ferramentas não pontiagudas ali do lado.

Grace se virou na direção em que o moreno apontou e não viu David.

— Merda, ele fez de novo! — ela se levantou e quase correu até a porta, porém se segurou e andou normalmente.

— Ele deve estar em algum lugar por aqui, não pode ter aberto essa porta pesada — Logan digitava algo no computador, não prestando muita atenção nela.

— Você não sabe como esse menino pode ser forte. Eu vou dar uma olhadinha lá fora, continuem trabalhando, se comportem e tentem não explodir nada, preciso de uma nota boa em ciências! — assim que fechou a porta, a loira usou sua super velocidade para vasculhar todo o segundo andar, entrando em todos os quartos a procura de seu irmão, mas ele não estava em nenhum deles.

Quando parou no meio do corredor, viu duas crianças paradas na sua frente, um menino que aparentava ter oito anos e uma menina de uns seis anos. Eles usavam roupas de ninja e a encaravam com curiosidade.

— Caramba, será que eu corri muito rápido, viajei para o futuro e agora estou vendo os filhos da Mel e do Apolo?! — ela colocou as mãos na cabeça e as crianças começaram a rir.

— Não somos filhos da Mel! — a menina gritou, entre risos.

— Somos ninjas! E você não pode nos ver! — James jogou outra bomba de fumaça no chão, mas Grace conseguiu ver os dois correndo para o andar de baixo.

Ela não entendem o que essas crianças faziam lá, porém não tinha tempo de ponderar sobre a situação, precisava encontrar David antes que Melissa o fizesse antes dela. Desceu as escadas em alta velocidade e começou a percorrer o resto da enorme mansão, evitando a sala onde Apolo e Mel assistiam ao filme.

Dentro da sala de estar, o casal estava concentrado no filme. A morena estava encostada no namorado enquanto ele acariciava suas costas, ambos mantendo os olhos na televisão presa à parede. Melissa desviou o olhar por um segundo na direção do chão e viu David brincando com Ace ao lado do sofá, ficando impressionada com a maneira que o cachorro feroz se derretia conforme o bebê acariciava seu pelo. Ficou mais ainda ao perceber que ele havia descido todos aqueles lances de escada até ali.

— Falei para a Grace deixar o irmão dela longe daqui — Mel se levantou e só então Apolo viu David no chão.

Ao perceber a aproximação da maior, o bebê começou a engatinhar para trás do sofá. Melissa o seguiu, mas quando olhou para baixo, ele havia sumido.

— Mas o quê...? Ele estava aqui há um segundo — ela franziu o cenho.

Apolo se levantou e olhou para o local onde a criança deveria estar, achando estranho ele ter sumido tão rápido.

— É melhor acharmos ele, — o moreno se levantou. — A Grace deve estar preocupada.

— O universo está mesmo conspirando para que eu não passe uma tarde normal com meu namorado — Melissa bufou e o viu se aproximar, levando uma das mãos até seu rosto para levantá-lo e fazê-la olhar para ele.

— Prometo que nada vai estragar nossa tarde juntos, tecnicamente vamos procurar o irmão da Grace juntos — ele sorriu quando ela relaxou mais a expressão irritada em seu rosto, aos poucos retribuindo o sorriso dele.

— Vamos logo — a morena segurou a mão de Apolo e o levou para o lado de fora da sala de estar, indo na direção da cozinha.

Quando Melissa colocou um pé do lado de dentro, ouviu James gritar algo e um pedaço de bolo acertou seu rosto. Apolo cobriu a boca com uma das mãos para segurar o riso, vendo sua namorada limpar o doce de seu rosto e lançar um olhar furioso para o jovem em cima do balcão.

— A tia Mel veio brincar de guerra de comida com a gente! — Mary gritou, jogando dois brigadeiros na morena.

— Suas pestes, eu vou matar vocês! — as duas crianças deram berros desesperados quando Melissa começou a correr atrás deles.

Grace apareceu ao lado de Apolo e soltou uma risada ao ver a amiga completamente suja de bolo e brigadeiro.

— Ela fica muito fofa com raiva, não acha? — a loira se apoiou no ombro do moreno e ele assentiu. — Por falar em coisas fofas, você viu meu irmão por aí?

— Ele estava na sala de estar, mas sumiu do nada. Estávamos indo procurá-lo.

— Urgh, odeio quando ele faz isso.

— Quando ele faz o que, exatamente? — Apolo cruzou os braços e olhou atentamente para a velocista.

— Desde semana passada, o David tem sumido do nada e aparecido em lugares que ele nunca poderia ter chegado sem a ajuda de alguém. Meu pai examinou uma amostra de sangue dele e descobriu que tem muita força de aceleração nele, mais do que em mim! Isso me deixou com ciúmes? É óbvio! Mas isso não vem ao caso agora, a questão é que achamos que ele consegue se mover tão rápido que nem notamos — ele precisou pensar rápido para acompanhar tudo o que ela disse, vez ou outra tendo que conectar palavras por não ter entendido a frase, mas compreendeu a ideia geral.

— Então ele pode estar em qualquer lugar?

— Qualquer lugar perto, ele só consegue ir aonde pode ver, só que esse lugar é muito grande e eu já procurei em tudo! Esse garoto está brincando comigo.

— Vamos achá-lo, eu prometo — Apolo viu Melissa ainda perseguia James e Mary, que eram muito ágeis, pois conseguiam se esquivar e correr mais que a heroína. — Bat, deixa eles, precisamos achar o David.

— Vou estrangular esses seres infernais, depois acho o irmão da Grace — ela viu Mary correr para trás de Apolo e se esconder atrás de sua perna.

Quando tentou se aproximar da jovem, seu namorado a segurou pelos ombros para acalmá-la.

— São só crianças, só estavam se divertindo — ele limpou uma boa quantidade de bolo do rosto dela.

— Você é alto — eles ouviram Mary dizer, olhando para cima. — E bonito!

— Obrigado, princesa — Apolo se abaixou até ficar da altura de Mary. — Pode me fazer um favor muito importante?

— Claro.

— Preciso que você e seu irmão encontrem um bebê loirinho, o nome dele é David. Sei o quanto vocês dois são espertos, então vão ser perfeitos para o trabalho.

— Se acharmos ele, vamos ser heróis? — James perguntou, entrando na conversa, porém mantendo uma certa distância de Melissa.

— Podem apostar que vão — Apolo sorriu e viu os dois comemorarem e saírem correndo da cozinha.

— Como você faz isso? — a morena cruzou os braços.

— Você mesmo disse, sou muito simpático — ele lançou um sorriso charmoso na direção dela, que revirou os olhos.

— Pessoal, tudo certo por aqui? — Ethan entrou na cozinha acompanhado de Logan.

— Perdemos o David! — Grace disse, seu tom de desespero total.

— Não perdemos não, vamos achá-lo e depois amarrá-lo com correntes — Melissa comentou.

— Sabe que estamos falando de um bebê, certo? — Ethan estreitou os olhos.

— A Mel e eu podemos olhar no andar de cima, Grace vai para o jardim da frente e vocês dois para o jardim dos fundos — Apolo sugeriu.

— Na falta do Kevin, temos o segundo líder — a velocista novamente pensou em sair correndo e quando percebeu que precisaria andar, começou a xingar baixo e a bater o pé, fazendo pirraça.

Logan e Ethan saíram pela porta dos fundos, vendo que teriam muito para olhar, já que além de uma piscina enorme, ainda havia metros e metros de terreno da mansão.

— Vai pela direita que eu vou pela esquerda — Ethan disse e Logan assentiu com a cabeça, andando na direção de uma casinha perto da piscina.

O loiro estava prestes a entrar na mesma quando viu David engatinhando na direção da piscina. Assim que percebeu que o jovem não iria parar, correu na direção dele, pensando em como o impediria de se afogar, já que não era bom quando o assunto era velocidade e não sabia nadar. Uma ideia surgiu imediatamente em sua cabeça, fazendo-o pegar uma pequena capsula azul em seu bolso e lançar na enorme piscina não muito longe de si. Em segundo a água havia congelado por completo, bem na hora em que David ia cair.

Quando parou ao lado da borda, Logan observou enquanto David ria e deslizava sobre o gelo. Ethan já corria na direção deles e parou ao lado do amigo, passando a mão pelo cabelo em um sinal claro de nervosismo.

— Cara, ficou maluco?! Como vamos explicar isso para os outros? Se a Grace ficar sabendo... — o moreno o viu pegar o bebê no colo.

— Relaxa, Eth, vou descongelar rapidinho — o loiro andou para fora da piscina congelada. — Mas também, quem liga se a Grace ficar sabendo? Já queria ter contado para ela há muito tempo, mas você não deixa.

— Acredite, ela não aceitaria tão bem o fato de seu pai ser um criminoso.

— Não tenho ligações com o meu pai.

— Mas usa as invenções dele!

— Porque são incríveis! — Logan já estava acostumado com os surtos de seu colega, pois sempre que usava algo criado por seu pai, Leonard Snart, corria o risco de revelar a Grace que era filho dele. — Por que você se estressa tanto? Ela é uma garota tranquila, não vai me julgar por ser filho do Capitão Frio.

— Por que eu me estresso?! Porque tenho que guardar dois segredos e ainda impedir que...

— Dois segredos? — Logan arqueou uma sobrancelha.

Ethan engoliu seco. Odiava quando falava demais.

— Eu disse dois? Não, quis dizer um, um segredo. Não tenho nada para esconder sobre a Grace e a família dela, muito menos dos amigos, eu vou calar a boca antes que fale mais merda — o moreno balançou a cabeça em sinal negativo, frustrado com sua própria estupidez. — Vamos voltar, o pessoal vai adorar saber que achamos o David.

Logan achou o comportamento do amigo estranho, mas era comum dele falar coisas sem sentido de vez em quando, então deu de ombros e se preparou para entrar. Parou ao sentir Ethan pegar o bebê no colo e apontar na direção da piscina.

— Descongela. Agora — ele, então, se virou e voltou a se aproximar da mansão, não querendo saber como Logan faria isso.

Depois de entrar pela porta dos fundos, Ethan deu de cara com James e Mary, que olharam bem para ele antes de começarem a gritar:

— Achamos ele! Achamos ele! — e saírem correndo pela casa.

— Ah, David! — Grace correu até o amigo e pegou seu irmão no colo. — Nunca mais me assusta assim, garoto! Quando chegarmos em casa, vou te colocar no cercadinho sem seus brinquedos para você aprender a me obedecer.

— Acharam ele? — Apolo perguntou, se aproximando deles com Melissa.

— Sim! — Grace e Ethan responderam ao mesmo tempo.

— Finalmente! Agora mantenham essa coisinha quieta enquanto a gente termina de assistir o filme — Melissa mal terminou a frase e a campainha tocou. — Maldita hora que o Alfred saiu e eu não posso pedir para ele se livrar dessas pessoas por mim.

A morena andou até o hall e, xingando seja lá quem fosse do outro lado de todos os nomes feios existentes na Terra, abriu a porta, congelando ao ver quem era.

— Surpresa! — ela ficou parada por mais um tempo, não entendendo como Ibn havia parado na porta da sua casa.

Sem demora, ela lhe deu um soco na barriga, uma joelhada no meio das pernas e o jogou por cima de seu ombro com um golpe de judô, fazendo-o cair de costas no chão com um estrondo tão alto que fez todos se virarem para eles.

— Pessoal, temos um problemão! — Yuki entrou logo depois e olhou para Tony, ainda com a roupa de Ibn, no chão, gemendo de dor. — Falei para não fazer essa brincadeira com ela.

— Alguém pode me explicar o que significa isso? — Melissa gritou.

— É o Tony — Yuki riu.

— Correção, "era o Tony"... — o moreno rolou para o lado, não conseguindo se levantar. — Acabei de morrer.

— O que está fazendo vestido assim? — Apolo estendeu a mão para ajudá-lo a se levantar.

— É uma longa história — ele aceitou a ajuda e ficou de pé. — Vou contar logo depois que checar se não estou com hemorragia interna.

Se Melissa conseguisse ver o rosto dele por trás do capacete e da máscara, com certeza estaria recebendo um olhar nada amigável.

— Um vilão! — eles ouviram James gritar e acertar um chute na perna de Tony, fazendo detetive dar um grito de dor.

— Ok, vamos todos para a base agora! Apolo, traz o James e a Mary, por favor — Mel indagou.

— Eu preciso ficar para terminar o projeto da feira — Grace a lembrou.

— Fica, encontra a gente em uma hora no máximo. E no caminho, quero saber dessa história, Bertinelli — Melissa empurrou o amigo para a saída e andou com Apolo e Yuki atrás dele.

— Tem brigadeiro no seu cabelo? — Yuki perguntou para Melissa.

— Por favor, só me digam que tem boas notícias — ela suspirou.

— Temos muitas más notícias, mas uma é boa — Tony andou até seu carro e abriu o porta malas. — Conhece esse cara?

Melissa se colocou ao lado do detetive e se assustou ao ver um cara semi-nu, inconsciente, ali dentro. Ela olhou bem para o rosto dele e, por um segundo, quase falou "sim", pois ele a lembrava alguém.

— Não. Mas é familiar.

Tony a encarou sob as duas máscaras que usava, pensando por um tempo antes de fechar o porta malas e entrar no carro.

 


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Notas finais do capítulo

Só eu senti pena do Tony?? Kkkkk, mas também foi brincar com a Mel depois desse dia frustrante que ela teve, se ferrou xD

No próximo teremos mais informações sobre o Ibn/Damian, juntamente com um evento que pode causar danos muito sérios à equipe... Suspense máximo porque a coisa vai ser séria mesmo!!

Obrigada por lerem e até a próxima!! Visitem o Tumblr, mandem suas perguntas para os personagens e tirem qualquer dúvida que tiverem, ficarei feliz em responder :)

Un beso mis amores :*