Enquanto eu corria fiquei pensando se deveria voltar e ajudar Brandon, mas deduzi que seria melhor pedir ajuda a alguém, aqueles homens pareciam bem perigosos. Meu primeiro intuito foi ir para a ala feminina, mas Kriss não está nos seus melhores dias, sem questionamentos corri direto pro quarto de Adam.

Quando cheguei à sua porta receei em abri-la, porque como sempre havia pessoas conversando, e pelas vozes tive certeza de que essas pessoas eram Jeanine e Adam, dessa vez eu não me prestei a ouvir a conversa, já estava cansada de tentar saber coisas sobre Adam, eu só abri a porta com força e antes de qualquer pronunciamento falei:

_ Brandon está em perigo, três homens estão tentando mata-lo, e um deles é o pai de Jeanine.

Houve uma troca de olhares confusa, eu estava ofegante, Adam já colocava seus sapatos:

_ Onde eles estão?

_ Como você sabe quem é meu pai? – não fiz questão de responder a pergunta de Jeanine.

_ Vamos, eu te levo até lá.

Nós fomos correndo, eu apenas um pouco mais a frente, quando percebi a bruxa da Jeanine estava nos acompanhando, só não parei para impedi-la porque já estava ocorrendo uma briga na qual Brandon estava em desvantagem. Por sorte o refeitório estava completamente vazio, e eu um dos cantos, um homem grande, o pai de Jeanine estava em cima de Brandon, com outros dois homens segurando seus braços, Adam não esperou nada, quando vi ele já estava pulando sobre o pai de Jeanine. Eu não sabia muito o que fazer, caminhei zonza o mais rápido que pude até os outros dois homens, Brandon já havia se livrado das mãos deles e lutava com um, sem muita coordenação motora eu avancei no outro.

E como sempre, uma força sobrenatural tomou conta de mim e eu o prensei contra a parede, peguei no seu pescoço e fui apertando minha mão lentamente, ele não era muito mais alto que eu, um homem que me amedrontava, olhos e cabelos castanhos, havia uma deformação em seu rosto, do nariz até o pescoço, tinha o cabelo grisalho mas não devia ser muito velho, ele aproveitou enquanto eu estava o analisando e me deu uma joelhada na barriga, uma onda de dor me invadiu, fiquei totalmente sem ar, ele me empurrou e eu caí no chão com as mãos na barriga, fiquei esperando que ele viesse me atacar mas todos haviam parado de lutar.

Meus olhos percorreram todo refeitório e pararam quando vi o pai de Jeanine e Adam se encarando, eles não lutavam só olhando fixamente um para o outro, o homem assustador sempre com o olhar sombrio, e Adam, não dava para decifrar, ódio, medo, tristeza, confusão.

_ Seu desgraçado, o que está fazendo aqui? Como me achou? Eu fugi de você a muito tempo, me deixe em paz, - eu nunca tinha visto Adam tão sério- juro que dessa vez eu te mato.

O homem ria com deboche, ele desafiava Adam com o olhar.

_ Ora, quem diria pequeno Adam, você ainda lembra de mim?

_ Nunca esqueceria desse seu rosto maníaco.

_ E é desse jeito que me recebe? - ele deu um sorriso de lado- esperava mais de você.

Antes que alguém pudesse perceber Jeanine estava na frente dele:

_ Papai, o que está acontecendo?

Foi como se o mundo de Adam tivesse caído, ele deu uns passos para trás e se virou para Jeanine:

_ Este animal é seu pai?

Ela estava com um ponto de interrogação estampado na cara, eu fui para o lado de Bradon, quem quebrou o silencio foi o “animal”:

_ Você já foi mais educado – dessa vez mais sério- eu prefiro ser chamado de Richard.

_ Adam, da onde você conhece ele? - Jeanine estava com as mãos sobre o peito de Adam, aquilo me deu um enjoou- o que ele te faz? Me responda Adam.

Uma gargalhada irritante veio do Richard, ele olho pro Adam e depois para Jeanine:

_ Ai que clima maravilhoso, a família reunida.

_ Papai, do que você está falando?

Eu pude ver lágrimas brotando nos olhos de Adam, dava para perceber pela sua expressão que ele estava sem chão.

_ DROGA JEANINE, LIGUE OS FATOS, NÓS SOMOS IRMÃOS, NÓS SOMOS IRMÃOS CARAMBA.

E então ele saiu correndo.