Aquele domingo em especial era nublado, mas com um tímido sol, deixando tudo mais belo. Claridade e uma temperatura confortável descreviam o tempo. Havia amigos espalhados pelo quintal, bebendo cervejas baratas e rindo de tudo. Eu estava na piscina ignorando o que me cercava, eu só tinha olhos para ele, meus pensamentos pertenciam à ele naquele momento, assim como o sorriso que ocupava meus lábios. Era tudo por ele, aquilo era melhor do que eu poderia pedir.

Eu o amava e ele me amava de volta. E como isso parece simples! Eu desejava que assim fosse. Naqueles momentos eu podia me lembrar do quanto havia mudado, apenas por ele, e como cada coisa que eu havia feito de errado e imoral, havia valido a pena, porque agora ele era meu, e eu era apenas dele.

Ele se aproximava da piscina com um rosto calmo, eu continuava a sorrir, olhando diretamente em seus olhos. Ele se abaixou lentamente e tocou meus lábios com os dele, e eu sabia que estava nas nuvens. Fui puxada para fora da piscina e ele me envolveu com seus fortes braços, mesmo eu estando completamente molhada, apoiando a cabeça em meu ombro e traçando linhas carinhosas com o nariz pelo meu pescoço, o cheiro de álcool por todo o corpo. Era daquilo que eu havia aprendido a gostar, ele havia me ensinado, era minha ideia de diversão.

Quando ele estava bêbado, era mais carinhoso. Quando eu estava bêbada, era mais agressiva. Nós dois nos preferíamos sob o efeito do álcool, era como se nós fossemos bons, mas a bebida apenas nos dava um bônus.

Era quase impossível acreditar que eu havia sido a primeira mulher que ele realmente amara. E que ele havia sido meu primeiro homem em tudo. Uma virgem boba que havia domado o grande badboy das redondezas ou uma virgem boba que havia sido corrompida pelo grande badboy das redondezas, escolha o ponto de vista que preferir. Aquilo era no mínimo duvidoso. Mas eu o queria, e não demorou nada para eu perceber que ele preferia as garotas más, que foi exatamente o que eu me tornei.

Bares, corpos frenéticos, bebidas, beijos no escuro, danças, luxo e joguinhos viraram minha rotina. Era ele, tudo por ele. E em momentos como aquele, em que ele me abraçava lentamente, me beijando enquanto não escondia nenhum de seus sentimentos, eu sabia que nada havia sido em vão.

No final de tudo, eu preferiria ir ao inferno a ficar na terra sem ele. Era uma droga, uma coisa que vicia e você não se livra mais, não era como se eu não soubesse no que estava me metendo quando fiz tudo isso. Eu sabia exatamente as proporções do que eu estava lidando, e eu realmente não ligava, porque em algum lugar dentro de mim, eu sabia que ele valia a pena. Nós dois somos uma dupla de uma partida de videogame onde ninguém pode nos vencer, no nosso jogo, as regras são nossas, e só nós podemos quebra-las.