La Douleur Exquise escrita por Aresinha


Capítulo 1
Unique


Notas iniciais do capítulo

Olá espero que gostem. Desculpem qualquer erro.
P.S: Trilha Sonora opcional, é a musica Afire Love - Ed Sheraan ♥



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(Trilha Sonora:https://www.youtube.com/watch?v=JznXx1Ns374)

Dezessete anos, o tempo em que nos conhecemos. Afinal nascemos no mesmo dia, e naquele dia nossos pais disseram que estamos destinados um ao outro, pra sempre unidos, e eles não estavam errados, mas também não certos como eu pensava.

O tempo foi se passando e enquanto eu estava naquela arquibancada do jogo Grifinoria X Lufa-Lufa cercada por pessoas de minha casa ás lembranças me atingiam.

Melhor amiga.

Foi do que ele me chamou quando tínhamos seis anos, pegou na minha mão e saiu correndo comigo pelos jardins enquanto minha mãe esbravejava pelo vestido novo sujo na lama e na chuva, naquele momento eu não entendi o que aquele garoto moreno quis dizer, já não éramos primos?

Cores.

O nosso motivo de destaque em eventos da família sempre o mesmo, cores, o cabelo dele era de um preto que parecia ter leves pigmentos acastanhados, enquanto eu tinha aquele amarelo dourado que não consiga se disfarça em meio aos ruivos, e isso foi um bom motivo pra chamar-mos atenção sem querer. Pelo menos até os nossos 10 anos.

Hogwarts

Doce palavra, e no nosso aniversário que comemorávamos juntos, chegou nossas cartas, naquele calor de Agosto, nós rimos, pulamos e abraçamos a todos, mas principalmente, nos abraçamos e foi especial, eu realmente não ligava em dividir meu aniversário, ou a noticia que recebi a carta, não com ele.

O grande dia chegou e quando entramos no trem e dávamos tchau, principalmente para os pequenos e para o rosto choroso dos pais, ele segurou minha mão, e eu fiquei um tanto vermelha, sem entender o motivo, por que... Éramos melhores amigos afinal, deveria ser comum, ele olhou pra mim com seus olhos castanhos brincalhões e piscou, e eu ri.

Na seleção todos estávamos nervosos, Victoire estava ali torcendo por nós e eu tentei parecer confiante, apertei mais a mão dele que não tinha soltado ainda, e quando me chamaram todos pararam e eu tive que soltar-me, senti um grande frio na barriga confesso. Sentei naquele pequeno banquinho e o salão ficou mais silencioso, demorou algum tempo, o chapéu falou três palavras...

Gentil, Paciente e Justa.”

Grifinória foi o que eu esperei ouvir, mas ás duas palavras a seguir me fizeram gelar Lufa-Lufa e neste momento meu destino se selou de um jeito que eu não esperava, fiquei um tempo parada ouvindo palmas da minha casa, a professora chamou minha atenção e levantei, olhei pra ele que ficou sem expressão.

Sentei em meio aos meus e fui cumprimentada, todos me sorriram simpáticos e eu fiz o mesmo, estavam felizes de ter um Weasley na casa, minha família tinha certa fama pós-guerra.

Ele foi chamado e me concentrei ali, se sentou do jeito mais confiante possível e o chapéu mal tocou sua cabeça e foi gritado “Grifinória!” no fundo eu tive um milésimo de esperança de ficar junto, todos aplaudiram e a mesa da casa dele ficou em êxtase, afinal ele era um Potter, e naquele momento James Sirius Potter e Dominique Delacour Weasley não foram mais o mesmo, porque dividíamos tudo, menos nossa casa, e naquele momento uma parte de mim despedaçou quando ele sentou de costas pra mim.

Tempo

Foi o que passou, mas ou menos o ano todo de Hogwarts e o ano não havia sido ruim, eu adorava minha casa, todos se ajudavam, eram bondosos e gentis, mas eu fiquei receosa em voltar porque nenhuma família ficava exatamente feliz em ver a filha na casa mais apagada de Hogwarts. Naquele mesmo ano, James foi o aluno mais famoso, e com seu ego extremo ele não ficou triste, nos encontrávamos em algumas aulas conjuntas e algumas vezes no lago pra conversar, mas eu sentia que algo tinha mudado.

Ele levou exatamente dez broncas, quatro detenções, dois avisos e um berrador, ele se sentiu o máximo como os ídolos dele, seu avô, tio George e o Padrinho do seu pai, eu simplesmente existia na escola, não aprontava, cumpria com meu dever e não tirava ás melhores notas.

Férias.

Agora não é só o cabelo que nos fazia destacar, mas também a escola, todos fizeram carinho na minha cabeça e parabéns murchos por ter entrando na Lufa-Lufa, James recebeu uma vassoura e três puxões de orelha da mãe, mas ela não conseguia ficar triste com ele, era bebê dele, o filho favorito.

14 anos.

Eu sempre ia ficar em frente ao lago e ás vezes observava á Lula Gigante se movendo sobre a luz do por do sol, por vezes James aparecia, mas ele estava ocupado demais sendo a nova sensação e astro do Quadribol, numa quinta ele apareceu.

- Olá Nick. – Ele apareceu e eu arqueei a sobrancelha dobrando ás pernas e colocando junto do queixo. – Ainda vem aqui?

- Sempre estou aqui. – Respondi olhando, o tempo havia passado e ele não parecia com uma criança como antes, estava mais pra uma adolescência precoce, ele ficou mais alto e um pouco forte por conta do esporte, além dos traços mais acentuados, olhos castanhos decididos. Ele raramente aparecia, ele se sentou ao meu lado, próximo, muito próximo. – Jay?

- Eu... Quero testar uma coisa, e eu acho que vai ser legal com você. – Eu franzi o cenho e deixei minhas pernas escorregarem e ele me encarou, castanhos nos azuis.

Bem lentamente ele começou a se aproximar e minhas mãos tremeram ligeiramente, meus olhos foram se fechando tanto quanto os dele, no final ele me beijou, mas não foi um beijo, foi o nosso primeiro beijo, no começo era simples depois passou a ficar estranho quando sua língua entrou na minha boca, e ficamos atrapalhados, mas foi bom, desajeitadamente bom.

- O que foi isso? – Meus olhos ficaram um pouco fechado e eu sentia um gosto, o dele, e eu não sabia que pessoas tinham um, e acredite, não poderia ser comparado naquele momento.

- Um beijo, como você é minha melhor amiga pensei que me ajudaria, eu nunca beijei, e não queria fazer feio pra Alicia. – Continuei com os olhos fechados e meus lábios tremeram mais eu tratei de parar-los, eu senti algo trincar no fundo, bem no fundo porque em vez de uma declaração recebi três coisas.

Meu primeiro beijo, paixão não correspondida e decepção, a primeira de muitas. Naquele momento eu entendi o que a Victoire sentiu quando levou um pé na bunda do Teddy, era devastador.

Constatação.

E ali sentada na arquibancada vendo James voar tentando capturar o pomo, três anos depois, eu percebi que me privei e que me privava, que me escondia atrás de cigarros, porque definitivamente eu encontrei algo parecido com ele, tabaco, bom e que te mata aos poucos te dando uma sensação libertadora, sendo que você está presa ao vicio, e não pode fazer nada contra.

Ali, depois de ver tudo que tinha visto, ele com várias garotas, perguntando como conquistar-las para depois descartar e apesar disso manter-se longe, hoje, fora a data de aniversário, não compartilhamos mais nada, talvez o gosto por nicotina fosse algo também.

Ele capturou o pomo e o pessoal da minha casa esboçaram tristeza, enquanto eu traia minha própria casa torcendo pro time adversário, ele olhou pra mim e sorriu um pouco debochado com o pomo na mão e depois deu um beijo apaixonante na goleira do seu time, eu olhei pro lado dando um sorriso, mas não era de felicidade e sim de dor, na verdade de La Douleur Exquise, que em francês, se significa a intensa dor no coração de desejar alguém e saber que nunca poderá ter, uma única e solidária lagrima acabou escapando, só me dando mais uma de várias certezas que eu tinha, firmando o significado daquelas palavras, aquele sorriso costumeiro apareceu de novo.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, comentários sempre bem vindo, além de críticas positivas ^^