Sing Us a Song escrita por Kimmy


Capítulo 4
Are You Listening?


Notas iniciais do capítulo

hey! Cá estou eu novamente, agora com o 4 (= . Mesmo esse casamento nonsense do Josh não me fez desistir de Joshay, e nada fará u__u. Tirando minha revolta sobre isso, vamos ao cap xD. 



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Josh chegou cansado de mais um dia na empresa e decidiu tirar um cochilo rápido. Jogou-se na cama, sacudiu os pés até os sapatos caírem e em pouco tempo pegou no sono. De repente ele estava em uma casa estranha, mas nem por isso parou de caminhar.

 

Andou até chegar ao que parecia ser uma a sala de estar. Havia um sofá vermelho de cor bem vívida, e várias sombras sobre ele, porém não conseguia ver o rosto de ninguém. Aproximou-se para tentar ouvir o que tanto cochichavam, mas quanto mais ele se aproximava, mais as palavras se tornavam incompreensíveis. A cada passo o local tremia mais e mais. Os possíveis donos da casa pareciam estar rindo, mas Josh não conseguia ter certeza; poderiam ser apenas grunhidos, estava tudo cada vez mais indescritível. Até que, em um passe de mágica, tudo se estabilizou e ele conseguiu contar quatro sombras. Uma voz chamou seu nome, ele foi andando e todo o lugar se tornou preto e branco, menos o sofá. A escuridão envolveu-o e as sombras de antes foram em sua direção. Então tudo ficou em trevas e nada mais podia ser ouvido.

 

~ Ping Ping! Hey Hey! Sing Sing! JUMP! ~


 O garoto acordou suando frio. Arfou várias vezes até entender que era seu celular que estava tocando. Ótimo, Zac tinha mudado o toque para outro ridículo mais uma vez. O mais velho não conseguia entender onde estava a graça nisso. Já mais calmo, pegou o celular e olhou o visor.

 

[ Tabitha Richards ]


Suspirou brevemente e atendeu.

 

- Alô? - começou ele.

 

- Oi Josh! - animou-se a garota do outro lado. - Eu e o pessoal vamos ao cinema, quer ir?

 

A pergunta não soou nem um pouco hesitante, fazendo o jovem se perguntar quem seria "o pessoal".

 

- Hmm, que horas? - indagou ele.

 

- Bom, são quase sete, então se apronte agora que estou passando aí. - falou a garota praticamente em uma respiração só.

 

O garoto congelou. Como assim eram quase sete?! Sete horas é a hora do show da... Droga, ele não sabia o nome da menina. Mas mesmo assim, ele disse que iria!

 

- SETE?! - exclamou Josh mais alto do que pretendia. - Desculpa Tabitha, estou super atrasado pra uma reunião.

 

Era mentira, todavia era uma inofensiva. Ninguém ia ligar se ele faltasse, tirando o fato que o jovem nem sabia quem eram as pessoas que iam para o cinema com ela. Tabitha era uma boa amiga, mas falava o que bem entendia e ia arrastando as pessoas para lugares aleatórios. Entretanto, era uma boa ouvinte e uma pessoa divertida.

 

- Agora? - disse a voz no telefone.

 

- É. A gente se fala depois.

 

Josh desligou antes de ouvir ela se despedir e pôs-se a escancarar o armário, procurando algo decente para vestir. Decidiu-se por uma calça jeans e uma camiseta preta. Olhou no relógio, que marcava 18:47. Calçou um tênis branco e arrumou o cabelo do melhor jeito que conseguiu em pouco tempo. Quando terminou todo o processo, foi praticamente pulando as escadas até o térreo da mansão, assustando os empregados.

 

- Scott, preciso que me leve até um lugar. - disse Joshua ao motorista que estava em pé.

 

Scott olhou-o de forma peculiar, porém assentiu.

 

- Certo. Que carro o senhor deseja? - perguntou ao jovem educadamente.

 

- O que estiver mais perto da saída. Vamos logo.

 

O Farro saiu na frente apressado, sendo seguido pelo motorista que apertava o passo para poder alcançá-lo. Chegaram à Mercedes negra e entraram.

 

- Great Hall. - afirmou Josh. – Rápido por favor.

 

Não disseram mais nada durante o percurso. O garoto observava o relógio a todo segundo, na esperança que isso fizesse o tempo ir mais devagar. Riu quando pensou na semelhança desse ato - muito parecido com o frenesi de seu pai com os horários -.

 

Finalmente haviam chegado. O Great Hall era coberto e extenso. Ele não perdeu tempo e foi empurrando as pessoas, pedindo desculpas várias vezes. Durante o processo foi xingado, mas ignorou todas as palavras que lhe foram proferidas. Deu um olhar de relance ao pulso, viu que faltavam menos de cinco minutos para o show começar. Não era uma multidão fervorosa, pelo jeito tinham cerca de 100 pessoas, mas mesmo assim era difícil abrir caminho.

 

Observou um adolescente moreno no meio, gritando ordens como "se afastem"  "comportem-se" e semelhantes. Josh tinha dúvidas se estava mesmo no lugar certo, e achou que seria a pessoa certa para perguntar.

 

- Ei. - cumprimentou após chegar ao lado do homem.

 

- E aí. - respondeu ele sorrindo. - Que ‘tá pegando?

 

O primeiro pensamento de Josh foi pensar que ele era um daqueles "manos".

 

- Vim ver uma banda hoje, só que não sei o nome. - prosseguiu desajeitado. - O que eu sei é que a vocalista é loira e que o horário é às sete.

 

- Não é hoje então, todos estão comentando que a cantora é uma ruiva. E muito boa, se é que você me entende. - acrescentou com malícia.

 

Joshua apenas suspirou, disse "tchau" e seguiu rumo à saída desanimado. Ela havia mentido. Se bem que ele nem conhecia a pessoa direito, então não sabia por que estava decepcionado. Em todo caso, era mais uma amante da música na alta sociedade, ou pelo menos deveria ser. Pensou o quanto fora idiota em acreditar em tudo.

 

- Oi, boa noite a todos! - exclamou uma voz vinda um microfone. - Nossa banda ainda não tem nome, mas tocamos rock alternativo e espero que vocês se divirtam!

 

O Farro ainda divagava quando ouviu aquela voz. Era suave como a...

Então ele olhou pro palco e tudo fez sentido. Era a mesma garota do bar, só que agora ela estava ruiva, e bem ruiva. O resto da banda chegou no instante em que Josh esgueirou-se para perto do palco e em pouco tempo a música começou.

 

Quando viu a garota no palco, ele sabia que era ela. Ficou atordoado e mal conseguia prestar atenção na letra da música. Tudo era cantado com graciosidade e a voz dela se destacava. As pessoas gritavam e Josh ficou estático, apenas olhando para a vocal. Perdeu a noção do tempo, e quando deu-se conta, eles estavam deixando o palco.

 

Destemido, decidiu encontrá-los. Seguiu as placas de "entrada para o palco", mesmo que não fizesse sentido os caminhos que apontavam. Esbarrou no dobro de pessoas comparado a antes, mas nem se importou. Começou a correr e depois parou perto de uma escadinha, arfando.

 

- Josh? - chamou uma voz conhecida. - É você?

 

Ele olhou para quem o chamava e viu a ruiva com uma expressão ansiosa. Uau, até que tinha sido fácil.

 

- Isso, do bar. - confirmou ele apreensivo. - Só eu não sei o seu nome?

Ela riu, descontraída.

 

- Ah, claro. Hayley. - sorriu. - E esses são os meninos da banda: Jeremy, Max, Hunter, Stefan e Lucas. - disse apontando para cada um.

 

Ele observou os quatro. Estavam carregando instrumentos e pararam para cumprimentá-lo.

 

- Josh, prazer. - falou aos outros.

 

Hayley estava um pouco nervosa, mas tentava não deixar isso óbvio. Todos os ricos, de maioria esnobe que ela havia chamado para ver os shows, nunca compareceram. Sabia que esse garoto era diferente, mas não o quanto. Ela sabia também que não poderia adiar o que viria a seguir: o último encontro da formação original da banda. Eles iriam permanentemente se separar. Não todos, claro, mas vários integrantes.

 

- Obrigada por ter vindo. - comentou Hayley à Josh. – Estávamos indo fazer um último encontro da banda.

 

Ela não queria se despedir logo, mas o que poderia falar? Não queria parecer íntima demais, nem atirada demais. Os garotos da banda provavelmente queriam uma última despedida sem estranhos por perto.

 

- Por que você não vem? Amigos da Hayley são bem vindos. - disse Jeremy após perceber a expressão da amiga.

 

Bem, amigos eles não eram, mas sem dúvidas esse era um bom começo. Joshua parou para pensar rapidamente. Provavelmente seu pai falaria algo como "vão te sequestrar!" , porém o garoto não pressentia nenhum perigo.

 

Jeremy pensara imediatamente que era uma chance ótima para preencher o desfalque no grupo. Tinha conversado com a amiga sobre o tal guitarrista misterioso dias atrás.

 

- Se não for atrapalhar, tudo bem. - falou Josh educadamente.

 

- Que nada, vamos beber! - exclamou Lucas já animado. - Ouvi dizer que você também toca...

 

Enquanto Lucas e Stefan iam andando com Josh na frente, o garoto perguntava o motivo do fim da banda. Os outros dois disseram que no bar contariam tudo. Mais atrás, Jeremy conversava com Hayley.

 

- Vai me explicar direito quem é esse cara, Hay? – indagou ele.

 

- Como assim? Já falamos sobre ele... – começou, mas foi interrompida.

 

- Não sobre o fato que ele é um Farro. Já pensou que ele sabe da sua situação e...

 

O mais velho foi interrompido por uma risada da ruiva.

 

- Não seja paranoico, eu já pensei nisso. - tranquilizou-o.

 

Hunter alcançou-os após uns minutos, meio ofegante.

 

- O Max teve que ir pra casa, disse algo sobre não estar bem. - iniciou ele. - Mas acho que vocês já sabem que é só uma desculpa.

 

Jeremy e Hayley assentiram com a cabeça e voltaram a conversar. Não era novidade pra nenhum deles o fato que Max começou a evitá-los.

Chegaram então a um bar não muito distante. Os garotos entraram e pegaram uma mesa no fundo, pois o local estava tumultuado. Stefan pediu bebidas para todos.

 

- A parada é simples. - começou Lucas, sentando-se entre Stefan e Hunter. - Eu vou me mudar pro Canadá. Espero encontrar gente para formar uma banda lá também.

 

Josh se sentou na outra ponta, ao lado de Jeremy.

 

- Já eu cansei disso de música. Vocês todos sabem como o negócio é difícil nesse mundo, e quero algo mais garantido. - disse Stefan tranquilamente.

 

Hayley fez uma careta e começou a encarar a janela, como se algo muito interessante estivesse acontecendo através dela.

 

- Se você nunca tentar, não vai dar certo mesmo. - protestou Jeremy.

 

- O Max pensa o mesmo que eu. - continuou o garoto, ignorando Davis. - Mas desejo que essa banda encontre novos membros.

 

- Josh, o que você acha de entrar na nossa banda? - indagou Davis, retribuindo a ignorada de Stefan.

 

Josh assustou-se um pouco, mas logo sorriu radiante. Finalmente tinham chegado à pergunta que ele tanto esperava. Eles o queriam e o jovem nada tinha a perder. Poderia fazer o que gostava com pessoas realmente empenhadas no mesmo ideal que ele.

 

- Não. - protestou Hayley secamente. - Um guitarrista veio falar comigo, e ele é muito bom. Desculpe Josh.

 

As palavras saíram friamente e a garota nem chegou a olhá-lo. Claro que seria uma boa ter o menino na banda, mas ela não podia simplesmente arrancá-lo de, como diria Stefan, um "futuro garantido". Trocar isso por... uma banda que poderia não dar certo? Os pais dela não a queriam na presidência na empresa e ela nem se importava com isso, mas Josh não. Ele era querido e parecia querer bastante o cargo, e depois que conseguisse o que almejava, a banda não lhe teria mais nenhuma serventia.

 

- Quem? - perguntou Jeremy. - Ninguém veio...

 

A Williams chutou-o por baixo da mesa, fazendo-o morder o lábio inferior. Ele logo se calou frustradamente. Joshua ficou muito mais surpreso nesse momento, mas tentou não demonstrar. As bebidas chegaram e ele tomou um golpe, demorando-se de propósito. Sem dúvidas, pela reação do mais alto, ele entendeu que a garota estava rejeitando-o no conjunto. Porquê, se eles tinham se dado bem? Ela até o convidou para o show. Ele não achou um bom motivo por mais que se esforçasse e fatigou-se com os pensamentos.

 

- Certo. - concordou o garoto pouco à vontade. - Se precisarem é só chamar.

 

Hayley murmurou um "aham" e os dois ficaram se encarando por vários segundos, até que o Farro finalmente saiu do transe.

 

- Tenho que ir agora.

 

Sim, ele necessitava mesmo ir. Seu pai chegaria a casa daqui a pouco e devido às circunstâncias, Joshua não estava com cabeça para aguentar a discussão que certamente viria. Tinha sido coisa demais para um dia só.

 

- Já? - indagou Lucas surpreso. - Mas nem começamos...

 

- É, desculpe, a gente se vê depois. - disse Josh polidamente.

 

Os outros garotos na mesa se despediram e o Farro dirigiu-se à Hayley.

 

- Hayley, pode me dar o seu número? Gostei bastante das músicas de vocês. – disse tentando parecer descontraído.

 

- Hã? - respondeu ela meio abobalhada. - Ah, número.

 

Os outros riram. A menina pegou o celular que ele lhe estendeu e digitou alguma coisa, devolvendo para o dono em seguida.

 

- Vou indo, tchau. - terminou Josh, pôs uma nota de cinqüenta dólares na mesa e se retirou.

 

Caminhou rápido até a saída, não queria ouvir mais nada. Não era o fim do mundo, certo? Era só uma banda. Muito boa por sinal, mas estava se desfazendo e eles tinham encontrado um guitarrista melhor. Bom, ao que pareceu, não havia guitarrista nenhum e a vocalista parecia só querer dispensá-lo. A atitude dela tinha mudado tão de repente...

 

Ele evitou esses pensamentos e pegou um táxi para casa. O caminho foi silencioso, e assim se seguiu até a mansão. Por sorte o pai ainda não havia chegado, e Josh aproveitou a oportunidade para se jogar trancar no quarto. Jogou-se instantaneamente na cama e fechou os olhos, mas logo sentiu o celular incomodando. Retirou-o do bolso e deu uma olhada no visor, visualizando os números que Hayley tinha digitado. Adicionou o contato como "Hayley Williams", largou o aparelho e afundou a cabeça no travesseiro.

 

Tinha achado que nessa noite finalmente poderia livrar-se das cordas que sempre lhe prenderam aos Farro, porém havia se enganado. Nada poderia ser tão simples, percebeu realmente teria que lutar pelo que queria, e dessa vez Josh teve certeza absoluta que música dava muito mais prazer a ele do que os negócios. A banda de Hayley poderia até ter mesmo achado um guitarrista ótimo, mas eles nada disseram sobre já ter dois. Não era uma certeza, mas ele necessitava continuar esforçando-se e procurando saídas. No pior dos casos, era só superá-lo.

 

Sua mente vagou pelas lembranças no Great Hall. A música alta que seus tímpanos receptaram, os gritos eufóricos, a sensação de liberdade... E quando se deu conta, havia voltado ao sonho com o sofá vermelho novamente.

 

 


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Notas finais do capítulo

Tentei não deixar o capítulo muito forçado, espero que tenha dado certo, porque foi o mais difícil de escrever até agora. Bom, com provas, aulas, provas, provas, provas, aulas [...] estou com tempo limitado, então tenho uma proposta: quem está lendo de fantasma, deixe-me saber da sua presença, e quem já está comentando, keep the good work please . Sugestões e críticas são bem vindas (=