Stay With Me escrita por Lady Liv


Capítulo 17
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Harry Osborn

 

— O senhor Fisk realmente quer o amplificador, não é? - Felícia comentou tediosa ao meu lado, enquanto nos caminhávamos pelos corredores da Oscorp. — Eu não paro de receber esses e-mails com plantas de prédios...

— Não devíamos falar sobre isso aqui. É muito confidencial.

— Desculpa, eu só estou um pouco... insegura.

A encarei.

— Felícia, escolhi você pra este trabalho não só porque confio em você. – Falei olhando no brilho verde de seus olhos. — Mas também porque eu sei que se tem alguém que é capaz de fazer algo assim, é você. Felícia, é capaz de fazer o que quiser.

Ela desviou o olhar, as bochechas ganhando um tom rosado que eu não percebia que amava até aquele momento.

Babygirl.

— E vai ter algo ao seu favor, não te deixaria ir despreparada. – acrescentei num tom mais baixo. Nossos planos um segredo que nunca poderia escapar. 

Paramos em frente ao elevador,  dois estagiários saíram, e nós entramos, ficando sozinhos.

Ela ficou em silêncio, enquanto apertava o andar 86°.

— E sobre os e-mails que recebeu sobre o Planetário da NASA, é apenas questão de precaução. Você não estará sozinha. Vai conseguir roubar o amplificador sem problemas.

Seu silêncio me incomodou. Aonde estava o olhar envergonhado de segundos atrás?

— E logo... você estará com seu pai.

Ela bufou. Ótimo! Pelo menos uma reação.

— Eu sei que ele é a única razão pela qual você está fazendo isso, mas-

— Você é um idiota! – ela exclamou me fazendo calar. – Meu pai está morrendo na cadeia, e sim, quero tira-lo de lá, mas isso não tem nada a ver-

— É claro que tem, eu sei disso! – exclamei de volta.

— Não, não sabe! – minha confusão só fazia-a se estressar mais. — Isso, que eu estou fazendo por você, não é pelo meu pai! Não é porque você prometeu tirá-lo da cadeia, é por você! Pois você me pediu.

Meus ombros caíram, desarmado.

O que? Por mim?

— É uma linha fina que você veria se não estivesse tão cego com a sua vingança ridícula contra o Homem Aranha-

E de repente, toda a minha surpresa e suavidade sumiu.

Meu sangue ferveu, e eu a segurei, a empurrando na parede, fazendo seu bloco de notas cair no chão.

— Escute bem Hardy, nunca mais fale algo assim novamente.... - ameacei, vendo-a arregalar os olhos. — Eu quero fazer o Homem Aranha sangrar.

— Pra que tanto ódio? O que ele te fez, afinal? — ela aproximou seu rosto do meu, em fazendo piscar. Ela... ela deveria estar assustada, não curiosa. Assustada era bom. Era como o meu pai conseguia ordem.

— Fez o que todos fazem... me traiu.

Mas eu não era o meu pai.

Ela conseguia me tocar sem nem mesmo me tocar. Enquanto o próprio Rei do Crime não sabia a verdade de minha vingança, contar para Felícia o segredo de Peter foi tão fácil como respirar. Eu sabia que ela ia guardar, mesmo sem entender.

E ela... era uma exceção.

A porta se abriu, e ela se abaixou pegando seu bloco de notas. Sai do elevador, me virando pra ela.

— Essa linha que você falou que eu não vejo... — engoli em seco, sentindo que precisava esclarecer aquilo entre nós. —  Talvez eu veja... mas não posso pensar nela. Não posso me focar nisso agora. Você sabe o que eu quero.

Vingança contra Peter, contra o Aranha.

Nada mais. Sem distrações.

Porém, era difícil não notar o quão frios seus olhos ficaram quando ela assentiu.

— Eu sei. Infelizmente. – e saiu, me deixando sozinho.

Droga.

Meus punhos se fecharam, prontos para socar algo.

Caminhei à passos pesados pelo corredor, incrivelmente vazio nessa hora do dia, o que só me fez estressar ainda mais. 

Aonde estavam os cientistas dessa empresa?!

Andei atento até uma sombra numa sala chamar-me atenção. Ótimo! Por favor, faça algo errado, estou louco para demitir alguém!

Mas espere... eu conheço aquela silhueta.

Mas que surpresa...

— Gwen Stacy.

Seus cabelos voaram quando ela se virou, assustada.

Quase sorri.

— Eu não esperava ver você tão bem...

E tão mal protegida...

— Harry?

Ela estava paralisada. Eu podia sentir a sua hesitação, e me perguntei se ela já se lembrava de tudo.

— Mas que sorte a minha. — falei, sorrindo. — Há quanto tempo não nos vemos... Eu soube que você perdeu a memória?

— É... mas... eu já me recuperei. Estou melhor.

Que ótimo.

O jogo fica muito mais divertido assim.

— Já eu, não posso dizer o mesmo. — comecei a rir, tentando faze-la acreditar em mim. — Eu perdi minha memória também. Toxina afetou o meu cérebro.

— Ah.

— Dois desmemoriados... quais são as chances? Fazemos o par perfeito.

Ela me encarou, os olhos enormes brilhando em tom verde, ou seria azul? Tão bonitos, tão gentis... Realmente uma pena ela ter se envolvido com Peter. Eu tinha quase um receio de usa-la contra ele.

Quase.

— E o Peter?

— Peter? O-o que tem ele?

— Ah, sabe, da última vez que nós conversamos, ele disse que 'tava complicado, e tendo em vista tudo que aconteceu... ainda está complicado?

Ela franziu o cenho, trocando o peso de um perna para outra.

— Err... é, digo, não. Desculpa, na verdade nós estamos bem agora. Muito bem. 

Por pouco tempo.

— Jura? Isso me deixa tão feliz. É algo difícil de se ver hoje em dia, né. O amor.

Gwen não diz nada e eu continuo:

— Às vezes, quando coisas acontecem... pessoas que se amam tanto acabam que... por serem separadas, né? É triste. É o que vemos na mitologia, nos filmes, na vida real... da pior maneira, até. Isso não te preocupa?

— Não. – sua voz era firme e sem medo, as sobrancelhas intrigadas. — Eu não penso no "se". Principalmente se for algo ruim.

Sorri.

— Talvez por isso você e Peter deem tão certo. Ele também age primeiro, pensa depois.

— Hum. 

Ficamos nos olhando em silêncio. Algo havia se quebrado, ela não estava com medo, eu podia dizer. 

Não por muito tempo.

— Foi muito bom te ver, Gwen. Lembranças minhas ao Peter!

— Tchau... Harry...

  

Narrador

 

Depois de finalmente se resolver com Gwen, Peter esperava que a culpa viesse.

Mas ela não veio. Não realmente.

E aquela manhã, quando ele sonhou com George Stacy, foi diferente.

Ele estava sorrindo. Parecia até real.

Nenhuma palavra foi dita. Gwen estava fora de perigo, e ela permaneceria assim enquanto ele vivesse.

Não significava muito, ele continuava morto. Mas acalmou o coração de Peter mesmo assim. A culpa se foi.

Após se arrumar e descer as escadas, viu que tia May não estava em casa. Se dirigiu a cozinha e abriu a geladeira, não suportando a ideia de deixar o pote de sorvete ali abandonado.

— Hummm, tia May que me perdoe. — ele agarrou o pote com uma colher, comendo ali mesmo.

A campainha tocou.

— Que não seja a tia May, que não seja a tia May... — repetiu como uma oração, nervoso. — Mary Jane!

O furacão ruivo adentrou sua casa sem esperar perguntas.

— Certo, eu 'tô com um problema e você vai me ajudar!

— Ahmmm... Como eu poderia te ajudar?

— Bom, você é homem, então eu pensei-

— Opa, opa, opa! — Peter arregalou os olhos. — MJ, eu não acho que posso te ajudar nisso, eu tenho namorada e eu sou muito fiel e-

— O que?! — ela franziu o cenho e seu rosto ganhou o mesmo tom que seu cabelo. — Eca, Peter! Não esse tipo de favor, pelo amor de Deus!

— Ata, é que a forma que você falou-

— Aaaaargh! Só cala a boca e vem cá! —  ela o puxou pela mão, indo até a sala, e os jogando no sofá. — 'Tô com um problema com o Eddie e como você é homem, pensei que poderia entender e me explicar o que está acontecendo.

— Ah. Foi mal, é que eu não sou da mesma raça do Eddie, sabe...

— Peter! — ela riu e tomou a colher de sua mão, roubando um pouco de sorvete.

O rapaz sorriu, relaxando-se contra o sofá.

— Ok, conta. Vou me esforçar em entender o comportamento desse animal.

A garota mordeu os lábios, o fitando. Ela não era do tipo que admirava pessoas... ninguém em sua vida era exatamente um exemplo. Talvez tia Anna, ou May... e fora de sua vida, seus atores e cantores favoritos... Mas Peter...

Peter era diferente. Ele era gentil, amigo e decente. Ela podia conversar com ele sem medo. Ela podia sorrir sem medo.

— Então, eu... — tossiu, limpando o bolo de emoção súbita em sua garganta. — Lembra quando saímos pra Union Square?

— E quase morremos quando o Abutre atacou? Não muito.

Ela rolou os olhos. — Então, desde aquele dia Eddie e eu estávamos... conversando.

— Conversando.

Então, — ela repetiu, ignorando seu tom. — Até chegamos a sair juntos semana passada e hoje, de repente... esfriou.  

— Como assim?

— Eu não sei! Mandei mensagem pras redes sociais dele e nada! Eu sou mulher, Peter. Eu sei quando alguém perde interesse. Ele costumava me responder com no máximo cinco minutos, o que aconteceu?!

— Talvez ele esteja ocupado? Vida de fotógrafo é dureza.

— Peter, qual a parte do eu sinto você não entendeu?! E ainda agora eu encontrei com ele no trabalho e ele nem mesmo quis me beijar, dá pra acreditar?!

— Um cara que não quer beijar Mary Jane Watson? Que maluco.

Ela riu, rolando os olhos novamente. — Eu sei! E aí ele pediu outra chance... usou daqueles músculos contra mim.

Peter a fitou assustado.

— O que?! Ele bateu em você?!

— Não, só tirou a camisa. — a ruiva olha para cima, sonhadora. Peter fez uma careta.

— Tem gosto pra tudo.

— Mas o que você acha? Uma hora quer, outra não... preciso resolver isso agora, enquanto ainda estamos no começo... Deus me livre acabar como uma versão 2.0 dos meus pais. Aqueles músculos são lindos mas eu não seria uma bonequinha por causa deles, sendo jogada pra escanteio quando ele bem quer. 

— Nenhuma mulher deveria ser. — Peter corrige. — Mas olha... por mais cliché que isso soe, talvez o problema não seja você, e sim ele.

— Hum.

— Ouvi a Betty comentar lá no Clarim sobre os pedidos dele por aumento... ele anda bem estressado. Mais do que o normal.

— Ele mora de aluguel...

— É, até babacas como o Brock me deixam emotivo as vezes.

Mais uma vez, o herói arrancou uma risada da garota que o fitou com curiosidade.

— Por que não gosta dele?

Peter suspirou, colocando uma boa quantidade de sorvete na boca.

— Chame de pressentimento.

Eles conversaram por mais algum tempo sobre alguns acontecimentos recentes quando a campainha tocou novamente.

— Deve ser a tia May... — ele se levantou, indo atender. — Gwen?

A loira o olhou sem jeito.

— Sua tia tá aí?

— Não...

Ela sorriu, parecendo mais relaxada. Peter franziu o cenho.

— O que foi?

Gwen não se aguentou, jogando-se nos braços dele, o abraçando forte. Ela podia senti-la tremendo, segurando-se para não chorar.

— Gwen... minha linda, tá me preocupando... — sussurrou, enquanto permitia-se acariciar os cabelos dela. — O que houve?

— Tenho uma coisa pra te falar.

— Pete! Gatinho, por que tá demorando? — Mary Jane se aproximou, a expressão mudando ao ver Gwen. — Ah, oi.

Estar entre aquelas duas mulheres não deveria ser desconfortável... então por que Peter sentiu-se suar frio de repente?

Encarou Gwen, que tinha matinha o rosto inexpressivo.

— Mary Jane, oi. Desculpa, vocês estão ocupados?

— O que? — Peter arquejou. — Não, não, que isso. A gente 'tava só conversando, minha linda.

A ruiva sorriu.

— É, nos beijamos algumas vezes.

Quanto a isso, Peter arregalou os olhos.

— Brincadeirinha! — ela riu e Gwen apertou os olhos. — Wow, vocês não tem humor não? Okay né. Então Peter, eu já vou, 'tô levando esse sorvete comigo, vai se importar não, né? Valeu. Gwen, gatinha! Foi bom te ver.

Ela saiu e Peter não perdeu tempo, puxando a namorada pelo braço e fechando a porta. 

— Sobre a MJ-

— Relaxa Peter, eu conheço a figura. Só não sabia que... ela sempre é assim?

— Como assim, sem papas na língua? Eu acho ela divertida.

— É, vocês estavam bem animados. — Gwen notou com a sobrancelha erguida.

— Estávamos conversando. — a loira virou-se indo pra sala, Peter foi em seu enlaço. — Acredita em mim, né?

— E eu tenho razões pra duvidar?

— Absolutamente que não. — ele a segurou pelo braço, puxando-a contra seu corpo. — Eu te amo, Gwen.

Os olhos dela pareceram aumentar diante da declaração e Peter não resistiu, selando seus lábios num beijo longo e apaixonado.

Após um tempo, ela o afastou, sem ar.

— Preciso te dizer uma coisa... — falou, ofegante.

Peter assentiu, lembrando-se com preocupação o modo que ela estava ao chegar em sua casa.

— O que aconteceu?

— Peter... eu vi o Harry.

Peter paralisou de início, pensando em mil e uma coisas ao mesmo tempo.

— Ele me achou lá na Oscorp, eu conversei com ele. Estava estranho.

— Gwen, eu falei com ele também, tem um tempinho. —  Peter revelou.

— Como assim? — Gwen perguntou baixo.

— Ele não se lembra de nada. — Peter contou. — Parece que o soro que ele tomou, pra ficar... daquele jeito... parece que aquilo afetou o sistema nervoso dele de verdade.

— Ele te disse isso?

— Bom...

— Ele pode ter mentido pra você.

— Impossível.

— Peter... me escuta tá bom...

— Gwen, Harry é meu amigo.

— Ele não era seu amigo, não naquela noite. — Peter fechou os olhos. Gwen bufou. — Peter, estou falando sério, Harry é inteligente, e se ele quisesse se vingar-

— Gwen! — Peter exclamou a interrompendo. — Não se preocupe com isso, eu estou consertando tudo-

— Consertando?! Consertando o que?! Harry era seu amigo, Peter. Você precisa entender que- Você não vê? Eu... eu... — a loira começou a gaguejar, as lágrimas queimando em seus olhos. — Estou com medo, Peter. O jeito que ele me olhava....

Peter franziu o cenho diante daquilo, e a puxou para um abraço forte. Onde ela enterrou seu rosto em seu peito.

O pensamento de estar sendo enganado por Harry cruzou sua mente algumas vezes, mas seu coração o traia com as memórias de infância. Como um amigo tão verdadeiro como Harry costumava ser tramaria algo tão ardiloso como aquilo? Bom... do ponto de vista de Harry, Peter era o vilão.

Ele precisava considerar aquilo com mais calma.

— Vai ficar tudo bem, Gwen. — Peter a segurou seu rosto, e olhou em seus olhos. — Eu nunca deixaria nada de ruim acontecer a você.

Eles se abraçaram novamente e ela inspirou profundamente o cheiro de conforto do rapaz.

— Eu te amo, minha Gwendy.

— Gwendy? — Gwen riu, esquecendo-se por um momento de toda a confusão com Harry.

— É. Minha. Gwendy.

Ela mordeu os lábios, segurando um sorriso.

— Tão possessivo.

— Hum, você não viu nada.

Ele afundou o rosto em seu pescoço e começou a mordisca-lo, Gwen gritou entre risos, arrepiando-se na hora.

— Ai, seu-!

A campainha tocou mais uma vez.

Peter ronronou, frustrado.

— Aaaargh! Hoje é o dia todos incomodem o Peter? 

— Pode ser, foi o que eu ouvi.

— Aaaah! Por isso está aqui?

— É claro! Não perderia a oportunidade de puxar sua orelha por nada.

Peter arqueou a sobrancelha, fazendo o coração da loira palpitar. Ah, por que ele ficava tão bonito assim?

— É mesmo? E eu prefiro morder a sua. — ele a agarrou, fazendo-a gritar novamente.

— Não, não! — ela tentou empurra-lo, mas não podia contra a força do Homem Aranha. — Vai atender a porta, tá tocando de novo.

— Eu não tô nem aí, quem quer que for... pode esperar.

— Peter- — ele a interrompeu com outro beijo, dessa vez mais intenso e forçado. Gwen se debateu, ora retribuindo, ora não... e então mordeu seu lábio inferior.

Ele a soltou com um gemido. — Ai!

— Seu- ladrão de beijos safado! — ela riu. 

— Esperto. — ele corrigiu, levando o dedo a boca novamente. — Uau, queria tirar meu sangue sua morceguinha?

— Vai atender a porta!

— Tá me saindo pior que muitos vilões por aí.

Peter sorriu diante da expressão mais relaxada dela. Como ele a amava, Deus!

Abriu e porta, e parou de sorrir aos poucos. Visou o homem de cima a baixo, achando-o totalmente estranho. Botas. Sobretudo. Wow! Quem andava daquele jeito?

— Peter Parker?

— Ahmmm.... é?

— Sou Nick Fury. Diretor da S.H.I.E.L.D


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