Peter Parker

— Peter!

Ouvi sua voz me chamar. Gwen estava com medo. Eu estava com medo.

Segurava seu peso com uma mão enquanto meu melhor amigo tentava me sufocar. Eu tinha que dar um jeito nele antes que pudesse fazer mal a mais pessoas. Harry não tinha senso do que estava fazendo.

As engrenagens do relógio rangeram quando eu finalmente consegui tira-lo de cima de mim. Harry desmaiou na hora e eu senti o peso da teia que segurava Gwen ficar mais leve. Pulei sem hesitar. Eu não podia deixar Gwen se machucar, nunca me perdoaria.

Parecia que tudo estava em câmera lenta. O corpo dela parecia cada vez mais longe.

Joguei uma teia e pedi a Deus para que chegasse a tempo. Assim que a teia a pegou, tratei de me segurar em uma barra de ferro que tinha ali. Ouvi o barulho dos objetos dos relógio caindo no chão e um silêncio. Um silêncio que me perturbou bastante. Grudei a teia na barra de ferro e pulei chegando rapidamente até ela. Ela estava pendurada a minha teia e estava... Desacordada. Certo. Tudo bem. Tirei a máscara e me aproximei.

— Aí Gwen... Gwen. — Eu sussurrei pegando seu corpo. Ele estava gelado como o sentimento no meu estômago. — Hey... Hein?

Ela não respondeu. Senti meus olhos queimarem.

— Gwen... Gwen! — Não houve resposta de novo. Eu estava tremendo, uma sensação de pânico que não sentia desde que perdi meus pais. — Respira, 'tá? Eu estou aqui. Você não pode... não pode...

Eu não podia acreditar que isso estava acontecendo. Gwen não respirava... Por minha culpa.

— Fica comigo! — Eu implorei soluçando. — Fica comigo! Fica comigo! Fica comigo.

Coloquei seu corpo no chão e comecei a fazer massagem cardíaca. Havia aprendido isso com a Tia May quando ela estava fazendo um curso.

— Por favor... Você não pode estar morta!

Eu não posso viver sem ela. Ela era meu mundo. Meu porto seguro. E o quão aliviado eu senti, quando seus pulmões se encheram de ar e ela abriu os olhos ofegante.

— Deus... Gwen! Gwen? — Toquei em seu rosto, ela gemeu de dor. — Tá tudo bem agora. Estou aqui, meu amor.... Você está viva. Você está bem.

Ela estava paralisada em meus braços, fitando o céu acima de nós pela claraboia quebrada. Não muito tempo depois, seu olhar se encontrou com o meu.

— Quem é você?

Em seguida, rolou os olhos e desmaiou em meus braços.

Meu Deus.

— Ah, eu 'tô ferrado.