Os Portais de Órion Woody escrita por Tedd Brown


Capítulo 5
O Fardo – part. 2


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo ficou realmente longo, Jesus! Mas peço que leiam até o final porque acontecem coisas realmente legais, eu descrevi as minhas primeiras cenas picantes e por isso elas não ficaram tão legais assim.



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Ela estava em um canto afastado perto de uma árvore e sentada em um banco de cor branca, Órion conseguia ver os seus olhos brilhando dentro da noite e os seus cabelos louros clareados como se tivessem vida. Merida era de fato uma garota especial, ao menos para Órion.

O garoto se ergueu do banco e caminhou em direção a Merida sentando ao seu lado, ela parecia estar em todos os lugares, menos ali. Contudo, quando Órion tentou sibilar alguma palavra recebeu o olhar caridoso da garota sobre os seus.

Não acha que está um pouco tarde para ficar na rua? – ela disse abrindo os lábios em um sorriso que não foi retribuído por Órion.

E o que você está fazendo aqui fora? Mora por perto? – ele não queria fazer aquele tipo de pergunta para uma garota que mal conhecia, contudo as palavras saíram de sua boca mais rápido do que conseguira segurar.

Oh, sim – ela balançou a cabeça rapidamente. – Moro logo ali atrás. – completou apontando para uma casa realmente grande.

E os seus pais deixam que fique aqui fora? – certo, agora ele podia admitir que já estava sendo abusado demais.

Eles mal ficam em casa, eu poderia roubar um carro se quisesse e eles nunca iriam saber. – Merida não parecia se importar. A garota estava com um rabo de cavalo nos cabelos e uma saia rosa que batia um pouco acima das coxas, com um suéter feito de crochê. Para Órion era estranho vê-la sem aquelas roupas comportadas da escola, mas os seus olhos se negavam a desviar das coxas da garota. Coisas de adolescente.

Bem – ele coçou o canto da nuca procurando em sua mente o vestígio da conversa que se iniciara agora a pouco e que já se perdeu por conta de coxas alheias. – Acho que não devia ficar aqui sozinha. – Órion concluiu baixando o olhar e sentindo a sua face queimar e provavelmente as suas sardas estavam muito mais visíveis do que o normal.

Oras, eu estou com você. – Merida respondeu dando um riso baixo. – Mas se quiser, pode me levar até em casa e eu vou me sentir mais segura. – a garota se levantou e esperou que Órion fizesse o mesmo, afinal ele não negaria um pedido feito com tanto carinho.

A casa de Merida era realmente grande, mesmo que o garoto não tenha entrado dentro dela, ele conseguia deduzir só de olhar. Olhando para cima conseguiu perceber uma cortina rosa no terceiro andar que provavelmente era onde ficava o quarto de Merida. A garota abriu a porta e entrou na mesma deixando-a meio aberta. Órion estava pronto para ir embora, porém era como se Merida esperasse que o garoto falasse alguma coisa ou fizesse alguma coisa. Espreitou os olhos e fez um sinal negativo deixando aquele típico silêncio constrangedor.

Você não vai entrar? – a voz da garota cortou o ar e Órion quase caiu das pequenas escadas que levavam até a porta.

Hm... É... – não conseguia falar nada, só pensava em não bancar o idiota, ele não queria parecer uma criancinha perto da garota. Então reuniu toda a coragem de dentro do seu peito e entrou na casa. Definitivamente fazer aquilo foi mais complicado do que lutar contra cem Caçadores.

Como já imaginara a casa parecia mais um palácio. A cozinha era luxuosa, a sala, a sala de TV, o hall... Tudo. Era como se Órion estivesse entrando em um universo paralelo. As paredes estavam todas cobertas por uma cor azulada e logo a frente da porta tinha uma escada horizontal que levava até o segundo andar. Não queria olhar demais para tudo porque isso seria inconveniente, contudo quando os seus olhos seguiram para a estande que ficava no centro da sala, percebeu um porta-retratos de um homem alto, com uma gravata e os cabelos arrepiados. Parecia ter quarenta ou cinquenta anos, ao lado de uma mulher com um longo vestido vermelho, os cabelos batendo na nuca bastante salpicados e ao meio dos adultos estava Merida.

Órion fitou a foto e se assustou em seguida.

O seu pai é o governador Hoffman? – ele questionou para a garota.

Sim, oras. Chamo-me Merida Sibley Hoffman. – a garota se aproximou de Órion e o agarrou pelo braço levando-o pelas escadas até o terceiro andar. Era um corredor extenso que se definia em portas de cores diferentes que, segundo Merida, eram quartos e banheiros. Definitivamente aquela casa tinha mais cômodos do que o a casa de treinamento. A última porta do corredor era uma preta com um pentagrama em rosa no meio. – É o meu. – ela disse sorrindo abertamente para o garoto.

Dentro do seu quarto os cômodos se alinhavam perfeitamente em uma mescla roxa com as paredes escuras, repletas de postes com algumas bandas de rock e um realmente grande que cobria uma parede inteira da banda Florence and the Machine. Um computador ficava no canto direito, todo decorado com alguns adesivos de caveira e o seu closet seguia extensamente como se fosse um segundo quarto. A sua cama tinha um forro roxo com o desenho de Harry Potter em preto.

Pode sentar. – Merida respondeu e entrou no closet fechando a porta.

Órion estava realmente desconfortável naquela situação. Merida não o conhecia tão quanto ele a conhecia e simplesmente o levou para dentro de sua casa, em específico para o quarto. Não seria divertido se os pais dela chegassem naquele momento e o encontrasse dentro do quarto de sua filha. Seria realmente estranho e embaraçoso.

Ergueu o seu corpo e estava pronto para sair quando a porta do closet se abriu. Merida estava usando um moletom bem maior do que o seu corpo e um short-pijama rosa com bolinhas brancas.

Para onde você vai? – ela perguntou fazendo um sinal negativo e sentando-se em sua cama. Órion não poderia mais sair dali e sabia que não devia o fazer. O fato era que ele nunca havia beijado nenhuma garota e por algum motivo todo o clima ao seu redor dizia que isso iria acontecer naquele momento, mas apenas se ele fizesse alguma coisa. Atitude!

Bonito o seu quarto. – foi a única coisa que conseguiu dizer. Merida sorriu e fez um sinal negativo.

Pode contar. – disse ela.

O que?

O motivo pelo qual você estava no meio da rua a essa hora da noite. – Merida cruzou as pernas como um índio e ficou de frente para Órion.

Ah, não é nada muito importante. Eu só queria andar. – ele mentiu.

Está tentando me enganar, Órion Woody?

Órion se assustou.

Como sabe o meu nome todo? – questionou para a garota.

Digamos que os seus amigos queriam muito ficar perto de mim e falaram muitas coisas tentando me paquerar. – Ela riu e Órion também. – Mas não mude de assunto. O que aconteceu com você? – Merida insistiu. – Brigou com seus pais? – continuou.

Ele pensou em responder algo como: Não, os meus pais estão mortos. Mas não achou conveniente e detestava que sentissem pena dele.

Quase isso. Acho que não confiam muito em mim. Sabe quando acham que cada coisa errada que acontece no mundo é culpa sua?

Você está no quarto e um prato cai na cozinha, então a sua mãe grita perguntando o que você está aprontando?

Exatamente! – respondeu Órion fazendo um sinal negativo com a cabeça e suspirando baixinho. – Estou cansado disso.

É a coisa mais normal do mundo, Órion. Os meus pais nunca estão em casa, estão sempre viajando sem mim e eu passo a maior parte do tempo sozinha. Não sou o tipo de garota que vai para esse tipo de festa adolescente também, então consigo contar nos dedos os amigos que tenho e provavelmente irei parar no segundo. – Merida deu de ombros e se aproximou mais do garoto dando um leve soco em seu braço. – Não estamos em situações diferentes. Eu não joguei tudo para o alto ainda, então sugiro que não faça o mesmo, sardento. –

Ela deu aquele típico sorriso que podia ser facilmente traduzido em um: Você vai ficar bem. Órion sorriu de volta e a olhou nos olhos.

Sardento? – ele repetiu passando os dedos nas sardas que ficavam no nariz e em parte da bochecha.

Ué, você precisa de um apelido. – Merida deu de ombros.

Você acaba de ganhar o seu terceiro amigo e o chama de sardento? – Órion ficou todo sorridente entrando na brincadeira de Merida, porém a garota transformou os lábios em uma linha fina e o seu olhar ficou um tanto quanto mais penetrante.

Amigo? – ela repetiu e o garoto ficou desconcertado.

Eu achei que... – ele começou a dizer

Eu quis dizer: Você quer ser o meu amigo – Órion estava pronto para responder, mas quando fez menção em abrir a boca, foi interrompido mais uma vez. – Ou algo mais?

Órion corou, queria que o chão abrisse um buraco para ele se jogar dentro. Então lembrou que ele poderia fazer um buraco em qualquer lugar, mas não queria assustar a garota, e nem poderia relevar nada sobre os seus portais. Imaginou especialmente naquele momento, que era um famoso jogador de futebol americano. Que podia conquistar qualquer mulher que conseguisse, então estufou o peito e levantou os olhos para que ficassem na direção dos de Merida.

E se eu quiser? O que aconteceria? – ele estava realmente entrando no papel de jogador de futebol americano galanteador.

Merida se aproximou um pouco mais dele e sorriu para o garoto, os seus olhos desceram lentamente até os lábios de Órion e em seguida subiram novamente.

Talvez você ganhe alguma coisa. – respondeu Merida.

‘’ Ai meu Deus! ‘’ pensou Órion. ‘’ Ela esta flertando comigo. ‘’ mas ele não podia expressar que estava tão assustado, tinha que deixar a impressão de que já passara por isso várias e várias vezes.

E o que seria essa ’’ alguma coisa ‘’? – ele intimidou novamente.

Merida se aproximou de Órion mais do que já estava, as suas pernas passaram ao redor da cintura do garoto e ela conseguiu sentir a respiração dele bater em seu pescoço já que este era menor do que ela. Sentou nas pernas dele e sua mão direita passeou pelo pescoço do garoto deixando que os seus dedos entrelaçassem em seus cabelos negros. Órion nada fazia, apenas olhava para ela realmente assustado e desesperado por dentro, suas mãos estavam tremendo e por isso ele segurou o lençol da cama da garota.

Merida aproximou sua cabeça da dele e deixou que a sua testa tocasse na de Órion, em seguida os nariz ficaram próximos e por fim os lábios rosados dela estavam sugando os do garoto em um beijo leve. Ela movia o lábio inferior para cima e o superior para baixo, Órion repetia os mesmos movimentos deixando o beijo um pouco mais profundo.

Agora sabe o que é ‘’ alguma coisa ‘‘? – ela rompeu o beijo em um sussurro baixo.

Mais que amigo. Com certeza. – respondeu Órion e o beijou retomou.

Era como se aquilo desse uma nova personalidade para o garoto. Suas mãos se elevaram e os dedos apertaram a cintura de Merida dos dois lados fazendo a garota soltar um leve suspiro entre o beijo. A língua de Órion envolveu-se com a dela começando uma brincadeira dentro de sua boca. Sentia o gosto de pêssego dos lábios de Merida e suas mãos apertavam um pouco mais a sua cintura por conta da sensação. Nunca imaginara que estaria ali, com uma garota em seu colo e o beijando.

Órion atreveu-se ainda mais e soltou um chupão nos lábios de Merida que sentou um pouco mais para cima em seu colo deixando as suas nádegas em locais muito desconfortáveis para o garoto. Ele sentia aquela mesma mista sensação abaixo do ventre e as suas mãos desciam para as nádegas da garota que soltava um leve gemido entre o beijo.

O garoto já não conseguia ouvir mais nada ao seu redor, além do som da respiração da garota perto dele e a maneira com que ela o beijava: Intensa e calorosamente.

Contudo, sempre tem algo para estragar esses momentos. Merida se ergueu rapidamente do colo de Órion e olhou para entre as suas pernas, dando um riso com a visão. O garoto colocou as mãos em cima e corou mais uma vez obtendo um tom escarlate na face.

Meus pais chegaram. – disse Merida.

O que? Como você sabe? – Órion se ergueu da cama ainda com as mãos entre as pernas.

O barulho do carro. – e assim que ela terminou de falar a porta se abriu lá na sala e a voz da mãe de Merida ecoou pelo local perguntando onde a filha estava. – Você tem que sair pela janela. Tem a escada de incêndio, só tome cuidado para não ser visto pela cozinha. – A garota abriu a porta do seu quarto e gritou: - Estou descendo, mãe!

Órion correu para a janela com cortina rosa e a abriu lentamente para que nenhum barulho fosse ouvido. Quando passou uma perna, Merida segurou em seus cabelos novamente e lhe roubou um selinho. – Mais que amigos. – ela disse sorrindo para ele e correu para a porta do quarto, saindo do mesmo.

Era impossível para Órion, descrever as emoções que sentia naquele momento. Não estava apaixonado, claro que não, afinal tinha acabado de saber um pouco mais sobre Merida, mas seus amigos sempre diziam que quando encontramos as pessoas certas, sentíamos coisas inexplicáveis. Bom, Jimmy falava que a pessoa certa te deixava excitado.

O garoto pulou da escada e abriu um portal no meio do ar, entrando no mesmo e caindo de cara na areia da praia.

Eu sou a pessoa mais sortuda do mundo! – ele gritou para o mar, afinal não tinha ninguém ali. Caiu na areia mais uma vez e rolou por ela ficando totalmente sujo pelos grãos. Ergueu-se mais uma vez do chão e abriu um portal. Dentro do mesmo era possível ver o guarda-roupa que ficava dentro do seu quarto, e fazendo moonwalker o garoto entrou no portal e reapareceu no local desejado.

Contudo, ao virar-se com aquele magnífico sorriso nos lábios se deparou com Ellie, Hélio, Jimmy, Mark e Isabelle o olhando bastante sérios.


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Notas finais do capítulo

Eu ainda não escrevi a terceira e última parte desse capítulo, mas ela vai estar pronta em breve. Teremos um baque bem grande e que contará o motivo pelo título do capítulo ser esse. Leitores fantasmas apareçam por favor.



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