One-Shot Prisioner escrita por Baguete


Capítulo 1
Capítulo 1 - Real Enemy


Notas iniciais do capítulo

Sou grande fã da saga e resolvi fazer esse capítulo do POV do Peeta por achar divertido tentar imaginar o que ele passou e pensa.Espero que gostem :3



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Estou correndo o mais rápido que consigo, forçando minhas pernas a avançarem sem tentar pensar no quanto a prótese está me incomodando. Sou um borrão entre a floresta, focado em chegar rápido na árvore do raio. Não estava tão longe, a ponto de escutar Finnick chamando Katniss por lá. É então que a explosão acontece. O impacto é forte o bastante para me derrubar. Estou perto, mas não o bastante. Começo a gritar por Katniss, mas o teto inteiro da arena começa a desmoronar. Estou mais mancando do que correndo agora, consigo ver um aerodeslizador no meio dos destroços que caem, vários deles quase me acertando. E então a garra aparece. Estou quase lá quando vejo uma Katniss muito ensaguentada sendo alçada para o veículo.

Ela não está morta, não pode estar. Katniss não ficaria tão perto da árvore, por que ela ficaria? Tento gritar, mas duvido que alguém possa me ouvir. O que houve? Cadê Finnick? Estou estático, olhando seu corpo sendo levado, e então um dos pedaços do teto desaba em mim.

Sinto um cheiro muito forte de sangue antes de conseguir abrir os olhos. Pareço estar no hospital da Capital. Isso quer dizer que fui vitorioso? Como?

O choro fica embargado na garganta, incapaz de sair, incapaz de ser engolido.

Começo a me debater violentamente e tento alcançar o bisturi na mesa próxima. O nome de Katniss ecooa meus pensamentos antes de eu ser sedado.

No meio do coma induzido sonho com o dia em que descobri que voltaria para a arena.

Minha família não conseguiu dizer uma palavra antes de eu disparar pela porta até a casa de Haymitch. O encontro como sempre, com sua garrafa de bebida nas mãos. Ele sorri ironicamente para mim.

– Veio mais rápido do que pensei.

– Se esperava que eu viesse, sabe o que vou pedir.

– Claro que sei. Manter Katniss viva, blá blá blá.

– Sim, e você me deve isso. Escolheu-a para sobreviver nos primeiros jogos e pode fazer de novo agora.

Vejo algo em seus olhos, uma pontada de culpa talvez?

– Sei disso, Peeta.

– Então é isso que vamos fazer, farei o que for possível por ela na arena, e você pelo lado de fora. Não haverá dois vencedores dessa vez.

Saio de lá sem esperar uma resposta. Penso em procurar por Katniss, mas não consigo. Sou covarde demais pra isso.

Acordo, mas me recuso a abrir os olhos, escuto os barulhos da sala. Os bips irregulares de algum aparelho, sinto a agulha enfiada em meu anti-braço, o cheiro de hospital que odeio.

– Sei que está acordado, Sr. Mellark.

Abro os olhos e dou de cara com o Presidente Snow. Sinto que algo está terrivelmente errado. Ele dá um breve sorriso.

– Sei que está se recuperando ainda, mas creio que temos alguns assuntos a tratar que sejam mais importantes que isso.

– O que aconteceu?

A risada dele parece doentia.

– Realmente temos muito que conversar.

Médicos me colocam em uma cadeira de rodas. Dou uma olhada rápida no espelho que tem perto da porta do quarto e vejo que não foram tão graves meus ferimentos. Não é fácil de impressionar quem já perdeu a perna.

Sou arrastado por um longo corredor que começa a parecer mais com uma casa do que um hospital. Conheço bem o hospital da capital.

Quero perguntar mil coisas, mas me convenço a ficar calado. Não sei o que dizer, por mais fácil que isso sempre foi pra mim.

Entramos em uma sala/escritório. Uma mesa grande de madeira abriga um Snow muito bem arrumado. Bem ao lado dele se encontra uma tv desligada. Ele faz um gesto com a mão para a cadeira a frente da mesa.

– Sinta-se em casa, Peeta.

Ajeito-me na cadeira, apenas para sentir uma dor enorme nas costelas. Ao ver minha careta de dor Snow faz uma cara piedosa, que eu duvido que seja verdadeira.

– Espero que esteja sendo bem tratado por meus médicos.

– Acho que estou. - Agora enxergo o que Katniss tanto odiava nesse homem. Não que eu não nutrisse algum ódio por ele antes. Um presidente que manda suas crianças para a morte, apenas por entretenimento dos ricos e para se manter no poder, sem nenhuma interferência, não merece nenhum sentimento bom ou caridoso.

– Vou ser breve, sim? Primeiro tenho uma coisa pra te mostrar. Sei que deve estar se perguntando sobre sua amada Katniss.

Ele liga a tv que está em sua mesa antes de eu ter muito tempo para perguntar aonde está ela. Não entendo aonde ele quer chegar mostrando a sala de treinamento. Vejo Katniss ao lado de Beete e Wirees. A imagem aproxima e ouço uma parte da conversa deles. “Um campo de força, eles colocaram entre os idealizadores e nós. Pergunto-me o motivo disso." Katniss ia dizer alguma coisa, mas a cena muda. Vejo Beete no chão com um pedaço de madeira no chão, com o fio enrolado, a cena é cortada para Katniss correndo ensanguentada até a árvore. Finnick a chama, mas ela se esconde. Ela encontra Beete e consigo ver a confusão em seus olhos. Ela olha rapidamente entre Beete e o céu. Ela amarra o fio na ponta da flecha e a mira para cima, o raio desce eletrocutando a árvore, e explodindo o céu da arena.

Ele desliga a tv com muita calma e se volta para mim.

– Sabe Peeta, se alguém tivesse prestado a atenção melhor àquela conversa no centro de treinamento, talvez os acontecimentos tivessem ocorrido de maneira, digamos, mais vantajosa para mim. Mas como são muitas coisas mais interessantes para se olhar, creio que deixaram passar. Erro meu não estar 24hrs vigiando Katniss. Por outro lado, eu não esperava a traição de um dos meus melhores Idealizadores. Inocência de minha parte, acabei sendo pego desprevenido totalmente, algo que é difícil de ocorrer.

Ainda estou em choque, tentando entender o que aconteceu. O que Katniss estava fazendo? Deve estar estampado no meu rosto minha confusão. Snow espera um momento, creio que para eu absorver tudo e diz.

– Exatamente isso Peeta, estamos presenciando uma rebelião.


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