O Movimento Revolucionario escrita por Toim


Capítulo 4
Benjamin


Notas iniciais do capítulo

Lê ai, confia em mim, não é tão mal.



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Depois de sair da sala de Tom, fui arrastado por mais algumas dezenas de corredores. Quando senti a brisa gelada e os flocos de neve encostando roçando em minha pele, soube que já estava ao ar livre. Porém,fui arrastado por mais alguns metros.

Estava todo molhado e tremendo quando tiraram o saco da minha cabeça. Estava em um amplo espaço aberto. Olhei para trás,e o edifício aonde eu antes estava parecia apenas um ponto no horizonte.

Estávamos em um amplo espaço com o chão de concreto, parecido com uma pista de pouso de avião. A dois metros de mim, havia um grande camburão totalmente negro. Um dos guardas me agarrou pelo colarinho do macacão e me deu um soco na cara. Cai no chão de costas, o que sinceramente,doeu mais que o soco.

Ele me agarrou pelo colarinho ainda no chão,e me deu outro soco. Senti o sangue invadindo a minha boca.

– Isso foi pelos meus dois irmãos que perderam a vida por causa desse seu movimento de bosta – Ele disse,gritando e cuspindo. Depois, me deu outro soco.

Eles me levantaram enquanto a minha cabeça girava. Tiraram as minhas algemas e literamente me enfiaram no porta malas do camburão. Bateram com força a porta. O local era apertado e totalmente fechado. Por sorte, eu não era claustrofóbico. Ouvi o motor sendo ligado, e o motorista acelerou.

Não havia nenhuma janela,então, não pude ver o caminho. A viagem demorou cerca de seis horas, com o carro em alta velocidade. Houve duas paradas, provavelmente para abastecer, antes da chegada ao destino.

Quando o carro parou pela terceira e ultima vez,minha barriga clmava por comida, minha boca e minha garganta estavam secas,e minhas costas doíam, um tanto por ficar na mesma posição por horas,e outro tanto pelas chicotadas. Ouvi a porta do motorista se abrir. Segundos depois, o próprio porta malas foi aberto.

Uma lufada de vento frio entrou ali. O sol estava fraco,mas mesmo assim me cegou. Quando meus olhos se acostumaram, vi um homem. Era afrodescendente, alto e forte. Tinha a cabeça e a barba raspada. Usava uma camisa Polo preta com um “G” estampado no lado esquerdo do peito, calça caqui bege e sapatos sociais. Trazia na mão esquerda uma garrafa d’água.

– Padre Stroke – Sua voz era grave e séria – Consegue sair sozinho ?

Assenti,por orgulho. As feridas nas costas machucavam enquanto eu me locomovia para sair. Gemi de dor enquanto saia do porta malas.

Quando finalmente consegui sair, senti a areia em meus pés. Estava em uma praia deserta. Ali o frio ainda era cortante, mas não nevava. O mar rugia por conta do vento. O homem estendeu a garrafa para mim, e eu,de bom grado,aceitei. Bebi tudo.

– Obrigado – Murmurei. Estendi a garrafa de volta para ele. O homem apenas assentiu e a pegou.

– Vou tentar lhe explicar como vai funcionar a partir de agora, Padre.- O homem falou, enquanto pegava um chiclete de seu bolso. – Você está indo para a Prisão Governamental de Segurança Máxima Standford, a prisão mais corrupta do mundo. O chefe de lá é Ronald McAllister,e garanto-lhe Padre, ele não é nenhum funcionário do Governo. Cerca de dez pessoas voltam para o continente por mês,porém,sem vida. Se você o deixar bravo, fará com toda certeza parte dessa turma.

Encarei o homem. Em nenhum momento ele pareceu sarcástico.

– Vou tentar me comportar. – Falei, enquanto ele fazia uma bola de chiclete – Agora, porque está sendo gentil comigo ? O Governo não me recebeu muito bem em seus aposentos.

Ele levantou os ombros.

– Gentileza não mata ninguém,Padre – Ele falou – E além disso, eu não vou de jeito algum insultar um homem de Deus. Não quero ir comer churrasco do capeta.

Me permiti um sorriso. Vi que nem tudo no Governo era mal. Fiz um juramento silencioso que, quando tudo acabasse, iria poupar esse homem.

– Lá eles cuidarão de suas feridas. – O homem continuou – A embarcação deve chegar a qualquer momento. Com o mar agitado desse jeito, a embarcação não poderá se aproximar você terá que se molhar.

Imaginei que aquela água devia estar beirando os 0°C, mas decidi não contestar. O meu transporte para a cadeia chegou em menos de um minuto.

Era um daqueles barcos finos que “pulam” na água por conta da rapidez. Totalmente preto, tinha um “G” estampado na ponta. Havia três pessoas a bordo. O barco não parou, como o homem previra. Continuou avançando para o solo.

A embarcação deixou a água com um pulo e voou até o casco se chocar contra a areia. Os dois acompanhantes saíram da embarcação dando gritos de empolgação.

Um era alto e magro, com cabelos pretos. Tinha sardas por todo o rosto e usava um uniforme vermelho com um “G” estampado em dourado no lado esquerdo do peito. O outro era menor e tinha alguns músculos. Era moreno,e seu cabelo era cheio de dreads, e usava o mesmo uniforme que o outro. O motorista era um senhor de cerca de sessenta anos, usava boné, uma camisa branca e um shorts também branco.

Me assustei ao ver funcionários Governamentais tão “soltos”. Devo ter feito uma expressão estranha, porque o homem negro logo falou:

– Aqui não há nenhum chefão que os rotule e os obrigue a ser comportados. Eles fazem o que querem, mesmo que isso não seja o correto. Bem, o meu trabalho por aqui acabou. Desejo-lhe toda a sorte do mundo, Padre.

Ele me deu as costas e se dirigiu ao carro. Fechou a porta e ligou o motor. O carro saiu em disparada pela areia. Quando me virei, recebi outro soco no rosto, que me fez cair na areia, tonto.

– Deus te abençoe, Padre –O homem de dreads, que me deu o soco, gritou. Minha visão não estava focada, mas senti quando ele pegou no meu pulso e encaixou uma algema lá. Depois,pegou o outro e encaixou a outra parte. Me pegou pelo colarinho e me deixou de pé.

Estava cansado de ser arrastado,então andei. Ia subir no barco, mas o homem me parou.

– Espera ai, Padre ! – Ele gritou. O homem de sardas já estava atrás do barco, aonde o que me deu o soco foi. Ambos começaram a desencalhar o barco. Não parecia ser uma tarefa fácil, mas julgar pela minha face socada e pelo tamanho do outro rapaz, ambos eram fortes,

Demorou alguns minutos, porém o barco retornou para a água. Os homens gritaram e fizeram sinal para eu me aproximar. O barco estava a uns seis metros da costa, porém, tive que ir. A água estava tão gelada que meus dedos começaram a formigar logo que eu entrei. A parte mais complicada foi quando a água chegou a altura da virilha. Tremendo, consegui chegar ao barco. Os dois homens me puxaram para cima, e eu cai tremendo de frio no “convés” do barco.

– Bem-vindo a Barca do Inferno, Padre ! – O mesmo homem que me bateu gritou. – Acelera ai, motorista.

O “motorista” mostrou o dedo médio para o homem, mas acelerou o barco. Havia três bancos, salvo o do motorista. Sentei em um e fiquei admirando a vista. Mas pelo visto, os homens não iam me deixar em paz.

– Ei Padre – O homem sardento– O que você fez para vir parar aqui ?

Pensei em falar: “Comi a boceta da lambisgóia da sua mãe”, mas meu bom e velho espírito Cristão me impediu de falar isso, e minha integridade física também.

– Matei quarenta e seis homens e comecei uma Revolução em massa que acabará com o Governo Mundial, meu senhor. – Falei, sem me dignar a olhar para ele.

Os dois explodiram em risadas,e não os culpo. Parece absurdo um Padre fazer tudo isso.

– Mas que bofe mais perigoso – O homem que me bateu disse, fazendo uma voz de mulher.

– Esse ai gosta de viver altas aventuras. – O outro disse, rindo – Diz ai, Padre. Foi Deus quem te mandou fazer tudo isso ?

Já tinha ouvido essa pergunta diversas vezes.

– Não culpe Deus pelos meus pecados, rapaz – Falei. – O assassino sou eu e só eu.

Os homens por um tempo se esqueceram de mim. Ficaram fazendo piadinhas obsenas e algo do tipo. O motorista nada falava, apenas seguia o seu rumo. O vento estava gelado,e os respingos de água que voavam em nós eram desconfortáveis, porém, era o preço a se pagar.

Quando já estávamos muito longe da costa, o homem de dreads murmurou algo para o amigo dele, e me chutou.

Por reflexo, peguei com as duas mãos o pé dele. Caímos juntos no mar. Eu sabia nadar muito bem desde o tempo de criança, pois na cidade onde nasci passava um afluente grande de um rio. Porém, havia três coisas que me impediam de nadar. As algemas que impossibilitavam que eu mexesse os meus braços,a água fria que dificultava a locomoção dos membros e as costas. O sal marítimo começava a adentrar as minhas feridas,e ardia muito.

Senti o rapaz que tinha me batido se debatendo a cerca de sessenta centímetros na minha frente. Naquele momento, agi totalmente por instinto e raiva.

Separei as mãos o máximo que a algema permitia. Levantei os braços, e os joguei para frente. Quando retrai os braços, senti que a garganta do homem estava encostando na corrente da algema. Cruzei os pulsos o mais forte que consegui.

O homem começou a se debater,e senti quando a vida foi se esvaindo do seu corpo. O meu fôlego, por mais que eu fosse saudável, também estava se esvaindo. Cruzei os pulsos mais fortes, e segundos depois,ele parou de se debater. Apertei por mais alguns segundos para ter certeza, quando o meu fôlego já estava acabando.

Como aquela parte do oceano era funda, eu não tinha nenhum ponto de apoio. Minhas pernas já estava fatigadas pelo esforço de me manter no mesmo lugar para matar aquele cara. Provavelmente, estava a cinco metros de profundidade. Nadando apenas com as pernas, desmaiaria antes de chegar na superfície.

Foi quando tive uma ideia. O corpo estava na altura da minha cintura. Coloquei ambos os pés em suas costas e dei um impulso. Mesmo assim, subi apenas cerca de dois metros. Comecei a bater as pernas deliberadamente. Meu peito começou a queimar.

Emergi e respirei todo o ar que consegui. O barco estava a cinco metros de mim, e os dois tripulantes, quando me viram, gritaram para mim. O motorista logo tomou o controle da embarcação e deu ré.

O homem alto e sarnento me puxou para cima quando o barco chegou a uma distância boa. Mas ele só gritava uma coisa:

– Cadê o Fred ? – Presumi que “Fred” era o homem dos Dreads, que no caso, eu tinha acabado de matar.

Tossi um pouco.

– Eu não o vi lá em baixo. – Menti, tentando me levantar.

O homem realmente estava desesperado.

– E como você conseguiu voltar ? – Perguntou ele, olhando para todos os lados.

– Eu sei nadar muito bem – Respondi de imediato.

O homem sacou uma chave do bolso. Era prateada e pequena,e logo desconfiei que fosse das algemas. Mas antes que ele pudesse fazer qualquer coisa, o motorista desligou o barco e se colocou no meio de nós.

– Você não irá soltar ele, é contra o regulamento ! – Ele disse, pela primeira vez.

O homem alto o olhou com raiva.

– Eu estou cagando e andando para esse regulamento de merda ! – Gritou o homem com sardas, tentando empurrar o velho – O único que sabe nadar aqui é esse Padre e eu não deixarei o meu primo Fred morrer !

Me impressionei com a burrice do Governo. Eles designaram três homens para ir em alto mar em um dia de vento e gelado para conduzir um criminoso, sendo que nenhum deles sabia nadar.

– Olha aqui ! – O motorista gritou, tomando a chave da mão do outro homem – O Fred tava fazendo bosta e se fodeu por conta disso. Eu não vou deixar você nos foder também. Se descobrirem que vocês dois estavam fazendo gracinhas, e que isso quase causou a morte do nosso prisioneiro, eu também me ferro. O que diabos o seu primo tinha na cabeça ? E se o padre não soubesse nadar ? Como é que ficaria ?

Transtornado, o homem grande se sentou e cobriu o rosto com as mãos. Eu reprimi um sorriso, enquanto o motorista voltava a dar partida. Pensei que o homem sabia nadar,e quando me vissem retornar a superfície sem ele, eu levaria um belo de uns sopapos. Porém, ninguém raciocinou que a culpa dele não ter voltado era eu.

O resto da viagem foi em silêncio e sem perturbações.

Depois de cerca de vinte minutos, eu tive o primeiro vislumbre da prisão.

Um enorme edifício quadrado cinza. Tinha cerca de quarenta metros de altura. A sua estrutura usufruía de toda a ilha, menos da parte de areia, aonde centenas de guardas ficavam a postos. A Ilha era circundada também por quatro torres, maiores até que a prisão. Também haviam cinco barcos iguais ao que eu estava, que ficavam rodeando a ilha. Além disso, várias câmeras de vigilâncias, sensores infravermelhos e alarmes faziam daquela Prisão um local anti-fugas.

O barco contornou a ilha até chegar na parte traseira do edifício. Havia ali uma grande doca coberta, com vários barcos idênticos ao que eu estava parados. O motorista entrou e dirigiu o barco até uma vaga vazia da doca,e lá “estacionou”.

Havia uma escada de ferro presa a parede da doca que levava a uma passarela mais acima. Fui conduzido algemado pelos dois homens. No final da passarela, havia uma porta engradada, com um leitor ao lado. O motorista sacou do bolso um cartão,e o encostou em um visor do leitor. A porta engradada se abriu.

A cada trinta metros havia uma porta gradeada. Passei por cerca de quinze delas, até chegar nas celas.

Era um único longo corredor. Era tão grande que eu não conseguia enxergar o seu final. Ele se inclinava levemente para baixo, indicando que ele podia ser até maior que o próprio edifício.

De ambos os lados do corredor, haviam grandes e maciças portas de ferro, mas as paredes eram de puro concreto. Sempre pensei que todas as prisões tinham celas engradadas, porém, tinha me enganado. Elas só tinham cerca de três metros de distância cada uma. Elas também só abriam por meio do cartão.

Fui conduzido por pouco mais de um minuto, até chegar em uma das portas. Uma placa de identificação estava pregada pouco acima do leitor. Nela,se lia: “33C”. Provavelmente, outra sátira envolvendo a minha vida sacerdotal e minha fé. Cristo foi morto na cruz aos 33 anos, e o seu segundo nome se inicia com a letra “C”.

O motorista passou o cartão novamente no leitor,e a trava da porta se destrancou. O outro homem maior abriu a porta,e ambos me jogaram lá dentro.

Novamente, bati calcanhar com calcanhar,e cai no chão. Antes que conseguisse me levantar por completo,a porta já tinha sido fechada. Pensei em gritar para eles soltarem a minha algema, porque ela não teria funcionalidade nenhuma ali,mas decidi não fazer nada. Então, dei uma olhada na minha nova casa.

Era melhor que eu esperava. Não tinha janelas, a única fonte de luz vinha de uma pequena lâmpada que já não estava pegando muito bem. Havia uma cama de solteiro encostada em uma das paredes. No outro canto, um vaso sanitário e uma pia com um espelho estavam grudados com argamassa na parede. Havia ao lado de ambos um pequeno chuveiro, com um ralo no chão.

Podia ser pequeno, extremamente desconfortável e um terror para os claustrofóbicos, mas era com isso que eu tinha de me contentar. Em cima da cama, havia uma caixa de madeira, com um papel em cima. Peguei-o,e li:

Benjamin Anthony Stroke, prisioneiro de número 2561 mantido em regime fechado por nove(9) anos, onze(11) e vinte e nove(29) dias na cela 33C.

Nessa caixa há:

– Um conjunto de roupas de prisioneiro ( Colocar imediatamente )

– Cinquenta cremes dentais

– Uma escova de dentes.

– Vinte e cinco shamppo’s.

– Cinquenta sabonetes corporais

Observações:

Todos os dias você será transportado três vezes ao refeitório, para o Café da Manhã, Almoço e a Janta. Todos os prisioneiros tem duas horas de banho de sol no pátio da prisão. Se você for achado em posse de alguma arma, seja ela cortante, perfurante, contundentes, perfurocortantes,cortocontundentes, perfurocontundentes,perfurocortocontundentes ou quaisquer arma branca e de fogo, será punido de maneira severa. A punição também vale por eventuais tentativas de fuga, desacato as autoridades, degradação do edifício, confusões, confrontos, brigas e mortes.

Eminentissimum e Reverendissimun Imperium.

Li tudo com atenção duas vezes. O Governo não brincava em serviço. Muitos dos presos ali tinham pouca capacidade intelectual. O texto era feito da forma mais informal possível, para passar bem o recado.

Fiz o que o papel ordenou. Tirei o moletom que tinham me colocado no Julgamento. Era pra ser uma tarefa simples, mas as algemas dificultaram tudo. Botei a nova roupa, uma camisa de manga comprida azul, uma calça de moletom da mesma cor e um sapato desconfortável preto. Me senti levemente lisonjeado, pois na camisa havia o meu nome e o meu número de detento.

Organizei os outros objetos dentro da caixa, sentei na cama e esperei. O colar que tinha de mostrar para o tal “ Guarda loiro de olhos verdes” pesava no meu pescoço, junto com a cruz de Cristo. Tinha de deitar de bruços, pois as minhas costas ainda não haviam sarado.

Pensei que não iriam abrir a porta por um longo tempo, porém, depois de dez minutos, ouvi uma voz.

– 2561, afaste-se da porta. Se tentar fugir, será alvejado. – O homem gritou.

Levantei da cama e fui para a outra ponta da parede. Depois de alguns segundos,a porta foi aberta. Mas não foi um homem que eu vi entrando.

Uma senhora já beirando aos oitenta. Magra como um cabo de vassoura e encurvada como uma concha. Ela murmurava calmamente “Eu assumo daqui”. Os cabelos brancos eram presos em um coque,e tinha olhos negros como a noite. Usava um vestido azul florido, que não combinava muito com o local. Trazia um tripé e uma câmera nas mão direita, e uma chave na esquerda.

– Costas retas, queixo levantado. – Disse ela, armando o tripé – Se puder sorrir, seria muito bom. Essas putinhas com chulé nas bolas que chamam de “guardas” são tão sérios e tão esquentadinhos que eu acho que logo eles irão me desmontar com um tapa.

Segurei o riso. Aquela mulher era estranha. Encostei na parede,e fiz o que ela pediu. Sorri. Um misto de deboche e ironia. Ela apertou o botão da câmera, e um flash inundou a cela por alguns momentos.

Recolheu o tripé devagar, com a máxima força que seus músculos permitiam. Depois, se dirigiu até mim. Tirou as minhas algemas com a chave, me deu um tapa na cara, e logo em seguida, uma apalpada nas partes baixas.

– Fique bem, meu docinho. – Ela disse, agarrando o meu queixo – Não estrague esse rostinho de querubim atiçando os fortões,e viva o maximo que puder.

Com isso, ela me deixou ali. Bateu na porta três vezes, e o guarda a abriu. Mesmo com toda a tristeza que envolvia ali, não consegui segurar. Gargalhei.


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Notas finais do capítulo

OBRIGADO. BEIJINHOS DE CARAMELO



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