O significado da dor escrita por Alicia


Capítulo 5
Sonhos de uma donzela




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Um romance qualquer entre duas pessoas apaixonadas de pelo menos quatro anos juntas renderia um belo filme, mas apenas as mais especiais tem a capacidade de virar um livro. O filme só mostra como é ter um relacionamento entre duas pessoas por quatro anos. Mas o livro, o livro é bem mais do que isso, ele é bem mais complexo, ele mostra cada momento de felicidade, cada momento de tensão, cada decepção, cada dor e mentiria sobre o final para que os leitores não saibam que depois de uns cinco anos o amor acabou e só restou angústia, a límpida angustia que consegue corroer até os corações mais puros e corajosos. Diria que o amor deles nunca morreu, apenas se fortaleceu durante os anos e se tornou cada vez mais lindo e emocionante. Mesmo sabendo a verdade prefiro acreditar em mentiras, elas machucam no final. Mas o que seria o final? A morte.

Depois de 4 encontros e meio (não achamos o restaurante naquele dia então ficamos simplesmente andando pela rua comendo as balas que eu tinha no bolso) e três semanas "juntos", não começamos algo oficial ou nos beijamos, mas ja estava pronta para dizer um "eu te amo" puro e sincero, não aqueles que iludem e machucam, apenas um "eu te amo" que tocaria e esquentaria o mais gélido coração. Posso não conhecer a família dele, os amigos ou o que pessoas que dizem que amam conhecem, mas sei quando esta triste, apenas pelo jeito que respira, sei quando esta mentindo apenas pelo falsete da voz rouca, sei seu esporte favorito e como o cabelo dele fica mais encaracolado quando esta nervoso, sei apenas o essencial para alguém amar... Porque eu não amo a família dele, os amigos ou outras informações irrelevantes que descobrimos ao longo da convivência, amo ele. Mas não tenho coragem de dizer isso a ele, tenho medo dele não sentir o mesmo e acabar, acabar como aquelas lindas histórias de livros, algum dia irá acabar e nesse dia eu poderei machucar tanto ele que ele possa mudar seu jeito, sua personalidade, sua essência. Ser mais frio e não esse cara que eu supostamente amo, tenho medo de ninguém conseguir conhece-lo como eu o conheço. Se eu também me machucaria? Provavelmente, mas eu me conheço e sei quando mudo. Tenho medo de nunca mais conhecer ele como conheço agora. Pois a verdade é que todos mudamos depois do término de um relacionamento bom ou péssimo. Mas mesmo mudando alguns nunca esquecemos, porque são os que mudaram nossas vidas e o jeito de pensarmos. Possuímos medos cretinos o suficiente para desistirmos de algo que seria a melhor coisa das nossas vidas e coragem absurda para que possamos viver esses momentos.

Qualquer pessoa diria que sou paranoica e doida o suficiente para não me declarar e nem dar um começo a essa história de amor, mas eles estão errados, não quero não dar um começo, apenas quero ouvi-lo dizer primeiro, como qualquer donzela, da era medieval, esperando seu cavaleiro matando o dragão que a protege do mundo e lhe mostrando que o mundo pode ser lindo, ensinando como as flores da vida são as mais belas e com os mais alucinantes perfumes para simplesmente viver confinada, é isso que um cavaleiro faz... Ele lhe mostra um mundo não tão ruim como vemos. Quero que ele seja meu cavaleiro e mostre o mundo que até então almejei mais do que qualquer coisa, mas se ele não tomar iniciativa, eu simplesmente lhe conto o que sinto e espero ver se ele realmente ira me mostrar esse mundo, caso contrário irei embora para minha torre, com o coração partido, e implorarei novamente para que o dragão me proteja do mundo cruel que se esconde fora da torre.


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