I Cried Like a Silly Boy escrita por Mardybum


Capítulo 17
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Olááá pessoal!!
Desculpem a demora,estava com algumas dúvidas sobre a fic (ainda estou com umas que vou precisar da opinião de vocês, mais informações nas notas finais) maaas estamos de volta!
Quero agradecer aos comentários do capítulo anterior, a todos que estão acompanhando, obrigada mesmo! Vamos ao capítulo!! o/



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Ainda estava escuro quando Gina abriu os olhos. Tivera um sono tranquilo, sem sonhos e muito menos pesadelos. Depois da lua brilhante que iluminava o céu sem estrelas daquela noite, a primeira coisa que viu foi a flor que segurava, ainda exalando o forte perfume que a confortava. Se virou para deixá-la ao seu lado e se deparou com um par de olhos azuis, não os que imaginava encontrar, mas os que pertenciam a uma certa professora de cabelos cor-de-rosa.

–Ainda acordada Juliana?– Perguntou a ruiva.

–Sim minha amiga, não pude pregar os olhos até agora...– Suspirou acabou respondendo antes mesmo de Gina perguntar o motivo. - Tentei muito, mas não consegui parar de pensar no Zelão nem por um minuto.

–Ah Juliana, eu sabia!– Disse Gina, rindo e mexendo suas mãos como se fosse os dois se beijando. – Isso tava na cara, pela forma em que vocês se olham...

–Fala mais baixo... – Sussurrou Juliana - Sim Gina, da mesma forma de você e um certo engenheiro.

–Você não comece com essas besteiras que eu volto a dormir!– Respondeu a ruiva, tentando voltar ao assunto do capataz. - Mas por que você tá desanimada?

–Ora Gina, se nosso amor já era complicado quando estávamos na Vila de Santa Fé, imagina agora que a gente...– Ela foi diminuindo o tom de sua voz aos poucos, desconfiando ter ouvido passos, e interrompeu a frase ao ver que sua desconfiança estava correta.

–Agora que a gente...?

–Gina, atenção que tem alguém vindo pra cá...–Disse, cantarolando.

–Mas quem é que tá vindo?– Cochichou a ruiva, apenas vendo Juliana soletrar em silêncio um nome que, se sua leitura labial estivesse certa, seria melhor não estar acordada.

–Juliana, finge que está dormindo que ele vai embora.– Gina fechou os olhos um instante depois de a ver sussurrar um "por que?" e apenas o sentiu aproximar-se.

–--

Ferdinando acordou e, mesmo no silêncio daquela madrugada, podia jurar ter ouvido vozes. E podia jurar ainda mais que eram conhecidas. Prestou a atenção e conseguiu escutar uma risada familiar e em seguida tudo ficou mais quieto. Será que estava imaginando aquilo? Decidiu conferir.

Foi na direção em que achava ter ouvido as vozes e aparentemente, não encontrou ninguém acordado. Olhou para o chão e viu Juliana dormindo e, ao seu lado, Gina. Sorriu, com o pensamento de que sua ida até ali não fora perda de tempo.

Se abaixou e a viu dormir. Por que achava tão fascinante a visão da ruiva adormecendo e por que se sentia tão bem velando seu sono, a ponto de não querer mais voltar a dormir? Se lembrou dos beijos que trocara com a ela, do gosto de sua boca, de tudo que sentia com um simples toque e percebeu as respostas de tudo aquilo que estava se perguntando naquele momento. Se antes duvidava estar apaixonado pela ruiva, agora confirmava isso. Mas estaria ele amando?

Enquanto arriscava passar a mão em seus cabelos, temendo acordá-la, percebeu que ao seu lado havia uma flor, tão frondosa que parecia se tornar mais viva a cada instante. Esqueceu-se dela por um momento e voltou a focar em Gina pois achou ter a visto se mexer. A observou por um tempo, achando que havia acordado, mas como não viu mais nada, achou ter sido apenas uma impressão.

Passado alguns minutos, resolveu deixá-la dormir em paz. Deixou sua mão traçar o caminho de seus cabelos para seu rosto e viu suas bochechas ficarem avermelhadas. Ou será outra impressão sua?

Em seus pensamentos, Gina só repetia frases como "Vai embora logo Ferdinando" ou "Tira a mão do meu cabelo ou eu não respondo por mim". Por um instante, até se desesperou com a possibilidade dele ter percebido que não dormia. Estava cansada de fingir ter adormecido e queria que ele a deixasse sozinha, mas no fundo temia que esse momento chegasse. Podia até sentir seu olhar a observando e tinha certeza de que estava sorrindo. Gina queria acabar com aquela farsa mas tinha certeza de que a situação só pioraria se abrisse seus olhos.

Ouviu Ferdinando se mexer então achou que ele devia ter se cansado de a olhar. Mas não imaginava ouvir o que ele disse logo em seguida.

–Agora ocê pode dormir tranquila causo de que eu vo dormi também. Ieu sei que ocê tá me ouvindo, então durma bem, minha querida.

"Mas como assim sabe que eu to ouvindo?" - Pensou Gina. A verdade era que as desconfianças de Ferdinando apenas aumentaram quando a viu enrubescer e a partir desse instante ele começou a ter certeza de que apenas fingia dormir.

Gina abriu seus olhos quando achou que tinha ido embora, mas acabou encontrando seus olhos azuis e seu sorriso assim como havia imaginado. Ficou com ainda mais raiva quando o viu soprar um beijo em sua direção e se virar, correndo.

–--

Logo após ouvir Ferdinando chegar, Juliana viu que não conseguiria mais conversar com Gina. Então, se virou, fechou os olhos e se perdeu em seus pensamentos. Após algum tempo, se sentiu tão acomodada com sua tristeza que não sabia dizer nem se dormira ou não. Voltou a olhar para a direção em que a amiga estava mas a encontrou em um sono profundo, sem Ferdinando. Também sentiu falta do perfume que a flor de Gina exalava. Olhou para o céu e viu que estava prestes a amanhecer.

Sentiu animo para dar uma volta pelo lugar. Levantou-se, tirou toda a terra de seu vestido, pegou a bolsa que levava e saiu, sem rumo. Mas algo a dizia pra ir a uma certa direção. Adentrou a floresta, caminhando até que ouviu o farfalhar das folhas, como se alguém além dela também estivesse perdido por lá. Resolveu seguir o som, vendo de longe um chapéu conhecido.

–Zelão...?

O capataz se surpreendeu com a voz da professora o chamando e se virou repentinamente, a encontrando.

–Perfessora Juliana? O que a s'nhora faz por cá a uma hora dessas?

–Estava sem sono e resolvi vir aqui. O mesmo te pergunto, Zelão...

–Pois o mesmo motivo da s'nhora. Ô num consegui pregá os zóio essa noite.

O silêncio que se fez após a fala de Zelão só foi quebrado com uma pergunta da professora. Era uma das curiosidades que a atormentavam nessa noite.

–Zelão... Você poderia me contar o que havia naquela carta? Palavra por palavra...

–Ô num sei se posso, perfessora Juliana. Ô tumbém num me lembro de cada palavrinha que iscirvinhei.

–Mas pode me contar com outras palavras. - Um breve silêncio se fez novamente antes de Juliana continuar. - É que eu realmente gostaria de ler aquela carta, Zelão.

Ela encostou-se numa árvore e esperou. Uma das coisas que pode constatar nessa noite passada em claro era o quando gostava do capataz e o quando ficava nervosa em sua presença. Começou a mexer em sua bolsa e encontrou o inesperado: A tão desejada carta.

Ela estava surpresa demais para dizer qualquer palavra e Zelão apenas a observava. Não sabia como aquele envelope podia ter ido parar ali, mas mal podia esperar para ler seu conteúdo. Se lembrava das palavras que ele usara para descreve-lo e quando terminou de ler percebeu que não mentira. Ali estavam expostos seus mais puros e verdadeiros sentimentos por ela.

Achava que sua admiração pelo capataz não poderia ser maior do que já era mas estava enganada. Naquele momento, se sentia a pessoa mais feliz do mundo.

–Zelão... É lindo, eu não tenho palavras para demonstrar como me senti ao ler tudo isso.– Disse, sorrindo.

–Tudo que ô lhe iscrivinhei é tudo que ô sinto dentro das caixa do peito. Ô gosto muito da s'nhora, perfessora.

–Eu também gosto muito de você Zelão. - Disse a professora ao tomar coragem e beijar o capataz. Um beijo tranquilo, mas que demonstrava todo o amor que os dois sentiam naquele momento.

–--

Quando Gina acordou, o sol já estava a pico. Seria possível ter dormido tanto assim? Lembrou-se da noite passada, do engenheiro e do que disse e sentiu a raiva invadi-la novamente. Mas um barulho de água a desviou a atenção. Encontrou Ferdinando na beira do lago, brincando com as crianças que se divertiam. Se lembrou de que na primeira vez em que estiveram naquele lugar, ele disse que queria que Pituca e Serelepe pudesse estar lá também. Aliás, a maioria estava aproveitando o clima para se distrair.

Resolveu tirar seu casaco por conta do calor e ao guarda-lo, deu falta de sua flor. A procurou por toda a sua volta e nem sinal dela. Seus pensamentos foram interrompidos por Juliana, que a chamava de longe. Resolveu esquecer. Ferdinando nunca tinha lhe dado flor alguma e nunca tivera ao menos motivo para isso.

Juliana estava ao lado de Zelão e pela felicidade da professora juntamente com o capataz, Gina concluiu que tudo tinha dado certo entre os dois. Eles estavam perto até demais de Ferdinando que, assim que a viu, colocou as mãos para trás, molhando um pouco a flor que segurava.

O engenheiro tinha a achado na noite que fora ver Gina e não resistiu pega-la, até por curiosidade. Mas iria devolvê-la a ela, planejava isso. Mas esperava que estivessem a sós.

A tarde se passou rapidamente e a noite chegou num instante. Todos decidiram fazer uma fogueira e se reunir em volta. Viramundo tocava modas de viola que todos conheciam a letra, exceto Gina, embora estivesse gostando muito da simplicidade que todos cantavam. Gostava muito de música, mas nunca tinha visto ninguém cantar com tanto amor antes, principalmente quando o violeiro começou a tocar uma chamada "A Dor da Saudade". Sabia que aquele momento duraria pouco, mas sempre se lembraria daquilo quando se questionasse o porquê de continuar.

Todos também sabiam que não poderiam ficar ali para sempre. Certas canções nos marcam e nos fazem lembrar de algum lugar ou momento da nossa vida. Foi essa sensação que se passou por todos naquela hora e os fez ter mais esperança de voltar para casa. Assim, foi decidido que na manhã seguinte partiriam.

–--

Naquela manhã, Gina acordou cedo. O sol estava nascendo quando ela se levantou e arrumou tudo para o dia que viria. Decidira partir para a cidade, então não tinha a menor ideia do que aconteceria daqui em diante. O céu estava nublado e vários pássaros parecidos com gaivotas voavam baixo demais. Terminou de verificar se tudo estava certo quando ouviu a voz de um certo engenheiro.

–Bom dia Gina. - Disse Ferdinando. – Antes de irmos embora, ieu preciso falá com ocê.


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Notas finais do capítulo

É isso, espero que tenham gostado :)))
Sobre o que eu comentei nas notas iniciais:
A minha pergunta é sobre as partes Zeliana. Vocês leem??? ahsuahs pergunto isso porque preciso saber se alguém que shippa Juliana e Zelão lê a fanfic. Eles já tão praticamente juntos na estória e tá chegando em uma parte da fic que vai ser só Gina e Ferdinando sozinhos então eu poderia continuar escrevendo sobre eles ou não.
Então, vocês querem que eu continue escrevendo cenas Zeliana ou que eu deixe apenas Ginando na fanfic? Vocês decidem ;)
Beijos, deixem seu comentário e até o próximo! :*