I Cried Like a Silly Boy escrita por Mardybum


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Oieee gentee *--*
Capítulo de hoje terá reencontros. Não sei se isso é muito bom, mas Ginando não poderia ficar perdido por muito mais tempo, minhas ideias estão sumindo pra os dois sozinhos então a história vai ter que mudar um pouco... mas começa com o beijo :)
Boa leitura!



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Gina não conseguia nem mais raciocinar após aquilo começar. Ou melhor, não sabia como fazer isso. Ferdinando aprofundava o beijo enquanto a encostava na árvore e ela não achava jeito de evitar todas as sensações que estavam tomando conta de si. Sensações as quais não conseguia sequer descrever. Dentre suas diversas tentativas de recobrar a consciência, uma acabou dando certo e ela se desvencilhou dos braços dele. "Mas o que esse engenheirinho pensa que tá fazendo?" , pensou nesse momento.

–Mas o que é isso, me solta Ferdinando!! - Gritou, enfezada. Tentou se afastar, mas ele acabou sendo mais rápido.

–Vorta aqui que ieu ainda não terminei. - Disse enquanto a segurava pelos braços e novamente a beijava, tão desesperadamente como da última vez. A diferença era que Gina agora colocou a razão a frente e só conseguiu pensar que aquilo não estava sendo certo, afinal ele estava roubando um beijo dela sem seu próprio consentimento. Dessa vez, o empurrou e correu em uma distancia considerada segura.

–Você tava até conseguindo um pouco do meu respeito, mas depois dessa, esqueça! Eu lhe odeio, seu engenheirinho! Odeio!! - Gritou Gina.

–Ara mai ocê fique carma!– Ao ouvir aquilo dela, Ferdinando não pode deixar de sentir um aperto no coração de pensar que todo aquele tempo conquistando sua confiança acabara de se tornar em vão. Mas o gosto doce que ainda estava em sua boca não o deixava sentir arrependimento. – Num me digue que num gosto nem um pouquinho do meu bejo.

–Eu já num lhe digo mais nada. Nada! - E falando isso, saiu depressa para dentro da floresta, para o desespero de um certo engenheiro.

–Vorta aqui Gina! Aaara aquela uma ainda vai me deixá maluco.– Concluiu para si mesmo, a seguindo. - Tá escurecendo, ocê num acha melhor descançá por hoje? - Perguntou quando a alcançou. Mas não obteve resposta alguma. Gina parecia ter levado a sério o que disse. Continuava andando sem sequer olhar para ele. - Gina, responde ieu. Senão ieu lhe beijo de novo! - Ela pensou e das duas opções, preferiu a resposta. Mas do jeito dela.

–E você acha que eu sou maluca de ficar sozinha com você de novo? - Disse ríspida, se virando para o encarar. Só conseguia afastar as coisas que mexiam com ela com briga.

–--

–Pituca, tá escurecendo. Num é melhor nois vortá? - Perguntou Serelepe após eles acharem uma parte ainda mais verde da floresta e subiram em uma árvore. O pôr do sol visto dali estava encantador. Quanto mais o sol desaparecia e a noite começava a tomar conta do céu, mais eles se preocupavam. Já haviam se afastado bastante da caverna. Mas a resposta da menina o surpreendeu.

–Lepe, eu num quero vortá agora. Ieu to com um pressentimento de que a gente vai achá meu irmão... - Na verdade até acharia bom voltar, mas o sentimento de aventura e de que algo iria acontecer não a deixavam. Serelepe até ficou feliz, mas se preocupava com a amiga. Mas antes de falar qualquer coisa acabou ouvindo vozes vindas de um lugar não tão distante.

–Escuta Pituca, parece que tem alguem falando...

E alguns minutos depois já podiam diferenciar as palavras ditas.

"Eu num quero falar com você! Me deixa em paz!!"

"Ocê só procura briga ara!"

"Eu num procuro nada!"

"Gina, ieu num quero brigá co cê..."

No mesmo momento, Serelepe viu o sorriso de Pituca se iluminar ao ouvir a voz do irmão. Estava certa. Desceram da árvore e correram em direção do som.

–--

Ferdinando já estava ficando cada vez mais irritado e Gina estava mais teimosa do que nunca. Bastou eles ficarem em silêncio por um minuto para ouvirem uma voz familiar, principalmente para o engenheiro.

–Nando, Nando! – Ouvia Pituca chamar de não muito longe. Ele ficou surpreso de ouvir a voz da menina e ao vê-la, abriu um sorriso e correu ao seu encontro.

–Pituquinha! Ieu num acredito que lhe achei maninha! - Disse a abraçando e erguendo. Estava com muita saudades da irmã e não podia descrever o alívio que sentiu ao ver que estava bem. -Ara Serepe, ocê também tá aqui.

–Que bom que te achamo doutor Nando. A Pituca tava morrendo de saudade do cê. - Disse o menino.

–Ara mai ieu também tava morrendo de saudade do cêis. - Respondeu Ferdinando. Gina, apesar de se sentir um pouco excluída daquele reencontro, estava feliz de ver o carinho e a alegria dele ao rever a irmã - Gina e eu estávamos percurando ocêis i todo mundo.

–A gente tava numa caverna Nando, mai o Lepe falou pra gente vim percurá ocêis. Intão nois fugimo. - Disse Pituca enquanto os quatro estavam caminhando. Gina apenas tentava pensar que, com as duas crianças presentes, Ferdinando não tentaria nada com ela.

–Ara mai ocêis num podiam ter feito isso, essa floresta é perigosa... Mai o que importa é que todo mundo tá bem. - Concluiu Ferdinando.

Enquanto o engenheiro contava sobre tudo (ou quase tudo) que aconteceu enquanto estavam perdidos, a noite chegava e eles começavam a chegar na parte mais sombria da floresta, onde haviam enfrentado as abelhas e não gostavam nem de lembrar. O lugar estava diferente a noite: Tons de verde e roxo predominavam como lâmpadas nas árvores secas e no chão. Conseguiam ver as colmeias e tentavam fazer o mínimo de barulho possível.

Ferdinando sempre olhava para as crianças e Gina, tentando alertá-los se algum perigo se aproximasse. Mas acabou não vendo quando a irmã se afastou um pouco mais para olhar uma parte com uma cor roxa forte. Fora atraída pelo tom e mais perto acabou reparando um pequeno lago, com Vitórias-Régias e sapos pulando. Mas percebeu o mais incrível: a cor vinha deles. Os sapos eram roxos e contrastavam com o tom verde forte que vinha da água. Nunca tinha visto algo parecido antes. Não demorou muito para Serelepe notar a falta da menina.

–Cadê a Pituca?– Perguntou com desespero.

–Ai não, Pituca!! Pitucaa!! - Chamou Ferdinando e todos os outros.

–Ieu to aqui!– A ouviram falar. Correram para onde estava e acabaram a encontrando.

–Ara que bom que ocê tá bem, não saia de perto da gente maninha. - Disse Ferdinando, antes de ver onde estavam. Quando olhou para frente, se surpreendeu.

–Olha esses sapinhos Nando! - Disse a menina alegre. Mas Gina logo a interrompeu.

–É melhor você não tocar neles, podem ser perigosos!

–É verdade maninha, melhor também a gente continuar. Vamo? - Perguntou Ferdinando. Todos concordaram e seguiram o caminho, se certificando que ninguém tivesse ficado para trás. Mas alguma coisa estava errada, sentiam como se a luz continuasse, mesmo eles tendo se afastado bastante do lago. De repente, viram um sapo pular na frente deles.

–Eles estão nos seguindo! - Disse Gina e todos correram para se livrar dos animais. Mas de nada adiantou porque parecia que a luz continuava cada vez mais forte. Olhou para trás e viu que dezenas deles chegavam. – Se abaixa Pituca!– Alertou quando viu que um estava para pular em cima dela. Depois apenas viu o sorriso de Ferdinando direcionado a ela em agradecimento.

Atingiram uma boa distancia e viram que a luz havia diminuído, quase sumido. Depois disso, respiraram aliviados e diminuíram o ritmo.

Passou um tempo e eles quase se esqueceram de tudo se não fosse pelo grito de Pituca ao sentir uma coisa pular em cima de si. Os três se viraram ao ver uma luz roxa no pescoço da menina e perceber que o sapo havia pulado lá. Serelepe correu para tirá-lo, mas ele estava tão grudado que não conseguia. O desespero, mais uma vez, tomou conta de todos ao ver que ela ficava cada vez mais branca. Gina ajudou a puxar o animal e conseguiu o tirar do local. Ferdinando já estava com os olhos lacrimejando quando se abaixou e abraçou a irmã, vendo sua cor voltar aos poucos. Depois da menina alegar ter voltado ao normal, eles continuaram o caminho, agora escuro novamente.

–Ocê tem certeza de que não tá sentindo mais nada? - Perguntou Ferdinando quando eles já tinham saído daquela parte da floresta.

–Sim... Só um dorzinha na cabeça. - Respondeu Pituca.

–Só espero que não seja a merma da Gina... Porque ela tava quase morrendo hoje antes de chegar aqui.– Sussurrou, olhando rapidamente para ela para ver se tinha ouvido. Ela estava um pouco mais longe e volta e meia olhava irritada para o engenheiro.

–Ocêis tão brigado?– Perguntou Serelepe, percebendo o jeito que estavam e lembrando do que falavam antes de encontrá-los.

–Ieu num digo brigado... Só tivemo uma pequena discussão antes de encontrá ocêis.

–Mai por modo de que ocêis discutiro?

–Ieu num posso dize... Só lhe digo que aquela diaba briga por quarquer bobageira. - Concluiu Ferdinando, pensativo.

Eles caminhavam devagar agora. Estavam cansados com o dia que tiveram e não conseguiam mais dar nenhum passo. Chegaram na árvore que inicialmente ficaram para dormir e concordaram deixar o resto da busca para o dia seguinte. Gina se sentiu mais segura com a presença das crianças e com o visível sono do engenheiro e deitou encostada na árvore, se certificando de estar distante dele. Fechou os olhos e, ao contrário das crianças, não viu lago com sapo algum. Apenas viu Ferdinando a tentando beijar. Por mais que tentasse, não conseguia tirar aquela lembrança da cabeça. Abriu os olhos e viu que ele já dormia. Fechou novamente e passou os dedos sobre os lábios, como se eles fossem a lembrar ainda mais do beijo. Acabou adormecendo, com aquela lembrança ainda viva em sua mente e em seus sonhos.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!! Comentem o que acharam.
Até o próximo capítulo!
Beijooooos!!