The Queen - Interativa escrita por Kisaragi Midori


Capítulo 5
Capítulo V: The Naive One, The Charmspeaker and The Rebel


Notas iniciais do capítulo

"Três histórias sobre atitude"



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The Naive One

– “... E então, o solitário monstro finalmente respondeu que ‘sim, eu vou morar com você’ e sentiu que o seu coração e o do garoto finalmente se entendiam. Os dois ficaram juntos e tiveram uma linda filha. Tudo estava perfeito, até que ela percebeu que seu marido envelhecia muito mais rápido que ela e sua filha. Desolada, o monstro chorou e chorou.” – A menina que contava a estória teve que parar ao ver a criança mais nova chorar. – Tudo bem se não quiser ouvir mais da mais, Kori.

A menina, Kori, negou com sua cabeça, fazendo seus longos cabelos loiros balançarem e, mesmo com os olhos verdes cheios de lágrimas, ela fez uma face valente. A garota mais velha tinha cabelos loiros como a mesma, mas eles caiam em seus ombros e seus olhos eram de um azul extremamente brilhante, com feições delicadas e gentis. A única coisa que atrapalhava seu rosto era uma máscara de oxigênio em seu nariz conectada à uma maquina.

– Não, Anny, eu estou bem. – Sua irmã mais nova falou e a mais velha continuou.

– “Um dia, um cobra veio em direção ao monstro, ela disse: ‘Eu posso lhe dar o poder de criar um novo mundo. Um mundo inacabável’. Com o poder da cobra, ela criou o mundo inacabável, onde poderia viver para sempre com sua família. Quando voltou, seu marido e filha sorriram para ela, prontos para partirem para o outro mundo. Antes o marido perguntou para o monstro se ela queria casar com ele, ela disse sim. Os dois se casaram e partiram para o mundo inacabável”. Fim. – Anna sorriu ao ver que Kori havia dormido, lágrimas secando em seu rosto vermelho. Elsa deu um beijo na testa da irmã. – Boa noite, Kori.

– Hum, Anna, sei que a terra dos sonhos é, tipo, muito melhor que a nossa, mas acorda. – A garota sentou-se ereta com espanto, passando as mãos em seus olhos.

Quando sua visão embaçada melhorou, ela pôde ver quem estava à sua frente. A garota à sua frente tinha longos cabelos castanho-escuro, pele pálida, olhos azuis e lábios rubros. A mesma usava um longo vestido branco, a mesma coisa que ela e todas as Selecionadas, e uma cartola verde com uma rosa. Assim que Anna acordara, seu sorriso crescera.

– Oh, bom dia, Elizabeth, sinto muito por ter que me acordar. – Anna falou. A garota, Everleight Elizabeth Jayden, era mais uma Selecionada que ia com ela de avião para Angeles. As outras três estavam sentadas em outros lugares do avião.

– Ta brincando, eu adorei te acordar! Ninguém mais quer conversar comigo! Nem a Dorothy! – Anna lhe lançou um sorriso simpático. Era a única que tivera paciência para conversar com Everleight.

Duas garotas conversavam alto lado à lado em duas poltronas, apontando para elas e dando risadinhas. Anna achava aquilo muito rude, mas Everleight não parecia se importar. A quinta garota estava sentada em uma poltrona sozinha, lendo um livro mais grosso que a cabeça das cinco Selecionadas juntas. Ela era Artemis Dorothy Lyanna Fowl. Anna tentara falar com a mesma, mas tinha que admitir que não entendera metade do que ela falava.

– Então, eu tive que te acordar porque estava entediada. – A Jayden deu um sorriso cintilante e, apesar de Anna achar que aquilo fora rude, a amiga retribuiu o sorriso.

Com isso, as duas começaram a conversam e, enquanto o faziam, ocupavam suas mãos. Everleight estava com alguns diamantes falsos em suas mãos, fazendo algumas bijuterias enquanto falava sobre o como queria que o avião tivesse um jardim para ela poder fazer uma coroa de flores.

Anna mal conseguia acompanhar a mudança de assunto de Elizabeth, por isso assentia e comentava quando tinha certeza que sabia sobre o assunto. Segurava em suas mãos um caderno de desenhos e um pincel com tinta preta, não sabendo exatamente o que estava desenhando. Sua mente se voltou para suas irmãs, Kori e Kelly. Há essa hora, Kelly já deveria estar no trabalho como bailarina, dançando até seus pés sangrarem para alimentar a família. Kori estaria trabalhando também, não tão arduamente como Kelly, ou pelo menos Anna esperava que não.

– Isso é bonito! O que é? – Saiu de seus pensamentos à partir da voz de Everleight.

Anna olhou para o caderno em seu colo, vendo o desenho que havia feito. Era uma família, mas não qualquer uma. Nela, havia uma garotinha com cabelos ondulados partidos ao meio e ela segurava um livro, usando um vestido de mangas curtas, gola e barra com babados. Ao lado direito dela estava um homem com cabelos lisos também partidos ao meio. Ele estava sorrindo, usando uma bermuda que chegava até seus joelhos e um casaco com capuz que parecia grande nele. Ao lado esquerdo da menina, havia uma mulher; Ela tinha cabelos extremamente volumosos e longos, ondulados como os da garota, mas estavam coloridos em preto enquanto os da garota eram brancos. Usava uma túnica negra com bordas vermelhas que iam até seu joelho. Usava uma sapatilha com fitas que faziam ziguezague em suas pernas. A mulher tinha o que parecia ser escamas em seu rosto.

– O monstro, seu marido e sua filha... – Ela murmurou, lembrando-se da estória sobre o monstro que criara o mundo inacabável. – É uma estória que eu ouço desde que era pequena. É adorável.

Sem que elas soubessem,o interesse de Artemis Fowl, que estava sentada não muito longe dali aumentou. Ela já ouvira essa estória e tinha certa afeição pelos personagens: a monstra, o marido albino e a filha. Ela parou para ouvir as duas.

– Oh, parece legal, pode me contar? – Everleight questionou e Anna sorriu, assentindo.

– “Era uma vez, um monstro. Ela sempre se perguntara como os humanos morriam tão rapidamente.” – Anna se aconchegou na poltrona, olhando bem para os personagens que havia desenhado. Pegou seu estojo de tinta e começou a pintar os olhos dos personagens de vermelho. – “Uma vez, o monstro conheceu um rapaz valente. Ele perguntou se ela gostaria de morar com ele, mas ela respondeu que não. O monstro não confiava em humanos...”

...

Assim que Anna e Everleight dormiram novamente, cansadas depois de apreciar a estória da monstra, Artemis se levantara de seu lugar calmamente. Olhou para o desenho de Anna, com o monstro, seu marido e filha e suspirou. Só podia sentir pena de Anna, ela nem sabia o final verdadeiro da estória. Por isso, pegou o caderno de desenho da mesma e escreveu na última página.

O monstro fez seu mundo inacabável, mas, quando voltara, seus entes queridos não estavam lá. O marido e a filha já haviam morrido, assassinados por camponeses de vilas próximas. Eles nunca se reuniram novamente. Fim.

The Charmspeaker

O barulho do carro a lembrava de sua casa.

Bella não gostava disso, era como enquanto sua mãe e sua irmã, Annelise, conversavam. As duas faziam um péssimo trabalho em fingir que estavam em bons termos e era isso que duas das Selecionadas que iam com ela para o castelo estavam fazendo. Ela preferia que tivesse vindo com outras Selecionadas, como Everleight, filha do dono da joalheria onde sua irmã e cunhado trabalhavam. Soube que tinha sido selecionada e, enquanto ela a outra não eram as melhores das amigas, seria bom reconhecer algum rosto.

A Selecionada olhou ao seu redor, procurando alguém para conversar. Ela adorava conversar, colocar o que vinha a sua mente em palavras (nem sempre verdadeira) era o que mais a deixava contente. Só haviam duas outras garotas além de Bella e das que estavam conversando e nenhuma delas parecia que iria se aproximar. Uma tinha cabelos castanhos soltos, pele alva e olhos cor de ferro. Parecia ser familiar, mas Bella não conseguia dizer de onde. Parecia concentrada em algo que escrevia no papel (notas musicais?), então a garota decidiu não mexer com ela.

A única outra tinha cabelos loiros longos e olhos azuis. Ela sentava-se em uma postura um pouco curvada, como se tentasse ocupar o mínimo de espaço possível. Parecia ter um caderno em seu colo, mas olhava para fora da janela e sua mão com um lápis não se mexia. Compara à outra garota, ela parecia mais fácil de se aproximar. Por esse motivo, Bella se levantou e passou pelas duas que ainda discutiam/conversavam e sentou-se ao lado dela.

– Olá. – Bella falou com um sorriso, tentando ser o mais amigável o possível. A garota olhou para ela, recuando um pouco sem perceber. – Eu sou Annabella Evenstar, mas pode me chamar de Bella. – Forçou seu sorriso a ficar mais desajeitado, sabia que as pessoas eram mais inclinadas a simpatizar com outras que pareciam tão nervosas quanto ela. – Geralmente me chamam de Anna, mas soube que já tem uma Anna na Seleção, então decidi mudar. Não gosto de Annabella. E você?

– Eu gosto de Annabella. – Ela falou, até que corou e percebeu o que tinha feito. – Quer dizer, eu sou Luna Rosseau.

– Prazer lhe conhecer. – Bella ofereceu um sorriso maior, se fosse para começar uma fama na Seleção, preferia que fosse a de simpática. – Ei, você sabe quem é aquela garota? – Desviou seu olhar para a outra Selecionada que observara antes, se apontasse, ficaria estranho.

– Oh, eu acho que aquela é a Lana Laurent da Casta... Seis?

– Cinco. – A Evenstar corrigiu, lembrando-se de onde conhecia Lana. A garota tinha tocado em seu aniversario de catorze anos. Antes de sua irmã mais velha, Annelise, anunciar seu noivado com Joshua. Antes de terem que começar a forçar sua mãe a reconhecer a existência de Annelise. Antes da família virar uma sombra do que era antes.

– Oh. E você? – A pergunta de Luna foi o que tirou Bella de seus pensamentos.

– Eu sou da Casta Três. – Bella respondeu e viu Luna se encolher um pouco mais. Talvez por vergonha, deduziu. Seria de uma Casta mais baixa? – E você, Luna?

– Casta Seis. – Ela murmurou, como se não quisesse que ninguém além da Evenstar ouvisse.

Bella conseguiu compreender sua vergonha, não concordava com o motivo, mas entendia. A maioria das Selecionadas eram de Casta mais altas, como Três, Dois e tinha até um Um nessa Seleção, por isso sentia-se envergonhada ao falar tão informalmente com alguém três Castas acima dela. Provavelmente não estava acostumada a falar com outras pessoas de Castas mais altas e ficava sem graça.

– Oh, entendo, em que você trabalha? – A morena questionou com um sorriso caloroso, sabendo exatamente como amolecer a Rousseau. Fez sua postura ficar mais relaxada, abaixou seus ombros para ficar mais a altura de Luna e encostou sua cabeça em seu ombro esquerdo.

– Eu sou cozinheira. – Infelizmente, as técnicas de Bella não estavam funcionando. A Seis se curvou um pouco mais, juntou as mãos e olhou para ela. A Três mal precisou seguir seu olhar para ver marcas de queimadura nas mãos dela.

"Uma Seis cozinheira que não sabe usar o forno? Oh" Bella pensou, engolindo o seco para ainda manter seu sorriso. Decidiu que pelo menos poderia usar a insegurança da outra á seu favor.

– Aposto que sua comida é deliciosa! – A Evenstar se fez de besta, com um sorriso bobo. Levantou suas mãos com manicure perfeita e sem marca alguma e as balançou como um gesto amigável. Fingiu não perceber que Luna mordia os lábios. – Eu acho que o Príncipe Alphonse vai adorar sua comida! Eu não acho que ele vai se beneficiar muito de mim. Eu sou professora, sabe? Eu ensino crianças com problemas mentais. Quem iria querer uma Rainha assim?

Depois disso, Luna não falara mais nada, mas Bella sentia-se satisfeita. Não via motivos para não falar desse modo com a Rosseau, afinal, alguém tão quieta e desagradável não seria uma boa opção para uma rainha, talvez para uma princesa de um daqueles romances esquisitos, mas não para a vida real. Não a entenda mal, claro que a Evenstar estava se sentindo culpada, principalmente pelo fato da Seis ter se se encostando à janela e tinha certeza que vira uma gota de água escorrendo pelo vidro, mesmo sem estar chovendo; mas era necessário eliminar a competição desde cedo e estaria mentindo se não reconhecesse que adorava ver como os outros se remexiam com suas palavras.

Logo depois, a viagem de carro retornou ao seu silencio inicial e Bella até que gostaria de falar com as outras, mas as duas que discutiam não eram uma opção e nem ela seria cara de pau o bastante para falar com Luna depois de suas indiretas-diretas. Resolveu ver se a visão da outra garota, Lana Laurent, parecia mais amigável, mas era bem o contrario.

Lana não mexia a cabeça, mas seus olhos passeavam por duas pessoas, Bella e Luna. Parecia acompanhar a viagem que a pequena gota de água (a lágrima de Luna, sua consciência traidora a lembrara) fazia pela janela. Após isso, olhou para a Evenstar, cerrando seus olhos cinza levemente e fazendo um movimento mínimo com a cabeça para demonstrar desaprovação. A Três sentiu seu rosto queimar e desviou seus olhares.

Eu já me sinto culpada, ok? Bella pensou, escondendo-se por trás se seus cabelos castanhos. Olhou para suas mãos em seu colo, sentindo-se como Luna. Se eu me sinto culpada por enganar uma garota que eu conheço há algumas horas, como vou fazer isso com o Príncipe Alphonse? E pelo resto da vida?

A Evenstar não poderia sentir-se mais aliviada quando viu os grandes portões do castelo. As duas briguentas saíram primeiro que ela, logo seguida por Lana. Luna saiu depois, tropeçando e sendo forçada a levantar sua cabeça. Bella não podia deixar de sentir como se uma pedra tivesse caído de seu peito, podia respirar melhor. Aquela viagem realmente havia sido tumultuosa.

– Realmente me lembrava da minha casa. – Murmurou, olhando para o castelo.

– Da minha também. – A voz era tão quieta e o vulto de cabelos loiros passou tão rápido que mal conseguira reconhecer Luna.

The Rebel

As empregadas haviam esfregado o corpo de Lois tão fortemente que sentia como se tivesse caído de sua bicicleta e sua carne estivesse viva. Sinceramente, a garota nem tinha certeza do motivo de ter deixado que lhe dessem o banho, talvez porque talvez o Príncipe Alphonse se cansasse dela depois de alguns dias e nunca mais passaria por algo desse modo. Mas quando ela soube que estaria com mais outras três garotas na sala em que tomariam banho ela ficou louca, tentou fugir, mas as empregadas eram estranhamente fortes.

Pelo menos as outras três garotas estavam tão envergonhadas quando ela, por isso ficaram bem. Depois de um tempo, começaram a conversar. Ela se dava bem com Jadelyn Ward (ou melhor, Jade, como preferia ser chamada) e tolerava Beatrice Ward (aparentemente, as duas eram primas, estranho ter parentes na Seleção. Jade era por parte de pai e Beatrice por parte de mãe). Jade era extrovertida e alegre, então era bom ter alguém com energia positiva por perto. Beatrice era desajeitada nas conversas, mas tinha opiniões fortes e sarcásticas que fazia Lois se identificar com ela.

Mas nunca conseguiria suportar Valquíria Belinda Blanco.

Valquíria era uma diva. Na verdade, ela era uma diva tão diva que as outras divas olhavam pra ela e diziam “Olha que diva”. Blanco era egocêntrica, antipática e sempre conseguia fazer a conversa se focar nela. Lois e ela não simpatizaram automaticamente e começaram a discutir até que Jade, com sua educação e vontade de não entrar em brigas e ser expulsa da Seleção, conseguiu apartá-las antes que começassem a se socar. Beatrice simplesmente não se importava e mudava de assunto constantemente em suas conversas com sua prima.

– Ótimo, estão prontas. – A empregada que cuidava delas, Emily, suspirou, logo depois lhes oferecendo um sorriso. Ela parecia jovem, com catorze anos ou por aí. Tinha cabelos longos, loiros e olhos verdes. – Agora, a Empregada que vai estar encarregada de supervisionar todas as Selecionadas já vai chegar, podem se vestir. – Com isso, a loira foi embora com as outras empregadas, deixando as garotas sozinhas.

Houve alguns momentos estranhos de silêncio até que Beatrice decidiu se levantar primeiro. Ela tentou o fazer tão rápido que escorregou da banheira e caiu de cara no chão. Jadelyn, sempre a prima preocupada, levantou-se rapidamente para ajudar a outra Ward, pegando graciosamente seu roupão e o vestindo. Logo depois, Valquíria e Lois levantaram ao mesmo, cerrando os olhos e analisando uma a outra. Pelo menos nenhuma das duas podia dizer que o busto era maior. Que triste.

Lois começou a se vestir com a roupa que havia seu nome na etiqueta. Era um vestido cor creme com corpete ajustado, mas não desconfortável e uma saia que ia até os joelhos e as mangas eram curtas. As outras vestiam vestidos idênticos, mas Valquíria usava um violeta, Beatrice usava um verde claro e Jadelyn usava um rosa bebê.

– Wow, Jade, você está maravilhosa! – Lois falou com um sorrisinho e ela estava mesma.

– Espelho, espelho meu, quem é mais bela do que eu? Ok, muita gente. – Beatrice brincou, usando uma escova para pentear seus cabelos molhados. – Mas você é a mais bela agora.

– É, você até que está bonitinha... – Valquíria disse, suas madeixas perfeitamente penteadas. – Não mais do que eu, é claro.

– Então, vocês vão fazer o que com seus cabelos? – Jade tentou mudar de assunto, suas bochechas ainda brilhando em vermelho. – Vou tentar fazer algumas mechas claras.

– Talvez eu faça uma franja. – A Blanco divosa falou, pegando em seu cabelo. – Sei que vou ficar maravilhosa de qualquer jeito.

– Eu vou ver se eles têm algo pra controlar meu cabelo. – Beatrice falou, enquanto tentava pentear suas mexas rebeldes.

– Wow, nós vamos fazer algo com o nosso cabelo? – Lois questionou, mexendo em seus curtos cabelos castanho-avermelhados. Todas as outras a olharam estranho, Valquíria e Beatrice a olhando como se não acreditassem no que ela acabara de dizer e Jadelyn a olhara com pena.

– É meio que uma tradição, sabe, você muda porque está começando algo novo na vida e está se comprometendo com a vida da realeza. – A diva explicou.

Mas eu já estou em uma nova fase da minha vida. Lois pensou, fechando os punhos. Eu não quero mudar agora.

– Você está bem, Lou-Lou? – Jade perguntou preocupada, usando sua própria variação do que Lois havia dito para que ela a chamasse, “Lou”.

– Eu já volto. – A menina de cabelos curtos disse, indo em direção a porta.

– Ma-mas nós não podemos sair. – Beatrice falou, chocada com a outra garota.

– Eu não quero mudar. – Foi a última coisa que Lois disse, antes de sair do quarto.

As três ficaram observando a porta, todas sem saber o que falar.

– Depois eu que sou a diva. – Valquíria murmurou, revirando os olhos.

...

Passar pelos guardas não foi simples, mas ela conseguiu no final. Chegou a um balcão no castelo e ficou olhando para as estrelas. Iria voltar, prometeu a si mesma, mas só quando não tivesse que fazer nada em seu cabelo. Afinal, seu cabelo sempre seria algo novo para ela, mesmo tendo o cortado dois anos antes. “Seu cabelo longo é lindo, filha” sua mãe falava enquanto penteava seu cabelo, eram tão próximas. Por que isso mudara tão rápido?

Tinha que admitir. Sentia falta de seus pais, talvez um pouco, mas sentia falta deles. Sentia falta da Senhora Peyton, a dona da biblioteca. Sentia falta até de Giselle, sua prima super-traíra pela qual ela nunca ficou com raiva para sempre porque elas eram (ainda são, em fato) família. E sentia falta de Sammy, seu irmão mais novo, além de todos eles. Estavam tão centrada em seus pensamentos que só percebeu que havia outra pessoa no balcão quando falaram seu nome, ou melhor, seu sobrenome.

– Hum, Senhorita Lilly? – O rapaz que falara seu nome tinha cabelos escuros e olhos azuis brilhantes. Ele usava um uniforme de guarda e sorria calmamente para ela. – A Senhorita não deveria estar se arrumando para o jantar com a família real?

– Como você sabe meu nome? – As palavras, como sempre, saíram de sua boca antes que pudesse considerá-las. Ela pôde ver suas bochechas ficarem coradas.

– Eu e a Empregada-Chefe das Selecionadas tivemos a permissão para ver suas fichas antes do Principe. – Seu sorriso ficou mais desajeitado e Lois tinha que admitir que era fofo. – Você é a Senhorita Lois Evangeline Lilly, não?

– Sim, e você? – A Lilly gostaria que o dialogo deles não acabasse com todas as frases em perguntas, mas ainda desconfiava dele.

– Eu sou o Guarda-Sub-chefe. – Ele disse e aquele sorriso fofo voltou novamente. Lois sentiu seu coração dar um pulinho. – Sou Sebastian Leger, Senhorita.

– Pode me chamar de Lois. – Falou, sentiu que era mais um jeito de se rebelar contra tal mudança, fazendo as pessoas que os serviam os tratarem como amigos. Achou que Sebastian negaria imediatamente, mas apenas deu um sorriso ainda mais encantador.

– Só se me chamar de Sebastian. – O Leger silabou, se encostando na bancada com ela. – Então, o que a Senhorita faz aqui, longe de todos?

– Eu não quero mudar meu cabelo. – Resmungou, mas já estava sentindo-se melhor. Era fácil conversar com Sebastian.

– Então não mude. Não é obrigatório. – O guarda a olhou com os mesmos olhos que Valquiria e Beatrice haviam lhe dado, um de descrédito.

– Mas disseram que era uma tradição...

– Que nada! O Al... Principe Alphonse não vai gostar de você porque vai mudar o cabelo. Ele não é assim. – Parecia tão convicto que Lois sentiu que deveria acreditar nele. – É só falar com a Empregada-Chefe, ela não vai lhe forçar. E também, era uma tradição usar branco quando todas chegavam, mas isso mudou e é bom, você fica bem em creme.

– Tem certeza? – Questionou vermelha com o que ele havia dito. E se ela fosse uma daquelas empregadas que era louca por tradição?

– Eu conheço a Mary, ela nunca forçaria ninguém a mudar. – Ele falou, abrindo a porta para o corredor. – Então, o que me diz, Senhorita?

– Eu já disse que é Lois.

...

Quando voltara para o salão onde todas estavam se aprontando, encontrou a Empregada-Chefe rapidamente, porque ela estava rodeada. Ao contrario do que pensava, ela não uma empregada antiga. Na verdade, era uma garota jovem e pequena, com cabelos loiros e olhos castanhos. Ela sorrira gentilmente quando Lois perguntou se podia ficar com o mesmo cabelo.

– Claro que sim! – A empregada, Mary Woodwork, falou. Segurou a mão de Lois e a levou para uma cadeira. – Eu vou chamar a maquiadora então. Alguma preferência?

– Eu acho que não. – A Lilly respondeu, mas logo após se lembrou de algo. – Hum, Mary?

– Sim? – A Woodwork parou.

– Você tem algo em creme? Uma pessoa disse que fica bem em mim.

...

Extra

– Você trouxe a encomenda? – Uma figura sombria, vestida em um longo casaco negro e chapéu da mesma cor questionouu a garota a sua frente. A garota em si, Mary Woodwork, vestida em sua roupa de empregada se remexeu desconfortável no quarto escuro.

– Al? Precisamos mesmo fazer isso todas as vezes? – Mary questionou.

– Shhh. – A figura, Alphonse Schreave, reprimiu. – Ninguém pode saber que esses doces são pra mim!

– Hum, Mary? – A voz de outra pessoa, mais especificamente Sebastian Leger, ecoou pelo quarto e as luzes de acenderam, mostrando que estavam na dispensa do castelo. – E... Alphonse? Por que você está vestido assim?

– O que? Eu não sou o Principe Alphonse! Ele não gosta de doces! Ele não pede pra melhor amiga de infância dele pra ir comprar bombas de chocolate importado pra ele com tortas quando ele se sente nervoso... – A voz dele estava notavelmente grossa e obviamente falsa. – Er... Tchau!

O garota pegou o saco de papel cheio de doces da mão de Mary e equilibrou a torta em sua outra mão. Com isso, ele pulou da janela que Sebastian e Mary podiam jurar que não estava lá antes e saiu correndo pelo jardim do castelo com a “encomenda” em mãos.

– Ele sabe que eu fui com você pra comprar os doces, não sabe? – Sebastian perguntou, lembrando que tinha levado a Woodwork para comprar os doces no carro de seus pais, já que a padaria seria muito longe a pé. Mary sorriu, mordendo uma das bombas de chocolate que havia pegado da sacola.

– Deixe ele acreditar no que ele quiser, Sebas.


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Notas finais do capítulo

Luna: http://media-cache-cd0.pinimg.com/236x/27/e6/05/27e605131ffad1eff5ecfaf179c40486.jpg
Lois: http://25.media.tumblr.com/9a2392a746d0d70db69148b91bae7c47/tumblr_mm4032EpOf1qimvebo1_500.png
Jadelyn Ward: http://2.bp.blogspot.com/-SYl05LMdwww/URK6pQN-u5I/AAAAAAAAAFM/t7GXOv--2UI/s1600/4e987f04135aa7a9ca4747aa2b23e5a5-1-.jpg
Beatrice Ward: http://media-cache-cd0.pinimg.com/736x/1e/27/df/1e27dfc05fda766d9dc644fd5126df48.jpg
Valquíria: http://aieuvivantagem.files.wordpress.com/2012/04/zooey-deschanel-marie-claire-may-2012-02.jpg
Lana: http://wallpaperpanda.com/wallpapers/acg/Ejg/acgEjgocG.jpg
Anna: http://data.whicdn.com/images/22288263/419390_380343628649474_247423115274860_1797260_1215240766_n_large.jpg

... Então... Muitas personagens foram apresentadas, mas não se preocupem, elas ainda vão narrar algum capítulo. Então, eu tive uma conversa muito legal com uma autora (ok, foi só um comentário em um capítulo) e a contagem de mortos subiu para três. É, complicado.

No próximo capítulo elas já vão conhecer o Alphonse! Estou tão animada!

Oh, também. Eu já comecei aquela fanfic de Frozen que mencionei, mas só vou postar quando estiver completa. Também comecei uma fanfic da série Sherlock, mas vai ser um one-shot.

Próximo capítulo: The Prince (II), The Diva and The Gardner.