Guardians escrita por Julio Kennedy


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Aos velhos leitores de Decode um grande abraço, aos novos leitores boas vindas. Espero que gostem da continuação da Fic, e caso a pessoa não tenha lido a primeira temporada acho que não ficara tão perdida assim. A personalidade dos personagens mudou muito.
Uma coisa que quero deixar bem clara é que essa historia não é baseada em batalhas. Os personagens estão no meio de uma trama bem mais complicada do que lutar ou morrer como na ultima Fic, então não sei quantos capítulos pode demorar para vermos batalhas catastróficas. Sim haverá, mas creio que não nos primeiros quatro capítulos.



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Prólogo

Ludmila ligou a câmera e olhou para Will nervosamente – isso é realmente necessário?

Will suspirou antes de responder tão calmamente que irritou a garota – se algo acontecer comigo eu preciso que alguém mais saiba da verdade.

– E pra quem enviara o vídeo? – perguntou ela. Will a encarou durante alguns segundos serio, fazendo Lud dar de ombros - gravando em três... dois... um... – disse ela ajeitando a câmera sobre o tripé pela ultima vez.

– Já? Beleza – disse ele se ajeitando em frente a câmera - pelo que ouvi dizer fazem onze anos que os primeiros atravessaram a barreira dimensional. Meu primeiro contato foi há um ano e meio atrás quando eu e um grupo de amigos fomos enganados e manipulados por uma mulher, Maristela a General de um grupo secreto que deveria nos proteger, e nos tornamos os primeiros domadores de digimons do continente. Mal sabíamo-nos que cada batalha travada ajudava a derrubar a barreira que separava nosso mundo do deles.

Meu nome é Willian Ribeiro, eu fui a terceira pessoa a ter um parceiro. A nossa primeira batalha grande foi travada em frente a centenas de pessoas que estavam nas ruas e milhares pelas redes de televisão ao vivo, primeiro no Brasil, horas depois em todo planeta. Depois disso o mundo começou a surtar, mas infelizmente não havia como sabermos. Belo Horizonte foi à primeira cidade a cair, depois Moscou e Veneza. As equipes de uma organização secreta chamada RAD saíram das sombras e começaram a combater essas criaturas a luz do dia.

Esqueci minha faculdade, perdi minha casa, perdi amigos e não vejo minha família há meses. O grupo inicial de amigos que havia se formado e lutado junto contra esses monstros ruiu. Fomos caçados, feridos, traídos e mortos, em compensação nem todas as traições foram ruins, hoje somos eu e Ludmilla, nerds trabalhando juntos a Sofia e Pedro dois ex-agentes agora readmitidos do RAD.

Nos rendemos ao governo, não poderíamos continuar a nossa jornada sem apoio militar, mesmo enfrentando as tramas contra nos dentro da própria instituição. Vencemos as primeiras batalhas, construímos monumentos, rimos da ideia de digimons meses atrás quando finalmente fechamos os três portais abertos usando bombas dimensionais, achamos que finalmente havíamos vencido a guerra.

Estávamos errados.

Foi ai que ele ressurgiu, o anjo caído. Ele voltou das profundezas da rede, mas dessa vez não sozinho. Haviam seis demônios com ele, Lordes da escuridão, cada um mais forte que o outro, mais furiosos, mais sanguinários, mais psicopatas do que tudo que já havíamos visto, no meio da Austrália. Quase perdi minha vida tentando recuperar o país, em vão. Mas agora é hora de virar o jogo novamente a nosso favor, a guerra ou minha vida chegara ao fim, eu juro.

– Pronto? – perguntou Lud olhando para Will que parecia fora da realidade – Will? – ela chamou novamente. A garota havia cortado o cabelo, ele estava na altura de seu queixo, fazendo seu rosto parecer mais fino do que realmente era. Ela disse antes de corta-lo que se uma garota queria mudar de verdade, ela tinha que começar pelo cabelo. Mas a verdade pensava Will, era que aquele acidente com fogo em Chicago tinha ajudado bastante influencia na decisão dela.

– Sim, pode desligar – respondeu ele balançando a cabeça e olhando com um sorriso pra Lud. O nerd também havia mudado bastante nesse ultimo ano, seu cabelo castanho cacheado cobria uma parte da sua testa, ele resolveu assumir a barba, mais porque não tinha disposição para desfazê-la do que por gostar. Havia trocado os óculos por lentes de contato e estava com um físico muito melhor do que no ano passado, Pedro o fez treinar todos os dias desde que se mudaram para os Estados Unidos, logo após a batalha de Belo Horizonte.

– Não acha que exagerou com a historia “ou eu, ou eles?” – perguntou Lud sorrindo e balançando seu corpo como um boneco de posto de gasolina. Os dois estavam no apartamento de Will, era em um prédio pequeno no Brooklin as margens do rio.

Ele levantou a cabeça devagar, um olhar serio estava em seu rosto – Jonas se sacrificou por nós, eu faria o mesmo se fosse necessário – respondeu o garoto se levantando da cadeira que fora posta a frente de uma parede branca onde a gravação foi feita – Sofia viaja hoje – disse ele caminhando até a cozinha.

Lud caminhou até o balcão e inclinou seu corpo sobre ele – E como vocês estão? – perguntou a garota com um sorriso bobo no rosto.

– A sei lá, acho que estamos – disse o garoto pegando uma caixa de papelão circular de pizza que estava na geladeira a inclinando na direção de Lud – quer? – a garota balançou a cabeça negativamente – estar alguma coisa com ela – disse Will mordendo a pizza gelada e velha – já é muita coisa – terminou ele de dizer com a boca cheia.

Lud riu, depois abaixou o olhar – amanha voltamos pro Brasil – disse ela cabisbaixo.

– Eu sei – respondeu ele.

– Nos deixamos essa vida para trás, será que fizemos o certo? – perguntou Lud. Will confirmou com a cabeça – eu... – ela não conseguiu terminar a frase.

Ele caminhou até a garota e colocou a mão em seu ombro – eu também sinto falta deles, se quiser podemos tentar encontra-los – sugeriu Will.

Lud o olhou nos olhos, ela nunca mais os vira.

***

Rio de Janeiro – Brasil

Ela havia acabado de sair do banho, o calor infernal que fazia naquele lugar era sobrenatural. Mayara havia deixado o cabelo crescer, agora seus cabelos negros batiam no meio das costas, ela havia perdido peso e sua pele agora tinha uma cor bronzeada.

A garota caminhou até a janela do prédio e se reclinou olhando para a avenida abaixo dela e sentindo a brisa correr pelo seu rosto – filha sai da janela, você acabou de sair do banho – disse a mãe dela entrando de repente no quarto da garota.

As coisas não estavam calmas no Brasil, havia um domador nesta cidade e May sabia disso. As batalhas haviam diminuído bastante após o fechamento dos portais em Minas Gerais, mas após o ressurgimento de Lucemon as coisas mudaram, a garota podia sentir que tudo mudaria para pior de uma hora pra outra.

A mãe de May chegou por trás da garota e a abraçou – você não precisa esconder que esta preocupada – tentou conforta-la - eu os vi na TV essa manha – disse por fim.

– Eu não quero voltar pra aquilo – respondeu May balançando a cabeça negativamente - fiz tudo o que eu podia, e mesmo assim Jonas morreu, eu não quero mais perder ninguém assim.

– Você ainda sente falta dele? – perguntou a mulher olhando pela janela junto da filha.

May sorriu – não há um dia em que não.

***

O jatinho estava enfrentando uma turbulência, Pedro se segurava firme no braço da poltrona que trepidava junto com a aeronave. Sofia o olhou de rabo de olho e depois voltou a encara-lo soltando uma gargalhada – você tem mesmo medo de aviões? – perguntou ela desligando a TV presa na poltrona a sua frente.

Pedro a olhou seriamente – não gosto de altura – respondeu ele forçando seu corpo contra o encosto.

– Aviões são o meio de transporte mais seguro – disse Sofia tentando acalma-lo – e caso e caia, você morre pela despressurização rápida em grande parte das vezes, não necessariamente o impacto com o chão que te mata.

Pedro franziu o cenho e praguejou – ótimo, estou reconfortado.

A chuva fazia com que a visão fora da aeronave se tornasse impossível. De tempos em tempos relâmpagos davam vida as nuvens dando vista para o emaranhado negro do lado de fora como um monstro pronto para engoli-los.

– Só mais alguns minutos, o piloto informou que já estamos saindo do espaço aéreo do atlântico – informou Sofia se levantando com dificuldade indo em direção ao banheiro no fundo do avião.

– Sofi – Pedro a chamou.

– Sim – respondeu a garota se virando e prendendo uma mexa do cabelo atrás da orelha.

– Espero que ainda estejamos do mesmo lado – exclamou Monteiro olhando para a janela.

Sofia continuou olhando para ele durante algum tempo analisando qual seria a verdadeira intenção por trás da indagação, então o avião trepidou tão forte que ela foi parar no chão – o que é isso – Pedro gritou.

Sofia ergueu a cabeça tentando se orientar e então aconteceu novamente fazendo as luzes de alerta ligarem. Pedro se soltou do cinto e tateou os bancos caminhando em direção à cabine do piloto.

O Avião fez uma curva rápida para a direita jogando Sofia sobre os bancos, fazendo o notebook que estava sobre a poltrona do lado da dela bater com força na parede. Ela se levantou o mais depressa que pode assim que o avião nivelou-se e alcançou Pedro que estava em pânico segurando-se em um assento do corredor – vamos – disse ela puxando o agente pelo braço.

– O que esta havendo? – perguntou Pedro ao piloto assim que abriu a porta da cabine.

O homem olhou para trás com olhos arregalados, sua testa estava suada e sua expressão assustadora. À frente a grande janela de vidro mostrava a grande tempestade que eles cortavam, relâmpagos tremeluziam ao seu redor.

Então a enorme criatura apareceu na frente deles, com suas enormes asas vermelhas cortando o vendo e a agua. Enormes dentes estavam claramente expostos sobe sua língua que dançava do lado de fora de sua boca. Seu tom de pele vermelha parecia quase negro contrastando com o branco de seu peito – Digimon – gritou o piloto.

Pedro e Sofia de reflexo deram um passo para trás – Megidramon – indagou Pedro um segundo antes do Digimon enfiar suas garras na lataria da aeronave perfurante a cabine do piloto.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Apenas uma leve aparição de Digimon no final do capitulo, a queda do avião e uma leve apresentação da situação atual, espero que não estejam muito perdidos. Se quiser dar sua opinião será muito interessante.