Lonely Mind escrita por Sabidinha Chase


Capítulo 2
Capítulo 1 – Boa vida


Notas iniciais do capítulo

Ainda não houve tantos comentários, mas eu postei esse capítulo para que vocês sintam mais como vai ser a fic.
Espero que gostem!



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Capítulo 1 – Boa vida

Steve parou seu carro em frente à casa que um dia fora sua e sua amada esposa Peggy, tirou do bolso de seu uniforme um relógio que havia a foto dela , seus pensamentos foram longe onde ainda estava feliz, jantando com ela após um dia cansativo de planejamento de ataques, achando que a guerra acabaria logo e que suas vidas poderiam se tornar completas, queria um filho, uma menina no caso, uma pequena garotinha de cabelos loiros e olhos escuros como os de Peggy. Que saudade daqueles olhos.

Fechou o relógio e olhou para sua casa, era o lugar onde mais sentia a presença dela e onde mais ficava amargurado, apesar de precisar voltar todos os dias e dar suporte ao seu melhor amigo Bucky, que foi a única coisa boa que lhe sobrou.

Abriu a porta da casa e logo sentiu um perfume diferente, um perfume floral delicado de mulher, nenhuma de suas empregadas usava tais perfumes, então se lembrou que hoje chegaria uma enfermeira para cuidar de Bucky, ele não queria mais ninguém ali, havia três empregados e isso já era o suficiente, mas não para a senhora Georgina e seu marido Edmund, eles já estavam em uma idade avançada e só a pequena Louise a arrumadeira não daria conta de cuidar de Bucky em suas situação.

Steve ficou incomodado com o perfume da moça, era como se de alguma forma ela quisesse marcar sua presença feminina na casa e isso lhe irritava bastante, a única presença feminina ali seria de sua falecida, apesar de ter uma senhora e uma garota trabalhando ali.

Steve subiu as escadas em direção ao corredor dos quartos, pode ver que o quarto que estava reservado para a enfermeira ao lado do seu já estava sendo ocupado por causa das luzes. O quarto de Bucky estava com as luzes desligadas e ao abajur iluminando somente a cama, ele entrou, pegou uma cadeira e se sentou ao lado de seu amigo.

–Como vai amigo? – ele perguntou como se Bucky fosse respondê-lo – Hoje não foi um dia fácil, muitas perdas na Alemanha, mas conseguimos resgatar alguns soldados de lá. Achei que ficaria feliz em saber disso – Steve conversava diariamente com Bucky, mesmo não sabendo se seu amigo o ouvia, ele era a única pessoa que não lhe perguntava coisas das quais ele não queria conversar – Estava pensando em Peggy de novo, sei que devo parar de pensar nela e viver minha vida, mas é como se ela ainda estivesse aqui – ele fez uma pausa e sorriu – Contratei uma pessoa para cuidar de você, acho que em breve você ficará bem e poderá paquera-la como sempre fazia com as enfermeiras – ele riu sozinho – Não me abandone meu amigo – ele colocou a mão em seu ombro, onde não havia mais o braço – Não posso perder mais ninguém, está bem?

Steve se levantou e colocou a cadeira encostada na parede novamente. Ele seguiu para o seu quarto e tomou um banho quente e se vestiu para jantar, nada muito formal, mas também não colocou algo desleixado. Queria ser firme aos passar as ordens para a nova moradora da casa e não queria que pensasse que ele era um relaxado.

Ele desceu as escadas e foi em direção a sala de jantar, como costumeiro ele se sentou na ponta da mesa, a nova moradora não se encontrava ainda em seu respectivo lugar.

–Boa noite senhor Rogers – Georgina o cumprimentou enquanto terminava de servir o jantar – A enfermeira já chegou.

–Boa noite senhora Grint – ele cumprimentou de praxe – Já notei – ele comentou – Ela irá descer para jantar comigo?

–Sim senhor – ela olhou no relógio – Disse que o jantar seria servido as sete.

–Ótimo – ele comentou pegando um guardanapo e colocando ao lado de seu prato.

Não demorou muito quando ele ouviu o barulho do salto batendo nas escadas, ele se sobressaltou lembrando-se de Peggy, porém a figura que apareceu em sua frente não parecia em nada com sua amada. Era uma mulher de estatura mediana, cabelos loiros, olhos esverdeados, tinha a pele muito clara, batom vermelhos nos lábios que realçava sua beleza e seus belos lábios cheios, estava trajada perfeitamente para o jantar, seu vestido desenhava seu corpo com perfeição, mostrando os volumes nos lugares certo, mas não de forma vulgar.

–Boa noite senhor Rogers – a bela moça se aproximou de onde o famoso capitão estava, ele se levantou educadamente e ela o estendeu a mão – Natalie Rushman, é um prazer em conhece-lo.

–O prazer é meu – ele disse admirado com a moça – Steve Rogers.

–Penso que deve ouvir muito isso, mas fico grata pelo que faz pela nossa nação – ela mentia descaradamente.

–Obrigado senhorita – ele puxou a cadeira – Queira sentar-se.

–Obrigada – ela falou formalmente e se sentou.

–Espero que goste do jantar – ele comentou e Georgina começou a servir os dois.

–Com certeza ficarei muito satisfeita – Natasha comentou olhando para Georgina que sorriu animada.

–Vamos logo ao assunto senhorita Rushman – Rogers foi direto o que surpreendeu Natasha – Meu amigo está completamente a mercê de uma desgraça que caiu sobre ele, ele precisa de cuidados vinte e quatro horas por dia, pois está tendo febres constantes por causa de suas feridas, gostaria que cuidasse dele com perfeição.

–Entendo perfeitamente senhor Rogers e farei o meu melhor, e modéstia a parte eu já estive em campos de batalha e sei exatamente as necessidades especificas de seu amigo – aquilo não era totalmente mentira, Natasha estivera em campo de batalha, mas ela estava lutando.

–Agradeço imensamente senhorita Rushman, saiba que terá um bom salário como combinado e algumas gratificações, pode se sentir em casa e o que desejar ter, comer ou fazer fique à vontade – ele fez uma pausa – Agora entenda que em minha casa há algumas regras: Primeiramente não permito visitas de nenhuma espécie, sou um capitão e tenho que tomar cuidado com quem entra se sai de minha casa.

“Concordo capitão” – Natasha pensou – “Só deveria ser mais cauteloso”.

–Segundo seu compromisso nesta casa é apenas com Bucky, a senhorita deve prestar seu serviço integralmente a ele, claro que se alguém ficar doente abriremos exceções, mas Bucky é sua prioridade – ele fez outra pausa – E terceiro e muito importante não sou uma pessoa que gosta de conversar, acabei de perder minha esposa e não tenho tempo para mexericos e problemas de casa, é por isso que pago empregados, então apenas constando, hoje será a primeira e ultima vez que jantamos juntos. Alguma duvida?

–Nenhuma senhor – Natasha se calou e deu atenção somente ao seu jantar, ela sabia então o que teria que fazer para ser a empregada perfeita, ela ficaria fora de seu caminho completamente, e isso seria bom, pois o caminho dela também estaria livre para espionar tudo e todos ali.

O jantar passou e silêncio, Steve ficou agradecido por “Natalie” acatar suas ordens e ser silenciosa. Ele até mesmo estranhou o tipo de comportamento dela, impecável era a palavra para descrevê-la. Comia de forma educada, olhava apenas para seu prato, quando terminou seu prato ela apenas pediu permissão para se retirar e em silencio subiu as escadas para seu quarto.

–Moça elegante – Georgina comentou enquanto tirava o prato de Natasha – E tão bonita e muito atenciosa.

–Por que diz isso? – Steve perguntou curioso.

–Ela foi a primeira pessoa que não se impressionou com o estado do senhor Barnes e ainda até mesmo se aproximou e acariciou seus cabelos – Georgina tirou o prato de Steve que franzia a testa.

–Ela já esteve em campos de batalha, já deve ter visto coisa pior – ele comentou tentando entender a atitude de “Natalie”.

–Pobrezinha, tão nova, deveria aproveitar a vida ao invés de cuidar de pessoas mutiladas – Steve reprendeu Georgina pelo olhar que se retirou imediatamente. Sua velha empregada era uma pessoa boa e respeitosa, porém por não ter estudos a pobre mulher muitas vezes falava em momentos em que Steve achava demasiadamente inoportuno e coisas que nunca deveriam ser ditas.

Steve se levantou e decidiu voltar ao seu quarto, porém ele parou assim que viu que a nova enfermeira estava no quarto de Bucky, ele ficou a uma distancia que ela não pudesse vê-lo, mas ele a via e a ouvia:

–O senhor deve ter lutado tanto – ela falava com Bucky, ela havia tirado a atadura de Bucky e estava fazendo novos curativos para colocar novamente – Imagino o quão difícil não deve ter sido – Steve olhava de longe impressionado – Perdi meus pais na guerra também, é uma coisa horrível – ela passou um tipo de pomada – O senhor tem muita sorte em estar vivo e ainda mais sorte de ter pessoas que se preocupam com você – ela pegou uma nova atadura em sua valise – Nem todos tem essa sorte – ela se calou por um minuto enquanto enfaixava a cabeça de Bucky novamente – Pronto, agora está novinho em folha – ela ajeitou o travesseiro e o cobriu gentilmente – Boa noite senhor Barnes.

Assim que falou essas palavras Steve dirigiu-se com rapidez ao seu quarto. Não queria que ela o visse e muito menos que ela soubesse que ele estava ouvindo o que ela estava dizendo. Porém mal sabia Steve que Natasha sabia exatamente onde ele estava, e havia falado tudo aquilo de proposito.

–Eu não vou mata-lo – Natasha falou ao homem desacordado, sabendo que Steve já não podia mais ouvi-la – Você será o paciente mais bem cuidado de todos os tempos – ela guardava tudo dentro da sua valise – Você será meu passaporte para a confiança de seu melhor amigo, você será meu aliado – ela apagou o abajur – Será aliado do seu inimigo.

Dizendo isso Natasha pegou suas coisas e foi para seu quarto. Ela guardou tudo dentro do guarda-roupa e começou a despir-se para colocar sua camisola. Ela trocou-se e deitou na cama confortável e quente.

“Quem diria que esse capitão preocupado com sua nação acabaria por hospedar em sua casa uma soviética” – ela riu em seus pensamentos – “Acho que tudo esta correndo da melhor forma possível, amanhã tentarei tirar alguma coisa dos empregados, e quando menos esperar o próprio capitão vai entregar seu país de bandeja pra mim”.

Natasha aninhou-se em suas cobertas, por um momento pensou no capitão sentado na ponta da mesa como um verdadeiro macho alfa, impondo suas regras e fazendo com que todos tivessem medo e respeito dele. Ele era um capitão, agia como tal, e de certa forma Natasha admirava isso, por mais machista que isso fosse. Lembrou-se dos olhos azuis do capitão analisando dos pés a cabeça, como se ela fosse uma obra de arte, ela gostava daquela sensação principalmente por que Steve Rogers era belo e tinha um vigor estampado em seus belos olhos, ela ficava feliz com isso era como se pudesse dominar qualquer um com sua beleza, até mesmo um capitão do exercito dos Estados Unidos.

No quarto ao lado Steve se preparava para mais uma noite de sono em sua cama solitária. Ele embrulhou-se debaixo das cobertas e ficou pensando na cena que havia acabado de presenciar e nas palavras de Georgina, era realmente um desperdício uma jovem tão bela e atenciosa cuidar de pessoas que estão entre a vida e morte. Apesar de seus pensamentos egoístas agradecerem por ela estar ali e cuidar de Bucky, sua mente não poderia deixar de pensar no que aquela mulher estava perdendo, poderia ter um bom casamento, belos filhos e uma boa vida, mas algo estava a privando de tudo isso, era como se ela havia escolhido ter uma vida assim, e Steve estava curioso para saber o motivo.

“Boa vida” era uma coisa que Natasha não conhecia, sempre que fechava seus olhos ouvia bombas explodindo, pessoas gritando e chorando, o mundo em sua volta desabando, e a única coisa que tinha forças para fazer era ficar encolhida e chorar. As bombas continuavam a estourar em sua mente e seus olhos não queriam abrir, ela sabia que era um sonho, tentava gritar para acordar, mas era impossível.

–Alguém me ajude! – ela gritava – Ajuda! – ela gritava desesperadamente.

–Senhorita Rushman! – alguém a sacudiu pelos ombros e ela despertou agradecida por não estar mais naquele pesadelo.


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Notas finais do capítulo

O que acharam dos personagens? Eu sei que Steve está meio chato e durão, mas ele acabou de perder a esposa e o amigo tá todo acabado, é pra entender. Agora a Nat ela é um pouco má, mas também foi de como ela foi criada e como o governo soviético quer que ela enxergue os E.U.A. Mas vocês vão ver como TUDO vai mudar, tenho muitos planos. Espero que aproveitem e COMENTEM MUITO TÁ?
Beijinhos!