O segredo de Nico

(Nico)

Já fazia algum tempo que aconteceu, mas não deixava de pensar nisso. Tinha mentido para Percy quando me perguntou o motivo pelo qual saíra do time. Não foi por causa de uma garota, ou por ser mestiço, embora isso também não aumente minha popularidade.

Além de ter sido contra a entrada de Draco no time eu tinha, sim, me irritado com Flint. Ele estava tirando sarro de Will Sollace, na verdade. Ele era a parte principal e a única que tinha distorcido do que contei a Percy.

Will é lufano e temos andado bastante juntos ultimamente, devia imaginar que não deixariam barato. Como eu não tenho namorada, saíram dizendo que sou gay, o que não me incomodaria se tivesse certeza de que não sou.

Não sei como os outros iriam reagir. Precisava falar com alguém que me entendesse.

(Magnus)

Alec e eu estávamos voltando para a sala comunal depois do jantar de Natal quando Nico di Ângelo perguntou se podia falar com a gente.

Eu achei meio estranho, pois ele costumava ser mais reservado até mesmo que Alexander e era dois anos mais novo que nós. Mas havia um motivo para ter escolhido falar com a gente.

– Depois que vocês se assumiram, as pessoas passaram a tratar vocês de um jeito diferente? – questionou um pouco inseguro.

– Quem se importa com o que os outros pensam? – perguntei de volta.

– Você é um dos únicos que NÃO se importa. – Alec suspirou antes de se voltar para Nico. – Depende da pessoa, na verdade, alguns não se importam, outros fingem que não e também os que ficam incomodados, mas esses já não fazem diferença.

– Mas por que, exatamente, está perguntando. – questionei interessado. – Alguém especial?

– ele corou olhando para o chão.

– Eu não tenho certeza de como me sinto, ainda. – respondeu.

– Olha Nico, se quiser falar sobre isso fique à vontade. – Alec falou. – Mas não acho que eu, muito menos Magnus, sejamos as pessoas mais indicadas. Deveria procurar Dumbledore, se quiser se abrir para mais alguém.

– Dumbledore? – pareceu surpreso. – o Professor Dumbledore?

Alec assentiu. Então Nico agradeceu e foi embora.

– Então, - comecei a falar quando chegamos à sala comunal. – de onde surgiu esse seu espírito paternal?

– Ah cala a boca! – falou.

– Com todo o prazer. – puxei-o pela gravata.