Sunshine Camp escrita por St Clair


Capítulo 8
Primeira prova - Parte I


Notas iniciais do capítulo

Eu sei, podem me matar! Fiquei tempo demais sem postar, mas juro que não foi por querer! Além do meu estágio, que tomou a maior parte do meu tempo (e finalmente acabou), meu namorado resolveu aproveitar a última semana de férias dele, então não parei em casa! MIL PERDÕES!
Como recompensa, um capítulo grandinho pra vocês!
Nos falamos mais lá em baixo!



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Clarice Coelho

Aquela seria a minha primeira noite dormindo longe de casa. Claro, não que eu nunca tenha dormido na casa de uma amiga ou coisa assim, mas com certeza era a primeira vez que eu dividiria o mesmo quarto com tantos desconhecidos.

– Porque só temos um beliche? – Lyanna perguntou enquanto Savannah subia as escadinhas pra cama de cima.

– Porque temos uma menina a mais. – Sav respondeu, sorrindo. – Sorte, eu diria.

Lyanna ajeitou suas cobertas na parte de baixo do beliche e estava prestes a se deitar quando Mackaria saiu do banheiro.

Diferentemente das outras meninas, que vestiam um short mais comportado, até a metade da cocha pelo menos, e uma regata, Mackaria abusava de uma regata colada que mais parecia um top e um short mais curto do que o meu biquíni mais ousado.

– Não acredito que você vai dormir assim! – Reclamou ela, olhando para meu short quase até o joelho e minha blusa de manguinhas. – Com esse calor!

– Algumas meninas conhecem a diferença de pijama e roupa íntima! – Via murmurou, fazendo com que todas ríssemos.

– E outras sabem a diferença entre ser sexy e parecer uma freira. – Mackaria respondeu, mas diferentemente da primeira piada, a maioria apenas revirou os olhos. – Que foi? Foi boa, vai? –Reclamou a morena.

– Ei meninas, hora de dormir, vamos! – Savannah interviu.

– Espera! Eu vou dormir aqui!? – Mackaria reclamou, com desdém, para a cama ao lado da minha. – Mas está muito quente e não tem ventilação nenhuma! Troca comigo!?

Olhei ao redor, esperando que a pergunta não fosse dirigida a mim. Estava tão feliz com a minha cama ao lado da janela, com vista para a lua linda do lado de fora.

– Clarice?! Por favor!? – Mack insistiu.

“Não faça isso, não faça isso!”, meu cérebro pedia. “É só dizer não!”. Mas foi tarde demais para controlar a minha boca rápida.

– Tudo bem... – Respondi.

Olhei a tempo de ver Olívia me encarando, com uma careta. Apenas levantei a sobrancelha e respirei fundo, como um pedido mudo de desculpas.

– Awn, obrigada! – Mackaria sorriu. – A brisa noturna faz bem para a minha pele.

Resolvi não responder, apenas deitei na cama e puxei as cobertas. Savannah logo apagou a luz. Após uma oração rápida, fechei os olhos e deixei que a inconsciência me levasse.

BAIN! BAIN! BAIN! BAIN!

Acordei num pulo com a sirene alta. Olhei ao redor e constatei todas as meninas na mesma situação que eu, além de uma Savannah já de pé, acompanhada de sua lanterna.

– Todas, me acompanhem! – Disse nossa monitora, mal conseguindo controlar sua ansiedade.

Levantei correndo e calcei meus chinelos, seguindo Sav pela entrada de nosso chalé e encontrando a parte masculina de nossa equipe já nos aguardando.

– Papai se superou esse ano! – James disse, com um sorriso no rosto.

– Eu que o diga! Não são nem duas da manhã! – Sav respondeu e depois se virou para nós. – Para o lago, vamos!

Senti um arrepio dos pés a cabeça. Que não seja nada relacionado a nadar, por favor!

Vi que as Tempestades seguiam o mesmo trajeto que nós, por isso logo deduzi que nossa primeira prova viria logo a seguir. Meu Deus, eles não brincavam quando o assunto era surpresa, hein?

– Boa noite, meninos! – Ouvimos a voz saindo do auto falante assim que todos nos reunimos num pequeno bolinho de pessoas. – Desculpem-me acordá-los a essa hora em sua primeira noite, mas a adrenalina e a surpresa fazem parte dessas férias, não?

A voz parecia do dono do acampamento, mas eu duvido que ele estivesse acordado naquele momento. Deveria ter planejado tudo mais cedo e gravado antes. Folgado.

– Todos prontos para a primeira prova? – Perguntou ele e soltou um riso. – Aqui vão as instruções: quero que todos voltem para suas cabanas e abram o terceiro livro da estante, da direita para a esquerda, da fileira mais alta. Lá, deixei um bilhete bem detalhado com o que acontecerá a seguir. Boa sorte.

– É só isso?! – Ouvi um garoto da outra equipe, Justin, acho, reclamando. – Não acredito que fui acordado por essa baboseira!

Naquele escuro da madrugada, com o frio que já tomava meu corpo, tudo o que consegui pensar foi “E aí vamos nós...”

Brandon Sweeger

Voltamos correndo para nosso chalé e, sorte ou não, fui o primeiro a entrar e pegar o livro.

– Leia! – Pediu Chris quando retirei o papel. Olhei ao redor e percebi todos de olhos arregalados, ansiosos, esperando por mim.

“Um sonho ou dois, nada a mais

Desperte se for capaz

Antes de ir repousar

Não esqueça de me afofar”

– É só isso?! – Ethan reclamou.

– É uma charada. – América disse em tom de reprovação.

– Travesseiro! – Abbie disse, repentinamente.

Todos olharam para ela, que corou no mesmo instante. Sorri um pouco, mas com a velocidade que tudo acontecia, não pude me ater muito ao ato, pois todos já corriam para suas respectivas camas.

– AQUI! – Gritou Charlotte, correndo desesperada.

“Inimigo oculto

Querido ou não

Antes da entrada

Olhai para o chão”

– Chão? Eles não esconderiam uma pista no chão! – Ivvy pensou.

– Espera! Inimigo... Não pode ser a outra equipe? – Thomas falou.

– Sim! Mas antes da entrada...? – Perguntei.

– Aff... É o jardim da outra equipe. – Justin respondeu, mal humorado.

– Obrigada, esquentadinho! – Charlotte murmurou antes de sair.

Damon O’neal

– Eu não consigo enxergar nada! – Olívia dizia, ajoelhada na grama.

– Eu me recuso a fazer isso! – Mackaria segurava a lanterna, de pé, mas iluminava mais a si do que qualquer um de nós.

– Se não for pra ajudar, não atrapalha! – Will reclamou. – Me empresta isso.

– E eu vou ficar no escuro!? – A morena discutia.

– Olha aqui, ou você colabora ou você volta o seu bumbum praquela cama e dorme! Porque eu não sou obrigada a aguentar você enchendo a paciência a essa hora da manhã enquanto damos duro para achar a próxima pista! – Lyanna, a qual eu nunca tinha visto alterar a voz, disse em um tom desafiador.

Mesmo com o escuro, percebi que Mackaria havia ficado paralisada e não demorou muito para se agachar com a lanterna e tentar (ou ao menos fingir) procurar a pista.

– Obrigado! – Ouvi Will sussurrar para Lyanna.

– Essa não, eles também já estão saindo! – Clarice murmurou quando a outra equipe saiu correndo em direção ao nosso jardim.

– Não prestem atenção nisso, pessoal! Vamos encontrar. – Emerson nos incentivou.

– Achei! – Uma menina das Tempestades gritou.

– Não acredito... – Disse, respirando fundo.

Foi questão de minutos até as Tempestades não estarem mais ali. Merda, estávamos perdendo.

– Mas foi tão rápido! – Olívia discutiu.

– Nosso papel deve ter voado. – Lyanna pensou.

– Será?! – Emerson olhou ao redor.

– Estão procurando por isso aqui? – Ouvi James falando, com um papel em mãos.

– Achei que não pudessem nos ajudar. – Lyanna comentou.

– Uma ajuda por prova. – Savannah respondeu.

– Espero que não nos decepcionem daqui pra frente. – James olhou sério para nós e entregou o papel na mão de Clarice, que estava mais próxima.

“De gota em gota o rio sobe

A boia vagarosa nunca afunda

Com um barquinho até o centro

Navegue e não caia de bunda”

– O lago! – Olívia falou.

– Mas e o resto?! – Perguntei, enquanto ela saía correndo.

– Isso a gente decide lá. – Emerson comentou, correndo atrás dela também.

Esforcei-me para correr na mesma velocidade deles, mas na metade do caminho eu já estava pra lá de ofegante. Merda de sedentarismo.

– Olha lá! – Apontou Will para a outra equipe, na qual dois de seus integrantes estavam num bote navegando até o centro.

– É isso, a pista está naquela boia lá do meio! – Olívia falou.

– E a gente tem que ir até lá?! – Mackaria reclamou.

– Você fica aqui. – Lyanna, um tanto irritada com a garota, reclamou.

– E você acha que manda em alguma coisa?! – Mack se alterou.

– Meninas, meninas! Se vocês quiserem ter essas briguinhas de puxar cabelo mais tarde, ok! Ninguém aqui vai ligar, agora querem por favor sossegar o fogo na bunda e trabalhar como uma equipe?! – Will pediu, seco.

– Eu vou. – Olívia se ofereceu, ignorando a briga. Notei que Emerson ficou bem quieto, então me candidatei para ir também.

– Vocês vão e nós fazemos o que!? – Emerson quis saber.

– Aparentemente tem essa corda aqui. A gente pode puxar eles quando conseguirem pegar a pista, vai mais rápido. – Sugeriu Will.

Com o acordo feito, eu e Via entramos no bote e começamos a remar.

– Está conseguindo enxergar a boia? – Perguntou ela.

Forcei meus olhos, estava realmente escuro ali.

– Espera, acho que a lanterna está aqui. – Falei, procurando.

– Não, a Mackaria se recusa a deixar alguém além dela ficar com aquela merda. – Via reclamou.

– Ei, relaxa. Acha mesmo que vale a pena discutir na primeira noite? – Perguntei meio sem querer, enquanto remava,

– Valer eu acho que não, mas achei que meninas babacas daquele jeito só existissem em filmes. Como ela consegue?

– Às vezes é o jeito dela... Nós mal nos conhecemos ainda... – Cogitei.

– Talvez...

Percebi que ela se sentira um pouco mal por pensar aquilo de Mack, mas resolvi deixar que ela própria se desse conta.

– E agora?! – Perguntou ela, apontando para a boia, que estava um pouco distante dos braços curtos da garota.

– Deixa que eu pego. – Falei, colocando os remos pra dentro do bote.

Estiquei meu braço e encostei na boia fria. Tateando devagar, logo senti um papel enfiado em um cantinho. Nossa pista.

– Achei. – Disse.

– Isso! – Olívia se animou.

– Calma... – Comentei, tentando retirar o papel sem rasgar. Um descuido e...

PLOFT!

– Damon! – Olívia gritou.

Senti até meu cérebro congelar quando todo o meu corpo foi parar na água fria do lago. Merda.

– Est-t-tou b-b-bem! – Disse, com o queixo tremendo.

– Ai meu Deus! Calma, eu vou te ajudar! – A menina se desesperara.

– O p-papel! – Falei, estendendo o braço que, por ficar agarrado a boia, não havia molhado.

Olívia colocou-o no bolso e me ajudou a subir no bote. Fizemos sinal para os que estavam à beira do lago para que nos puxassem.

– Anda, lê! – Falou Will, irritado por a outra equipe não estar mais ali.

– Espera! Você está bem? – Clarice se preocupou, ao me ver molhado e tremendo.

–S-s-sim. – Disse, passando os braços ao redor do meu corpo.

– Toma. – Emerson me deu seu casaco, que ele havia pego correndo antes de sair do quarto. – Vê se melhora.

– Vou ler! – Olívia falou, vendo que eu já estava sendo cuidado.

“O mais longe caminhar

Com força vai chegar

Ao final do caminho

Que começa entre os espinhos”

– Caminhar?! – Clarice perguntou.

– Final do caminho... Tipo uma trilha?! – Emerson pensou.

– Boa! Mas não entendi os espinhos! E tem várias trilhas no acampamento. – Will comentou.

– Rosas! – Mack, que ficara quieta até o momento, cogitou. Todos olharam para ela. – Tem uma trilha das rosas, perto do deck. Vi quando estava caminhando hoje.

– Deve ser lá! – Lyanna assentiu e eu confesso que fiquei um tanto boquiaberto ao perceber que ela concordara com Mackaria,

Abbie Robbs

Estávamos caminhando há algum tempo, Thomas carregava a lanterna à nossa frente e, como a trilha era estreita, seguíamos em fila indiana.

– Será que estamos no caminho certo? – Charlotte perguntou.

– Ouvi Chris comentando que as trilhas são longas por aqui... – Brandon respondeu.

– Quero só ver se formos para o caminho errado. – Ethan reclamou.

– Garoto, você não fala nada de bom não!? – Charlotte resmungou. – Custa colaborar?

– Só estou sendo realista, gata. – Ethan respondeu.

– Podemos parar com isso?! – Ivvy pediu. – Somos uma equipe, galera. E o pior, estamos no meio de uma prova.

– A baixinha tem razão! – Thomas respondeu, sua voz denunciava que ele sorria.

– Obrigada, grandalhão! – Ivvy brincou.

– Ei, o que é aquilo ali na frente?! – Perguntou Thomas, do nada.

– Acho que é um rio... – Charlotte, que estava logo atrás de Thomas, falou.

– Tem um barquinho ali. – Thomas comentou quando chegamos perto.

– Olha, um papel! – Ivvy comentou.

“Com a vitória a caminho

Não deixe o medo dominar

De três em três no mesmo barquinho

O rio vocês devem atravessar”

– Atravessar o rio!? – Brandon perguntou de um modo paralisado.

– Pelo visto sim. – Respondi.

– Quem vai primeiro?! – Justin perguntou, impaciente.

– Podemos ir eu, você e a Charlotte. – Sugeriu Thomas, olhando para os que estavam mais próximo.

– Fica com a lanterna no barquinho, assim você sabe pra onde tem que ir. – Ivvy falou.

Com os três embarcados, vimos a luz se afastando de nós.

– O que houve? – Perguntei baixo, superando a vergonha que ainda tomava meu rosto ao falar com meu ídolo.

– Água. – Brandon respondeu, baixo. Parecia constrangido.

– Deve estar um pouco fria, verdade... – Comentei.

– Não... Eu... – Ele se aproximou de mim, deixando-me completamente arrepiada quando sussurrou no meu ouvido. – Eu tenho medo.


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Notas finais do capítulo

Mais uma vez, tenho que pedir mil desculpas pela demora!
Mas espero ter recompensado pelo menos um pouquinho com esse capítulo! ;) prometo tentar não sumir de novo!!! E espero que não tenham me abandonado!

PERGUNTA DO DIA:
Qual a história de terror que vocês acham que mais combina com acampamento!?

Me contem sobre vocês também, quero saber as novidades, faz um tempo que eu não apareço por aqui!
Comentários, sugestões, recomendações!?
Beijos beijos