Irmãs Blood escrita por Raquel Barros


Capítulo 6
Ganhamos um tio com Síndrome de Cronos...


Notas iniciais do capítulo

Oi, tudo bem? Depois de muito tempo sem postar, estou de volta. A demora foi por conta da falta de tempo...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/516677/chapter/6

—Nascemos em um desfiladeiro?Tipo como isso aconteceu?
Perguntou Angel irritada, quase que explodindo de raiva.
—Não no desfiladeiro. Mas dentro.
Discordou minha mãe. Ela estava rejuvenescendo até ter nossa idade novamente. Legal se eu já não fosse nova.
Bonnie tirou o musgo de uma parte das pedras. E apareceu uma maquina de escâner. Bonnie colocou a mão nele e o desfiladeiro abriu bem no meio. Revelando uma base subterrânea super tecnológica. O local era todo estúpido de pedra e madeira, com varias plataformas e escadas, e vários andares também. Todo prata e branco. Tinha flores nascendo em nas colunas, e muitos sadics treinavam. Sei que são sadics por causa da beleza e da palidez. Mas tive a impressão de que tinha humanos também. Pingados, mas tinha.
—Bem vindos a nossa base.
Disse Bonnie abrindo passagem para Cam passar com Bervely no colo, e Dexter e Aaron com Alef escorado neles.
—Há quanto tempo Antonie. Qual foi a ultima vez?Há quinze anos?
Cumprimentou alguém. Um sadic animadamente abraçando minha mãe.
—Enzo.
Disse minha mãe abrindo um sorriso bem grande.
—Essas são as garotas. Meu Deus como está grande. E bonitas. Não eram três?
Perguntou Enzo.
—É três Enzo.
—Então cadê a outra Antonie?
—Foi aquela que estava sendo carregada pelo Cam.
—Mãe, quem é ele?
Perguntou Angel irritada. De vez em quando acho que quem criou a Bervely foi a Angel não nossa mãe. Acho que minha mãe é meio desnaturada. Já faz quinze anos e em breve dezesseis e ela ainda não sabe onde colocar as mãos quando estamos com problemas. Também não é pra menos, teve de se criar e ao mesmo tempo nos criar também.–O curandeiro.
Respondeu minha mãe.
—E o que ele está fazendo aqui?
Perguntou Angel friamente. Ela não gostou nada dessa idéia.O curandeiro estava fazendo o que aqui pelo amor de Deus?Parece que nunca foi a um hospital. O medico deve estar sempre atento, preparado e pronto para qualquer eventualidade. Se a Bervely por acaso morrer, que Deus não deixe isso acontecer, Enzo é um homem morto.
—Cumprimentando.
Respondeu ele, meio anestesiado, meio simpático. E eu nunca quis tanto na minha vida que Angel desse um murro em alguém quanto desejo agora. Nem quando Beatrice me chamou de loira oxigenada senti tanta raiva. O caso de Beatrice foi puro recalque, afinal qualquer um pode perceber que eu sou realmente uma loira original. Meus fios são claros desde a raiz e meu cabelo sempre esteve na sua forma original. Sem química, sem pó descolorante, sem água oxigenada, sem tintura platinada. Então não preciso dizer que é uma ofensa e uma grande afronta me chamar de oxigenada.
—Você deveria esta ajudando a curar minha irmã.
Esbravejou mais ainda Angel, dessa vez batendo o dedo indicador no Enzo. Espero que ela bata nele.
—Meus filhos já estão lá.
Disse Enzo. Não ajudou. È hoje que esse homem apanha.
—Ah, muito relaxante. Cadê minha irmã?
Ironizou Angel, a beira de ter um ataque de nervos e fazer alguma coisa sem pensar.
—Foi pra lá.
Apontou ele para uma porta em que tinha dois sadics guardando. Angel começou a marchar para a porta furiosa. É ela é mesmo imprevisível. Destemida também. Eu não teria coragem de enfrentar caras tão grandes nem se virasse um daqueles zumbis de mais cedo. Apesar de que parece um padrão bem repetido aqui. Homens altos de corpo atlético e mulheres baixas e magras. E também nunca vi tanta gente inacreditavelmente bonita em um lugar só. E de preto. Até umas crianças serelepes que eu não tinha visto antes estavam de preto. Era um destaque gigantesco a cor da pele deles. E das paredes. Acho que aqui os sadic usarem branco é proibido por que eles podem se confundir com as paredes. Eu sou branca, gosto da minha cor até ver uma morena, com aquela cor linda. Tipo de vez em quando quero ter a cor da Lupita Nyong'o. Aí me toco que nunca vou poder ter aquele marrom em mim. Também por que nem um bronzeado consigo pegar direito. Fico toda vermelha quando vou ao sol. Meu consolo é que minha irmãs são mais brancas do que eu. Tipo eu sou rosada, Angel é branco vela e Bervely branco papel. Mas também vai muito do tom do cabelo. Como Angel tem o loiro dela muito perto do castanho bem claro e Bervely já é castanho mesmo então é destaque maior para apele delas. De vez em quando me pergunto porque a Bervely nasceu morena, não loira como eu ou a Angel. Afinal de contas minha mãe também é loira natural. E também me pergunto por que eu não consigo pegar um bronzeado e minha mãe consegue. Na verdade eu me pergunto muita coisa sobre nossa vida. Desde o porquê de o meu pai ter sumido a como é que temos uma biblioteca tão grande?Ninguém nunca me responde nada. E isso me deixa extremamente frustrada.
—Eles vão barrar vocês.
Avisou Enzo, colocando as mãos no bolso do jaleco branco. Talvez a única roupa branca de todo lugar.
—Como?
Perguntou Angel parando e olhando para traz.
—Eles não vão deixar vocês a verem.
Repetiu ele.
—Quero os ver tentarem.
Desafiou Angel. Minha irmã realmente não é brincadeira.
—Falou igual seu pai agora.
Comentou-o.
—Não tenho pai. Sou produção independente.
Gritou Angel.
—Dexter. Pare essa menina.
Berrou Enzo. Ele não foi mesmo com a cara de Angel. Ela não gosta de Dexter e pedir para ele pará-la é quase o mesmo que declarar guerra.
—Como é?
Perguntou Angel, abismada parando bruscamente. Um segundo depois ela estava esperneando e socando as costas de Dexter. Ele tinha lançado ela sobre os ombros e estava ficando cada vez mais entediado a cada soco. Parecia que não fazia nem cócegas.
—Dexter me solta.
Berrou Angel. Todos pararam para olhar. Tá vendo até sadics são xeretas. Depois dizem que eu sou curiosa.
—Não.
Disse Dexter friamente.–Eu te odeio.
Declarou Angel tão friamente quanto Dexter. Que revirou os olhos. Essa não colou com ele. Ou ele é um ótimo ator. Do tipo que merece ganhar um Oscar.
—Declarações de amor em uma hora dessas?
Ironizou Dexter entediado. Esse garoto sente emoção? Quer dizer, ele sente alguma coisa? Eu acho que não.
—Eu te odeio Dexter Garden.
Repetiu Angel com mais força. Isso ainda vai dar casamento. Ou uma bela guerra. Afinal quem briga muito ou se odeia pra valer ou se ama de mais da conta e não sabe como demonstrar.
—Você é adorável, mas eu vou ter que te dar um calmante para você parar?
Perguntou Dexter deixando escapar um pouco de irritação. É ele sente alguma coisa.
—Eu quero ver minha irmã, droga.
Gritou Angel, voltando a bater nele com mais força.
—Você vai ver. Depois de relaxar. Tomar um banho. Comer alguma coisa. Você esta com fome não esta?E então da um mega abraço nela quando ela acorda tá.
Tentou Dexter acalmá-la.
—Não quero deixar minha irmã Dexter. Ela vai precisa de mim. Eu sei disso. Por favor, me deixe ficar. Deixe-me vê-la.
Implorou Angel desistindo.
—Eu sei. Meu irmão esta precisando de mim, agora. Mas tenho que cuida de você. É o que ele iria querer e o que eu também iria querer se tivesse no lugar dele. E sua irmã vai ficar bem.
Confortou-a Dexter a colocando no chão e a segurando pelos ombros. Esse a primeira atitude fofa dele com ela. Depois Dexter a abraçou afetuosamente. Angel estar tão enfraquecida emocionalmente que desabou a chorar. Não a julguei. Ela sempre segurou muito bem a barra. Mas chega uma hora em que até as pessoas mais fortes tem que liberar toda a pressão de alguma forma. Dexter claramente não sabe o que fazer. Ele ficou perdido. Um tanto confuso. Não faz a mínima idéia de onde vai colocar a mão. Até fiquei com pena dele tadinho.
—Ah, não chora. Eu nunca sei o que fazer quando uma garota chora.
Implorou ele. Enxugando algumas lagrimas da bochecha dela.
—Ok. Mas quando ela acordar eu vou ser a primeira a ver como ela está.
Cedeu ela meio chorosa. Ninguém consegue convencer a Angel em uma discussão. Se não for feito com muito jeitinho e delicadeza, ela entra na ofensiva, no ataque e na defensiva ao mesmo tempo e aí já foi.–Ok então.
Concordou ele.
Foi então que percebi. Eu vou acabar ficando sozinha. Aqui. Nesse lugar cheio de estranhos de quem eu não sabia que existia.
—E eu?
Perguntei exasperada.
—Eu cuido de você.
Ofereceu-se Cam. Eu nem tinha se quer percebido ele atrás de mim. E meu coração disparou assim que ouvi a voz dele. Espero que ele não esteja ouvindo. Espero que os sadics não tenham uma audição privilegiada. Por que se não,vou estar muito ferrada. Tipo bastante.
—Você precisa de um banho. Comida e descanso.
Disse ele. Segurando em minha mão e me arrastando para uma das plataformas.
—OK.
Concordei muxoxo. Eu não tinha muita escolha pelo jeito.
Subimos em silencio. Eu constrangida e Cam claramente nervoso. Ele jogava as chaves no ar e depois as pegava. De vez em quando nos olhávamos ao mesmo tempo e desviávamos o olhar o mais rápido possível. Constrangidos claramente. Quem mandou ele me beijar do nada. Assim sem o menor aviso prévio. Que dizer ninguém avisa que vai roubar um beijo antes de roubá-lo. Mas ele não deu dica nenhuma. E eu também não tive força nenhuma para me desviar. E que bom que eu não me desviei por que se não eu teria perdido o melhor beijo roubado da minha vida.
Suspirei pesadamente.
Cam fez a mesma coisa.
—Está demorando.
Comentou-o.
—É. Está demorando.
Concordei. Parecia uma eternidade. Ainda mais porque não fazíamos nada.
—É, acho que tenho que te pedir desculpas. Achei que iríamos morrer. Então resolvi te beijar.
Pediu ele. O olhei abismada. Esse cara é mesmo surpreendente.
—Tudo bem.
Concordei.–Não é minha culpa se você tem uma boca tão linda.
Elogiou-o.
Mordi os lábios, sorrindo. Cam não iria mesmo perder nenhuma oportunidade.
—Ainda me provoca. O meu Deus do céu. Assim fica impossível.
Disse ele exasperadamente.
—Eu não estou te provocando.
Discordei, completei mentalmente, não de propósito.
Cam sorriu para mim.
—Você vai me beijar de novo não vai?
Perguntei. Ele mordeu os lábios. Virei a cabeça um pouquinho. Depois sou eu a provocadora aqui.
—Perguntas retóricas... Mas eu não vou fazer isso agora.
Respondeu ele. Deixando bem obvio que eu já sei sua resposta. Meu alivio maior é que ele iria atrasar em me beijar de novo. Ficamos em silencio novamente.Isso até a plataforma chegar em um grande corredor, com varias portas. Sadics saiam deles a todo instante. Acho que aqui são os dormitórios. Cada porta do corredor era de uma cor sombria. Tinha desde preto a roxo escuro.
—Bem, a porta roxa é do seu apartamento.
Avisa Cam me dando as chaves e evitando o máximo possível me tocar.
—A roxo escuro?
Perguntei. Tinha muitas portas com vários tons diferentes de roxo. Tinha uma porta que era meio roxo avermelhado, outra o roxo era mais claro.
—É. O roxo quase preto.
—Tinha que ser a mais escura?
Perguntei enquanto abria a porta de numero 712.
—Somos brancos papel. Gostamos de um pouco de cor. Ainda mais se destaca a pele e os olhos.
Disse ele.
Entrei só para surpreender-me.
Eu achei que meu apartamento seria totalmente escuro. Sem luz. Sem cor.Mas era mais luminoso do que eu pensei que seria.
O lugar era dividido em duas partes.
A primeira era a sala de jantar, de estar, o banheiro e a cozinha. Então tinha uma escada que dava para o segundo andar. Que não tinha paredes. Era tipo uma grade de vidro e algumas cortinas transparentes. A parede do fundo era toda de vidro e dava de vista com as montanhas da cidade.
—Nossa...
—Lindo, né?
—De mais.
—Não viu o amanhecer ainda.
Comentou Cam.
—Gosta do amanhecer?
Perguntei curiosa.
—É a melhor hora do dia.
Respondeu ele.
Sorri. Eu amo ver o amanhecer. A luz quebrando as trevas era um dos maiores espetáculo que a natureza pode nós proporcionar.
—Eu também acho isso.
Concordei.
—É... Acho melhor você tomar um banho.
—Onde é o banheiro?
—Tem um aqui. Mas esse é o meu. E tem outro lá em cima, no seu quarto.
—O seu?
Perguntei. Acho que não ouvi direito. Ele tinha dito mesmo o seu? Não fazia o menor sentido.
—É. Meu.
—Você mora aqui?
Perguntei incrédula. Mas que vida é essa que vive me contrariando?
—Sou seu protetor. Tenho que fica bem de olho em você.Respondeu ele, bagunçando mais ainda o cabelo, claramente constrangido. Mordi os lábios. Acho que essas estranhezas só acontecem comigo. E ficar bem de olho em mim? PelamordeDeus.Eu corei só de pensar nisso. Imagine. O semi-deus grego, filho de Eros de olho em mim. Eu vou morrer.
—Hum.
—É.
—Onde você dorme?
Perguntei cuidadosa.
—O sofá se transforma em uma cama de solteiro.
—Legal.
—Toma. Era do seu pai. Ele mandou para você.
Disse ele. Dando-me alguma coisa enrolada em um pedaço de veludo vinho.
—Meu pai mandou um presente?
Perguntei cada vez mais sem acreditar. Olhando para a fronha na palma da minha mão.
—É. Pode parecer que não, mas ele se importa com vocês.
Disse Cam. Colocando as mãos nos bolsos.
—Por que ele me daria um presente?
Perguntei a mim mesma em voz alta. Não faz sentido. Eu não conheci meu pai. O nome dele descobri hoje e por acaso. Mas eu descobri muita coisa hoje.
—É de quinze anos. Se eu fosse você o usaria.
Aconselhou Cam.
—Você sabe o que é?
Perguntei. Não consigo imaginar o Cam um curioso de plantão.
—Sei. Dei uma espiadela rápida.
Disse ele mais constrangido ainda. Dessa vez olhando para os pés. Minha boca abriu em exclamação.
—Por que ele não deu pessoalmente?
Perguntei para não perder o fio da meada.
—Seu pai esta sumido desde que vocês nasceram. Só a Bonnie mantêm contato com ele. Ela que esta passando as ordens dele.–Ele não parece?Nunca?
—Não. Nunca o vi. Só os sadics da geração passada. Tipo o Aaron e o Iago. Quem tem de trinta anos para baixo tem suas duvidas se ele existe.
—Meu pai tem quantos anos?
—Bem aproximado, uns quarenta. Mas como ele é um sadic isso é apenas uma hipótese. Pode ser que ele tenha uns cem anos ou mais.
—Ele é setenta anos mais velho do que minha mãe?
Pergunto pasma. Gente, meu pai deve ser um velhinho gaga.
— É uma hipótese. E mesmo assim o amor não tem idade.
—É eu sei. Mas aquela época não é como essa época.
—Têm razão. Quando vai abrir?
Perguntou ele apontando para o presente.
—Quando eu estiver pronta.
Respondi, guardando no bolso do moletom.
—Cam, Caryn é melhor vocês descerem. Tá rolando confusão lá embaixo.
Informou Alef. Como ele tinha subido tão rápido?
—Com quem?
Perguntou Cam. Para estarem requerendo minha presença e a dele, era um conhecido de nós dois.
—Com o Dexter e a Angel.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eu sei que é chato isso de ficar pedindo comentários, mas, por favor, comentem. Beijos!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Irmãs Blood" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.