Irmãs Blood escrita por Raquel Barros


Capítulo 12
Inédito.


Notas iniciais do capítulo

Bem, desculpem pela demora, eu estou catando tempo para me dedicar aos livros, ao estudo e a feira de ciências da minha escola. Então vou começar a adiantar o máximo que eu consegui, resumindo alguns acontecimentos para dar enfase a outros



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Nunca me sentir tão acuada ou assustada na vida. E tão burra também. Imagine deixar ser dominada por um desejo totalmente irracional, sem ao menos pensar nos riscos. Mesmo que seja o Cam, droga! E mesmo que seja um sadic. E mesmo que seja totalmente e completamente sexy. Ah, Deus do céu. Se eu tivesse resistido não estaria tão preocupada. E eu não estava muito até de manhã. Mas agora, em que eu não estou cega de desejo, eu vejo o quanto me arrisquei, e o quanto arrisquei colocar o Cam em alguma situação sem volta.

–Carrie pare de se torturar.

Pediu Cam apertando segurando minha mão. Abri a boca pronta para negar. Mas deixei quieto. Mentir em um momento desse não é a melhor solução nem de longe.

–O que você quer que eu faça?

Perguntei curiosa. Cam estava calmo de mais. Ou escondia bem de mais o quanto poderia estar nervoso. Acho que é da natureza dele. Ser calmo em todo tempo. Ou nas melhores das hipóteses, ele só estava tentando me dar um apoio. De um jeito bem Cam.

–Vá se divertir.

Respondeu ele, apontando para minhas irmãs comprando roupas e mais roupas em uma loja cara que tinha no aeroporto. Que a propósito eu nunca imaginaria que o aeroporto da minha cidade fosse tão grande. Parece até um shopping. Na verdade, eu nem sabia que tinha um aqui em Destiny.

Quando ele disse isso tive algum tipo de déjà vu. Ele tinha me dito isso ontem. Isso e um monte de outras coisas. Meu cérebro não deve ter processado direito ou no momento ele estava muito nublado, já que eu quase não consigo lembrar nada. Só de fragmentos bem intensos.

–Caryn viva o momento. A vida é feita de momentos.

–Eu achava que era de escolhas.

–E é. Mas quando fazemos escolhas ruins vamos ter consequências do mesmo jeito de como quando fazemos escolhas boas. Só resta esperar e ver que tipos de consequências vão ser e como vamos nos comportar quando elas chegarem. E não se dá para chorar em cima do leite que já foi derramado.

–Dá sim.

–Você entendeu.

–Então você quer que eu vá naquela loja ali, e compre roupas até esquecer dos problemas?

–Não só roupas, mais sapatos, jóias, bolsas, chapéus e tudo que você quiser.

–Engraçadinho. Muito engraçadinho. Mas eu gosto mais de roupas de brechó.

–Deve ter brechó na china. Deve ter um monte a propósito. Mas daqui que chegamos lá...

–Ok Cam. Droga! Que insistente.

Concordei com um grito. Cam gargalhou prazerosamente. Ele gostava de mostrar quando se sentia vitorioso.

–Eu sou Cam Garden, queria pra menos?

Perguntou Cam se espreguiçando no banco, ele aproveitou a deixa e me puxou para si.

–Não, você ta de bom tamanho.

Respondi, colocando os pés no banco. Cam me deu um beijo no pescoço e esperou até que a corrente elétrica que seu toque me deu passa-se. Era um tipo de corrente bem prazerosa. Relaxante até.

–Ah que bom. Agora vem. Vamos fazer compras até dar a hora de fazer o check-in.

–Vou comprar um daqueles chapéus de pesca para você.

Avisei em tom de brincadeira. Cam fez uma cara como se tivesse sentindo dor.

–Que foi?

Perguntei com um misto de preocupação e curiosidade.

–Nem inventa.

–Ah, por quê?

–Tenho medo de chapéu de pesca.

–É meio que muito sem noção.

–Eu sei.

–Você esta de brincadeira, né?

Duvidei.

Cam já tinha me pregado outras peças antes. Ele passou a manhã toda fazendo isso. O Cam era um cara com sérios problemas para se conter. O que poderia ser serio em alguns momentos e em outros engraçados.

–Estou.

Confirmou Cam.

–Você me enganou. Eu achei que era serio.

Gritei dando muitos tapas nele.

–Cam Trollador combina, não?

–Cam morto combina.

–Não brinque com isso, lorde Ítalo planeja arrancar minha cabeça.

–Oh, querido eu não vou deixar. Só para eu mesma fazer isso.

–Que adorável. Vai ser um prazer morrer através de suas mãos milady.

Brincou Cam fazendo uma reverencia. Até que ele era bom nisso. Quando ele abaixou vi uma ruiva cheia de sacolas conversando com a Angel e a Bervely. Melhor, discutindo com a Angel. Não sei o que aconteceu comigo. Eu conhecia aquela ruiva. Conhecia aqueles gestos. Conhecia aquele porte de superioridade. Anastásia Veshan não estava discutindo com minhas irmãs. Ela estava tentando humilhá-las. Aquele era o tipo mais baixo que ela conseguiria para parecer mais superior.

A raiva deixou minha língua dormente. Gosto de fel invadiu toda minha boca. Ela não iria fazer o que estava planejando. Não comigo por perto.

Não sei com cheguei perto delas tão rápido. Ou como eu já estava nocauteando o segurança de Anastásia. A única coisa que sei é que senti uma adrenalina tão forte e impulsiva, como se meus instintos estivessem todos acordados de vez. Mexer no que é meu é mexer comigo. E eu sou desaforada por natureza.

–Carrie, se acalma.

Pediu Cam, me segurando pela cintura.

–Cam, me solte, por favor.

Implorei. Minha voz tinha tomado um tom sensual, suave. Era estranho já que eu não sabia o que eu estava fazendo. Mas Cam me soltou, ele piscou os olhos uma, duas, três vezes.

–Caryn você não esta bem.

Avisou Bervely.

O que era estranho também. Eu não estava passando mal. Muito pelo contrario. Eu nunca tinha me sentindo tão livre na vida. Tão livre e com tanta vontade de bater em alguém.

Anastásia o meu alvo original recuo um pouco.

Sorri meigamente.

–O que você dizia, querida?

Perguntei docemente. Acho que nunca fui tão assassina, louca e psicótica na vida.

–N..n..na..nad...nada. Eu não disse nada.

Respondeu ela se pelando de medo. Como se eu pudesse dar medo em alguém.

–Ah, que bom. Então cai fora.

Ordenei, quando senti outra corrente elétrica subindo pelo meu braço. Era um pouco mais forte do que minha vontade de da uns tabefes em Anastásia.

–O..oo..ok.

Concordou ela dando meia volta e saindo da loja. Virei para ver quem estava me segurando e peguei meu reflexo no espelho.

O que senti foi um misto de assombro com curiosidade.

Minha pele estava branca como papel, meu cabelo se confundia com a cor dela, e meus olhos pareciam de um gato, só que em vez de estarem verdes, estavam vermelhos sangue passando para o roxo. Eu parecia mais com uma sadic do que com uma humana. Mas o que tinha acontecido? Eu acordei normal hoje. Totalmente e completamente normal. Mas mesmo assim pareço com uma sadic. Uma sadic muito bonita a propósito. Traços harmoniosos. Corpo escultural.

Quem me segurou soltou meu braço. Então eu percebi que fora a Bervely.

Alef a segurou antes que ela cai-se. A Angel do lado do Dexter parecia que tinha desmaiado. E Cam se curvou voltando ao normal. Mas o que tinha acontecido? Tudo o que tinha me restado era uma dor insuportável de cabeça e ânsia de vomito. A segurança que eu sentia antes passara como fumaça em dia de vento e tudo o que eu quero agora era chorar. Chorar muito.

–Carrie, você esta bem?

Perguntou Alef.

Agora eu realmente não estava bem. O mundo girava estranhamente. E minha cabeça estava pesada.

–Acho que vou desmaiar.

Avisei, um pouco antes de o mundo escurecer.

O mundo girava lentamente. Mais lento do que deveria. E estava borrado.

Então começou a tomar formas.

O quarto onde eu estava era um pouco mais sombrio do que meu apartamento. Simples e em cores em vinho. Do meu lado tinha três pessoas. Angel e Bervely, e alguém desconhecido. Todos um pouco preocupados e com o olhar vago. O que tinha acontecido?Parecia até que alguém tinha morrido. E cadê o Cam? Cadê os Gardens? Cadê minha mãe? E onde estávamos? Quem era aquele cara? Ele não me parecia medico e não me era familiar.

–Onde estamos?

Perguntei meio sonolenta.

–Carrie, que bom que você acordou.

Disse Bervely, com um sorriso rápido. Ele morreu assim que nasceu praticamente.

–O que aconteceu?

Perguntei. Nunca vi a Bervely tão cabisbaixa assim. E ela estava com olhos vermelhos, como se tivesse chorado a noite inteira.

–Muita coisa.

Respondeu Angel mal humorada. O que era normal. Mas tinha uma aura muito estranha em todo o quarto. Tipo como um luto.

–Boa ou ruim?

Perguntei novamente. Tenho minhas desconfianças. Mas nenhuma é das melhores.

–Acho melhor você descansar mais um pouco Caryn. Depois, te explicamos o que aconteceu.

Propôs o homem perto delas. Ele era um sadic, eu tenho certeza. Os olhos dourados, o cabelo branco e a pele também branca o denunciavam. Mas ele se vestia bem comum para um sadic. E seu cabelo estava em um estilo mais nerd, que era composto com um óculos de fundo de garrafa. Pelo menos parecia fundo de garrafa. Era alto e esguio, mas os músculos eram definidos. E por de baixo do suéter preto dava ara ver um pouco de uma tatuagem que deveria pegar todo o abdome. Se não fosse pelo olhar triste, um pouco caído, ele seria bem mais jovial. Mas era bonito até para um sadic.

–Quem é ele?

Perguntei apontando para o sadic desconhecido.

–Eu nem te digo. E mesmo se disse você não iria acreditar.

–Angel, não complica vai. Eu to meia estressada. Acabei de acordar. Então diga logo quem é ele.

–É nosso pai.

Respondeu Bervely em uma respirada só.

–Como?

Perguntei. Acho que não ouvi direito. Deve ser o sono ou algo assim. Uma ilusão talvez. Eu não sei. Mas é impossível que aquele seja nosso pai. E que ele estivesse tão inteiro. Parecia um jovem de vinte anos. Era só e simplesmente impossível.

– Água com açúcar?

Ofereceu meu suposto pai um copo de vidro.

–Impossível.

Repeti em voz alta. Ele era jovial de mais, novo de mais, pequeno de mais. Aquela não era uma figura paterna, com certeza absoluta. Era mais para um irmão mais velho. Ou mais novo. Meu Deus! O que é isso? Um engano talvez.

–Não né?Pode deixar que eu mesmo bebo.

Respondeu ele a sim mesmo, bebendo a água e fazendo careta depois.

–Ele novo de mais para ser meu pai.

Comentei apontando para ele novamente. Bervely suspirou e Angel fez cara de tédio. Ai que ótimo. Até minhas irmãs acreditavam nele.

–Não sou não. Tenho uns cinqüenta anos, mais ou menos.

Discordou ele. Minha boca abriu em exclamação.

–Cem.

Corrigiu Bonnie saindo de algum lugar nas sombras. Os olhos delas também estavam vermelhos. O que era muito estranho.

–Você não tem cem anos.

Duvidou Angel por mim e por ela.

–Tenho sim.

Concordou Ítalo. Acho que ele deve ser mesmo meu pai. Apesar da idade e etc.

–É impossível.

Discordei, sentando na cama. Fiquei um pouco tonta de inicio. Acho que passei muito tempo deitada, mas logo me acostumei.

–E efeito do soro original.

Explicou Ítalo dando de ombros.

Ok. Isso foi muito Angel para ser ignorado.

–Cadê a mamãe? E o Cam? E Alef? E o Dexter e o Aaron também?

Perguntei dando falta deles mais do que deveria. Principalmente do Cam e de seu sorriso californiano torto. Bervely e Bonnie começaram a chorar que nem crianças, a Angel suspirou e o meu pai Ítalo olhou as próprias mãos. Alguma coisa tinha acontecido e tinha sido muito ruim.


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