Irmãs Blood escrita por Raquel Barros


Capítulo 10
Sincero.




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Dexter aprendeu como ninguém a cutucar onça com vara curta em menos de um dia. Primeiro ele me beija, depois começa a me perturbar desse jeito. Bem, eu não sou boazinha sempre. E sei muito bem apelar. Peguei a primeira coisa que vi na minha frente. Que por acaso ou não era um castiçal. Um castiçal pode fazer um estrago e tanto na mão da pessoa certa. Quando apareci no quarto novamente à primeira coisa que Bervely disse foi:

–Mas que droga Angie.

–O que?

Perguntei inocentemente.

–Você, castiçal, assassinato, policia, ferrada, testemunhas, sua vida acabada, presa. O que você escolhe?

–Bem, Carrie eu não vou fazer nada.

–Mas não vai mesmo.

–Quieto Dexter.

–Vem me fazer calar.

–Então ta.

Pulei em cima do Dexter batendo nele com o castiçal. Acho que não estava fazendo efeito, então comecei a socá-lo. Era como bater em uma parede. Não acontecia nada. Alguém me puxou pela cintura. Comecei a espernear. Dexter me olhou com uma raiva nova, tinha um pequeno corte em sua boca. Ele saiu da sala. E Cam me colou na cama. Alef foi para frente da porta. Para impedir um provável passagem minha. Mas eu já tinha conseguido meu objetivo mesmo. Os Gardens me olhavam emburrados. Mas quem estava me provocando era o Dexter. O errado era ele.Eu só sou uma das vitimas de seu charme sobre humano.

–Que foi?

–Você tem mesmo que fazer isso?

Perguntou Alef, com os braços cruzados.

–O que? Ele é quem esta me provocando.

–Só ele Angel?

–Olha só Cam, quem emburrou comigo depois de me beijar foi o Dexter.

–Você mordeu ele.

Disse Cam exasperadamente.

–Sim e?

–Para Dexter não tem pior ofensa do que ganhar uma mordida.

Explicou Alef.

–Isso é estranho.

–Não para quem morde.

Comentou Cam. Acho que ele é profissional em mordidas. Cam não vira um lobo? Ele deve morder alguém de vez em quando.

–Isso é estranho do mesmo jeito.

–Angie, você esta errada.

Disse Bervely. Meu Deus! Até minha irmã contra mim. Que mundo é esse?

–Conforma-se.

Completou Cam.

–Diga isso para meu coração que... Ah, meu Deus!

Me interrompi. Eu não vou dar essa vacilada. Dizer que estou apaixonada pelo Dexter é o fim.

–Para o seu coração?

Perguntou-me Cam. De vez em quando mentes rápidas de mais pode nos colar em sparrow.

–Deixa quieto.

Pedi, saindo do quarto. Recuei assim que vi Dexter voltando, com os braços cruzados e expressão um pouco controlada de alguém com raiva.

–Não. Agora quero saber.

Disse Dexter parando na porta.

–Não vai.

Avisei. Ele não tinha querer nenhum em minha vida.

–Não. Precisa me dizer o porquê Angel. O pacto não é um bom motivo para o que você esta fazendo comigo. Namorado você não tem. Na verdade, pelo o que eu sei nunca tinha sido beijada na vida até eu fazê-lo. Mas mesmo assim. Continua insensível e cabeça dura. Principalmente, coração gelado. Você nunca sentiu nada por ninguém? Nem uma menor atração. Mas eu é que tenho que me sacrificar, me colocar na linha de fogo. Você nem sabe o que quer. Esta me usando para ser seu saco de pancadas. Quanto mais o mundo te da uma rasteira, você vai e descarrega tudo em mim.

–Mas eu... eu.

–Agora espera. Me deixa terminar de falar.

–Mas você sempre fala.

–É. Pode ser. Mas se eu tenho que me expor para você sair da toca, eu vou fazer.

–Se expor?

Perguntei-me. Por que ele iria se expor? E de quê?Não tinha motivos. A machucada aqui sou eu, droga! E como assim eu sair da toca? Eu não estou escondida. Dexter sentou no meu lado. Sai de perto dele.

–É. Olha só. Eu sempre gostei de você Angel. E aquele beijo não foi nada planejado. Na verdade se eu tivesse em meu total controle eu não teria te beijado. Mas foi tão irresistível. Eu me esqueci da maldição. E quando você me mordeu eu pensei, ”bem, eu acho que ela vai morrer, droga! Eu vou morrer também”, aí você me disse que foi de propósito. Você não faz a menor idéia do que eu senti na hora. Foi uma rejeição tão forte que achei que ia morrer. Então não tinha jeito a não ser me defender. Mas eu não agüentaria por muito tempo, fingir que não me importava. Que cada careta que você fazia para mim, cada nova discussão, cada nova briga não me machucava tão intensamente. Que não sou atingido quando você age na ofensiva quando não estou perto. E você normalmente é tão sincera no que faz. E é claro que eu e você somos ao contrario. E tão iguais. Mas eu não vou conseguir viver sem você. Você é a primeira pessoa em que eu tenho certeza de que nasci para amar. De que nasci para proteger, apesar de que você me bateu com um castiçal, para cuidar, e zelar. E tentar não te machucar. Apesar de que você nunca vai chegar a confiar em mim. Mas mesmo assim eu te amo Angel. Amo muito. E se você não me quiser... A meu Deus. Eu vou acabar morrendo sozinho. Eu quero que saiba que meu futuro esta em suas mãos. Escolha bem o que você vai fazer. E eu vou te dar um tempo. Para você pensar. Ou você já sabe a resposta? Por que se souber pode me dizer.

Declarou Dexter. Depois ele se levantou e saiu. Não deu tempo de formular nada. Se antes eu estava em cacos, agora, tinha piorado. Isso não é coisa que se diga a ninguém. Ainda mais por eu estar confusa com minhas emoções. Eu quero poder amar o Dexter, mas também não quero. É tudo uma grande confusão. Minhas emoções e meus instintos me dizem para me jogar, mas minha consciência me diz algo do tipo. Calma aí. Você vai se machucar. Só me restava dormi. Se eu consegui-se.

Acordei no umas cinco da manhã. Na verdade eu nem dormi. Só pensando no que o Dexter tinha dito. Como assim ele me amava? Ele não pode me amar. Nós nos machucaríamos. Era tão certo e tão errado ao mesmo tempo. Eu não acreditava. Mas no fundo estava tão feliz. O Dexter Garden disse que me amava. E era tão... Tão sem palavras. Como se eu tivesse nas nuvens. Talvez eu esteja apaixonada pelo Dexter. Não na mesma intensidade em que ele estava por mim. Mas só de pensar no nome dele, nos seus cálidos e rosados lábios, em como ele era tão lírico. Meu coração parecia que iria sair pela boca. Estar apaixonada era tão certo e tão errado. E minha paixão não era páreo para o amor dele. Se eu não quisesse ele ficaria sozinho. Para sempre. E isso é egoísmo. Dexter é tão compreensivo. Eu gosto disso nele. E da sinceridade. Imagine expor-se daquele jeito. Dizendo-me que me ama. Deixava-me sem fôlego até. E isso batucou na minha mente o restante da noite inteira. Quando as primeiras horas do dia, os primeiros raios do sol entraram pela frestinha da janela, eu ouvi uma bela melodia. De piano. Doce, melancólica, suave gostosa de ouvir. Levantei-me para ver quem estava tocando. Poderia ser a Bervely ou um dos Gardens. Olhei ao meu redor. Bervely estava dormindo bem perto do Alef e Cam estava abraçando a Caryn. Só o Dexter estava acordado. Melhor, o Dexter nem se quer tinha dormido ainda. Ou foi dormi no sofá. Ele era mais cavalheiro do que eu pensei. Mas Dexter é sempre mais do que eu penso. Tudo o que ele faz agora me impressiona. É como se eu estivesse treinando para começar a amar tudo nele. Se ele continuar assim vai ser rapidinho. Mas também pode ser que seja a Bonnie ou o Aaron. Eles chegaram ontem bem tarde. Fez pouco barulho, mas meu sono é bem leve, então posso acordar com qualquer coisa. Levantei da cama e não calcei as sandálias. Desci das escadas fazendo pouco barulho e segui a direção da musica.

Parei um pouco na porta.

Dexter tocava com maestria em um piano de cauda antigo branco que ficava no meio da sala de estar. Os dedos dele pairavam rapidamente sobre as teclas e parecia que ele nem se quer chegava a tocá-los. Se eu não estivesse vendo pessoalmente eu não acreditaria. Então ele parou e olhou para a porta. Como se soubesse que eu estivesse lá. Talvez tivesse gravado meu cheiro. Não sei. Esses sadics são sempre cheios de surpresas.

–Você toca?

Perguntei enquanto ia sentar ao lado dele.

–Você não dorme?

Perguntou-me ele.

–Perdi o sono.

–Desculpa.

Pediu ele. Como se tivesse feito algo de errado.

–Não. Você só estava sendo sincero. Eu admiro essa qualidade.

Dexter sorriu com que eu falei. Mas foi um sorriso de verdade. Não aquele meio sorriso que ele normalmente dá. Eu até que gostei de seu sorriso branco e brilhante. Então percebi as presas, no lugar dos caninos. Elas pareciam afiadas. Não, acho que elas são afiadas. Eu é que tenho retardo de manhã. Talvez seja por isso que ele não sorri muito. Elas eram assustadoras.

–Você não me disse que era um vampiro?

–Mas eu não sou um vampiro.

–Não? E as presas?

–Sou um primórdio presai.

–Primórdio de que?

–Do meu tipo.

–Do seu tipo?

–Tem vários tipos de sadics Angel. Têm os alados, os presais, os worfs, os elementares, os reds, os mentais, os físicos, os raros, os anti, e etc. Somos muitos no mundo inteiro. Só você e suas irmãs são únicas em tudo que faz, na verdade.

–Somos? Por que eu não sou muito autêntica.

–Você tem certeza disso?Absoluta?

–Não. E o que os presais podem fazer?

–Tipo isso.

Disse ele pegando minha mão e fazendo uma conchinha. Depois de um tempo apareceu um pequeno redemoinho em minha mão. Abria a boca em exclamação.

–Legal né? E essa nem é minha maior habilidade.

Sussurrou Dexter.

–E qual é?

Sussurrei de volta.

–Vem cá.

Disse ele, me puxando para o lado de fora da casa. Passamos pela varanda em que Aaron roncava em uma rede. Dexter colocou o dedo indicador na boca, pedindo silencio. Sorri levemente, não sei o porquê, mas o que eu estava fazendo era no mínimo divertido. Dexter me ajudou a descer da varanda, colocando a mão em minha cintura firme, mas suavemente.

–O que estamos fazendo aqui?

Perguntei baixinho.

Dexter assoprou a mão dele e uma bolinha de neve apareceu na sua mão. Estranhamente seu cabelo ficou prata e os olhos cinza claro. Ficou parecendo com o Jack Frost. Os sadics mudam de forma. Isso é bem legal.

–Eu não acredito.

–Você normalmente não acredita em nada. Mas, que tal uma guerra de bola de neve.

–Não creio.

–Esta comigo.

Disse ele sorrindo enquanto jogava a bola em cima de mim.


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