O país secreto. escrita por Apenas eu


Capítulo 30
Passo mal.


Notas iniciais do capítulo

#Ladra #De #Chip #Da #Mamãe; hahaha... que bom que consegui pegar o chip- alguém vai apanhar- mas aii tah o cap... fiz as pressas, mas pelo menos consegui fazer... beijinhooos, boa leitura



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Enquanto a água invade a garrafa, meus pensamentos vagueiam para muito longe. Um sobre o outro, de modo que me deixa confusa. A luz ofuscante do sol não ajuda e começo a ficar desconfortável. Uma coisa puxa a outra, um pensamento se mistura ao outro, e sinto os olhos arderem. Será que Dianna está bem? Se está, o que acontecerá com o seu sequestrador? Por que Liam tentou me beijar? Será que tentou mesmo, ou é só coisa da minha cabeça?

Meu coração dispara e caio para trás. Não estou bem. Abraço os joelhos e fecho os olhos com força, tentando parar de pensar, o que é impossível.

Minha mãe, meu pai, como será que eles estão? E meu irmão?

Pressiono as mãos nos ouvidos, com vontade de gritar, berrar, espernear. Mas não consigo.

Então, rosto de uma Hellena aborrecida aparece por baixo de minhas pálpebras, me forçando a abrir os olhos. Quando o faço, vejo várias formas coloridas diante de mim, e é o princípio de um desmaio.

Pouco antes de desacordar, vislumbro a forma de uma garota sair do riacho. Jayssa.

“”

–Emma...- A voz parece distante, como se estivesse à muitos quilômetros de mim.- Você está bem?

Meus olhos se abrem lentamente e vejo Jayssa inclinada sobre mim. Seus longos cabelos negros roçam minha barriga, e sua expressão é de preocupação. Eu desmaiei. Isso está claro. Mas por quanto tempo? Melhor, por quê?

–Jayssa... eu...- Quando tento me levantar, é como se uma força tremenda me puxasse para baixo.

–Emma.- Ela sorri.- Que bom que está legal. É que eu preciso falar com você.

–Mas me explica...- Me sento com esforço. Meu vestido está encharcado graças a garrafa de Larm que derramara todo o seu conteúdo sob mim.- Por que eu... Por que aconteceu isso?

–Emma, olha só.- Jayssa se sentou, cruzando as pernas. Parecia mais pálida que da última vez, embora o azul de seu vestido esteja bem mais intenso.- Você não pode deixar-se dominar pelos Manipuladores...

–Birc...

–Quem te garante que foi ele?- Ela olha em volta e se aproxima mais de mim, como quem vai contar um segredo.- A verdade é que não foi o Birc. Eu vou te contar uma coisa, mas você tem que me prometer que não vai desmaiar de novo.

Assinto, fracamente.

–Eu estava nadando pelo rio mais próximo do castelo, a fim de descobrir novidades.- Ela disse, com a voz aflita.- Então eu acabei escutando uma conversa... Emma, você e os demais integrantes da caverna terão que vir com a gente. Para resgatar seus primos e seu irmão... Vocês não podem mais ficar lá. Vim te avisar o mais rápido possível.

–Como é?- Pisco, sem entender.- Por que diz isso?

–Emma, eles descobriram. Descobriram seu esconderijo.- Ela se afastou e me fitou. Seus olhos azuis estavam normais, como os de qualquer pessoa do meu mundo.

O medo toma conta de mim. Meu cérebro começa a ficar carregado de perguntas, mas as reprimo ao máximo que posso.

–...vão mandar capangas atrás de vocês.- Completou.- Vocês precisam vir com a gente. Nós vamos os treinar, aprimorar suas habilidades, fazer com que se tornem imbatíveis.

–Então... eu preciso avisar a eles!- Meus olhos estão arregalados, e minhas mãos não param de tremer.

Me levanto dali e volto correndo para a caverna, apesar das pernas bambas. Avisto meu irmão sentado do lado de fora, fazendo uma escultura com um pedaço de árvore e a faquinha de Doquo. Sem pensar, agarro seu braço, e ele protesta.

–Emma... Emma, o que foi?- Stive me encara, sem entender.

–Precisamos ir. Preci... Stive, me escuta!

–Emma, calma...- Ele está assustado.

Tento recobrar o fôlego, mas além de fraca, estou ofegante.

Larm sai da caverna, com sua grande habilidade, e olha de mim à meu irmão, tentando entender.

–O que está havendo aqui?- Ele pergunta.

–Larm... Larm!- Caminho até ele. Minhas pernas vacilam, contudo consigo me manter de pé. A língua está pesada, mas tento falar mesmo assim. Seguro sua camisa entre os dedos, sem nem mesmo sentir o toque.- Eles sabem... que estamos aqui...

Os intimidantes olhos completamente negros de Larm se arregalam, e ele parece preocupado.

–Temos que fugir.- Ele diz, com a voz tranquila, o que é estranho diante dessa situação. Mas estou entorpecida. Talvez ele não tenha dito assim. Talvez seja meu cérebro pregando uma peça em mim.

–Os... Protetores...- Dessa vez, os joelhos cedem, e quase caio no chão. Quase, porque Larm me segura.

–Protetores?- Quis saber Stive.

–Eles foram treinados para isso. Para proteger os netos e filhos de Doquo. Foram recompensados para que o fizesse.- Explica Larm, me segurando pelos ombros.- Precisamos ir com eles.

Stive se levanta e caminha até mim, passando meu braço por seu ombro, para me mantar de pé.

–Vou chamar aos outros.- Ao dizer isso, Larm se vira, ajoelha-se e coloca o rosto para o lado de dentro da caverna.- Doquo! Hellena! Liam! Temos que partir!

–Eu... Stive, eu...- Incontáveis lágrimas descem de meus olhos, e afundo o rosto na camisa de meu irmão, soluçando sem parar.

A cada instante, a angústia me consome mais. Tem alguém me manipulando e devo lutar contra isso. Mas não consigo. Sou fraca demais.

No instante em que Doquo sobe para fora da caverna, minha vista escurece e desabo.

“”

Quando recobro a consciência, me sinto bem melhor. A menina pálida me encara. Não, não é Jayssa. É Hellena. Sua aparência está medonha, mas me sinto feliz por tê-la ao meu lado. Dessa vez, quando me sento, não estou fraca e nem abatida. Noto que não estou mais próxima do riacho. Na verdade, estou em um lugar ao qual nunca frequentei. É bem amplo e retangular. Sinto-me em um porão velho e empoeirado e talvez esteja mesmo em um.

–E aí?- Diz Hellena, me fitando com seus olhos completamente negros.

–Beleza?- Respondo, olhando em volta.

Larm conversa com um dos gêmeos. Um de blusa vermelha e calças azuis... quem é esse mesmo? Ah sim, Giroy. Demmie ensina Liam a usar o arco e flecha e, cá entre nós, ele se sai super bem. Jayssa conversa timidamente com Doquo, que parece bem feliz em revê-la. Stive aponta para algumas frutas, fazendo-as flutuar até ele e caírem direto em sua boca. E Vedir, sentado em um canto isolado, olha diretamente para nós duas.

–Você não está chateada comigo?- Pergunto.

–Não tenho motivos para isso.- Ela dá de ombros.- E além do mais, a Luize gostava muito de você. Não ia querer me ver brigada contigo.

–Entendeu, não é?- Digo.

–Até porquê seus irmãos também correm riscos...- Detecto uma falha em sua voz.- Quando tinha sete anos, achava que novos mundos, novas aventuras... Emma, eu achava isso o máximo. Sonhava com o dia em que meu guarda-roupas me levaria para Nárnia. Sonhava em receber uma carta de Hogwarts... Agora olhe para mim. Eu estou em um mundo paralelo. Mas é bem diferente do que eu imaginava...- Ela soluça, algumas lágrimas descendo pelo seu rosto. Os lábios voltam a ficar rosados e os olhos tremeluzem, ficando normais.- Eu daria tudo para estar em casa... com a minha irmã.

–Hellena, não chore.- Me aproximo dela e a abraço.- Você nunca estará sozinha.

–Emma... eu tenho uma coisa para confessar.- Ela murmura.- Birc invadiu meu sonho noite passada. Parecia querer nos deixar a par da situação...

–Como?- Me separo dela e olho-a fixamente nos olhos.

–Foi assim que ele te mostrou que minha irmã...- Ela engole em seco.- Dessa vez ninguém morreu. Mas eu vi coisas horríveis e não pude dormir aquela noite... na verdade, não sei quando vou poder voltar a ter uma boa noite de sono...

–O que você viu?- Disparo.

–Primeiro eu vi a mamãe. Vi sua mãe, Alice e o pai da Dianna, Billy.- Ela faz uma cara de quem tenta se lembrar, mas na realidade eu sei que luta para não chorar.- Era só os três. Eles estavam reunidos na minha casa... eu vi olheiras na minha mãe... a sua estava magra como o Stive... o Billy tentava parecer forte para as duas irmãs... eu sei, ele tentava manter o controle da situação. Mas estava sobrecarregado. Qualquer idiota notaria isso. Honestamente? Se algum dia voltarmos... eu não saberei dizer à minha mãe que a Luize...

–Hellena.- Envolvo-a em meus braços.- Tudo bem...

–E eu também fui ao castelo, como você.- Ela sussurra.- Vi coisas que não merecia ver... Era a Bely... eles a trataram como um cão sarnento, senão pior. Ela foi forçada por Manipuladores a usar seus poderes. E eles ainda bateram nela até desacordar.

–Que horror.- Digo, incrédula.

–Eu sei... E é por isso que expulsei o Birc do meu sonho.- Ela desviou os olhos.

–Coisa que eu não consigo fazer.- Comento.

–Você tem resistência a portais. Eu a Manipuladores.- Ela dá de ombros.- Mal de família. Afinal, tenho mais uma coisa a dizer...

–Outra?- Ergo as sobrancelhas.

–Pois é...- Hellena suspira.- Descobri um novo dom.

–Como é?- Pisco.

–Tenho o poder da persuasão.- Ela diz. Eu quase penso que é brincadeirinha, quando ela prossegue.- Descobri isso no pouco tempo que estive fora. Eu já desconfiava, desde os dias em que tive de ficar a sós com o tapado do seu irmão e o idiota do Liam. Eu conseguia convencê-los a fazer tudo o que eu queria... Sem contar com a permissão do meu pai para pintar o cabelo de azul. Persuasão. Faz sentido.

Meus olhos viajam até Doquo, e depois os estreito. Agora, o velho dá boa gargalhadas, batendo indelicadamente no ombro de Jayssa, que está vermelha como um tomate.

–Você acha que por sermos netos de Doquo poderíamos ter mais de um dom?- Questiono.

–Ele tem.- Ela diz, olhando para ele também.- O dom de ser extremamente preguiçoso. O dom de ser incrivelmente inconveniente. Então por quê não a gente?

–Boba.- Dou-lhe um empurrãozinho brincalhão.

É bom tê-la de volta. Definitivamente.


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Notas finais do capítulo

perdoem os erros ortográficos, fiz rapidinho... beijinhos... :*
(A menina que roubava chips :D)



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