Charles Chaplin dizia que as melhores e as mais lindas coisas do mundo não se pode ver nem tocar. Elas devem ser sentidas com o coração.

Eu realmente acredito nisso.

Não sou uma garota perfeita. Na verdade não chego nem perto disso, mas pelo menos faço o que posso para ver as pessoas que amo felizes.

–katniss!-ouço alguém me chamando e desperto do transe que às vezes meus pensamentos me colocam. Olho na direção da voz e vejo uma figura loira vindo em minha direção.

–madge, como vai?-digo com um pingo de curiosidade

–que bom que você se lembrou de mim!-fala feliz

–você me ajudou naquele dia, esqueceu? Por que eu não me lembraria de você?

–por que eu sou invisível-diz

–desde quando?-pergunto rindo

–desde sempre-responde triste

–mas tem suas vantagens -falo

–quais?-pergunta com um toque de felicidade

–eu ainda não sei-digo e madge coloca as mãos entre o rosto- mas quando eu terminar de ler o livro que eu estou lendo, eu te conto.

–que livro você esta lendo?

–As vantagens de ser invisível-quando termino de falar a loira joga a cabeça para trás e começa a rir. E era um riso muito estranho, era meio que fungando pelo nariz.

–madge para com isso, parece que você vai vomitar- falo e a doida continua rindo, mas pará quando dou um tapa bem forte no braço dela.

–Aíí! Tudo bem parei - ela da outra risada, mas se controla quando eu lhe lanço um olhar mortal- desculpa, acho que tenho um ataque de risos quando estou nervosa-fala com as bochechas coradas

–e por que você esta?-pergunto confusa

–katniss eu nunca pediria isso se não fosse mesmo sério- ela fala parecendo realmente interessada na sua pulseira

–continue madge-digo impaciente

–eu preciso de um favor seu!

–para?-pergunto achando essa conversa muito estranha

–e-eu es-stou a-pa-paixonada por um garoto-gagueja durante todo o final da fala

–E você quer que eu te ajude a conquista-lo?-assente com os olhos esperançosos- e quem é esse garoto?

–é o...

–Caramba madge!-Peeta chega com uma voz brava- estava te procurando em todos os lugares! Você quer que seu pai brigue comigo só por que eu deixei a bonequinha de pano no colégio?- pergunta peeta ofegante, provalvemente estava correndo.

–eu sei muito bem a direção da minha casa-fala madge confiante- e a bonequinha aqui não precisa da sua ajuda!- completa irônica

–Garota presta bem atenção, você sabe muito bem que se acontecer alguma coisa com você seu pai me mata e isso quer dizer que meus pais brigaram comigo, o que leva a ficar sem férias no Caribe. E sinceramente eu não quero nem um pouco ficar sem viajar, me entendeu?-pergunta com uma voz ameaçadora que me dá um pouco de medo.

–E você acha que eu ligo para a sua viajem de merda?- madge pergunta deixando um peeta vermelho de raiva- mas como sou uma prima muito boa, vamos fazer o seguinte.Já que minha conversa com a katniss ainda não acabou- ele percebe minha presença e revira os olhos- diz para o meu pai que eu fiquei na biblioteca fazendo um trabalho, ok?

–ok!- ele bufa e sai em direção ao estacionamento. Olho para madge em busca de uma explicação e acho que ela percebe

–Ele é o meu primo e esta morando na minha casa enquanto os pais dele voltam de viajem, o que vai durar cinco meses no mínimo!-fala desanimada- mas enquanto isso meu pai mandou ele ficar de olho em mim e peeta ainda ganha dinheiro por isso. Como se eu tivesse pedido um guarda-costas!-desabafa- Peeta não era desse jeito-murmura a ultima frase.

–ah!- digo como se aquilo não fosse nada demais, mas na verdade por dentro estou muito confusa com tudo isso. Como eu poderia imaginar que aquele garoto era primo da madge. E ela ainda me ajudou no dia em que ele quebrou meus óculos. Nossa! Muita coisa para minha cabeça.

Ficamos alguns minutos sem falar nada, eu processando tudo aquilo e ela pensando em algo.

–É o gale-fala do nada

–o que tem o gale?- pergunto viajando na maionese

–é ele quem eu gosto sua boba-fala

–do gale?-assente envergonhada- e você quer que eu te ajude a conquista-lo?-pergunto e ela assente novamente-meu deus!

–o que foi?- pergunta preocupada

–você tá apaixonada, que fofo!-aperto as bochechas dela- mas como eu irei te ajudar?

–eu ainda não sei - admite pensativa – mas pelo menos diga sim- pede suplicante

–sim-falo-você tem minha palavra

–obrigada- ela me abraça, o que me pega desprevenida. Eu não sou muito receptiva com abraços.

Na verdade, não sou receptiva a nada ao ato que se refere a carinho.

Tenho medo de perder as pessoas que amo ou que eu começo a gostar.

–Já sei o que podemos fazer!-falo animada

–me diz logo-pede e eu digo o meu plano para ela- pode dar certo katniss! Pode se preparar gale, dessa vez eu serei a caçadora e você será a minha presa!-fala confiante e eu começo a rir

Pov. Peeta:

Chego na casa dos meus tios irritado por madge e vou logo para o quarto de hospedes , me deito na espaçosa cama e fico pensado no dia em que cheguei nessa escola.

Eu não era ninguém, as pessoas não se importavam comigo e isso sempre me incomodou, nem mesmo meus próprios pais não se importam.

Para todos eu era só um ótimo aluno, um ótimo desenhista, uma ótima pessoa. Mas eu queria ser reconhecido, eu tinha talento!

Um dia enquanto conversava com gale sobre coisas banais ele me disse que o treinador precisava de um jogador e é claro como meu amigo ele me convidou para fazer o teste, eu aceitei de bom grado.

Logo fui aceito no time. Com o passar do tempo fui sendo admirado por todos e isso inflava meu ego.

Até que me escolheram como capitão, acabei me tornando o garoto mais popular do colégio, o garoto que todas queriam ficar.

Acho que a ambição se tornou mais forte que amizade e eu acabei me afastando dos meus verdadeiros amigos.

Mas eu não era assim!

Não era essa pessoa egoísta. Estava em volta de pessoas egoístas que queria tirar proveito das minhas conquistas.

Eu não podia me afastar delas, senão eu voltaria a ser a mesma pessoa de antes.

Mas pelo menos poderia ter meus amigos de volta, poderia contar os meus problemas e não me importaria de ser julgado. Mas lá estava ela, a garota que roubou meu lugar.

Katniss everdeen, a mesma garota que me causa uma sensação estranha.