You could be Happy escrita por Dizis Jones


Capítulo 19
Capítulo 18


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, mas o capítulo saiu finalmente
espero que gostem bjs



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Capítulo 18

Eu nunca fiquei tão ansiosa com algo quanto estava hoje, nem em minha cirurgia, nem no meu primeiro dia, nem ao menos no dia em que contei aos meus pais sobre meu namorado ou a menos na primeira vez que fui à casa de Tobias.

Eu não conseguia encarar as coisas antes, deixava para ter as reações no momento, o medo da cirurgia só me veio no momento em que colocaram a máscara com a anestesia, o medo do primeiro dia de aula só chegou quando eu realmente coloquei os pés dentro do colégio, mas hoje eu acordei e minha mente só pensava no final de sábado.

Não estava nada planejado, porém já estava dito por Tobias e tanto por mim mesma, que assim que surgisse a oportunidade ela não seria perdida.

Corri meus olhos pelo celular e nenhuma mensagem dele ainda, ele deveria estar dormindo, era sábado olhei a hora no visor, nove horas.

Criei coragem para levantar e fui até meu banheiro, comecei a lembrar de certas coisas, olhei a bancada e peguei uma das revistas idiotas que eu insistia em ler, achei uma reportagem que falava sobre algumas coisas importantes para lembrar antes de sair com um homem.

Claro que essas revistas eram voltadas a um público feminino ao qual geralmente são mulheres solteiras, ou com namorados, porém bem mais velhas e com mais experiência que meu caso, mas alguma coisa tinha valor.

Assim que fui folhando a matéria, comecei a me preocupar mais, quando chegou ao item, roupa íntima, a revista dizia que a mulher tinha que cuidar desse detalhe. Lembrei que eu não tinha nada que se dissesse sensual, mas também imaginei que se usasse algo assim Tobias acharia que eu estava realmente esperando muito por isso.

Eu comecei a sentir uma forte palpitação, era estresse juntamente com o atraso em tomar meus remédios, então abri o espelho peguei as cápsulas e as tomei.

Outro item que me assustou foi quando falou em depilação, eu estava vendo que seria mais difícil do que imaginei.

Desci para o café, meus pais estavam animados com a festa, então lembrei que eles não saíam muito então isso era especial.

— Animados hoje.

— Sim, seu pai amou a sua sugestão Hazel vou com o verde mesmo.

— Boa escolha. — falei servindo uma panqueca.

— Hazel e você já pensou no que vai fazer enquanto estamos fora?

— Bem eu pensei em chamar a galera, tocar um som, experimentar umas drogas, coisas normais de adolescentes.

— Engraçadinha, não esqueça que a anfitriã banca o chope.

— Acabou com minha alegria ainda sou uma adolescente sem renda que vive de graça na casa dos pais.

— Não seja por isso, acho que deve arrumar um trabalho, pois pensei em cobrar aluguel da suíte.

— Engraçadinho você pai, está animado demais pro meu gosto, mãe acho que vou ver um filme, mas não aqui.

— Combinou algo com Christina?

Naquele momento pela primeira vez me veio à vontade de mentir aos meus pais, eu poderia falar que ficaria na casa da Christina, mas como nunca menti deduzi que seria uma péssima mentirosa, ou talvez por eu nunca mentir eles acreditassem.

— Christina vai ficar em casa com a irmã mais nova, e Will vai lá para ficar junto com elas, ate pensei em aceitar o convite dela, mas acho que preferia ficar com Tobias.

O rosto de meu pai ficou de várias cores possíveis, mas ele ficou calado por um instante antes de me encarar nos olhos.

— Você tem certeza disso? — eu sabia que por dentro ele estava se roendo e morrendo de vontade de gritar como qualquer pai dizer que era absurdo, mas meus pais sempre me deram opções e não ia ser agora que mudariam.

— Eu vou passar à tarde com ele como sempre passo todos os sábados. Ficamos sozinhos quase sempre, pensei em assistirmos a um filme, e ele me trás para casa no horário que eu chego aos sábados, não seria nada de diferente.

— E o que me garante que você chegará no horário de sempre?

Aquilo me doeu, meu pai sempre me deu opções eu nunca menti nem agora que eu poderia mentir estava o fazendo, onde estava a confiança que ele depositava em mim?

— Acho que isso você vai ter que tentar confiar, não quero justificar fazer a coisa certa quando ela é o certo a ser feito, mas eu poderia ter mentido agora para vocês, poderia dizer que ficaria na minha amiga como qualquer adolescente, mas não, estou sendo sincera, irei passar meu sábado com Tobias igual a todos os outros, é isso, mas se quiser proibir, tudo bem. — dei de ombros e voltei a comer.

Vi pelo canto do olho que deixei meu pai sem graça, não gostava disso, mas era injusto ele não confiar, e, aliás, se eu e Tobias ainda não tivemos nada mais íntimo, foi por opção, ficávamos praticamente os sábados e domingos juntos, passeávamos na praça, muitas vezes a casa de Tobias já esteve sozinha, porém nós não queríamos, e hoje se meu íntimo dizia que era uma boa oportunidade, eu poderia até ter mentindo, meu pai tinha que entender que eu não era criança.

— Desculpe Hazel, eu sei que você não me deu nunca motivos para desconfiar de você.

Olhei nos olhos de meu pai, ele era somente um pai, não podia exigir que fosse perfeito sempre.

— Você é meu pai é sua obrigação. — sorri para ele mostrando que estava tudo bem.

Assim que subi ao meu quarto depois do almoço, tratei de tomar um banho, sentir a água morna acalmando meus músculos tensos.

Hoje eu resolvi usar todos os cremes que eu negligenciava, deixando minha pele tão lubrificada que eu tive que jogar mais uma ducha.

Encarei no espelho a minha cicatriz, entretanto tratei de não olhá-la por muito tempo.

Fiquei em frente ao meu armário, porém optei por minha blusa de renda e botões, eu amava essa, e isso me deixava a vontade e mais calma, peguei um casaco, pois o frio do outono já estava começando, mostrando que o inverno chegaria pesado esse ano.

Chegando pontualmente às duas horas como todo sábado, Tobias bateu a minha porta, senti minhas mãos suando enquanto descia pelas escadas.

— Boa tarde senhora Lancaster, a senhora está estonteante.

— Tobias, não precisa elogiar, hoje nem tive tempo de fazer seu bolo.

— Não se preocupe, e o elogio é sincero.

— Obrigada.

— Olá. — falei chamando atenção dos dois. Minha mãe já estava arrumada, a festa era de gala, porém começava cedo.

— Hazel. — Tobias sorriu, eu me aproximei dele, e meio sem graça ele deu um selinho em meus lábios, nós nunca dávamos demonstração assim aos olhos de nossos pais.

Como todo sábado, passeamos, conversamos, em nenhum momento Tobias ou eu, tocamos no assunto, cheguei a conclusão de que ele queria me deixar a vontade, então o deixei também.

Chegamos à sua casa, ao entrar ele retirou meu casaco o colocando no armário da entrada.

— Vamos assistir na sala, ou no...?

— Pensei em irmos ao meu quarto, coloquei uma tela lá.

Fomos até a cozinha de Tobias, pegamos uma variedade de salgadinhos e subimos como duas crianças até seu quarto.

Sentamos à cama, a maior distância possível, o que achei ridículo, mas acho que ambos estávamos nervosos com a situação.

O filme começou, era uma comédia estávamos rindo demais, mas em um momento eu notei o quanto aquela distância estava ridícula, fiquei de joelhos e me arrastei mais para o meio da cama.

— Tobias venha mais para perto.

Ele estava prestando atenção no filme que sem pestanejar somente deixou o pacote de salgadinho do seu lado e veio mais próximo, eu encostei minha cabeça em seu ombro, ficamos naquela posição até que o filme chegou aos créditos. Tobias virou seu rosto no mesmo instante que eu o encarei, e meus lábios chegaram aos dele.

Assim como todas às vezes quando ele chegava tão próximo de meus lábios, as batidas descompassadas de meu coração ardiam como fogo.

Minha blusa de renda tinha botões dourados e os dois primeiros estavam abertos se chegasse bem perto era possível ver o começo da cicatriz de minha operação, ela ainda estava saliente.

Tobias encarou meus olhos, eu sabia que ele via o medo e a preocupação que eu transparecia por eles, ele beijou levemente meus lábios e como sempre sorriu, mas não parou, ele beijou minhas bochechas uma de cada vez, eu fechei meus olhos e seus lábios beijaram meu queixo, meu pescoço e não parou.

Minha respiração estava meio ofegante quando ele chegou a minha clavícula, meu coração batia tão forte que poderia rasgar a cicatriz e saltar para fora a qualquer momento.

— Cuidado... — falei ofegante.

— Dói? — ele perguntou.

— Não, mas é estranho. — peguei sua mão levei seus dedos até meus lábios beijei cada um deles, depois conduzi a sua mão até o centro de meu peito abaixei de leve o decote da blusa e passei seu indicador no começo da cicatriz, ele suspirou fundo observando.

— Você está com vergonha? — ele perguntou.

— Não, eu achei que você poderia achar estranho, mas para mim, é mais um lembrete do motivo de eu estar viva.

— Então para mim, é mais um lembrete de que você está viva para mim.

Ele se abaixou e beijou o alto da cicatriz arrancando mais batidas frenéticas do meu peito.

— Eu... Eu... — as palavras custavam sair de minha boca, e nem ao menos eu sabia o que dizer.

— Calma, não faremos nada que você não queira, aliás, posso muito bem me afastar e sentar novamente longe. — Tobias se levantou e sentou a uma distância que pareceu tão grande, foi como se retirasse parte de meu corpo. — Viu aí não estamos em risco.

Ele sorriu, que me fez relaxar então levantei e me aproximei dele sentando o mais próximo possível ao seu lado.

— Não quero ficar longe, eu quero ficar o mais próximo de você que a lei da física permita.

Ele puxou para um beijo, e suas mãos agora estavam sem controle, urgentes passando por minhas costas e contornando minha cintura até chegar aos botões de minha blusa e inutilmente tentar desabotoar, eu me afastei sorrindo, mordi meus lábios.

— Vou te ajudar com isso. — e comecei a desabotoar os botões dourados.

Tobias ficou por um tempo imóvel, a minha cicatriz agora estava toda a mostra assim como parte de minha pele, ele pegou a barra de sua camiseta e retirou pelo alto da cabeça revelando seu peitoral, segurou em minha cintura, beijou novamente de leve meus lábios e pressionou nossos corpos até que eu estivesse deitada. Ele me observou por um tempo, então começou a beijar novamente a minha cicatriz seguindo o caminho que ela fazia, descendo entre meus seios, até o alto de meu estômago.

A excitação do momento estava retirando qualquer medo meu, e em instantes estávamos os dois ali desprovidos de nossas roupas.

Tobias abriu a gaveta de seu criado-mudo e retirou de lá um pacotinho azul, deduzi que fosse um preservativo, e realmente era. Fiquei o observando colocar e meu coração começou a acelerar ainda mais, sabendo que aquilo era sério e que realmente iria acontecer.

Ele se deitou levemente em cima de meu corpo, eu queria ser preenchida, queria sentir como era ser completa.

— Você é linda Hazel Grace, tão linda.

— Você que é lindo Tobias Eaton... Eu... Eu te amo. — as palavras saíam de meus lábios com facilidade agora.

— Também te amo Hazel.

Ele me beijou mais intensamente enquanto senti que estávamos nos tornando um só.

Dor? Pode-se dizer que de tantas dores que senti em minha vida essa estava em um terceiro grau, e como foi seguida de carinhos que Tobias distribuía enquanto meus gemidos ainda mostravam desconforto, ela virou um quase nada, seguido de um prazer imensurável.

Não foi escandaloso, não foi dramático, foi simples bonito, bom, prazeroso... Muitas palavras eu usaria para descrever aquele momento, mas o que melhor descreveria era: foi simples e perfeito.

Quando Tobias já estava cansado e suado, ele me encarou bem nos olhos eu senti algo intenso fechei por um momento meus olhos.

— Hazel abra os olhos quero olhar para você. — sua respiração estava ofegante.

Abri meus olhos e ele se moveu mais intensamente até que desabou, seu peso não me incomodou, ele enterrou sua cabeça entre meu pescoço e ficou ali por um momento, eu somente fiquei sentindo sua respiração ofegante quando eu sorri, as lágrimas chegaram, foi impossível segurar, mas não eram lágrimas de dor, eram de felicidade.

— Te machuquei? — vi a preocupação em sua voz.

— Não, estou somente soltando minha felicidade em forma de lágrimas.

Tobias me beijou, deitou de costas ao meu lado e me puxou para que eu deitasse em seu ombro, eu fiquei ali por um tempo até que devo ter pegado no sono, pois tudo se escureceu.

Acordei assustada, mas logo que senti o cheiro de Tobias eu me acalmei, sorri o vendo dormindo, fiquei ali observando até que me toquei de um fato importante.

— Tobias, seus pais vão chegar!

Ele abriu os olhos e me encarou por um instante, como se estivesse confuso.

— Realmente isso não foi um sonho?

— Não foi, agora temos que levantar, já está escurecendo seus pais vão chegar, e eu tenho que ir para casa.

— Não vá, fique, vamos ser rebeldes.

— Não! — saltei da cama, puxando o lençol para me cobrir e deixando Tobias despido, o que me fez corar. Mesmo tendo a intimidade que tivemos não me acostumei a vê-lo assim.

— Que foi? Não gosta do que vê?

— Idiota.

— Ainda bem que não perdeu sua sutileza.

Depois de vestidos descemos as escadas, eu realmente queria ir para casa, mas estava com muita fome.

— Vamos vou fazer uns sanduiches e depois te levo para casa.

Fomos até a cozinha, Tobias me fez um sanduiche e realmente eu estava com fome e só percebi quando comecei a devorar rapidamente.

A porta da frente abriu e os pais de Tobias entraram junto com outro casal, estavam vestidos de gala como os Eaton, mostrando que estavam na mesma festa, a mesma que meus pais foram, isso mostrou que eles deviam estar chegando também.

— Olá Tobias.

— Olá senhor e senhora Prior.

Prior, esse sobrenome não era estranho.

— Tobias apresente sua amiga aos Prior. — a mãe de Tobias falou.

— Essa é Hazel Grace, minha... Colega de classe.

Eu o encarei friamente e duramente deixando claro que eu não gostei daquilo, mas eu não ia fazer uma cena ali na frente de seus pais, que também encaravam Tobias espantados, sendo que eles obviamente estavam cientes de nosso namoro.

— Hazel Grace, esse nome não me é estranho. — a senhora Prior falou. — Prazer criança. — ela sorriu.

— O Prazer é todo meu, mas creio que tenho que ir, meus pais devem estar preocupados.

Ia passando por eles, sem me despedir de Tobias queria deixar claro que eu estava realmente brava com ele, quando a senhora Prior me segurou pelo ombro.

— Posso te fazer uma pergunta? Sei que pode parecer indiscreta, mas eu vi a sua cicatriz.

Olhei imediatamente para meu decote, e vi que me esqueci de abotoar alguns botões.

— Ah isso, é que eu fiz uma operação recente, quer dizer não tão recente, mas ainda está muito visível.

Engoli em seco, não gostava de ter que compartilhar minha intimidade assim com estranhos os quais meu namorado acabara de me apresentar como colega.

— Se não se importam eu vou indo, boa noite.

Estava saindo quando Tobias veio atrás de mim eu nem dei o trabalho de olhar para ele até que quando estávamos do lado de fora ele segurou meu braço.

— O que foi?

— Bem, acho que nada, a não ser que você costume fazer sexo com todas as suas colegas de classe.

— Hazel, por favor!

— Por favor, digo eu, sabe como me senti ali? Um lixo, você sempre vai ser esse idiota, faz algo lindo e sempre estraga com suas babaquices!

— Hazel eles são os pais da minha ex-namorada! — então o sobrenome Prior fez sentido, eram os pais da Beatrice Prior a namorada falecida.

— Oh! — eu só consegui dizer isso.

— Entende agora, como vou apresentar uma namorada assim, eles ainda estão de luto, minha mãe disse que a Senhora Prior está tão obcecada que está a beira da loucura, assim que a minha mãe falou apresente sua amiga eu entendi na hora o que ela quis dizer.

— Como assim obcecada?

— Quando Tris morreu ela sofreu na verdade morte cerebral, e seus pais doaram seus órgãos, a senhora Prior está em busca de quem ficou com o coração dela.

Isso soou ao mesmo tempo triste e doentio, então entendi a curiosidade dela sobre minha cicatriz, minha mão foi ao meu peito, pensei o que faria se encontrasse a família da garota que me doou o coração, eu nem imagino.

— Isso é triste, mas não te isenta do fato de que me excluiu.

— Desculpe, Tris não importa para os outros nada e não quero que se zangue comigo justo hoje, por favor entenda, eles acabaram de chegar de viagem ainda não sabem que eu já estou namorando eles são pais o luto para eles é diferente.

Abaixei a cabeça, pensei por um instante, eles não eram ninguém importante em nossa relação então eu não poderia me zangar com isso.

— Mas eles não podem exigir que os outros tenham o mesmo luto, mas eu te entendo.

Caminhamos até sua caminhonete.

— Meus pais voltaram cedo isso é estranho, eles costumam ficar até o final das festas.

— Ela não deveria estar tão boa, meus pais será que já chegaram?

— Isso que vamos descobrir.


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