A tradição do número 4 escrita por MarcelaKP


Capítulo 18
A briga de Noah e Clark


Notas iniciais do capítulo

Nada de Angeluke ou Lukelina ;-; Fiz outro casal :D



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Vou contar uma história para vocês. Duas crianças, um menino e uma menina, estudavam em uma escola trouxa, eles eram melhores amigos. Um dia, no aniversário de onze anos do garoto, ele pediu para ir acampar com a amiga, já que os pais nunca o deixavam sair de casa. Eles acamparam na casa da árvore dela, nada de mais, duas crianças dormindo em uma casa na árvore, brincando até três horas da manhã.

–Ainda não acredito que seus pais deixaram- Riu a garota

–Eles não podem negar pedidos de aniversário, essa é a regra!- Respondeu o garoto

Eles estavam deitados em seus sacos de dormir olhando para as estrelas

–Porque seus pais não gostam de mim?- Perguntou a garota

–Porque eles têm duvidas sobre você... Mas eu tenho certeza que você é...

–Que eu sou o que?- Disse a garota incentivando ele a falar

–Uma bruxa- Respondeu o garoto simplesmente

–Bruxa?- Ela estava ofendida- Não sou uma bruxa!

–É sim! Tenho certeza que é, assim como eu.

–Eles acham que você é só mais uma trouxa, mas eu acho que você é uma bruxa. Desde que você fez o cabelo da professora pegar fogo eu...

Ela interrompeu

–Eu não fiz nada! Eu sou um anjo!- Era a milésima vez que ela tentava explicar que não tinha culpa

O menino riu com a reação dela

–Um anjo?

–Um anjo!- Concordou ela

–Pois bem, agora vou te chamar de anjo- Decidiu ele

–Anjo?- Reprovou ela- Não gostei

–Porque não, meu anjo?- Brincou ele

Ela riu

– Você é um bruxo?

–Sou! Quero muito ir para Hogwarts! Mal posse esperar! E agora que fiz onze anos faltam dias para minha carta chegar!

–Carta?- Ela estava confusa

–Sim! A sua vai chegar também... Tenha calma

–Porque eles acham que eu sou trouxa?

–Porque seus pais são

–Meus pais não são trouxas!- Retrucou a menina incrédula

–Trouxas são pessoas que não são bruxas- Riu o garoto

Ele contou para ela, várias coisas sobre o mundo bruxo e ela ficou encantada, esperando que fosse verdade. Quando estavam quase dormindo, ela decidiu falar:

–Se eu for trouxa, você vai se afastar de mim?

–Durante o ano letivo, mas voltarei no Natal, na Páscoa e nas férias. Mas você não é trouxa, é uma bruxa também!

–Não foi isso que eu perguntei!

–Não vou me afastar de você, eu gosto muito de você para aguentar perder contato!

–Gosta quanto?- Perguntou ela sorrindo envergonhada

–Está vendo o céu?- Ela assentiu- Meu amor por você é maior que ele.

–Você é exagerado

–Você é meu anjo

Bom, não preciso dizer que naquela noite aconteceu o primeiro beijo deles. Mas tudo que é bom dura pouco

No outro dia, foram acordados por uma coruja batendo na janela para entrar. O garoto deu pulos de felicidade, pois já sabia do que se tratava. Mas a garota não recebeu carta alguma, e o garoto ficou surpreso com isso.

Acontece que a família do garoto vinha de uma linhagem de bruxos muito antiga, e seus pais não queriam que ele se envolvesse com uma trouxa, mas ele havia dito que ela era uma bruxa, então os pais dele decidiram não brigar.

–Cadê a coruja?- Disse a mãe do garoto já entrando

–Aqui, mãe- Disse o garoto mostrando a carta.

–E a dela?- Perguntou a mulher apreensiva

–Bom... Não veio

–Vamos embora!- Disse a mãe puxando o menino- E você fique longe do meu filho!- Mandou a mulher

–O que?- Falou a menina indignada- Noah, você não vai falar nada?

–Ele vai embora!

–Noah!- Gritou a garota

–Angelina- Murmurou o garoto como se pedisse desculpas

–VAMOS, NOAH!

Ele não contestou, apenas assentiu e foi embora. Ele não agiu pelo coração. Ele pensou antes. E sabia que se ele ficasse seus pais não iriam perdoar. Melhor Angelina do que seus pais.

Angelina chorou muito, mas chorou de raiva, pois seu primeiro amor era um covarde, e porque seu primeiro beijo foi com um covarde. Ela não era covarde, e não hesitaria em bater nele se o vesse novamente.

Tão pequena e tão idiota... Agia antes de pensar, e ele pensava antes de agir.

Bom, o fato é que Angelina não poderia receber a carta normalmente, ela não saberia do que se trata. No outro dia um bruxo foi até a casa dela explicar tudo sobre o mundo bruxo e fazer os pais deixarem a garota ir estudar em uma escola de magia e bruxaria. Ela foi para Hogwarts, e nunca perdoou Noah. Ela prometeu para si mesma que jamais deixaria se levar pelo charme do garoto, jamais deixaria ele tocá-la ou falar com ela.

As pessoas não tem noção do que prometem.

Angelina estava dormindo e Brenda estava ao seu lado. Noah bateu na porta e entrou

–Como ela está?- Perguntou Noah se sentando ao lado de Brenda

–Dormindo, não se mexeu, não comeu ou bebeu... Nada- Respondeu Brenda

–Brenda, eu fico aqui agora. Vai dormir, já são quase nove horas- Falou Noah depois que a garota bocejou.

Brenda assentiu, ela estava realmente cansada, desejou boa noite e saiu da ala hospitalar. Noah se virou para Angelina

–Acorda meu anjo- Pediu Noah- Por favor, acorda.

O que vocês acham? Que ela vai acordar só porque ele está pedindo? Até parece, nem em seu juízo perfeito ela acordaria por ele.

Noah dormiu na cama ao lado, estava muito cansado, mas iria passar o final de semana ao lado dela, já estava decidido.

Ele acordou no meio da noite quando pensou ter ouvido um barulho. Olhou para Angelina, mas percebeu que a cortina que separa as camas estava fechada.

"Será que ela acordou e fechou para não ver a minha cara?"- Pensou ele.

E abriu a cortina, a cena era a mais horrível possível, Angelina estava acordada, mas não era isso o horrível, o horrível era ela lutando para se desvencilhar de um garoto que estava tentando agarrar ela. Ele não havia percebido Noah, mas Angelina sim.

–Estupefaça!- Falou Noah, e o garoto caiu no chão.

Sabe o que me irrita? Já ter visto esse filme antes! Assim como vocês já viram

Ele foi até Angelina e viu que ela estava, bom... Sem roupas. Mas não era o momento adequado para ele ficar reparando no corpo da menina.

Ele pegou o lençol do chão, cobriu-a e foi até o garoto

–Lumus- Apontou para o rosto dele- Clark?

Era o melhor amigo dele. E Noah chutou com toda a força um ponto mais abaixo do umbigo. Era como um Crucio.

–Madame Pomfrey?- Gritou Noah

–Não- Falou Angelina

–Desculpe meu anjo, temos que fazer isso- Disse Noah.

Madame Pomfrey entrou e depois de alguns segundos, pareceu entender.

–Ele chegou a fazer algo com você?- Perguntou ela

Angelina negou chorando

Madame Pomfrey saiu da ala hospitalar correndo

–Acho que ela vai chamar alguém- Disse Noah entregando as roupas dela- Melhor você se vestir

E ele fechou a cortina, ainda podia ouvir o choro dela, então aproveitou para chutar mais algumas vezes.

–Angelina? Posso abrir?- Perguntou ele, e como ela não respondeu, ele abriu.

Ela estava encolhida na cama chorando com o rosto no travesseiro, ele tentou se aproximar, mas ela recuava.

–Anjo- Pediu Noah sussurrando

Dumbledore, Minerva e Madame Pomfrey entraram na sala

–Ele está estuporado?- Perguntou Minerva

Noah assentiu

Eles foram para a sala do Dumbledore e Clark ficou lá

–O que aconteceu lá?- Perguntou Dumbledore gentilmente, vendo que Angelina não respondeu, ele se virou para Noah

–Quando acordei, a cortina estava fechada e ele estava agarrando ela à força, então o estuporei. Foi só o que vi

–Foi só o que aconteceu- Assegurou Angelina

–Mas ele tirou suas roupas!- Disse Noah não acreditando que Angelina estava mentindo para proteger Clark

–Mas foi só isso porque você apareceu antes que ele pudesse...- Angelina voltou a chorar

–Oh não! Desculpe, desculpe!- Falou Noah levemente desesperado

–Creio que o melhor seria você voltar para a casa esse final de semana, a próxima semana será de Páscoa, então não vejo problema em ir dois dias antes- Sugeriu Dumbledore

–Quero ir também!- Noah interviu

–O que?- Disseram Dumbledore e Angelina em unissono

–Não na casa dela, mas na minha... Quero dizer, somos vizinhos...- Explicou Noah

Dumbledore olhou para Angelina como se esperasse a confirmação dela

–Eu não vou para lugar algum com você!- Rosnou Angelina para Noah- Obrigada Dumbledore, quero ir logo, não quero mais ficar aqui.

E ela saiu

–Aconteceu a mais de seis anos e ela ainda me odeia- Noah pensou alto olhando para o chão

–Meu caro Noah, o coração de garotas não é como qualquer objeto- Falou Dumbledore sorrindo gentilmente

–Como assim?

–Não basta falar "Reparo" para que tudo volte ao normal- Explicou Dumbledore

–Não basta falar "Reparo", não basta pedir desculpas, não basta salvar ela de um garoto querendo violentá-la!

–Nem o bruxo mais inteligente soube entender as mulheres, sabe porque?- Noah negou- Porque cada uma pensa de um modo, cada uma reage de um jeito e cada uma tem um limite. Você tem que entender, e não deve desistir. A vida é um teste

Noah entendeu onde ele queria chegar

–Diretor, você pode me liberar para ir para a casa nesse final de semana?- Pediu Noah educadamente

–Se o motivo for urgente- Disse Dumbledore voltando sua atenção para o pergaminho como se a ultima conversa não tivesse existido

–Bom... Aniversário do meu pai no sábado?- Soou como uma sugestão

–Nesse caso eu libero e me traga um pedaço de bolo, sr. Foster- Disse Dumbledore ainda sem tirar os olhos do pergaminho, Noah sentiu que havia um sorriso por baixo da barba

–Obrigada, diretor- Falou Noah antes de sair da sala


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Notas finais do capítulo

Noangel ou Angenoah :D



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