Here With Me escrita por Pale Moon


Capítulo 1
Aqui Comigo - Capítulo único.


Notas iniciais do capítulo

Essa fanfic foi trabalhada especialmente para a Sion Neblina. Que é uma pessoa muito legal, e sempre ficamos conversando pelo face... Adoro falar com você flor, e acho que você merece bem mais. Eu queria ter feito algo mais bem elaborado, mas juro que essa simples songfic foi feita de coração. Parabéns pelo o seu dia (mesmo que eu esteja algumas horas atrasada)! ♥

É uma fanfic simples, e é a primeira vez que escrevo com o casal. Para os demais, sejam bem vindos e espero que gostem.

Música usada: http://letras.mus.br/dido/10791/

Boa leitura! ♥



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Eu não ouvi você partir
Pergunto-me como ainda estou aqui
Eu não quero mover nada
Isso pode mudar minha memória

.

- Vá embora. – Ele parecia tão sereno falando aquilo... E aquilo foi mais que o necessário para despertar uma grande ira no outro.

Ikki queria poder fitar diretamente os olhos azuis de Shaka. Olhar com seus olhos faiscantes de fúria e dor... Sim, muita dor, por simplesmente estar sendo descartado daquela maneira tão imprescindível.

Mas não pôde ao menos fazer isso. Nem mesmo fitar os olhos do outrem, ou sequer ter chances de argumentar, e talvez até perguntar o porquê daquilo tudo.

Ikki apenas deu as costas e saiu do templo de virgem. Saiu com amargura e com os pensamentos e lembranças da noite tão cálida onde teve enfim a primeira e única chance de tocar naquele loiro, que havia revirado toda a sua cabeça e todo o seu peito. Era tudo uma confusão. Se antes o sentimento era apenas de amor e necessidade, agora certamente era amor, raiva, fúria e desolação. E um pouco de tristeza também.

E naquele momento, Fênix teve a certeza de que não o procuraria mais.

.

Oh, eu sou o que eu sou
Eu faço o que eu quero
Mas eu não posso esconder

.

Era o homem mais próximo de Deus. Nunca deveria ter permitido tal envolvimento. Nunca deveria ter se deixado levar pelos lábios afoitos, as mãos urgentes e a cálida sensação que era sentir aquele homem. Ou aquele garoto. Ele nem ao menos era um homem totalmente formado, por mais que sua aparência e corpo demonstrasse o contrário... Mas era nisso que tentava se convencer.

Tentava em vão colocar os defeitos na frente de qualquer outro pensamento que pudesse ter.

O coração rasgado em seu peito era dificilmente notado. Quase impossível. A serenidade continuava estampada, como sempre, em seu rosto alvo e fleumático. Meditava tranquilamente, tentando esquecer os acontecimentos de dias atrás.

Por que Ikki tinha que ser tão impetuoso? Por que aquele moleque não o deixara em paz? Por que... Deixou-se levar por aquele beijo tão cálido?

O beijo que foi o início da sua perdição. Sua entrega para uma noite tórrida, intensa, onde sussurros, toques e beijos pareciam não ser o suficiente nunca, até chegarem ao ápice, onde ambos os amantes naquele momento haviam se entregado inteiramente um ao outro naquela noite. Apenas naquela noite...

Era difícil esquecer. Mas não impossível.

Afinal, era o homem mais próximo de deus.

.

E eu não vou
Eu não vou dormir
Eu não posso respirar
Até que você esteja descansando aqui comigo

.

Exatos dez anos de paz durou após a batalha contra Hades.

No primeiro ano após os cavaleiros serem revividos, aconteceu tudo aquilo. Porém, quando o cavaleiro de ouro de virgem simplesmente disse que queria fênix longe de si, ele realmente foi embora. O orgulhoso Ikki nunca foi de chorar por migalhas.

E durante esses nove anos, fênix nunca mais sequer esteve no mesmo lugar que Shaka. Ikki nunca mais havia ido até o santuário, e as poucas notícias que ouvia falar sobre o moleque insolente era que ele continuava solitário como sempre. Na verdade, muito mais solitário do que quando tinha apenas 15 anos.

Mas foi em meio a uma nova ameaça que ambos foram obrigados a se verem novamente. Uma nova ameaça ao santuário e á deusa. Inimigos desconhecidos, o que deixava o clima entre os cavaleiros bem mais tenso. Todos sabiam que provavelmente não seria fácil.

- O pior da ameaça, é o fato de desconhecermos o inimigo. – A deusa discursava para seus fieis cavaleiros, todos eles escutando atenciosamente as palavras de sua deusa, no templo da mesma.

Grande parte dos cavaleiros estava ali. Assim como Ikki, num local mais distante, escutando tudo atentamente.

Foi impossível não olhar para a presença imperiosa do cavaleiro de virgem, ao lado dos demais dourados. Por um momento, fênix deixou de escutar as palavras da deusa, absorto em pensamentos e lembranças. Ele continuava da mesma forma, e aqueles dez anos pareceu contribuir para deixa-lo ainda mais belo. E talvez mais arrogante.

Ele mantinha os olhos fechados, a face fleumática. Parecia escutar com total atenção e devoção as palavras da mulher adiante.

E após a reunião, ele simplesmente saiu, juntamente com os demais santos de ouro. Ikki viu os outros cavaleiros que estavam por ali deixarem o templo, pouco a pouco. Não imaginava que rever Shaka fosse deixa-lo novamente absorto naquele sentimento de raiva e frustração.

- Não deveria ir falar com ele, meu irmão? – A voz melodiosa de Shun o trouxe de volta de seus pensamentos.

Ikki nada falou. Olhou para o irmão com seriedade e seguiu adiante, indo para qualquer local do santuário onde pudesse ficar sozinho. Shun sabia o que tinha acontecido; mesmo sem Ikki nunca ter falado nada diretamente a ele.

O Amamiya mais novo se preocupava. Porém, o mais velho nunca lhe dava chance para tentar ajuda-lo.

Talvez a solidão de Ikki fosse sua melhor conselheira.

.

E não vou deixar
Não posso esconder
Eu não posso ser
Até que você esteja descansando aqui comigo

.

O vento suave da Grécia continuava o mesmo.

Fazia tanto tempo que Ikki esteve ali... Neste santuário, neste país. Era nostálgico. A última vez em que se encontrou no santuário foi antes de Shaka simplesmente manda-lo embora.

Sabia que havia insistido demais no loiro, mas sempre imaginou que quando ele finalmente cedesse, ele não o descartaria assim. Mesmo tendo se passado dez anos, ainda era doloroso. E as lembranças ainda atingiam seu coração desfragmentado e seu ego ferido.

Mas estes dez anos de solidão e amadurecimento certamente fizeram Ikki mudar.

O moreno andava em silêncio pelos arredores do santuário da deusa. Estava trajando a armadura de bronze da fênix, sua constelação protetora. Andava despreocupado, com os pensamentos ao longe, tentando dissipar qualquer resquício de lembrança onde o protagonista fosse certo loiro metido.

Mas de súbito, notou até onde havia ido. Aquele local arejado e escondido entre algumas árvores. O local onde gostava de ir para ficar sozinho, sabendo que ninguém iria até ali.

Ninguém, exceto ele.

E como esquecer o loiro, se ele também estava ali? No seu lugar particular?

.

Oh, eu sou o que eu sou
Eu faço o que eu quero
Mas eu não posso esconder

.

- Há quanto tempo, fênix. – Shaka enfim falou. Mesmo de costas, sentiu a presença do outro e escutou ele chegar.

O loiro não sabia ao certo o porquê de ter ido até aquele local. Mas de certa forma, sentia a necessidade de estar ali. Queria acreditar que estava ali apenas por gostar do local e o achar agradável. Mas no fundo, num local em sua mente onde não queria aceitar, estava ali porque o local lembrava Ikki.

E porque tinha a chance de que ele logo estaria ali.

- Eu não imaginava encontra-lo aqui, virgem. – A voz estava bem mais grossa e grave.

Shaka enfim virou-se para fitar o leonino. Estava sério, não demonstrava absolutamente nada além de sua costumeira calmaria. Por mais que aquela voz grave tivesse mexido tanto com seu íntimo. Aos poucos, abriu os olhos e o fitou, enfim, pela primeira vez após longos e dolorosos dez anos.

Ikki realmente havia mudado. Estava mais alto, os músculos bem mais trabalhados e o olhar mais faiscante e intenso. A cicatriz em seu rosto o deixava com um ar ainda mais másculo, assim como sua voz grave. Fênix estava mais alto agora.

O silêncio doloroso perpetuou-se por longos segundos. Os olhos azuis escuros mergulhados no mar azul claro do cavaleiro de virgem. Fazia muito, muito tempo que não fitava aqueles olhos cheios de arrogância e superioridade.

Maldita superioridade que lhe irritava e atraia! Era um paradoxo! Shaka sempre foi um paradoxo em sua mente.

- Perdoe-me atrapalhar o seu momento de silêncio, Buda. – Ikki quebrou o silêncio que estava se instalando, com a voz carregada de sarcasmo.

Shaka não se surpreendeu com aquela reação. Aproximou-se mais, ainda admirando internamento os traços mais adultos e másculos do mais jovem, ficando mais perto, fitando-o sério.

- Estamos no meio de uma nova ameaça de guerra, Ikki. Vamos lutar juntos pela mesma causa.

- Espere! – O interrompeu, logo voltando a falar: - Já imagino o seu discurso. Você quer fingir que nada aconteceu. Que não devemos nos digladiar porque estamos lutando ao mesmo lado, certo? – O moreno deu uma risada sem graça alguma; zangado.

- Exatamente. – O outro, não menos arrogante, o respondeu com um ar soberbo. O que mais poderia dizer? Era lógico que queria apenas fingir que nada aconteceu e que deveriam lutar como cavaleiros.

- Eu normalmente iria te xingar. Ou ignora-lo. Eu ficaria irritado, Shaka. Mas... – Deu uma pausa. Seus olhos não desviavam dos azuis o outro, e ele também parecia interessado. – Mas sabe o que farei?

Shaka ergueu uma sobrancelha, esperando a resposta do impetuoso leonino.

- Eu apenas vou dizer “tudo bem, cavaleiro”. – Sorriu de canto. Sua vontade era beijar novamente aqueles lábios da perdição. Mas quem não lhe garantia que nesse tempo todo ele não estivesse com alguém? Não queria mais as migalhas de Shaka. Estava decidido desde aquele dia a nunca mais ir atrás do loiro. Lutaria ao lado dele, e só.

- Ótimo. – Shaka o respondeu arrogante e viu o outro apenas virar-lhe as costas para sair. Porém, antes que ele pudesse se distanciar, o guardião do templo de virgem segurou firme seu ombro, o fazendo virar-se novamente e o fitar mais uma vez com aquele olhar predatório.

Céus, como os olhos de Ikki puderam ficar ainda mais intensos em todo esse tempo?

- É uma nova guerra, Ikki. – Voltou a falar, quebrando mais uma vez o silêncio.

Ikki fitou aquele rosto, os olhos azuis, os lábios finos e bem desenhados... Os longos cabelos loiros, onde não resistiu. Logo estava segurando uma longa madeixa dos fios dourados, levando até o nariz a mecha e sentindo o cheiro de sândalo que sempre esteve ali. Bem como lembrava. O cheiro inebriante de Shaka.

Era uma ação quase automática. E Shaka acompanhou todo aquele movimento com seus olhos azuis, caindo novamente na perdição onde se repreendeu tanto por ter se deixado levar.

- Eu sei que é uma guerra, loiro. – E ao falar aquilo, o moreno simplesmente o puxou de súbito pela nuca, beijando-o.

O beijo foi correspondido a altura de suas saudades e urgências. Ikki sabia muito bem o porquê de Shaka querer manter-se sozinho. Sabia que aquele loiro metido se achava cheio de responsabilidades por ser o mais próximo de deus. E agora ele estava ali, novamente, entregue em mais um de seus beijos tórridos. Queria poder brigar com ele devido a todo esse tempo, mas estavam num clima tenso, todo o santuário estava tenso. E o atraso de dez anos parecia contribuir para não deixa-los falar ou brigar o que quer que seja.

O beijo cessou e os rostos continuaram próximos, ambas as respirações misturando-se, tornando o momento mais cálido.

- E é por isso que não vou deixar você escapar novamente. – Fênix voltou a falar, não dando a chance para o loiro responder, apenas tomando mais uma vez os lábios de sua perdição num beijo tórrido.

.

Eu não quero chamar meus amigos
Para que possam despertar-me deste sonho
E eu não quero deixar essa cama
Arriscando esquecer tudo que aconteceu

.

Tinham tantas palavras. Mas as palavras pareciam inúteis no momento. Agora só queriam sentir um ao outro. Tocar, beijar, acariciar... Tudo o que durante dez anos mantiveram privados devido à arrogância e orgulho de ambos os cavaleiros.

Já estavam novamente no templo de virgem. O leito onde os amantes entregavam-se novamente um ao outro parecia também esbraseante. Todo o ambiente parecia ter elevado bastante à temperatura. Os gemidos, afagos e sussurros contribuíam para tal calor, assim como os toques e beijos nada castos.

O ápice chegou arrebatador. Em seguida, carícias, troca de olhares e nenhuma palavra por longos minutos... Por longos minutos apenas aproveitaram a presença um do outro.

- Não pense que irei deixar você escapar novamente, loiro. – Sussurrou o moreno, ainda absorto em seu recente êxtase.

O loiro sorriu, fitando-o. Será que ele continuava o mesmo pirralho insolente e não percebia que estavam num clima de guerra?

- Veremos fênix. – Falou altivo, mas desta fez, apenas recebeu um beijo avassalador e carícias ousadas como resposta, sentindo o moreno por cima de si lhe acariciar cheio de vigor e vontade, o deixando mais uma vez naquela noite entregue a ele.

Daquela vez, aquele beijo soou como a resposta que o manteria agora para si.

.

E eu não vou
Eu não vou dormir
Eu não posso respirar
Até que você esteja descansando aqui comigo

.

Fim.


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Notas finais do capítulo

Como eu disse, é a primeira vez que escrevo com o casal. Espero que não tinha ficado muito OOC...E eu pretendo melhora-los conforme eu for treinando.

Ps: Agradecimentos especiais para a La Angel que deu uma revisada. Obrigada!

E Sion, continue divando nas fanfics! beijos e espero que goste, foi feito de coração ♥ xD

Violeta. (postado em 23/junho/2014)