Diário de Uma Paixão escrita por WaalPomps


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Heeey gente, olha a Waal aqui de novo.Então, tava vendo esse filme e me deu essa louca. Eu amo o filme, adorei o livro, e Allie e Noah são tão Fabine nas briguinhas, que não teve como resistir.Espero que gostem, ok?



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Os românticos chamariam isto de uma história de amor, os cínicos diriam que é uma tragédia. Na minha cabeça é um pouquinho de ambas, e no final das contas qualquer que seja a maneira como você escolha encarar este relato, nada altera o fato de que ele abrange uma grande parte da minha vida e do caminho que eu escolhi trilhar. Não tenho nenhuma queixa a fazer quanto ao meu percurso e aos lugares aonde ele me levou; talvez sobre outras coisas eu tenha reclamações, suficientes para encher uma tenda de circo, mas o caminho que escolhi tem sido sempre o certo, e eu também pouco gostaria que tivesse sido de outro jeito.¹

Por grande parte da minha vida, eu fui completamente cínica em relação ao amor, e poderia ser dos que irão dizer que isso foi uma grande tragédia. Mas depois de amar e ser amada como fui...

Todos os dias, acordo com o sol tocando meu rosto através da fresta da cortina. Demoro algum tempo no processo de me levantar, já que as articulações e ossos velhos não ajudam. As enfermeiras já deixaram os remédios no móvel ao lado da cama, e a cada dia eles se multiplicam. É uma profusão de formatos, cores e tipos, que já nem sei mais para o que cada um deles serve.

Meu armário não tem uma grande variedade de roupas, algo que felizmente não mudou com o tempo. Visto uma calça de moletom, uma camiseta branca e um moletom preto. Penteio os cabelos brancos e ajeito meus óculos, já tão grossos que mais parecem o fundo de uma garrafa.

Abro a caixinha de madeira, já velha e desgastada, e encontro o livro, tão velho e surrado quanto. O pego com o mesmo cuidado de sempre e ajeito ao lado do corpo, me encarando no espelho e suspirando para meu reflexo.

Hora de esperar por mais um milagre.

No começo, odiava o excesso de branco que impera esse lugar. Mas com o passar dos anos, se tornou mais fácil me acostumar e me sentir em casa. A simpatia e cordialidade dos funcionários ajuda nisso, e apesar de a alguns me acharem uma louca completa (malditos cínicos), há uma grande parte de românticos, que torcem para que cada dia, seja um ótimo dia.

_ Bom dia Sra. Campana, está um lindo dia. – Eliza, a enfermeira encarregada por aquele quarto, me cumprimentou – Mas acho que ele não está em um bom dia.

_ Ele nunca está. – eu ri, observando o homem em frente à janela – Sempre um fraldinha preguiçoso.

A mulher me sorriu compreensiva, enquanto caminhava até ele e colocava a mão em seu braço, atraindo sua atenção. Ele piscou os olhos castanhos para ela, sem se dar conta da terceira pessoa no recinto.

_ Fábio? Tem alguém aqui para vê-lo.

_ Fá-Fábio?

_ Isso querido, você é Fábio. – suspiro ao ouvir aquele diálogo. Mesmo com o passar do tempo, não se tornou mais fácil – O nome dela é Giane. Ela veio ler para você.

_ Ler? Ler o que? – ele virou um pouco o rosto, até seu olhar encontrar com o meu – O que você vai ler para mim?

_ Uma história muito bonita. – garanti, caminhando até ele – E você gosta muito dela.

_ E-eu gosto? – assenti – Mas como você sabe que eu gosto? Quem é você?

_ Uma amiga. – o gosto dessas palavras é sempre amargo à essa hora do dia – Vamos?

Ele relutou um pouco, provando que apesar de tudo, continua a mesma mula empacada que sempre fora. O guiei pelo local, o apoiando pelo braço. Os anos de sedentarismo em frente à um computador, agora cobram seu preço, e se as minhas articulações estão doloridas aos 80 anos, as dele estão praticamente enferrujadas.

_ Acho que aqui está bom. – o ajudo a sentar em uma poltrona com uma estampa cafona de flores, e ele se ajeita ali. Me sento a sua frente, ajeitando os óculos – Onde paramos ontem?

_ Não me lembro. – sua voz é rabugenta, e isso me traz um sorriso ao rosto.

Com um lambida no dedo, consigo abrir o caderno na primeira página. Ajeito os óculos uma vez mais, piscando para focalizar a visão. Dou um tossida e um pigarreio, antes de começar enfim:

_ Não sou nada especial; disso estou certo. Sou um homem comum, com pensamentos comuns e vivi uma vida comum. Não há monumentos dedicados a mim e o meu nome, em breve, será esquecido, mas amei outra pessoa com toda a minha alma e coração e, para mim, isso sempre bastou.²

Engulo as lágrimas que sempre se formam e viro a página, observando o olhar sereno que ele dirige para a paisagem do lado de fora da janela. Um sorriso pequeno se forma em meio a barba rala, e eu sorrio também.

Viro a página e recomeço a ler.

Com certeza é um bom dia.


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Notas finais do capítulo

¹/²: Trechos extraídos do livro Diário de Uma Paixão, de Nicholas Sparks
E aí? Surpresos? Não vai seguir a risca o filme e livro, então se preparem para MUITAS surpresas.Beeeijos