Além da Eternidade - 1° temporada escrita por Savinon


Capítulo 92
Apenas uma chance, apenas uma respiração


Notas iniciais do capítulo

Bom gente, hoje será apenas um capítulo. É nele que contém a minha ideia inicial da fic e foi pensando nesse momento que eu fiz o desenrolar da mesma. Apesar de 'complicado', é um dos meus capítulos favoritos porque eu me emocionei 738238 vezes escrevendo e reescrevendo ele kk Também tem uma música nele (link nas notas finais), se puderem dar play quando for pedido, fica mais emocionante kk



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Chegando lá, ela largou suas coisas e foi direto para o quarto. Não demorou um segundo e Tchesco estava pulando nela. Ela o pegou e deitou-se na cama. O cheiro de Beta estava tão presente que parecia que Beta também estava ali.

Thayane: Ta com fome, bonitinho? - Ele latiu e ela sorriu. - Vem, vamos comer algo.

Thay deu de comer à Tchesco e ligou para Angel. Ela contou tudo o que havia acontecido naquela noite, Angel a encheu de perguntas e ela respondeu todas. Minutos depois e ela ligou para May contando também tudo o que havia acontecido. May e Angel ficaram muito felizes e loucas para saberem se ela já tinha falado com Beta, mas Thay não quis apressar as coisas. Mais uns minutos e Thay finalizou a ligação, estava cansada e acordaria cedo.

Na manhã seguinte Thay acordou cedinho e a primeira coisa que fez foi ligar para Beta.

Roberta: Bom dia minha princesa.

Thayane: Bom dia meu amor, como está?

Roberta: Bem e você?

Thayane: Morrendo de saudade!

Elas conversaram sobre como estava o clima, se Beta estava comendo e se agasalhando bem e Thay passou mil e uma recomendações para ela. Logo Thay resolveu dar a notícia.

Thayane: Tenho uma coisa pra te contar.

Roberta: Deixa eu adivinhar: Você está grávida de mim? - Thay sorriu.

Thayane: Ainda não, mas quem sabe logo, logo.

Roberta: Hum, então o que é?

Thayane: Eu terminei com Vitor. - Do outro lado da linha Beta ficou de boca aberta, não estava acreditando que realmente tinha escutado aquilo, seu coração acelerou tanto e sua respiração acelerou.

Roberta: O que?

Thayane: Eu terminei com Vitor ontem, amor.

Roberta: Sério? Mas como? O que você disse?

Thayane: Fomos jantar na casa dos meus pais, lá ele ficou respondendo coisas por mim, ao chegar em casa brigamos e eu terminei.

Roberta: Ele aceitou de boa?

Thayane: Não, ficou de blábláblá, mas eu não pensei duas vezes, peguei parte de minhas coisas e saí de casa. Ah, a propósito, eu vim pro teu apartamento, tudo bem? - Beta sorriu.

Roberta: Claro amor, meu apartamento é seu também. Poxa, você não imagina o quanto isso me deixou feliz.

Thayane: Eu te prometi, não te prometi? Volta logo meu amor, volta pra gente poder ser nós duas e viver nosso amor sem precisar se esconder de ninguém.

Roberta: Volto sim, assim que acabar a corrida, eu volto no mesmo dia.

Elas conversaram mais um pouco e logo desligaram, seus dias seriam cheios.

Thay tomou um banho, um café, se arrumou, deu comida para Tchesco e foi para sua empresa. Lá pelas dez e meia da manhã, Vitor ligou.

Vitor: Bom dia. - Thay ao reconhecer sua voz, desanimou.

Thayane: Bom dia.

Vitor: Como passou a noite?

Thayane: Bem e você?

Vitor: Não consegui pregar os olhos. - Thay sentiu culpa, afinal, Vitor não merecia ser deixado de lado desse jeito, a única coisa que ele fez durante esses anos foi amar Thay, amar incondicionalmente, trabalhar vinte e quatro horas por dia para dar tudo do bom e do melhor à ela. Mas ela também não havia pedido para se apaixonar por Beta e ele jamais entenderia essa situação se ela tentasse explicar.

Thayane: Vitor, não to podendo conversar agora, estou indo pra uma reunião.

Vitor: Tudo bem, outra hora te ligo. Se cuida. - Thay desligou.

O dia passou voando, Thay trabalhou horrores e Beta passou o dia com o patrocínio e treinando. Durante a noite, Beta ligou para Thay para dar boa noite.

Roberta: Liguei só pra te dar boa noite.

Thayane: Já vai dormir?

Roberta: Já, amanhã acordo cedo e preciso estar inteira.

Thayane: Que horas vai ser sua corrida?

Roberta: Me informei aqui e vai passar as três horas da tarde naquele canal de corridas, sabe?

Thayane: Sei sim. O pessoal e eu combinamos de nos encontrarmos na casa da Angel pra assistirmos.

Elas conversaram mais um pouco, Beta perguntou sobre Tchesco e logo Beta precisou desligar.

Thayane: Então boa sorte meu amor. Toma muito cuidado, por favor.

Roberta: Pode deixar amor, vai arrumando um lugarzinho aí pro troféu. - Thay sorriu.

Thayane: Deixa comigo.

Roberta: Eu te amo muito, muito, muito.

Thayane: Também te amo muito, muito, muito. Você é tudo pra mim.

Roberta: Você também é pra mim.

Thayane: Toda sorte do mundo pra você, vou estar aqui, torcendo com o pessoal.

Roberta: Obrigada neném, boa noite.

Thayane: Boa noite. - Elas desligaram.

Thay sentiu um aperto no peito, mas respirou fundo e tratou de pensar em coisas para fazer quando Beta voltasse. Beta por sua vez, deitou logo e dormiu.

Na manhã seguinte Beta acordou cedo e foi para o local da corrida. Thay também acordou cedo, tomou um banho, deu comida a Tchesco e foi para a casa de Angel. O pessoal já estava reunido lá, eles fizeram um churrasco e ficaram a toa esperando a hora da corrida, todos estavam nervosos.

Um pouco antes da corrida e faltou cerveja, eles fizeram um sorteio e Thay e Diego perderam, então tiveram que buscar no barzinho mais próximo dali. Enquanto compravam a bebida, Beta ligou pra Thay.

Roberta: Amor, te liguei rapidinho porque vou ter de desligar o celular, minha corrida é daqui meia hora e preciso me desligar do mundo ou o pessoal do patrocínio me mata.

Thayane: Tudo bem amor.

Diego: Diz que eu desejo boa sorte!

Thayane: Amor, Diego ta te desejando sorte. Eu e ele viemos comprar cerveja que faltou.

Roberta: Bando de cachaceiros! - Elas sorriram. - Diga que eu agradeci.

Thayane: Pessoal todo ta torcendo pra você viu?

Roberta: Agradece eles, por favor.

Thayane: Pode deixar. Se cuida por favor, hein?!

Roberta: Pode deixar amor, assim que acabar a corrida eu te ligo.

Thayane: Liga mesmo, assim que acabar, sem um segundo de atraso. - Beta sorriu.

Roberta: Te amo muito princesa.

Thayane: Também te amo muito neném.

Roberta: Manda um beijo pro pessoal.

Thayane: Pode deixar. - Elas finalizaram a ligação.

Diego: Ela ta muito nervosa?

Thayane: Demais!

Diego: Ela vai se sair bem, Beta manda muito bem em corridas.

O dono do barzinho demorou um pouquinho para conseguir o tanto de cerveja que eles queriam, depois demorou mais um pouco para pagar. Já estava quase na hora da corrida e eles ainda estavam no bar.

Era 14hs e 58min e eles estavam saindo do barzinho.

Thayane: Corre ou vamos perder a corrida! - Thay sentiu um arrepio tomar conta de seu corpo. - Cruzes!

Enquanto isso no apartamento de Angel e Chris

Angel: A corrida vai começar, eles estão demorando.

Christian: Vai ver ta aquele velho cuidando do bar, ele é amarrado.

Mayane: Começou, começou!

O pessoal correu para frente da televisão, mostraram os competidores se arrumando, sendo assim, filmaram Beta.

Mayane: Ai como ela ta linda nesse uniforme!

Christian: Essa é minha amiga!

Filmaram agora o pessoal colocando seus capacetes e subindo em suas motos, não demorou muito e deram a partida.

Enquanto isso no Canadá

O público que foi assistir a corrida era enorme, havia imprensa de todo lugar do mundo. Roberta usava em seu pescoço um colar e nele estava o anel de namoro que Thay havia dado à ela. Para ter sorte, ela deu um beijo nele e logo montou em sua moto. Dois minutos e deram o sinal da largada.

Tudo ia bem na corrida, a largada foi ótima e 90% dela, Beta esteve no primeiro lugar ou entre as três primeiras pessoas colocadas. Na penúltima volta e o inesperado aconteceu, havia um pouco de neve na pista e Roberta não conseguiu desviar. Sua moto derrapou e junto com ela, Beta caiu e foi arrastada durante alguns metros, assim que ela conseguiu se separar de sua moto, ela capotou com violência algumas vezes e só parou quando bateu no muro que limitava a pista. Em seguida, sua moto veio e a prensou contra o muro, porém não com tanta força já que Beta parou longe de onde caiu.

O pessoal que acompanhavam a corrida pela televisão não desgrudaram seus olhos nem por um segundo.

No Brasil

Angel: O que aconteceu?

Christian: A Beta caiu feio.

Mayane: Ela vai se sair bem, já caiu várias vezes. – Alguns segundos se passaram, a corrida continuou e teve um vencedor, enquanto isso a ambulância invadiu a pista.

Angel: Por que ela ainda não se levantou?

Antes de alguém tentar responder a pergunta, eles ouviram a voz de Thay.

Angel: Desliga, desliga! - Christian desligou a televisão.

Thayane: Chegamos, a corrida já começou? - Correu para o sofá, Diego foi atrás.

Ninguém respondeu nada, May estava quase chorando e olhou para janela tentando disfarçar.

Thayane: Por que a televisão está desligada? Liga aí Chris! - Chris pensou um pouco.

Christian: O canal deu pau!

Diego: Ta brincando! Será que é a antena?

Christian: Deve ser.

Diego: Vamos lá no terraço então.

Christian: Hãm, o cara do prédio não deixou subir lá pra mexer. - Diego e Thay não estavam entendendo nada.

Thay olhou para todos e viu que algo tinha de errado ali, ao olhar May viu ela tentando não chorar.

Thayane: O que ta acontecendo, gente? - Ninguém respondia. O coração de Thay acelerou repentinamente como se tentasse avisar o que havia acontecido. - É a Beta não é? O que aconteceu com ela? - Thay pegou o controle da mão de Chris e ligou a televisão.

Estava um movimento intenso de pessoas na pista de corrida, alguns médicos que estavam lá para caso de alguma emergência, correram até onde havia uma pessoa caída. Logo Thay reconheceu Beta. O pouco que a imprensa conseguiu pegar, foi eles tomando o pulso de Beta, colocando os dedos no pescoço dela e logo imobilizando seu pescoço. Em seguida a colocaram na maca e logo dentro da ambulância que saiu às pressas da pista.

Thayane: Ai meu Deus!

Christian: Calma, devem tá só levando a Beta pra fazer exames.

Thayane: A Roberta não está se mexendo! - O canal da corrida começou a passar propagandas.

Diego: Bom, já que acabou a corrida, troca de canal ai, coloca no futebol. - Diego entendeu o que estava acontecendo.

Thayane: Não, eu quero ver o que eles falam.

Meia hora depois e a notícia chegou. O repórter falava que Roberta havia batido a cabeça com violência e ainda não havia recuperado os sentidos. Por essa razão, ela havia sido internada na UTI. Ao ouvir isso, Thay se desesperou.

Thayane: Por favor Angel, compre uma passagem pra mim pro Canadá. - Thay levantou-se.

Angel: Aonde você vai?

Thayane: Pegar umas roupas e ir pro Canadá. Diego, você fica com o Tchesco, por favor?

Diego: Fico, claro, mas...

Mayane: Compre duas, Angel. Eu vou com a Thay.

Thayane: Não precisa.

Mayane: Não vu deixar você viajar nesse estado.

May e Thay foram até o apartamento de Beta. Enquanto Thay pegava umas roupas, May pegava algumas coisas de Tchesco. Logo elas voltaram para o apartamento de Angel.

Thayane: Conseguiu Angel?

Angel: Sim, aqui estão, é pra daqui uma hora e meia. May, arrumei algumas coisas pra você levar, tome. - May pegou.

Mayane: Obrigada Angel.

Christian: Por favor, nos mantenham informados de tudo.

Mayane: Pode deixar.

Angel: Cuida bem dela, May.

Mayane e Thay pegaram as passagens e foram para o aeroporto, ainda não tinha caído a ficha de Thay.

Horas e horas de viagem e finalmente elas chegaram ao Canadá. Elas foram até o lugar da corrida, inventaram que eram familiares de Roberta e eles passaram o endereço do hospital. Chegando lá, elas viram Josy.

Thayane: Josy! Como a Roberta está? – Josy olhou May e Thay.

Josy: Ela ainda ta desacordada. Eles tão fazendo exames a todo o momento, mas é só o que dizem.

Thayane: Ainda desacordada? Como assim, gente? Já faz muito tempo!

Mayane: Você deve estar cansada, vai descansar e deixa que Thay e eu ficamos aqui.

Josy: Eu vou mesmo. Preciso de um banho e comer algo. Aqui está meu telefone. – Entregou um pedaço de papel com seu número. – Qualquer coisa vocês me liguem, por favor.

Mayane: Pode deixar. – Josy retirou-se.

Algumas horas se passaram, ninguém dizia nada e elas ficavam mais aflitas. Para surpresas das duas, Christian chegou ao hospital.

Christian: E aí meninas!

Mayane: Que bom que você veio!

Christian: Impossível deixar vocês sozinhas nessa hora. Como ela está?

Thayane: Segundo a Josy, ela ainda está desacordada. Aqui nesse hospital ninguém fala nada!

Christian: Eles devem estar fazendo exames. Vamos fazer assim, daqui meia hora se não tivermos noticia, a gente fala com alguém.

May e Thay estavam muito cansadas da viagem. Depois de muita insistência, e Christian conseguiu convencê-las a irem tomar um café. Dez minutos depois que elas saíram, e o médico chegou nele.

Médico: Você é familiar da Roberta?

Christian: Sim. Como ela está?

Médico: Boa noite. Eu sou o Doutor Eduardo. Também sou do Brasil, mas estou há alguns anos aqui no Canadá. Bom, infelizmente eu não tenho boas noticias. – Chris respirou fundo. – A pancada que ela levou na cabeça foi muito forte, afetou boa parte do cérebro. Há um coagulo de sangue nele, e nós precisamos fazer uma cirurgia de emergência. Pra isso vou precisar que você ou alguém da família autorize e se responsabilize.

Christian: Essa cirurgia, é de risco, Doutor?

Médico: Infelizmente sim, essa cirurgia é de altíssimo risco. Ela pode ficar com alguma sequela, desde perder movimento de algum ou algumas partes do corpo, perder a visão, audição e há possibilidade de óbito, também.

Christian: E se ela não fizer essa cirurgia?

Médico: A possibilidade do óbito será maior.

Christian: Eu assino os papeis.

Médico: Venha comigo, por favor.

Enquanto Christian assinava os papéis, as meninas voltaram. No começo elas estranharam por ele não estar ali, mas logo imaginaram que ele teria ido ao banheiro. Minutos depois e ele voltou com a tarefa mais difícil: dar a noticia à elas.

Thayane: Aonde você estava?

Christian: Eu fui falar com o Doutor.

Thayane: E aí, o que ele disse? – Christian olhou May e respirou fundo. Thay permanecia calma por ainda não saber do tamanho da gravidade.

Christian: Ela vai ter que fazer uma cirurgia de emergência, e... – Ele tentava a todo custo se manter firme, mas Beta era sua melhor amiga, uma irmã e ele sabia que poderia perdê-la, então algumas lágrimas escaparam.

Thayane: E?

Christian: É uma cirurgia de risco.

Thayane: Isso quer dizer que ela pode...- Thay não quis terminar a frase. Christian apenas balançou a cabeça em sinal positivo, e os três se abraçaram, e choraram.

Apesar da dor, Christian e May sabiam que precisavam ser bastante fortes para dar forças a sua amiga. Thay ao ouvir a noticia ficou inconsolável, ela só chorava e se lamentava. Ela estava tão nervosa que as enfermeiras precisaram dar um calmante a ela. Seis horas depois, e a cirurgia acabou.

Médico: Boa noite. – Os três o olharam e se aproximaram dele.

Thayane: Como foi a cirurgia, Doutor?

Médico: Felizmente a cirurgia foi um sucesso, apesar dela ainda estar desacordada e nos aparelhos. Agora precisamos esperar a reação da Roberta.

Mayane: Teve alguma sequela?

Médico: Pra sabermos isso, somente depois que ela acordar.

Christian: E tem uma previsão de quando ela acordará?

Médico: Não. Há pacientes que acordaram algumas horas depois, outros alguns dias, semanas, meses e até anos.

Thayane: Mas ela está bem agora?

Médico: É, posso dizer que o mais perigoso já passou, que era o coagulo.

Thayane: Por favor Doutor, me deixe ver ela.

Médico: Não é aconselhável agora.

Depois de muita insistência, Thay conseguiu convencer o Doutor a deixá-la entrar por 5 minutos.

( Deixem a música do vídeo tocando enquanto vocês leem a continuação da cena, por favor.)

Está vez, este lugar maltratado, erros...tempo demais.

Tão tarde, quem era eu para te fazer esperar?

Apenas uma chance, apenas uma respiração

Em passos lentos e ao mesmo tempo ansiosos, Thay foi passando pelo corredor que dava acesso ao quarto de Roberta. Ao colocar a mão na maçaneta, Thay respirou firme, ela tinha medo do que poderia encontrar do outro lado da porta. Ao abrir a porta e entrar, ela se surpreendeu: sua pequena estava deitada em cima de uma cama, cheia de aparelhos em volta, respirando e tendo seu coração batendo graças à eles. Havia uma faixa em volta de sua cabeça, e sua face estava pálida.

Porque você sabe que eu te amo, eu te amei o tempo todo e eu sinto a sua falta.

Estive longe por muito tempo! Eu fico sonhando que você estará comigo e você nunca irá.

Pararei de respirar se eu não a ver mais

Foi difícil para Thay ver Beta daquele jeito. Ela estava acostumada com aquela menina sapeca, teimosa, cheia de vida, de planos e agora se deparava com aquela cena. Em passos lentos, ela foi se aproximando da cama. A cada centímetro vencido, ela conseguia ver melhor o rosto de Beta. Ele estava com alguns arranhões, seus braços com hematomas e a dor se tornava ainda maior para Thay. Ao tocar a mão de Beta, Thay caiu no choro. Tudo o que viveu ao lado de Roberta passou em sua cabeça como cenas de um filme cheio de cor que hoje se transformava em preto e branco, sem vida.

Thayane: Minha pequena. - Disse Thay chorando ainda mais.

De joelhos eu pedirei última chance para uma última dança,

porque com você eu confrontaria todo o inferno para segurar a sua mão.

Eu daria tudo por nós. Dou qualquer coisa, mas eu não desistirei

Havia uma mangueira em sua boca, suas mãos estavam com agulhas e ela sabia muito bem o quanto Beta tinha medo de agulhas. Thay também lembrou de uma vez em que Beta disse que tinha medo de algum dia ser internada em um hospital, pois morreria de medo de ficar sozinha lá, e novamente Thay caiu no choro. Thay segurou firme, mas com cuidado a mão de Beta e aproximou seu rosto do dela.

Thayane: Não se preocupe neném, eu não vou deixar você sozinha aqui. – Ela acariciava com o polegar a mão de Beta e com a outra mão, sua testa. – Me perdoa meu amor, me perdoa por não ter tido antes coragem de enfrentar o mundo pra ficar com você. Eu sei que não é tarde, eu sei que você vai acordar e eu farei tudo, absolutamente tudo pra te dar todo o amor que eu não te dei. – Nesse momento ela soluçava. – Eu sei que seu corpo está aqui, mas seu espírito pode estar longe, pode estar, mas não está, ele está aqui, e sei que você pode me ouvir. Eu só te peço que você não desista, minha pequena. Não desista da vida, não desista de lutar, por favor, eu te imploro, Beta. Eu te imploro que você acorde. Eu vou criar um mundo pra nós duas, sem mentiras e sem fingimentos. Acorda neném, por favor. Não me deixe sozinha, Beta! Eu preciso tanto de você!

Eu queria que você ficasse porque eu precisava , eu preciso ouvir você dizer:

'eu te amo, eu te amei o tempo todo e eu te perdoo por estar longe por tanto tempo'.

Então continue respirando porque eu não irei embora nunca mais.

Acredite nisso, segure-se em mim e nunca deixe-me ir

Médico: Por favor, é melhor você sair, você está muito nervosa e isso não fará bem a você e nem a paciente. – Thay acenou com a cabeça positivamente.

Thayane: Eu vou estar aqui fora meu amor. – Ela aproximou seus lábios da testa de Beta e a deu um beijo demorado. – Eu te amo muito minha pequena, muito muito, muito.

Com muito esforço e ela saiu do quarto. May e Chris foram em direção a ela.

Mayane: E aí prima, como ela está? – Novamente Thay caiu em prantos.

Thayane: Minha pequena está cheia de aparelhos, com hematomas pelo rosto e pelos braços, gelada, tão sem vida.

May e Chris a abraçaram apertado e assim ficaram por um tempo. Depois de tomar outro calmante, Thay sentou em uma cadeira e ali ficou quietinha, aproveitando isso, May puxou Chris para um lado.

Mayane: E a Angel?

Christian: Pedi pro Diego cuidar dela por enquanto.

Mayane: O que vamos dizer ao Vitor? Com certeza ele vai procurar a Thay.

Christian: Pedi pra Angel e pro Diego inventarem algo. Também pedi pra eles avisarem na empresa da Thay, no meu e no seu emprego o que está acontecendo.

Mayane: Obrigada Chris.

Christian: Cara, a Thay não pode ficar a base de calmantes, isso vai fazer mal pra ela. Vamos lá falar com ela.

Christian: Thay, vai pro hotel um pouco. Descansa, come algo, toma uma banho que eu fico aqui com a Beta.

Thayane: Não quero, quero ficar com ela caso ela acorde.

Mayane: Ela ainda está com efeito da anestesia prima, vamos lá e depois a gente volta, daqui a pouco a Josy ta aqui de novo.

Thayane: Ta, mas tem que ser rápido.

Christian: Tudo bem, só fazem o que eu disse e depois vocês voltam.

Thayane: Qualquer coisa, qualquer coisa mesmo você me liga imediatamente.

Christian: Deixa comigo. – Chris sussurrou para May. – Tenta segurar ela lá, vê se ela dorme um pouco.

Mayane: Pode deixar. Qualquer coisa você avisa mesmo.

Christian: Aviso sim.

Assim que as meninas saíram, Josy chegou. Chris contou tudo o que o médico disse e Josy contou como tudo aconteceu. Um dia depois e os pais de Beta chegaram ao Canadá. Thay teve que se manter calma para ninguém desconfiar de nada, mas não foi uma tarefa fácil, principalmente quando os médicos vinham informá-los que Beta não tinha nenhuma melhora.

Alguns poucos dias se passaram, Beta não melhorava, mas também não piorava. Thay procurava sempre ficar com May e Chris para não dar nenhum fora e os pais de Beta descobrirem quem ela realmente era. Vez em outra ela conversa com os pais de Beta. A mãe de Roberta notou o sofrimento de Thay, afinal, não há maquiagem nem sorriso forçado que disfarçam as dores da alma.

Luiza: Você gosta muito da minha filha, não é? - Disse a mãe de Beta, sentando-se ao lado de Thay, que estava sentada em uma cadeira e escorada na parede.

Thayane: Sim senhora. Nós éramos muito próximas.

Luiza: Então você conhecia o jeito teimoso dela? - Thay sorriu.

Thayane: Conhecia sim.

Luiza: Ela já me falou de você. - Thay a olhou um pouco espantada.

Thayane: Falou o que?

Luiza: Coisas boas, não se preocupe. - Sorriu. - Nosa pequena vai melhorar. - Luiza pegou a mão de Thay. - Ela é teimosa, a gente sabe, não vai desistir fácil. - Apertou a mão de Thay, levantou-se e afastou-se.


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Notas finais do capítulo

Estou aberta a criticas! Besos, bom final de semana e obrigada pelo carinho sz' Música: http://www.youtube.com/watch?v=8UHBkWrzZ-Q



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