Além da Eternidade - 1° temporada escrita por Savinon
Notas iniciais do capítulo
Cap de hoje o/
Roberta: To. Quando acontecem essas coisas, eu fico pensando aonde fui me meter. – Ela abraçou suas pernas e encostou seu queixo em um joelho seu.
Mayane: Coisas? – Bebeu mais um gole.
Roberta: Quando ela me deixa em segundo plano, por exemplo.
Mayane: Apesar da Thay ser a minha prima e de adorá-la, sinceramente, eu no seu lugar já teria terminado há muito tempo.
Roberta: Tem pessoas que me acham uma boba por continuar com ela, já que ela faz tudo o que faz comigo, mas não é assim! Eu já pensei em deixar ela, terminar tudo e ir embora, mas eu não consigo me imaginar longe dela.
Mayane: Você realmente ama ela.
Roberta: Eu não sei o que dói mais, se é estar com ela ou estar sem ela. É como se...se...estando com ela me matasse e sem ela eu morresse, entende?
Mayane: Não.
Roberta: Nem eu! – Pegou o a garrafa e deu um gole, entregando-a em seguida.
Mayane: Se as coisas já estavam difíceis, agora então nem se fala.
Roberta: O que me dói mais foi ela ter esquecido o dia de hoje. Na verdade, ela nunca lembrou. – Sorriu com os olhos cheios de lágrimas.
Mayane: Como assim nunca lembrou?
Roberta: É, sempre quando a gente completava mais um mês ela não falava nada, quem falava era eu e ela vinha na onda, como se lembrasse.
Mayane: É o jeito esquecido dela.
Roberta: Eu sei. Mas sei lá, sempre fiquei com garotas detalhistas, talvez. Todas sabiam o dia em que havia rolado nosso primeiro beijo, nossa primeira transa, o primeiro presente que eu dei, o número de mensagens que eu mandava por mês, e a Thay é tão diferente! Eu dou presente, eu mando mensagens, eu faço coisas contra minha vontade e ela não fala nada, nem se quer um ‘que linda a mensagem que você me mandou’.
Mayane: Que dó! – Ela percebeu o biquinho de choro de Beta e sentou mais perto dela. – Não chora não Beta, aquela vaca da Thay é uma sem coração mesmo! Toma um vinhozinho que passa essa dorzinha no peito, toma! – Ofereceu a garrafa e abraçou Roberta que não conseguiu segurar duas lágrimas.
Roberta deu o último gole no vinho e como não gostava de chorar na frente dos outros, arrumou uma desculpa para sair de fininho até que aquela vontade de chorar passasse.
Roberta: Eu vou ali no quiosque buscar outra bebida pra nós.
Mayane: Ta bom, faça isso que eu to com sede. – Soltou Beta.
Roberta: Já volto. – Retirou-se.
Mayane: E não me esquece aqui! – Gritou fazendo Beta sorrir.
Rapidamente Beta comprou quatro garrafas de cerveja, já que era tudo o que tinha para vender naquela hora e voltou para junto de May que estava deitada na areia.
Roberta: Aconteceu alguma coisa?
Mayane: Não, to só observando as estrelas, deita comigo!
Roberta: É melhor você não ficar balançando essa cabeça muito porque a coisa vai ficar mais feia! – May gargalhou e Beta deitou ao seu lado.
Mayane: Olha como o céu ta lindo hoje.
Roberta: Ta muito lindo. Fazia tempo que eu não olhava para as estrelas.
Mayane: Sério? Eu também não lembro da última vez que deitei pra vê-las. A correria do nosso dia-a-dia nos deixa cegos pras coisas simples da vida. – Beta a olhou.
Roberta: Pronto! Bebe e vira poeta? – May gargalhou.
Mayane: Me deixe!
Roberta: Cadê minha cerveja? – Sentou-se.
Mayane: Atrás de você. – Beta virou-se.
Roberta: Ah é! – Pegou a cerveja e tomou um gole. – Hum, geladinha!
Mayane: Eu quero beber, mas não quero parar de olhar esse céu lindo.
Roberta: Bebe deitada, oras.
Mayane: E se eu me afogar? – Beta sorriu.
Roberta: Eu faço respiração boca-a-boca.
Mayane: Deixa de ser safada! – Beta gargalhou.
Roberta: É sério! Pera aí. – Ela deitou de lado perto de May e aproximou a boca da garrafa de sua boca. – Bebe vai.
Mayane: Devagar! – Ela abriu a boca aos poucos e Beta deixou um pouco de cerveja cair em sua boca.
Roberta: Aee. – Afastou a garrafa. – Viu como não foi tão difícil assim?
Mayane: Ah eu também quero fazer! – Sentou-se.
Roberta: Nem a pau vou deixar você fazer isso em mim. Você ta pra lá de Bagdá!
Mayane: Ah não seja má! E não é justo!
Roberta: Ta bom, ta bom. Birrenta! – Beta deitou na areia de barriga pra cima e a entregou a garrafa. – Mas com cuidado!
Mayane: Confia em mim! – May aproximou a garrafa da boca de Beta e aos poucos foi virando-a, enquanto deixava cair cerveja dentro da boca de Beta, um mosquito pousou em seu braço e ela se assustou, balançando-o e derramando a cerveja pelo pescoço e na blusa de Beta.
Roberta: AAAAAH que negócio gelado! – Sentou-se rapidamente.
Mayane: Desculpa Beta, tinha um bicho no meu braço!
Roberta: Você me deu um banho de cerveja, sua destrambelhada!
Mayane: Ué, tira a blusa e lava no mar.
Roberta: Só se eu ficar pelada aqui!
Mayane: Fica de sutiã, só ta nós duas.
Roberta: To sem sutiã. Comecei a trocar de roupa antes de sair de casa e desisti antes de terminar. – Querendo ou não, aquela blusa branca de Beta ficou um tanto transparente e May acabou vendo o que queria evitar.
Mayane: Se joga no mar então, pior não fica. – Sorriu e bebeu um gole de cerveja.
Roberta: Eu vou me jogar no mar sim. – Levantou-se e May levantou junto, rindo muito e com certa dificuldade, claro. – Mas eu não vou sozinha.
Mayane: Que? – Fez cara de nojo.
Roberta: Você me jogou cerveja. – Começou a se aproximar de May, olhando fixo em seus olhos.
Mayane: É, foi! E?
Roberta: E que você vai comigo!
Mayane: No mar? Nem a pau! A água deve ta fria.
Roberta: Ah vai sim, por bem ou por mal. Você escolhe.
Mayane: Vou nada, vou buscar outra cerveja. – Deu as costas.
Roberta: Ah, mas vai mesmo! – Beta se aproximou de May e a pegou por trás, levantando-a alguns poucos centímetros do chão e a carregou para dentro mar.
Mayane: Não Beta. Não faz isso. Não! Não! Nããããão! – Pedido em vão, já era tarde e as duas já estavam na água.
Roberta: Amiga que é amiga, passa por tudo com a outra. Não reclama!
Mayane: É? Mas agora eu vou te afogar e não vou passar por isso! – May se jogou em cima de Beta fazendo-a mergulhar rapidamente.
Roberta: Sua doida! – Elas riam muito.
Mayane: Pior que a água não está muito fria.
Roberta: A noite ta abafada, deve ser por isso.
Mayane: Só espero que você não fique resfriada mais uma vez!
Roberta: Relaxa, já melhorei. Só assim, cura teu porre também.
Mayane: O que? Quem ta bêbada aqui?
Roberta: Você!
Mayane: Eu não, to legal.
Roberta: May! – Ela arregalou os olhos.
Mayane: O que?
Roberta: É você que ta cutucando minha perna?
Mayane: Eu não. OMG, tem um bicho na água???
Roberta: Pára de frescura May! É você, né?
Mayane: Não, minhas pernas estão aqui. – Ela colocou para fora da água uma perna de cada vez.
Roberta: Se não é você, então...
Mayane: Foge, vem! – May agarrou a mão de Beta e começou a puxá-la para fora dágua, enquanto Beta se matava rindo. – Não ri carai, tem um bicho e você fica rindo!! Depois a bêbada sou eu, corre!
Roberta: To te zoando, May!
Mayane: Ah sua sem graça! – Jogou água no rosto de Beta.
Roberta: Vamos sair da água?
Mayane: Vamos. – Elas voltaram para a areia. – Quero ver a gente secar.
Roberta: Missão impossível! – Sorriu e bebeu um gole da cerveja. – Esquentou.
Mayane: Vamos comer algo no quiosque? Deu fome.
Roberta: Vamos. Pega suas coisas.
Elas recolheram suas coisas e foram até o quiosque.
Roberta: O que você vai querer?
Mayane: Não sei. Acho que um xis ta bom.
Roberta: Lanchinho light né? – May sorriu.
Mayane: Quer dividi-lo comigo? Não vou conseguir comer um inteiro.
Roberta: Eu também não consigo comer um sozinha. De que você quer?
Mayane: De que? Você só come de carne!
Roberta: As vezes eu como de outras coisas.
Mayane: Ta bom, pede um de carne mesmo. Vou ao banheiro enquanto isso.
Roberta: Ta bom, não demore. – May retirou-se.
Enquanto May foi ao banheiro, Beta fez o pedido e sentou-se em uma cadeira, aonde mais uma vez ficou observando o mar. Ela não podia ficar um minuto sozinha que sua mente a traía e novamente ela voltava a pensar e a sentir falta de Thay.
Roberta: Como eu queria que você estivesse aqui comigo!
Talvez agora fosse mais pelo porre que ela havia tomado que a fez ter vontade de chorar ao pensar nisso. O dia já estava quase amanhecendo, provavelmente Thay e Vitor já teriam feito tudo o que teriam para fazer e agora ela dormia nos braços dele. Por mais que tentasse, Beta só conseguia pensar nisso. Minutos depois e May voltou.
Mayane: Voltei gatinha! – Sorriu. Apesar da tristeza ter voltado, Beta sabia que não seria justo ficar para baixo depois de tudo o que May estava fazendo para distraí-la, então respirou fundo e deu um enorme sorriso.
Roberta: Demorou! Encontrou alguma piriguete lá?
Mayane: Essa hora só nós duas estamos acordadas. – Elas ririam. – E o lanche?
Roberta: Deve ta saindo já.
Dois minutos depois, e o xis chegava a mesa delas.
Mayane: Vai beber Pepsi?
Roberta: Não gosto de comer tomando cerveja.
Mayane: Mas é uma fresca mesmo! – Beta riu.
Roberta: Come o xis, ok!
Elas comeram, beberam mais um pouco, conversaram, brincaram e quando notaram já era mais de cinco da manhã.
Roberta: Putz, ta tarde!
Mayane: Vamos indo?
Roberta: Vamos, eu só não sei aonde deixei meu carro. Você lembra?
Mayane: Ta pra lá. – Apontou. – Você ta em condições de dirigir?
Roberta: É obviu! – Assim que começaram a ir em direção ao carro, ela atropelou a mesa. – Mas quem foi o cretino que colocou essa mesa aqui?
Mayane: Que mesa idiota, né?
Roberta: Demais pro meu gosto!
Um pouco antes de chegarem no carro, alguém gritou.
xXx: Ei vocês duas aí, paradas!
Mayane: Fudeu! Vamos ser assaltadas.
Roberta: Fica quieta e entrega tudo!
xXx: O que vocês fazem aqui a essa hora? – May virou aos poucos.
Mayane: Ah seu cretino! Eu vou te matar! – Começou a dar sapatadas na pessoa.
Roberta: Pára May, é o Diego!
Mayane: Eu sei que é ele, você acha que se não fosse ele eu estaria batendo?
Diego: E por que você ta me batendo?
Mayane: Porque você me assustou, filho da mãe! – Diego começou a rir.
Roberta: Liga não Diego, ela ta bêbada.
Diego: Pelo jeito ela não é a única, né? O que estão fazendo aqui? E a essa hora?
Roberta: Então, eu fui descartada pela Thay e a May me acolheu.
Diego: Vocês duas estão ficando?
Roberta: Claro que não Diego! Só viemos beber um pouco.
Diego: E agora estão indo pra onde?
Mayane: Não te interessa!
Diego: Me interessa sim, olha o estado de vocês duas!
Roberta: Estamos indo pegar meu carro pra ir pra casa.
Diego: Você não vai dirigir desse jeito.
Mayane: Eu já disse pra você não se meter, seu metido! Volta pra festinha com as tuas peguiguetes!
Diego: Com as minhas o que?
Roberta: Peguetes! Ela tentou dizer peguete. – Diego riu.
Diego: Me dá a chave, eu levo vocês embora.
Roberta: Ah, eu não quero ir pro apartamento, não.
Diego: Você vai pra onde então?
Roberta: Eu quero ir pro meu apartamento.
Diego: Ta, no caminho você me diz aonde é e eu te deixo lá.
Roberta: Ta bom. – Ela entregou as chaves e eles entraram no carro.
O apartamento de Beta não era muito longe dali, então alguns minutos depois eles chegaram lá.
Roberta: Valeu Diego. Pode ficar com o carro e leva a May com você.
Mayane: Não! – Ela desceu do carro. – Quero ficar com você.
Roberta: Não precisa May. – Desceu do carro também. Eu vou ficar legal.
Mayane: Mas com o Diego no carro, eu não vou ficar legal. Quero ficar!
Diego: Fica com essa chata, Beta. – Desceu do carro.
Mayane: Chato é você!
Diego: Você quem é!
Roberta: Chega! Vocês dois vão acordar o bairro todo. Beleza Diego, a May vai ficar comigo, mas você pode ficar com o carro.
Diego: Eu vou direto pra casa mesmo. Não precisam de nada?
Roberta: Não, obrigada por tudo.
Diego: Tchau May. – Ele se aproximou dela e quando foi dar um beijo em seu rosto, ela o virou e acabou pegando de raspão na boca.
Mayane: Abusado! – Diego riu.
Diego: Foi sem querer! Você virou o rosto.
Roberta: Chega vocês dois, mas que coisa! – Ela pegou umas chaves no carro e deu pra May. – Vai entrando May, eu já vou. – Ela retirou-se.
Diego: Tem certeza que vocês não precisam de nada?
Roberta: Tenho sim, valeu mais uma vez. – Ele se aproximou dela e deu um beijo em sua testa.
Diego: Não fica mal não, valeu?
Roberta: Pode deixar. – Sorriu sem muita vontade. – Boa noite ou bom dia, sei lá.
Diego: Cuida bem da teimosa. – Entrou no carro e o ligou.
Roberta: Deixa comigo.
Assim que se despediram, Beta entrou no prédio e May a esperava no elevador. Elas subiram, May fez mil comentários de como o apartamento de Beta era lindo, elas conversaram mais um pouco, logo tomaram um banho e caíram na cama. May adormeceu na cama de Roberta, enquanto ela tomava seu banho. Beta não quis acordá-la, então a deixou ali mesmo.
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