Quem disse que eu tenho sorte? escrita por Chizul


Capítulo 16
A Doença Que Nos Fará Sofrer


Notas iniciais do capítulo

Olá Granuladitos!
Tudo bem?
Então hoje voltamos a narração de Yumi! Pois é, ela acordou (dei spoiller, mas todos pulam isso e vão ler, então não tem problema)
Qualquer erro, muitas desculpas!

Sem breves avisos, vamos começar!



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...

Assim que vi tudo preto, meu coração começou a bater menos, minha dor começou a doer menos, meu mundo foi sumindo aos poucos. Eu não senti nada, absolutamente nada, nem o vento se chocar com meu corpo, nem minha respiração.

Quando abri meus olhos, estava em um lugar preenchido pela cor amarela. O trigo na terra e o fim de tarde no céu eram com certeza “a” paisagem. Todos os meus sentidos estavam em alerta de novo, sentia a brisa de o vento bater em meus cabelos e levá-los com ela. Quase que engoli cabelo por serem enormes.

Fitei o horizonte. Não havia nada além de trigo; fitei o outro, também não havia nada além de trigo. Onde estou? Essa sensação de estar no céu... Eu morri?

Okay, Okay... Vamos nos acalmar.

– Yumi?

Assim que vir-me-ei, vi Kenti olhando para mim. Ao seu lado estava Lysandre e atrás deles estava Sam.

– Kentin! – Gritei e o abracei.

Não sei por que, mas comecei a chorar. Fato estranho para mim. Olhei nos olhos de Kentin; o castanho brilhante e alegre era vista até de longe. Chorei em seus braços, ele me abraçou forte, tão forte que acho que quase quebrei algum osso.

– Esta pronta? – Ele perguntou.

– Pronta? – Perguntei de volta.

– Sim. Queremos você de volta. – Limpou uma de minhas lágrimas.

– Sim, estou.

Logo após, um feixe de luz se abriu e caminhei ao seu lado até ele. Meu vestido branco e cabelos ruivos iam com a brisa. Olhei para o outro lado e Lysandre segurou minha mão. A minha frente, Sam já tinha entrado no feixe. Quando cheguei perto e o toquei, senti uma sensação estranha, mas boa.

– Vamos. – Lysandre soltou minha mão e atravessou o feixe.

– Estamos sentindo sua falta. – Kentin completou e me puxou.

Assim que o atravessei, tudo estava preto...

...

Aos poucos, meus olhos foram se abrindo. Ainda com sono, observei o local, com os olhos entreabertos. Estava em uma sala branca, seu piso tinha a mesma coloração. Ao meu lado esquerdo tinha um sono que se ligava a mim por alguns tubos, perto dele tinha a bomba – não que explode óbvio –, e uma garota loira-acizentada, que dormia sentada em um banco com a cabeça na cama e segurava minha mão. Não sei dizer os outros utensílios médicos que tinham ali, pois nunca vim a um hospital. Ao meu lado direito tinha a bolsa de sangue, como a de soro, também se ligava a mim por tubos. Perto tinha uma mesinha cheia de objetos e algumas flores. Deste lado também vi um garoto de cabelos castanhos que estava do mesmo jeito que a garota... Ele segurava minha mão.

Não conseguia sentir muito meu braço esquerdo, ele estava com gesso, mas minha mão estava à amostra, dando para a garota segurá-la. Em minha cintura tinha um troço estranho que não dava para mexê-la. Senti uma leve dor de cabeça, e a mesma estava enfaixada.

Meus grandes cabelos ruivos estavam sendo segurados pelas duas pessoas ali presentes.

Elas eram tão iguais as do meu sonho... Mas quais seus nomes mesmo?

Quando olhei pela janela, já era noite. Por volta 18horas e 30minutos.

– Argh! – O garoto bocejou. – Boa Noite Yumi. – Desejou.

Assim que me viu acordada ficou atômico. Começou a mexer na loira que acordou atordoada.

– Sam, Sam, Sam! – A chamava... Então era Sam seu nome? – Yumi acordou!

– Oi? O quê? – Perguntou bocejando. – Yumi... O QUÊ?

Ela olhou para mim, que a observava estranhamente. Ela quase pulou em cima de mim, se não fosse pelos tubos que ela arrancaria. Pelo menos ela pensou antes de me atacar...

– Ligue para Lysandre. – Mandou e o garoto assim fez. – Não acredito! Yumi como se sente? Alguma dor?

– E-Eu...

Iria responder, mas minha voz não saia direito. Coloquei minha mão em minha garganta e torci um pouco, minha garganta estava seca. Olhei para todos os lados procurando algo para beber e a garota pareceu entender, pois trouxe um na hora.

– Você se sente cansada ou algo do tipo? – Neguei com a cabeça.

Quando terminei de tomar a água, mais duas pessoas apareceram na sala com um médico. Um garoto de cabelos lisos brancos e de ponta preta chegou perto de mim, pausou a mão em minha bochecha e começou a acariciá-la com o polegar.

– Olá Yumi. – Cumprimentou-me.

Toquei sua mão quente. Ele era o garoto de meus sonhos... Mas qual seu nome? Ele é meu amigo? Parente? O quê?

– Quem... – Comecei. Ele chegou mais perto para escutar melhor. – Quem é... Você? – Perguntei.

O sorriso em seu rosto murchou. Seus olhos arregalaram-se e os das outras três pessoas também... Fiz algo errado?

– Não se lembra de mim? – Perguntou.

Toquei seu rosto. Minha mão direita começou a identificá-lo. Ele era aquele garoto! Tinha que ser!

– Você é algum... Amigo meu? – Deitei a cabeça para o lado ainda acariciando sua face.

Ele segurou minha mão e se apoiou nela, fechando os olhos e suspirando.

– Não Yumi... Sou seu irmão.

Senti o clima tenso daquelas pessoas.

– M-Mas não temos n-nenhuma comparação... Como sou sua irmã?

– Você é adotada. – Ele segurou minha mão e a segurou com as duas mãos em frente a sua boca, suspirando e beijando-a. – Sou Lysandre, tem certeza absoluta que não lembra de mim?

– T-Tenho... Desculpa Lysandre. – Soltei minha mão das dele e a deitei em meu colo junto com a do braço engessado. –Se você é meu irmão mesmo... – Ele assentiu ao perceber que parecia uma pergunta. – Quem são... Aquelas pessoas?

– Deixarei que elas respondam por si mesmas. – Pude o ver chamar a loira.

– Olá.

– Oi Yumi. – Esboçou um sorriso falso. – Sou sua empregada particular e sua melhor amiga.

– Empregada? – Perguntei... Eu sou rica?

– Sim. Empregada. Você e eu somos amigas a pelo menos cinco meses. – Segurou minha mão. – Como é bom te ver acordada. – Meu nome é Samanta, mas você me chama apenas por Sam.

– Se você diz que era minha amiga, então quero que sejamos a parti de agora também! – Ela assentiu positivamente.

Depois de ela contar varias coisas inacreditáveis que fizemos juntos, o garoto de cabelos castanhos veio até mim, sentou-se ao meu lado e me fitou.

– Yumi... Você lembra da C.A.E? – Perguntou.

Parando um pouco para pensar, lembro-me muito bem dela. Aquela prisão horrorosa...

– Sim.

– Eu era seu melhor amigo naquela época. Fazíamos quase tudo juntos, tinha vezes que você aprontava e colocava a culpa em mim. – Prendeu o riso. – Mas eu era um garoto burrinho, agora mudei. Não uso óculos e sim lente de contato. – Parou de me fitar e olhou para os aparelhos médicos. – Meu nome é Kentin, antes meu apelido era Ken, mas nunca ouse me chamar assim de novo.

– Espero que me lembre o mais rápido possível de você Kentin. – Sorri fraca.

O médico entrou e nesse instante que vi Castiel... Ele dormia.

– Castiel? – Perguntei fraca.

Minha voz estava em falha. Quando terminei de fizer seu nome, todos me encararam abismados e depois a Castiel... Fiz algo errado?

– Yumi como se lembra dele? – Kentin perguntou.

– Não sei... Assim que o vi, lembrei de imediato tudo que sei sobre ele.

Acho que meus neurônios estão loucos. Minha cabeça dói tanto...

– Oh! Então era esse o motivo de toda aquela barulheira, a paciente acordou. – O médico se pronunciou. – Pelo visto não terei de fazer a pequena reunião, já esta decidido.

– O que está decidido Carlos? – Sam pergunta desconfortada.

– Ela irá ficar com o rapaz ruivo, se não falta a memória ele é Castiel, como disseram. – Ele começou a anotar algo na prancheta. – Ele ia cuidar dela por dois meses e meio, tempo o bastante para ela recuperar toda a memória novamente.

– Dois meses? Isso não é muito? – Kentin fitou-o.

– Não. Ela tem certos problemas e além de afetar sua memória, todos os seus movimentos e pensamentos foram retirados. Acho que ela vai ter problemas em relação no desenvolvimento do cérebro. Ou seja, precisará de alguém que conheça para que cuide dela, não poderá entrar muito em contato com parentes desconhecidos, pode ficar com medo. – Explicou... Eu não estava entendendo nada. – Aconselho a vocês a levarem para a casa desse rapaz. Uma atividade boa para a recuperação será a pintura de quadros, então acho bom conseguirem coisas desse ramo ou algo parecido ou relacionado à pintura.

– M-Morara na casa dele? Manter distancia? – Kentin cuspiu as palavras, irritado.

– Sim. E a parte de manter distancia também terá de ser feita. Ela não poderá conversa com vocês freqüentemente, poderão a visitar um dia na semana.

– Senhor médico... – O chamei. – Quando vou para a casa de Castiel?

– Daqui a duas semanas. – Avisou. – Enquanto isso seus amigos farão a mudança de suas coisas para a casa de seu amigo. – Todos assentiram tristemente. – Agora terá que dormi. Ainda não se recuperou adequadamente.

Depois disso não me lembro de mais nada a não ser o médico fechando minhas pálpebras e me deitando de volta na cama.


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Notas finais do capítulo

Olá Granulados!
Quem gostou?
Será que foi uma boa ideia eu deixar Castiel tomar conta dela? O que será que ele fará com a coitada que está mais inocente que um recém nascido?

Até o próximo!
Tchau!