O Preço de Uma Guerra escrita por Maya


Capítulo 3
O Tempo Passa




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Setembro de 1940.

Há dois anos, Finn e eu começamos um relacionamento realmente sério. Nunca pensei que um dia poderia falar "eu tenho um namorado". Mentira. Pensei sim, só que nunca passou pela minha cabeça que esse namorado seria o meu primo irritante.

No início, foi realmente estranho, Finn e eu passamos dias e dias sem nos falarmos. Por mim, esses dias seriam ainda maiores. Só que Santana, minha prima linda, perfeita, maravilhosa, tomou a frente e resolveu nos ajudar.

*Flashback on

Santie nos chamou Finn e eu para a sua casa, o azar foi tanto que eu cheguei depois dele, o que me forçou a cumprimentá-lo. Ele não me respondeu. Apenas me olhou e voltou a sua atenção para o livro que lia. O silêncio era total, mas Santana fez o favor de quebrá-lo.

–Finn vem aqui!!- ela gritou fazendo com que déssemos um pulo no sofá.

Ele se levantou e caminhou devagar até ela, aparentemente, estava tão assustado quanto eu com o grito de nossa prima louca.

–O que foi?-perguntou mal-humorado.

–Quero que resolvam o que está acontecendo entre vocês!

–O que está acontecendo?- se fez de confuso.

–Não se faça de confuso Finn! Você sabe exatamente do que estou falando.

–RACHEL VEM AQUI!- agora sim eu estava com medo. Santie e eu éramos amigas, mas algumas vezes suas atitudes me davam medo. Assim como Finn, me aproximei devagar até me juntar a eles. Não olhei nos olhos de Finn.

–Quero que se olhem!- Santana disse mais calma. Não obedecemos.- QUERO QUE SE OLHEM AGORA!! ANDEM LOGO! OLHO NO OLHO!- Dessa vez ficamos realmente com medo dela. Melhor não arriscar. Nos olhamos. Por um momento ficamos apenas Finn e eu naquela sala. Sempre li em livros que sensações como essa, só acontecem quando se está apaixonado. Naquele momento eu percebi. Eu o correspondia. Me apaixonei de repente. Mal sabia eu que aquele sentimento nunca iria acabar de verdade.

–Vou deixar vocês sozinhos- falou Santana, nos trazendo de volta ao mundo real.-Por favor não se matem o.k?- continuou- vou estar ali fora.

Santana deixou bem claro que estava de olho em nós dois, para impedir que não acontecesse nenhuma agressão ali dentro.

Finn estava distante. Era como se apenas seu corpo estivesse ali enquanto seus pensamentos viajavam pelo universo. Achei que ele não diria nada, mas como que para me surpreender, ele finalmente disse alguma coisa.

–Não sei o que dizer.-falou baixinho, meio sem jeito.

–Nem eu- confessei no mesmo tom, só que mais sem jeito ainda.

–Sabe... não mudei minha opinião sobre estar apaixonado por você.- ele tomou coragem e me olhou nos olhos, com um sorriso com covinhas tão encantador que era capaz de levar qualquer garota para a Lua.

–Que bom porque eu...- Falo ou não falo? Falo ou não falo?? Ai meu Deus!! Falo.- também não mudei minha opinião. Acho o sentimento é recíproco. Acho que também estou apaixonada por você Finn- sorri.

Pela sua expressão, era possível ver que por aquela, seus ouvidos realmente não esperavam. Ele estava espantado, porém aos poucos o espanto se tornou um sorriso. Um belo sorriso de covinhas. Aquelas covinhas! Um dia ele me derrete com elas! Em seus olhos, havia uma pergunta. "Sério?". Fiz que sim com a cabeça, e para minha surpresa ele sorriu mais ainda, como se fosse possível.

–Devemos esperar e ver o que acontece?- perguntou.

–Acho que essa é uma boa ideia -continuei- O que tiver de ser será certo?

–Certo.- ele fez uma pausa- estamos bem?

–Estamos bem.

*Flashback off

Acabou que o "o que tiver de ser será" era exatamente o que tínhamos imaginado. Nos apaixonamos ainda mais e começamos um relacionamento. Nosso lema acabou sendo "estamos bem", por que? Não sei. Acho que está relacionado a isso: enquanto estivermos juntos, sempre estaremos bem.

Estávamos deitados sobre o tecido vermelho que usamos no piquenique que fizemos durante a tarde, quando Finn começou um papo estranho.

–O mundo está tão ferrado.

–Por que diz isso?- perguntei curiosa.

–Esse negócio de guerra...*- ele respirou fundo- está ferrando todo mundo.- sua voz estava distante.

–Mas amor! Esse "negócio"- gesticulei as aspas com as mãos- está do outro lado do mundo! No que influenciaria aqui?- acariciei de leve seu rosto.

–Rach!! O mundo está interligado! Não acho que os Estados Unidos ficariam fora dessa.

–O que quer dizer?- aquele comentário me assustou.

–Quero dizer... que em breve mandarão pessoas para os campos de batalha.

–Não pense nisso amor! Me prometa que não pensará nisso.

–Temos de pensar no futuro Rach. é uma das coisas inevitáveis da vida. É necessário que se pense nele.

–Quer pensar no futuro é?- pergunto em um tom de voz brincalhão, tentando mudar o rumo da nossa conversa.- Onde eu estou nesses seus pensamentos?

–Onde você está??- perguntou ironicamente enquanto me abraçava.- Você está do meu lado na cama, todos os dias... você é o primeiro rosto que vejo todas as manhãs.

Me emocionei. Nunca tinha pensado naquilo. Nunca tinha pensado no quão maravilhoso seria acordar do lado dele. Nunca tinha pensado em como seria as nossas noites de amor, ou nossos filhos, nossa casa, nosso futuro. Mas naquele momento, eu pensei. Pensei e me animei para ter todos aqueles sonhos realizados. Apenas um deles se realizou, mas não foi do jeito que eu esperava... mas enfim, isso não vem ao caso agora.

Provavelmente fiquei um tempo inconsciente, pois quando "voltei" ao meu corpo, Finn balançava a sua mão freneticamente diante de meus olhos, tentando chamar a minha atenção.

–Nossa!!- ele riu- meu discurso foi tão lindo assim?? Você ficou sem piscar por uns cinco minutos.

–Foi lindo sim!- falei com a voz super apaixonada.- Me fez pensar...

–Pensar? E no que você pensou?

–Pensei em como seria nossa casa, nosso casamento, nossos possíveis filhos...- contei enquanto continuava sonhando

–Mais alguma coisa?- ele sorriu maliciosamente.

–Não!!- comecei a rir de seu comentário. Até parece que eu falaria sobre as "noites de amor" que eu tinha imaginado.

Acho que Finn percebeu o quanto eu estava envergonhada.

–Desculpe.- ele sorriu- estamos bem?

–Sim, estamos bem.

Dito isso, ele me abraçou e colocou seu corpo por cima do meu e me beijou apaixonadamente.

~~*~~

Alguns dias se passaram. Estávamos Finn, Santie e eu na sala de visitas da minha casa.

Eu e Finn trocávamos carinhos enquanto Santana fazia poses bizarras de frente para o espelho. Ela tinha sido chamada para ser modelo.

–Oi Puck!!- Santie exclamou ao vê-lo na porta.

–Oi!!- ele olhou pra mim.-Rach posso falar com você?

Ele me guiou até a varanda da sala.

–Rach preciso da sua ajuda.

–Pra que?- perguntei interessada.

–Quero fazer algo especial para a Santie.

–Por que?- o olhei com um sorrisinho malicioso.

–Por que? Porque eu sou apaixonado por ela ué!

Aquilo era incrível! Os dois eram perfeitos um para o outro. Eu sem dúvidas seria a cupido da relação! Santana, acho bom que você esteja pronta para se apaixonar!

~~*~~

*Nesse ano inicia-se a Segunda Guerra Mundial, porém sem o envolvimento dos E.U.A até 1941.


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