Aniversário. Tem alguma palavra que soa mais alegre do que essa? Não! Aniversário é sinônimo de presentes, alegria e união. Hoje é o aniversário de tia Carole.

–Que roupa você vai usar Rach?-perguntou-me Kurt

–Acho que o vestido lilás claro, aquele que compramos ontem, e uma sandália o que acha?

–Perfeito, mas e o seu cabelo?-perguntou ele

–Não sei...-o que será que ele estava planejando?

–Posso tentar...-ai meu deus. Não!

–Não Kurt!- Kurt tinha entrado em um curso de salão de beleza e eu não confio muito nele quando o assunto é o MEU cabelo.

–Por favor Rach! Vai ficar tão lindo!-pediu ele

–Tá!-respondi e um pouco de arrepensimento tomou conta de mim

Ele demorou no mínimo uma hora pra fazer o penteado. Eu já esperava que quando me olhasse no espelho eu levaria um susto e ele pediria mil desculpas, mas eu o subestimei.

–Vem- ele me guiou até o espelho gigante que havia no quarto e disse animado um "abra os olhos" eu nem percebi que tinha os fechado.

O vestido, os sapatos e os acessórios estavam perfeitos (como eu já sabia) mas o talento de Kurt me surpreendeu. Meu cabelo.

Ui. Preciso admitir que Kurt tem talento e muito.

–Ai. Meu. Deus. Kurt! Você é incrível!
–Aposto que você estava morrendo de medo que eu acabasse com o seu cabelo!
Fiz uma careta e deu de entender que eu realmente estava preocupada.
–Vamos logo! Estamos atrasados e a nossa mãe me mata se nós nos atrasarmos muito!
Descemos a escada e encontramos uma Shelby brava, que nos olhou com uma cara de “odeio chegar atrasada” mas assim que nos analisou e percebeu as roupas abriu um sorriso meigo.
–Rachel querida você está incrível! Kurt está ótimo com os penteados hein?-ela deu uma risadinha- agora vamos logo!

A festa de aniversário seria na casa de minha tia Carole. A casa de Finn.

O jardim estava perfeito. Com duas mesas grandes e decoradas e luzes pequenas que pendiam sobre elas.

–Rachel!-gritou uma voz familiar: Puck.
–Oi Puck! Como você ta?-perguntei
–Melhor. Adoro aniversários. Eles me dão esperança, só não sei de que.
–Aniversários fazem isso mesmo com a gente- comentei
–Você está um arraso Rachel Berry! Seu cabelo está perfeito.
–Obrigada! Kurt que arrumou. Fiquei morrendo de medo de ele fazer um estrago total!- falei com a voz risonha
–Bom, se olhar pelo resultado, não houve motivo para ter medo.
Corei.

~~*~~

–Eu gostaria de fazer um brinde a...- gritou tia Carole antes de ser interrompido por uma voz extremamente conhecida por mim.
–Faremos um brinde depois de a senhora me der um abraço e permitir que eu lhe dê o seu presente- um homem alto, com cabelos castanhos escuros e um sorriso perfeito apareceu e Carole se levantou correndo para abraçá-lo. Finn. Eu só consegui ficar estática observando aquele recém-chegado. Aquilo não era real. Estava sonhando. Mas não, eu não estava sonhando. Depois de abraça a mãe, Finn veio até mim.
–Você está linda.
–Você também. Não sabia que você viria- falei baixinho
–Eu também não-ele fez um sorriso travesso que arrancou um sorriso de mim- mentira, eu sabia sim, só que eu quis fazer uma surpresa. Não gostou?- ele perguntou passando um de seus braços (enormes por sinal) e me beijou.
Naquele momento, o momento em que nossos lábios se encostaram, eu senti paixão, ternura e um fogo no peito que eu nunca havia sentido nem mesmo quando o beijava. Nunca. As necessidades falaram mais alto e separamos nossos lábios e encostamos testa com testa.
–Senti sua falta- sussurrei
–Também. Você recebeu minha carta?- fiz que sim com a cabeça
–Quero falar sobre isso- eu ri- acho que você teve muitos pensamentos impróprios a meu respeito Finn Hudson!
–Preciso dizer que sim!- ele falou rindo- depois falamos sobre isso, vamos apenas aproveitar. Senti sua falta e preciso muito aproveitar cada segundo com você.

Nós dançamos como nos velhos tempos. Senti tanta saudade daquela mão firme em minha cintura, daquele cheiro de perfume masculino, daquele sorriso de covinhas. Nunca pensei que algum dia sentiria aquilo pelo meu primo. Quando o conheci nós não passávamos de dois pirralhos.

Flashback on*

–Não entendo porque precisamos visitar eles mamãe. Eles é que estão se mudando, então eles que venham até nós!- falei com raiva para minha mãe e a mesma me olhou com um olhar de repreendimento.

Minha tia Carole e meu tio Christopher estavam se mudando para Los Angeles. Eles tinham um filho chamado Finn. Eu só o vi uma vez e nessa única vez ele foi muito mal comigo.

Chegamos a casa onde eles haviam se instalado.

–Rachel Berry. Eu exijo que você se comporte entendeu? Nada de grosseria!-mandou minha mãe

–Tá mãe!- descemos do carro e Tio Chris nos recebeu com um sorriso no rosto. Eu adoro ele.

–Olá Rachel! Você está tão grande!- ele olhou para as escadas e gritou- Finn! Venha aqui pra baixo! Rachel está aqui!

Um menino um pouco mais alto que eu, com lindos cabelos castanhos escuros se aproximou lentamente de mim e disse: "Tá com você!"

Flashback off*

A música já tinha acabado e Finn do nada falou baixinho ao meu oiuvido:

Vem comigo- ele segurou minha mão e nós fomos em direção a casa dele, onde me guiou até seu quarto. Já tivemos muitos momentos bons ali.
–Vim aqui quando você estava fora. Precisava matar pelo menos uma parcela da saudade- comentei e nós ficamos nos olhando por alguns momentos até que ele se aproximou e me beijou. O fogo tomou conta de mim novamente.
Nos deitamos na cama e Finn me beijava cada vez mais apaixonadamente, suas mãos pairavam sobre os meus quadris e ele começava a tirar o meu vestido quando eu o interrompi:
–Olha, se você vai parar, é melhor parar logo porque sabemos onde isso vai levar- falei com a voz trêmula, tomada de desejo.
–Não vou parar-disse ele